O senador Aécio Neves (PSDB-MG) anunciou nesta segunda-feira (15/06) viagem a Caracas, na próxima quinta-feira (18/06), com um grupo especial de parlamentares brasileiros para manifestar apoio e solidariedade aos líderes da oposição venezuelana presos pelo regime bolivariano de Nicolás Maduro.
O anúncio foi feito ao lado do presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), que integrará o grupo de congressistas.
“O senador Aloysio Nunes e eu estaremos liderando uma comissão especial de senadores que embarca com destino a Caracas, na Venezuela. Uma viagem política de um lado, para manifestarmos nossa absoluta solidariedade aos democratas da Venezuela, mas também humanística. Um dos principais líderes da oposição, Leopoldo Lopez, se encontra já há 22 dias em greve de fome, buscando com esse gesto sensibilizar as autoridades da Venezuela para a libertação dos presos políticos e para a definição da data das eleições parlamentares naquele país”, afirmou Aécio Neves em entrevista à imprensa no Senado.
A viagem dos senadores brasileiros a Venezuela atende a um apelo feito por familiares dos presos políticos venezuelanos. Aécio Neves informou que já comunicou Lilian Tintori Lopez, esposa de Leopoldo Lopez, sobre a viagem. Lilian esteve em Brasília em maio deste ano na Comissão de Relações Exteriores para relatar a dramática situação vivida pela oposição na Venezuela.
“Eu tenho dito que quando se fala de democracia e de liberdade não há que se respeitar fronteiras. Vamos, portanto, um grupo suprapartidário, de forma absolutamente respeitosa, dizer que na nossa região o tempo do autoritarismo já passou. É hora de fortalecermos a democracia. A democracia pressupõe respeito ao contraditório”, disse o presidente nacional do PSDB.
Omissão brasileira
Ao anunciar a viagem, Aécio Neves criticou a omissão do governo brasileiro diante da escalada autoritária na Venezuela. Apesar dos apelos dos familiares dos presos venezuelanos, a presidente Dilma Rousseff não os recebeu na viagem ao Brasil, tampouco fez até hoje uma declaração contundente contra a violação das liberdades políticas no país vizinho.
O Brasil tem sido criticado por órgãos de defesa dos direitos humanos e personalidades que atuam na defesa da democracia, como o ex-presidente da Costa Rica Óscar Arias, eleito Prêmio Nobel da Paz em 1987.
“Nós estaremos, na verdade, suprindo com o nosso gesto, a omissão, a gravíssima omissão do governo brasileiro em relação à essa questão. Não estamos falando de apoio a A ou B. Estamos falando de democracia, de respeito às liberdades. E se o governo brasileiro se omite nessa questão, o Congresso Nacional fará a sua parte se fazendo presente na Venezuela. Não há mais espaço para presos políticos nem na nossa região, nem em qualquer outra parte do mundo”, ressaltou Aécio Neves.