O Congresso Nacional vai cobrar do governo brasileiro um posicionamento mais claro de condenação à invasão da Ucrânia e de apoio às sanções econômicas que estão sendo aplicadas contra a Rússia por diferentes países em repúdio à guerra deflagrada.
O anúncio foi feito pelo deputado federal Aécio Neves após reunião com o Encarregado de Negócios da Ucrânia no Brasil, Anatoliy Tkach, nesta quarta-feira (30/03), na Câmara dos Deputados.
Aécio anunciou que o ministro das Relações Exteriores, Carlos França, será convidado a comparecer à Câmara.
“Recebi na presidência da Comissão de Relações Exteriores e Defesa da Câmara o embaixador da Ucrânia que trouxe um relato dramático da situação do país, das mortes, das dificuldades que os ucranianos passam. O Congresso Nacional tem tido uma posição muito clara de condenação à invasão russa e de apoio às sanções econômicas. Por isso, estou chamando na Comissão, na próxima semana, o chanceler brasileiro para cobrar uma posição mais clara do Brasil”, disse o deputado, que preside a Comissão.
Acompanhado pelos deputados Claúdio Cajado (BA), Luiz Phillippe de Orleans e Brangança (PL) e Marcel Van Hatten (RS), Aécio ouviu de Tkach relatos sobre os graves problemas gerados pela invasão e a realidade enfrentada pelos ucranianos, como risco de vida, saques de alimentos, estupros e bombardeio de casas, escolas e hospitais.
“Em 35 dias de guerra, mais de 1.200 mísseis foram lançados contra as cidades ucranianas, sendo pelo menos 500, contra alvos civis como escolas, teatros e hospitais. Estão estuprando nossas mulheres, bombardeando bairros civis e matando inocentes”, enfatizou Tkach.
Ele pediu que o Brasil integre o grupo de países que aplicam sanções econômicas à Rússia. “É preciso isolar internacionalmente a Rússia para que eles sintam os efeitos negativos na própria pele”, afirmou.
Desde o início do conflito, a Comissão de Relações Exteriores da Câmara tem se posicionado contra a invasão.
“Temos mantido um diálogo permanente com o ministro Carlos França, não só para que os brasileiros que lá residem sejam atendidos, mas para que a postura do país no Conselho de Segurança da ONU seja pragmática. Entendemos que o país pode fazer mais para contribuir com a resolução do conflito”, explicou Aécio.
O representante da Ucrânia no Brasil pediu apoio também para um novo envio de ajuda humanitária ao seu país, como alimentos, colchões, roupas e medicamentos. Ele estimou que cerca de 12 milhões de pessoas já foram deslocadas interna e externamente, por conta da guerra, e o prejuízo econômico pode superar US$ 1 trilhão.
Colaborou Assessoria de Imprensa – CREDN