Aécio Neves – Entrevista – Chuvas que assolam o país

Tem sido uma marca desse governo, um governo que se diz o governo do gerenciamento competente, a utilização de critérios políticos e não de critérios técnicos para a liberação de recursos orçamentários, recursos da população brasileira. Isso ocorreu em inúmeros ministérios, inclusive com a queda de ministros que privilegiavam ONGs ligadas seus partidos políticos, parlamentares ligados aos seus partidos, ou estados governador por aliados. Para enfrentar isso, propus ao presidente do PSDB, deputado Sergio Guerra (PE) que criemos a partir de 1º de fevereiro uma central nacional de acompanhamento da distribuição de recursos pelos principais ministérios do governo federal. Queremos saber quais são os critérios utilizados, vamos denunciar quando o interesse político sobrepor ao interesse da população, como parece estar sendo uma regra neste governo. Além disso, a burocracia para liberação de recursos, no caso das calamidades, em especial essas últimas, também tem contribuído para maximizar, para potencializar o efeito dessas calamidades. Vamos, a partir de agora, acompanhar mais detidamente e denunciar quando o critério político continuar sendo a marca na distribuição dos recursos, pois com isso, quem perde é a população brasileira.

Para se ter uma ideia, nos últimos dez anos, entre 2000 e 2010, o governo federal investiu em prevenção de catástrofes em todo o país, apenas R$ 750 milhões, menos de R$ 1 bilhão em dez anos, um valor irrisório. E ao mesmo tempo investiu cerca de R$ 6 bilhões em socorro às vítimas dessas tragédias, o que mostra um descompasso, uma falta de coordenação e de planejamento. Infelizmente, esse drama também vem aumentando em razão da burocracia do governo federal seja no reconhecimento do estado de calamidade e de emergência das cidades atingidas até a liberação dos recursos. Portanto, essa burocracia excessiva vem causando ainda maiores transtornos e dramas maiores às populações atingidas. É fundamental que haja uma articulação mais efetiva do governo não apenas no momento das tragédias, mas durante todo o ano.

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