Sobre a reunião
É a primeira reunião com a presença de todos os 27 diretórios do PSDB, numa demonstração de unidade do partido, de vontade de construção de um projeto alternativo a esse que está ai. Vamos agora ter, além do entusiasmo já demonstrado por todos, método. Vamos fortalecer os nossos movimentos setoriais, temos o PSDB Mulher, que é o mais vibrante movimento partidário feminino do país, temos o nosso movimento jovem, extremamente vigoroso, que será ampliado. Nós temos o nosso movimento negro, o Tucanafro, que discutirá políticas sociais de inserção. Temos o nosso PSDB da Sustentabilidade, que vai discutir as políticas no campo ambiental, o PSDB Sindical. Enfim, um conjunto de grupos e de pessoas espalhados pelo Brasil que vai dar subsídios à construção do projeto alternativo a esse que tá aí. Essa é uma etapa, obviamente inúmeras outras reuniões vão ocorrer.
A partir de agora vamos fazer reuniões nas regiões do Brasil, reunindo os estados de cada região, discutindo inclusive propostas regionais, e vamos andar, falando com os brasileiros, como eu disse aqui: papo reto. Falando o que é possível fazer, como fazer, denunciando o que está errado, dizendo que o Brasil pode avançar muito mais do que avançou até aqui. Nós temos essa convicção. E quando você tem convicção, fica muito mais fácil a caminhada.
O senhor disse que está com o couro duro para aguentar pancadaria. O que o senhor quer dizer com isso?
Eu acho que uma campanha eleitoral, já percebemos isso claramente nas redes sociais, é uma campanha muito dura, sobretudo quando se enfrenta alguns setores – eu nem generalizo – alguns setores ligados ao PT. Eu digo isso para estimular os meus companheiros. O PSDB tem um passado de história na construção dos avanços que o Brasil viveu até hoje, no campo econômico e no campo social. O PSDB tem uma militância presente, extremamente aguerrida, e tem propostas pro futuro. O que cabe agora a nós é mostrarmos à sociedade brasileira, mostrarmos à população brasileira que nós somos uma proposta alternativa melhor a essa que está aí. Como vamos fazer isso? Andando pelo Brasil, conversando diretamente com as pessoas, ouvindo muito das pessoas, e enfrentando as críticas. Nós não devemos temer a crítica em nenhum campo. No campo econômico, no campo social, no campo administrativo. Porque em todos eles, acho que o PSDB leva vantagem.
O senhor voltou a falar que pode se apresentar no momento oportuno, mas não se apresenta ainda como candidato do partido. O senhor acha que ainda há espaço para outras candidaturas, há espaço para prévias?
Olha, O PSDB é um partido de quadros, sempre foi. Esse foi sempre um diferencial do PSDB. Nunca faltaram alternativas ao partido. O papel que eu cumpro nesse instante, e é preciso que isso fique claro, é o papel de presidente nacional do PSDB. De mobilizador do partido. De organizador do nosso discurso. Na busca da sua capilaridade, na busca da sua inserção regional. Esse é o meu papel. O ano que vem é o ano das eleições. E é o ano obviamente do surgimento ou da formalização das candidaturas. A prévia não é um problema para o PSDB, eu mesmo sempre as defendi. Depende apenas da Executiva ser instada e haver mais de um candidato. Em havendo, o PSDB as realizará. Mas, nesse momento o que eu fui demandado aqui pelos presidentes estaduais é fortalecer essa organização regional, dar gás aos nossos companheiros, à nossa militância e andar pelo país. Eu estou disposto a fazer isso.
O senhor falou da questão das prévias. Mas se for levar em conta o que foi decidido aqui, não haverá prévias, porque todos eles, parece que em unanimidade, reivindicaram a sua candidatura a presidente.
Eu jamais seria ou serei candidato a presidente da República se eu não tiver o apoio da grande maioria do meu partido. As manifestações unânimes aqui hoje são muito estimuladoras. Mas eu repito, nós não temos que mudar o nosso tempo. Eu sou de Minas, vocês sabem disso. Em Minas a gente não costuma colocar a carroça antes dos bois. Então, nós vamos aguardar o momento certo para definição das candidaturas. Não é ainda esse ano. Repito, esse é o ano da consolidação do PSDB como a melhor alternativa a esse modelo que está aí. E o espaço está aberto. Depende muito de nós falarmos para as pessoas o que nós pensamos, mostrar as nossas gestões e, sobretudo, olhar para o futuro. O novo somos nós. Porque aqueles que estão no governo envelheceram. E nós temos que mostrar isso para a população brasileira.
Essa reunião com os presidentes dos diretórios é um jeito de chegar lá na ponta, de ter essa aproximação com os brasileiros?
É um dos caminhos que nós queremos usar. Vamos usar as redes, vamos usar a capilaridade que o partido tem em praticamente todos os estados. O PSDB é um partido estruturado, o PSDB é um partido experimentado. Que já ganhou e já perdeu eleições. O PSDB tem uma massa crítica hoje muito valiosa no momento da construção de um projeto alternativo. Posso dizer que saio dessa reunião extremamente animado, sabendo que nós temos um grupo político sólido, de pessoas que acreditam que o Brasil pode dar um salto de qualidade na gestão pública, avanços importantes no campo social e, sobretudo, retornar um clima de estabilidade na economia que nós estamos perdendo paulatinamente.
É o início de uma construção. Esse ano é a hora de nós andarmos pelo Brasil. Como eu disse, conversando com as pessoas. Ouvindo o que o Brasil tem a dizer. Estimulando os nossos movimentos, para que nós, no amanhecer de 2014, possamos, aí sim, decidir quem empunhará as bandeiras do PSDB. Ter um candidato é muito fácil. O difícil é saber o que esse candidato tem a dizer. O que nós estamos buscando é isso: conectar, atualizar; principalmente, atualizar o nosso discurso. Eu tenho certeza que no tempo certo os brasileiros olharão pra nós e olharão para aqueles que estão no governo e verão que é hora de encerrar esse ciclo. É hora de iniciar um ciclo virtuoso, de eficiência na gestão pública, de ética, transparência, e, sobretudo, de responsabilidade na condução da economia.
Ouça a entrevista: