O senador Aécio Neves afirmou, nesta quinta-feira (04/07), que o governo federal foge às suas responsabilidades pelo momento vivido pelo país. A declaração foi dada após o governo anunciar hoje a inviabilidade da proposta de plebiscito enviada ao Congresso dois dias atrás. O projeto continha apenas temas de interesse do PT e, se aprovado, não valeria para as eleições do ano que vem.
“O governo, quando apresentou uma proposta de plebiscito sobre temas tão complexos em um prazo tão curto, sabia que era inviável. Era um engodo. Era uma forma de desviar a atenção da população das questões centrais. O governo erra muito e quem perde é a população brasileira”, afirmou o senador.
Aécio Neves cobrou da presidente da República a condução das mudanças reivindicadas pela população e a garantia de recursos federais para a melhoria dos serviços de saúde, transporte e educação.
“O que seria razoável é o governo assumir a sua responsabilidade. O governo tem um mandato que só se encerra no final do ano que vem. O governo tem que garantir financiamento para a saúde, para a educação. Tem que cortar os gastos supérfluos, tem que investir nos metrôs das capitais, tem que agir com ética e com decência. É isso que o Brasil quer”, afirmou.
Reforma política
O senador e presidente nacional do PSDB disse que as oposições trabalharão no Congresso para aprovação da reforma política e pelo referendo da população nas eleições de 2014.
“Nós, congressistas, temos sim que votar, dentre tantas questões, o tema da reforma política. E nós da oposição defendemos que, votada a reforma política, possamos submetê-la a um referendo junto com as eleições do ano que vem. Isso é racional, isso é bom para o Brasil. O resto é engodo. O resto é um governo que não tem coragem de assumir as suas responsabilidades”, disse o senador.
Voto secreto
Aécio Neves defendeu também o fim do voto secreto para as votações no Congresso, reforçando a posição já anunciada pelo PSDB. O senador observou que o voto pode permanecer secreto nas análises de vetos presidenciais, isto é, quando o governo barra proposta aprovada pelo Congresso. Nesses casos, deputados e senadores podem se tornar alvo de perseguição por parte da Presidência da República.
“Defendemos, há muito tempo, o fim do voto secreto. Em todas as votações. Com uma exceção que eu pessoalmente acho que tem de haver. Na votação de vetos. Porque preservar o voto secreto na derrubada de um veto presidencial é preservar o parlamento das pressões do Poder Executivo. Porque com o voto aberto na maioria grande que o governo tem, é muito difícil de ser derrubado. Então, em todos os outros casos os votos não devem ser secretos”, afirmou.