“O PSDB continua sendo um partido essencial ao Brasil. É um dos poucos partidos programáticos e essa é a nossa a responsabilidade: apresentar ao Brasil uma alternativa, um projeto novo. E isso passa por apresentar também em Minas Gerais esse projeto”.
As declarações são do deputado federal e ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves ao encerrar, nesta sexta-feira (10/11), a convenção do PSDB em Minas Gerais, que reconduziu o deputado federal Paulo Abi-Ackel à presidência do Diretório Estadual do partido.
Aécio foi recebido com entusiasmo pelos delegados da legenda, pela militância, prefeitos e lideranças reunidas em Belo Horizonte.
O ex-governador disse que o PSDB vive um novo momento de reconstrução e reafirmou que o partido terá candidaturas próprias nas eleições presidenciais e em Minas Gerais, em 2026.
“Estou animado com esse novo momento do partido. O Brasil não merece viver eternamente nesta falsa polarização entre o que o lulopetismo representa e o que o bolsonarismo representa. Eu costumo brincar dizendo que existe vida inteligente ao centro. O PSDB, pela sua história, pelo legado que deixou no Brasil de boas gestões públicas, de responsabilidade fiscal, de visão moderna de mundo, é quem tem a maior responsabilidade de liderar o que estou chamando de uma nova via para o Brasil”, afirmou Aécio, em entrevista.
“Em Minas Gerais, com essa belíssima convenção sob a presidência do deputado Paulo Abi-Ackel, o partido se renova, se fortalece. Porque também em Minas, o que mais se sente é ausência de políticas públicas, ausência de um projeto efetivo de governo. Por onde eu ando vejo um saudosismo muito grande em relação ao tempo em que o PSDB governou o Estado. O PSDB terá candidatura própria ao governo de MG, em 2026, para ganhar e resgatar a boa gestão no Estado e a influência de Minas que se perdeu nos últimos anos”, declarou o ex-governador.
Aécio avalia como extremamente grave a perda do protagonismo de Minas Gerais no debate das questões nacionais.
“A ausência de Minas no plano nacional é extremamente grave. Como aquele livro: “Onde está Wally?”, o que mais se escuta em Brasília hoje é: onde está Minas Gerais? Onde está a poder moderador de Minas? De equilíbrio, de influência de Minas nas decisões nacionais. Estamos prestes a votar, na Câmara dos Deputados, o texto final da reforma tributária e não sabemos quais são as posições do Estado. Ninguém conhece”, disse Aécio.
Projeto de Recuperação Fiscal lesa MG
O deputado destacou que a ausência de Minas no plano político nacional tem prejudicado o Estado também nas negociações com o governo federal sobre as dívidas junto à União, calculadas em R$156 bilhões.
Aécio classificou como “draconianas” as condições impostas na proposta de Recuperação Fiscal (RRF) que tramita na Assembleia Legislativa.
Segundo o PL 1.202/19, de autoria do governo Romeu Zema, o regime de recuperação terá vigência de nove anos, prevê a concessão de apenas duas recomposições salariais para os servidores estaduais, venda da folha de pagamento do funcionalismo, privatizações de estatais e a fixação de teto de gastos.
“São condições draconianas que o governo do PT está apresentando ao governo do Estado e que, para surpresa minha, têm sido aceitas. Elas lesam definitivamente o estado. Essa ausência política de Minas Gerais nos fragiliza na negociação do Regime Fiscal. Minas precisaria estar articulada, acima dos partidos políticos, com a nossa bancada na Câmara e no Senado com o governo do Estado, mas isso não existe. A omissão de Minas está custando caro a todos nós”, avaliou Aécio.