O candidato à Presidência da República e presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, concedeu entrevista nesta segunda-feira (23/06), em São Paulo (SP), onde assistiu ao jogo Brasil x Camarões, no Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo.
Leia a transcrição da entrevista do senador:
Sobre o jogo.
Vamos ganhar. Vamos ficar em primeiro. Da última vez, fui dar um palpite, errei. Não vou falar de placar não, mas é o jogo para o time ganhar confiança. Estou muito feliz em assistir aqui ao lado do companheiro Paulinho, dos companheiros da Força, do presidente Miguel.
Sobre o FAT.
E quero antes do jogo começar falar apenas de uma questão política que é extremamente grave e deixar aqui uma denúncia. Há um movimento do governo, tem uma preparação já avançada, para que se acabe com o FAT. Fui constituinte em 1988 e uma das grandes conquistas da Constituinte foi a criação do FAT, o Fundo de Amparo ao Trabalhador, que permite recursos para a requalificação do trabalhador, para a sua reinserção no mercado de trabalho, para o pagamento do Seguro Desemprego. E, com essa nova proposta do governo, a criação de um tal de Sistema Único do Trabalho, ele tira a participação dos trabalhadores e até dos empresários na definição da destinação desses recursos do FAT.
Mais uma decisão autoritária do governo, sem consulta aos trabalhadores brasileira, retirando uma de suas principais. E o que é grave é isso, sem que haja a devida discussão com os representantes dos trabalhadores brasileiros. Algo extremamente grave e já orientei a bancada na Câmera e no Senado a nos opormos a mais esse gesto autoritário do governo federal e que não atende aos interesses dos trabalhadores brasileiros.
Essa é a questão mais grave. Aliás, se o governo já quase quebrou o FAT, com essa contabilidade criativa, que é uma das marcas do governo, fazer uma mudança dessa sem a devida discussão com os trabalhadores, com as centrais, é um equívoco e vamos nos opor fortemente a isso.
Sobre aliança firmada no Rio de Janeiro com PMDB.
Aguardei para me manifestar sobre isso depois do anúncio feito hoje pela manhã. É uma decisão dos partidos políticos e atende ao interesse do Rio de Janeiro. Se consolida uma chapa, que a meu ver é a mais adequada. O Pezão é, dentro do quadro colocado, aquele que tem as melhores condições de garantir novos avanços para o Rio de Janeiro. É inequívoco que avanços ocorreram ao longo desses últimos anos. Certamente, problemas também. Acho que foi algo natural, que deixa o nosso campo político no Rio de Janeiro confortável.
Por que qual era o objetivo maior? Primeiro, trazer novos avanços para o Rio de Janeiro e não tenho dúvida de que isso ocorrerá. E aquilo que foi no passado extremamente importante e alardeado como uma parceria do Rio de Janeiro com a União, no que posso garantir é que a partir do ano a continuidade do governo federal, da União com o Rio de Janeiro, haverá de ser garantida com a eleição de Pezão e com a nossa eleição. Essa é a nova vertente, essa é a nova construção política para que o Rio de Janeiro continue a ter uma parceria sólida com o governo federal.
E foi um gesto de desprendimento do ex-governador Sergio Cabral e a busca da construção de uma ampla aliança de sustentação a esse projeto, tanto da nossa candidatura, e ela se amplia, obviamente, nessa sustentação, dá conforto àquelas forças políticas que já haviam manifestado apoio à nossa candidatura, a começar pelo PMDB local, pelo PSD, pelo PP, pelo Solidariedade, além dos partidos que estão no nosso campo político, agora também o PTB. Posso dizer com muita alegria que teremos o mais sólido e mais forte palanque no Rio de Janeiro.