Aécio debate com ministro da Defesa e comandantes das Forças Armadas

“Somos o retrato da sociedade brasileira em toda a sua estratificação. Goste-se mais ou goste-se menos do Congresso Nacional e da Câmara dos Deputados é esta Casa que representa o Brasil na sua pluralidade, na sua inteireza e é isso que faz a beleza da democracia. As Forças Armadas são parte necessária, integrante, essencial à vida democrática do nosso país”, afirmou o deputado Aécio Neves ao encerrar a audiência pública que reuniu, nesta quarta-feira (05-05), na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara, parlamentares, o ministro de Defesa, Walter Braga Netto, e comandantes da Marinha, Exército e Aeronáutica.

Por cerca de quatro horas, deputados da base do governo, da oposição e independentes debateram com o general Braga Netto e os comandantes Paulo Sérgio (Exército), Carlos de Almeida Baptista Jr. (Aeronáutica) e Almir Garnier Santos (Marinha).

Como presidente da comissão e autor do requerimento para a audiência, Aécio destacou a responsabilidade e equilíbrio que devem pautar o diálogo no Congresso e o compromisso da CREDN na garantia de espaço para debate de posições.

“Nas Forças Armadas temos homens e mulheres absolutamente profissionais, que sabem a relevância das suas missões onde quer que elas se realizem. Esta comissão terá sempre a responsabilidade de não inibir ou cercear qualquer debate sobre qualquer tema. Sempre nos conduziremos, e nos esforçaremos, para que eles se deem como se deram nesta reunião de hoje. Mesmo as manifestações mais hostis foram feitas com respeito e essa é a responsabilidade do Parlamento, permitir que cada um exponha as suas posições”, declarou Aécio.

O ministro e comandantes responderam a questionamentos feitos sobre gastos orçamentários e sobre a atuação das Forças Armadas no enfrentamento da pandemia da COVID-9, nas fronteiras e em missões internacionais.

De acordo com o ministro e comandantes, cortes orçamentários têm afetado a operacionalidade das Forças Armadas brasileiras e levado à renegociação quase permanente do alongamento de contratos para a implementação dos programas.

“Qualquer soluço no fluxo de recursos, gera riscos enormes”, afirmou o comandante da Aeronáutica, Baptista Júnior.

Pandemia

Walter Braga Netto negou que os hospitais mantidos pelas Forças Armadas estejam ociosos e rebateu as críticas de que o Ministério da Defesa tenha negado o uso de leitos e UTIs para o tratamento de pacientes acometidos pelo Covid. O general destacou o apoio dado em Manaus no transporte de pacientes a outros estados e de cilindros de oxigênio e ainda na vacinação da população indígena.

Em relação à participação dos militares em missões de paz, o ministro esclareceu que o Brasil retirou tropas de países onde atuava uma vez que as Nações Unidas reembolsam os gastos com muito atraso, mas que mantém a preparação de forças de defesa.

No dia 21 de junho, o Brasil assumirá o comando da Força Tarefa Multinacional no Bahrein, com o almirante André Luiz de Andrade Félix. Essa missão servirá de preparação para uma futura atuação da ONU no Golfo da Guiné, principal área do entorno estratégico brasileiro.

Em relação a ameaças nas fronteiras, Braga Netto informou que as Forças Armadas acompanham todos os acontecimentos que podem representar problemas.

Centro de Lançamentos de Alcântara

O brigadeiro Baptista Júnior reiterou a importância do Acordo de Salvaguardas Tecnológicas já em vigor, para viabilizar comercialmente o Centro de Lançamentos de Alcântara, no Maranhão. Ele também destacou a conclusão da licitação que selecionou quatro empresas, três norte-americanas e uma canadense, para iniciar o processo que pretende tornar Alcântara num dos principais centros de lançamentos de foguetes do mundo.

Aécio Neves concluiu destacando que o tema da Defesa tem sido um dos mais relevantes da comissão.

“E nós pretendemos que continue sendo assim, para que possamos viver em uma sociedade pacificada e próspera. O que fica hoje, ao final, para todos nós, é o compromisso solene e reiterado do ministro da Defesa e dos comandantes das Forças Armadas de defesa intransigente da nossa democracia”, afirmou.

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