Inflação

A inflação está de volta ao lar das famílias brasileiras.

É um mau sinal, mas, talvez assim, o governo acorde para o problema e assuma sua responsabilidade como condutor da política macroeconômica nacional.

Colocar em risco a estabilidade da moeda tão duramente conquistada pela sociedade brasileira há quase 20 anos com o Plano Real é um dos piores castigos que o PT pode infligir ao país.
Na semana passada, a inflação ultrapassou o teto máximo que o Banco Central se comprometera a admitir. Já são 6,59% acumulados nos últimos 12 meses, enquanto a meta era de 4,5%. Não há salário que dê conta de acompanhar!

A alta dos preços está generalizada. É o tomate da feira, os serviços do barbeiro e da manicure, os bens de consumo antes acessíveis e que agora já não cabem mais no bolso. Como consequência, as pessoas começaram a cortar despesas, e a vida ficou mais difícil. Lojas e supermercados começaram a perder clientes, e o varejo encolheu, depois de anos crescendo. Nada disso é bom para o país.

Para quem ganha menos, a inflação é mais intensa e perversa. Nas faixas de renda mais baixas, fatia maior do salário é usada para comprar comida, e este é o vilão da carestia neste momento, com subida de 14% em um ano. Difícil crer que isso esteja acontecendo no país que é considerado celeiro do mundo. Mas está.

Por que chegamos a essa lamentável situação?
Há muito tempo, alerta-se para a escalada dos preços, mas o governo petista tratou o assunto como uma febre passageira, dizendo-se ocupado em fazer o país crescer. No fundo, nunca teve compromisso com o controle inflacionário, considerando-o um “mal menor”.

Com a piora da conjuntura, resolveram agir, reduzindo, por exemplo, alguns impostos e os encargos previdenciários dos empresários. Medidas muito bem-vindas, mas inócuas para controlar o processo inflacionário já disseminado. Manteve-se o incentivo ao consumo, enquanto os motores e o ímpeto da produção já estavam fragilizados.

Com uma oferta insuficiente de bens e serviços para fazer frente à demanda, os preços naturalmente sobem – mais ainda com o mercado de trabalho aquecido.

Acresce-se ao cenário o estrangulamento de nossa infraestrutura, que não é capaz de escoar a produção, como a safra agrícola. O governo gasta demais com o que não deve e de menos com o que seria necessário: investir para melhorar a vida das pessoas.

A consequência é que, em vez de discutirmos a retomada do nosso anêmico crescimento, debatemos agora como impedir que ele seja comprometido de vez pelo corrosivo aumento de preços.

Nesse ambiente, não será nenhuma surpresa se, infelizmente, a taxa de juros voltar a subir nesta semana. Talvez isso não fosse necessário se, desde o início, o governo do PT tivesse tratado a inflação com o rigor que essa doença exige.

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