O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), afirmou que a oposição, apesar de ser minoria do Congresso, irá lutar com todas as forças para evitar a aprovação o projeto de lei (PLN 36), que livra a presidente Dilma Rousseff de cumprir a meta fiscal de 2014.
Na semana passada, após dura batalha no Congresso Nacional, a oposição conseguiu adiar para esta terça-feira (02/12) a votação do projeto. O texto, se aprovado, alterará a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), isentando, na prática, a presidente Dilma de cumprir o orçamento aprovado pelo Legislativo.
“Os líderes estão lá reunidos e já estamos fazendo isso não apenas amanhã, estamos fazendo isso desde a discussão na Comissão de Orçamento. Conseguimos na semana passada o adiamento desta votação, mas temos a noção clara de que não temos os votos suficientes. Então, queremos no discurso e no convencimento, inclusive a setores da base aliada, mostrar que o Congresso Nacional não pode ser um puxadinho do Poder Executivo. A minha responsabilidade, a de todos nós, amanhã, é exatamente mostrar que para o Brasil, é fundamental que as leis sejam cumpridas e não modificadas ao bel-prazer do governante de plantão”, avaliou o presidente nacional do PSDB após participar de reunião da Executiva Estadual do PSDB de Santa Catarina, em Florianópolis.
Para Aécio, a presidente, ao descumprir a meta fiscal, sinaliza falta de compromisso com o controle dos gastos públicos e abala a credibilidade do Brasil perante empresas e investidores, tanto aqui como no exterior.
“A consequência não é apenas econômica. A conseqüência é para os cidadãos, para a população que mais precisa de empregos. Porque em um momento em que há mais esta maquiagem fiscal, obviamente, há perda de credibilidade da condução da nossa economia. Isso afugenta investidores, coloca em risco a nota de crédito do país. Isso implica em quê? Na geração de empregos”, advertiu Aécio Neves.
Ao ser questionado sobre a nova equipe econômica do governo anunciada na semana passada, Aécio colocou em dúvida se os novos nomes terão autonomia para tomar as medidas necessárias para recolocar o Brasil no caminho do crescimento.
“Que tipo de autonomia eles terão? Qual a política econômica que vai ser executada? É a da presidente da República ou é a anunciada por esses nomes? O tempo é que vai dizer, mas a medida que o governo toma no Congresso Nacional é absolutamente contraditória com o discurso desses ministros. Porque eles falam em transparência fiscal, equilíbrio das contas. Mas o que o governo quer é mais uma maquiagem fiscal”, criticou Aécio Neves.