Aécio rebate Lula em crítica feita ao Governo FHC

“Lula tenta reescrever a história e minimizar conquistas que transformaram o Brasil e foi desonesto com os fatos”, diz Aécio em resposta a declaração de Lula, hoje em Brasília, de que Plano Real foi uma política única de Fernando Henrique

“A fala do presidente Lula tenta reescrever a história e minimizar conquistas que transformaram o Brasil. Reduzir Fernando Henrique Cardoso ao Plano Real, ou José Serra aos genéricos, é ser desonesto com os fatos. Foram nos governos do PSDB que o país estruturou uma política reconhecida internacionalmente de combate ao HIV e à Aids, consolidou o SUS, criou a Lei de Responsabilidade Fiscal, lançou o Bolsa Escola, o Bolsa Alimentação, o Auxílio Gás e o PETI, programas que mais tarde deram origem ao Bolsa Família, fortaleceu o BPC, instituiu o Fundef e promoveu a modernização das telecomunicações, conectando milhões de brasileiros.

Essas iniciativas não foram ações isoladas, mas parte de um projeto consistente que combinou responsabilidade fiscal com inclusão social, enfrentando a oposição do PT, que tentou barrar ou desqualificar essas políticas.

Já é hora de o PT fazer sua mea-culpa, por exemplo, explicando seu voto contra a Constituição, seu combate ao Plano Real, sua dura posição contrária à Lei de Responsabilidade Fiscal.

Sempre que o país se afastou das políticas que deixamos, o país foi mal. Mais uma vez, o PT escolhe o caminho do populismo e da demagogia.

O PSDB sempre foi oposição ao PT por convicção e sempre a exerceu com firmeza e responsabilidade. Mas nunca foi oposição ao Brasil.

Nossas diferenças com o PT são históricas e insuperáveis. Não sabotamos o país quando somos oposição, como o PT sempre fez com seu “quanto pior melhor” ou com o Fora FHC.

Jamais tratamos adversários como inimigos, como o PT sempre fez com o seu “nós contra eles”.

Governar exige memória, seriedade e respeito à verdade, atributos que faltam ao PT.”

Aécio Neves
Presidente do PSDB

Aécio assume mais uma vez a presidência nacional do PSDB

“Volto com a mesma disposição de dizer ao Brasil que existe um caminho fora dos extremos”, diz o deputado

Aécio entrega publicação sobre o legado do PSDB produzida em sua gestão no Instituto Teotônio Vilela

Com a presença dos principais nomes do PP, Republicanos, PL, Podemos, MDB, Cidadania e do PSB, e do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, Aécio Neves reuniu tucanos, em Brasília, nesta quinta-feira (27/11), para dar início a um novo ciclo do partido.

Aécio falou para um auditório lotado, e na presença das lideranças dos sete outros partidos que compareceram à reunião do diretório nacional do PSDB, contra o que chamou de “um trecho estranho e obscuro da história nacional”, ao se referir ao atual quadro de polarização política no país.

Em seu pronunciamento, ao lado do ex-presidente do PSDB, Marconi Perillo, Aécio homenageou especialmente o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, presidente de honra do PSDB, e lembrou a trajetória do partido desde a fundação em 1988.

Mário Covas, Franco Montoro, Euclides Scalco, Tasso Jereisatti, Pimenta da Veiga e outros fundadores do PSDB também foram destacados durante seu pronunciamento, além de Ulysses Guimaraes e do presidente Tancredo Neves.

“Fomos todos atropelados pela tragédia da polarização ideológica, que sequestrou de forma impiedosa a racionalidade e o equilíbrio nas discussões sobre o país”, disse Aécio, sob aplausos.

Oposição ao PT

Em sua fala, também reiterou a oposição do PSDB ao governo do PT, desde a fundação do partido, e lamentou a saída de governadores eleitos pelos tucanos.

“Ver companheiros valorosos fazendo hoje o caminho inverso nos entristece, mas não nos esmorece”, disse.

Ao concluir o discurso, ao lado de Hugo Motta, Aécio assumiu como primeiros compromissos para reconstrução da legenda a definição das bandeiras que nortearão os trabalhos das bancadas e lideranças tucanas nos estados e nas próximas eleições, e a busca por maior diálogo com outros partidos dentro do Congresso Nacional.

Leia a íntegra do discurso de Aécio Neves

“É hora de trocar o que nos distancia e separa pelo que nos aproxima e nos une, tendo como condicionantes as causas reais dos brasileiros. Relembro as sábias palavras de Tancredo: Pátria é tarefa coletiva e diária. Ninguém fará por nós o que é nosso dever fazer”, afirmou.

Participaram da posse de Aécio como presidente nacional do PSDB, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos); a líder do Podemos na Casa, Renata Abreu; o líder do PL, Sóstenes Cavalcante; o líder do PP, Aguinaldo Soares; o líder do MDB, Isnaldo Bulhões; o líder do PSB, Pedro Campos; os deputados Altineu Côrtes (PL) e  Márcio Alvino (PL); a deputada distrital Paula Belmonte (Cidadania); além de lideranças políticas do PSDB, como o líder Adolfo Viana, os deputados Paulo Abi-Ackel, Beto Pereira, o senador Plínio Valério, líder do PSDB no Senado; o ex-prefeito Paulo Serra; o ex-deputado Bruno Araújo; o ex-governador Eduardo Azeredo, o ex-deputado João Leite, ex-secretário de Governo de MG, Danilo de Castro, entre outros.

Leia a entrevista concedida após a reunião da Executiva do PSDB

Aécio discursa ao lado do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta

Lideranças políticas de todo o Brasil participaram da Reunião da Executiva do PSDB que elegeu Aécio o novo presidente.

Projeto de lei de Aécio e Abi-Ackel torna automática e aumenta transferências dos fundos de segurança para estados e municípios

Entrega de viaturas para Polícia Militar pelo governo de Minas Gerais.

O Projeto de Lei 235/2025 apresentado pelos deputados federais Aécio Neves e Paulo Abi-Ackel torna automática e aumenta a transferência obrigatória para os estados e municípios dos recursos que compõem o Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP) e o Fundo Nacional Penitenciário (FNP).

O objetivo da nova proposta é dar maior autonomia e garantia de recursos aos estados e municípios para ações e projetos de segurança pública, em modelo semelhante ao que já ocorre nas áreas da saúde e da educação.

Desde 2018, foi criado o Sistema Único de Segurança Pública (SUSP), definido na Lei nº 13.675. Nele, União, estados e municípios têm responsabilidades compartilhadas nas ações de segurança e devem atender às regras do Plano Nacional de Segurança Pública.

A proposta de Aécio e Abi-Ackel mantém os critérios já estabelecidos na lei do SUSP, mas prevê a transferência regular e automática de 70% dos recursos do FNSP para estados e municípios. Desse total, 40% distribuídos de forma igualitária, 30% de acordo com os indicadores de criminalidade e os outros 30% a União aplica ou repassa por meio de convênios.

Para o FNP, serão repassados de forma regular e automática – independentemente de celebração de convênio – o mínimo de 60% da dotação orçamentária. Esse percentual não incluirá despesas de custeio. O repasse atual é de 40%.

Sem burocracia

Atualmente, a liberação dos recursos dos dois fundos é centralizada no Ministério da Justiça e depende da prévia aprovação de projetos em Brasília. O resultado são ações de segurança pública paralisadas ou interrompidas pela burocracia.

“A distância da realidade vivida pela população de cada estado e município soma-se à morosidade da administração federal para avaliar os projetos. Estados e prefeituras ficam sem condições financeiras para executar as ações de combate ao crime e às organizações criminosas, manutenção das unidades prisionais e sequer para os programas básicos de prevenção e de proteção das comunidades”, diz o ex-governador Aécio Neves.

Engessada pela burocracia, a execução orçamentária do Fundo Penitenciário Nacional tem sido baixíssima: em quase três anos, foi de apenas 36,2%, ou R$ 565 milhões de R$ 1,6 bilhões previstos. Os dados foram levantados pelo Instituto Teotônio Vilela, do PSDB. O gasto efetivo dos recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública, infelizmente, não diferiu muito, foi de 63% do previsto (R$ 4,6 bilhões de R$ 7,3 bilhões).

Pela proposta dos deputados, a fiscalização sobre o uso e a correta aplicação dos repasses feitos diretamente fundo a fundo, a exemplo do já acontece na saúde e na educação, é dos Tribunais de Contas da União e dos estados e dos órgãos públicos competentes, como o Ministério Público.

Penitenciária implantada em Parceria Público Privada (PPP), em Ribeirão das Neves (MG), no governo Aécio. Foto: Carlos Alberto/Imprensa MG

Conheça o Projeto de Lei 235/2025 que prevê transferência automática de recursos dos Fundos de Segurança para estados e municípios

FUNDO NACIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA (FNSP)

Garante recursos para atividades, projetos e ações nas áreas de segurança pública e de prevenção à violência.

Pelo projeto de lei, 70% dos recursos do FNSP deverão ser transferidos pela União. Desse total, 40% distribuídos de forma igualitária e 30% de acordo com os indicadores de criminalidade. Os outros 30% a União aplica ou pode repassar por meio de convênios.

Os indicadores de criminalidade do estado e do município são definidos no Sistema de Dados Nacionais de Segurança Pública.

Será vedado o contingenciamento dos recursos do FNSP e o uso deles para pagamento de salários, despesas e encargos sociais de qualquer natureza.

São receitas que compõem o FNSP: Arrecadações decorrentes de loterias, recursos orçamentários, fianças, bens móveis e imóveis decorrentes de atividades criminosas (exceto tráfico de drogas), doações e auxílios de pessoas jurídicas, públicas ou privadas, convênios, contratos ou acordos firmados com entidades públicas ou privadas, nacionais ou estrangeiras, e rendimentos de qualquer natureza decorrentes de aplicação do patrimônio.

Os recursos transferidos, como já definido em lei atual, devem ser aplicados em:

Construção, reforma, ampliação e modernização de unidades policiais, de corpos de bombeiros militares e de guardas municipais.

Aquisição de materiais, de equipamentos e de veículos da segurança pública.

Uso de tecnologia e integração de sistemas de informações, base de dados, monitoramento e estatísticas de segurança pública.

Ações de inteligência, investigação, perícia e policiamento.

Programas e atividades de prevenção ao crime e à violência. No mínimo 5% dos recursos do FNSP devem ser destinados a ações de enfrentamento da violência contra a mulher.

Serviço de recebimento de denúncias e pagamento de recompensas.

Capacitação de profissionais da segurança pública e de perícia técnico-científica.

Programas habitacionais de profissionais da segurança pública; e de melhoria da qualidade de vida.

Os projetos habilitados a receber recursos do FNSP, por meio de convênios ou contratos de repasse, não poderão ter prazo superior a dois anos, admitida uma prorrogação por até igual período.

São obrigações dos estados e municípios:

Estados e Municípios deverão constituir seus respectivos Conselhos de Segurança Pública e de Defesa Social para acompanhamento da execução das ações e da aplicação financeira dos recursos transferidos, bem como da prestação de contas ao TCU e TCEs, e demais órgãos públicos de fiscalização.

O Conselho – previsto pelo Sistema Único de Segurança – deverá ser formado por representantes de cada órgão de Segurança Pública do estado ou do município, do Poder Judiciário, do Ministério Público, da OAB, Defensoria Pública, entidades organizadas de profissionais de segurança pública e da sociedade civil. O mandato de cada representante será de dois anos, permitida apenas uma recondução.

Deverá instituir um Fundo de Segurança Pública, cuja gestão e movimentação financeira ocorrerão por meio de conta específica, mantida em banco público federal.

Um Plano de Segurança Pública e Defesa Social, aprovado pelo respectivo Conselho de Segurança Pública e Defesa Social.

Integrar os sistemas nacionais de dados e atualizar informações de segurança pública junto ao órgão competente do Poder Executivo federal.

Ter um Plano de Combate à Violência contra a Mulher devidamente implementado, com tratamentos específicos para as mulheres indígenas, quilombolas e de comunidades tradicionais.

Definir os critérios para a promoção e a progressão funcional, por antiguidade e merecimento, de policiais civis e militares, peritos e de integrantes dos corpos de bombeiros militares.

Sobre controle financeiro dos recursos

Estados e Municípios prestarão contas à União e darão publicidade e transparência durante o período de aplicação dos recursos e enviarão, anualmente, relatório de gestão sobre à aplicação feita.

A instituição financeira pública federal (banco) disponibilizará as informações sobre as movimentações financeiras ao órgão competente do Poder Executivo federal por meio de aplicativo que identifique o estado ou município que recebeu o recurso.

Os recursos repassados não poderão ser transferidos para outras contas bancárias enquanto não for identificada para qual finalidade será usada.

A conta corrente recebedora dos recursos só poderá será movimentada por meio eletrônico.

A União fica autorizada a realizar o bloqueio dos recursos repassados quando identificada a ocorrência de desvio ou de irregularidade. Já a não utilização no prazo definido implicará na devolução do saldo atualizado.

Os recursos que permanecerem no fundo serão automaticamente aplicados em títulos públicos federais de curto prazo. Os rendimentos das aplicações serão obrigatoriamente destinados às ações de segurança pública, observadas as finalidades, as regras e as condições de prestação de contas exigida.

FUNDO PENITENCIÁRIO NACIONAL (FUNPEN)

Gerido pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen).

Tem a finalidade de financiar com recursos atividades e os programas de modernização e aprimoramento do sistema penitenciário nacional.

Constituem recursos do FUNPEN: dotações orçamentárias da União; fianças, doações ou contribuições em dinheiro, valores, bens móveis e imóveis por parte de organismos ou entidades nacionais ou estrangeiras, bem como de pessoas físicas e jurídicas, recursos provenientes de convênios, contratos ou acordos firmados, recursos confiscados ou provenientes da alienação dos bens perdidos em favor da União, além de multas decorrentes de sentenças penais condenatórias.

Repartição dos recursos:

Pelo Projeto de lei, a União deverá repassar aos Estados e Municípios, de forma regular e automática, independentemente de celebração de convênio, o mínimo de 60% da dotação orçamentária do Fundo. Esse percentual não incluirá despesas de custeio e de investimento do Depen.

Do total do FUNPEN, 90% dos recursos serão destinados aos fundos penitenciários dos Estados da seguinte forma: 30% distribuídos conforme as regras do FPE; 30% distribuídos de forma igualitária; 30% respectivos à população carcerária; e 10% destinados aos fundos dos Municípios que tenham instaladas unidades penais.

Até 20% do total poderão ser repassados mediante convênio, acordos ou ajustes que se enquadrem nas atividades previstas.

É vedado o contingenciamento desses recursos.

Os recursos transferidos, como já definido em lei atual, devem ser aplicados em:

Construção, reforma, ampliação e aprimoramento de estabelecimentos penais; manutenção dos serviços e realização de investimentos penitenciários, inclusive em informação e segurança; formação, aperfeiçoamento e especialização do serviço penitenciário; aquisição de material permanente, equipamentos e veículos especializados de uso das unidades penais; implantação de medidas pedagógicas e de trabalho profissionalizante do preso, formação educacional e cultural do preso, execução de projetos destinados à reinserção social de presos, internados e egressos; programas de assistência jurídica aos presos e internados carentes; e programas de assistência às vítimas de crime.

Também podem ser gastos em programas de pesquisa científica na área penal, penitenciária ou criminológica, financiamento e apoio de atividades de inteligência policial, ações de assistência a familiares e dependentes de presos, manutenção de casas de abrigo para vítimas de violência doméstica; implantação e manutenção de berçário, creche e unidades destinadas à gestantes nos estabelecimentos penais, programas de penas alternativas para cumprimento de sentenças e de prestação de serviços à comunidade, e custos de sua própria gestão, exceto despesas de pessoal ou pagamento de salários a servidores públicos.

Fica autorizada a transferência de recursos do FUNPEN à organização civil que administre por meio de Parceria Público Privada (PPP) estabelecimento penal destinado a condenados – mediante apresentação de projeto aprovado pelo Tribunal de Justiça do estado, existência de cadastro no Depen e no Sistema de Gestão de Convênios e Contratos de Repasse (Siconv) do governo federal.

São obrigações dos estados e municípios:

Existência de um Fundo Penitenciário, no caso dos Estados, e de um fundo próprio no município para transferência dos recursos, cujas gestão e movimentação financeiras ocorrerão por meio de conta bancária específica em banco público federal.

Existência de órgão ou de entidade específica responsável pela gestão do fundo.

Existência de conselho estadual ou distrital penitenciários, de Segurança Pública e Defesa Social, para apoio, controle e fiscalização da aplicação de recursos do fundo.

Definição de metas e resultados a serem alcançados e o cumprimento das metas e resultados no exercício anterior.

Aprovação de relatório anual de gestão, o qual conterá dados sobre a quantidade de presos, com classificação por sexo, etnia, faixa etária, escolaridade, exercício de atividade de trabalho, estabelecimento penal, motivo, regime e duração da prisão.

Estado ou município integrante do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública, Prisionais, de Rastreabilidade de Armas e Munições, de Material Genético, de Digitais e de Drogas (Sinesp) que deixar de atualizar seus dados não poderão mais receber recursos. A população carcerária de cada ente federativo será apurada anualmente pelo órgão competente do Poder Executivo federal.

Os municípios poderão constituir consórcios para desenvolver ações em conjunto, desde que a administração seja única.

Sobre controle financeiro dos recursos:

Ato do Conselho Nacional de Segurança Pública definirá os critérios para a utilização dos recursos transferidos; os prazos para apresentação de relatórios com os resultados; e os prazos para prestação de contas sobre o uso dos recursos.

A instituição pública federal (banco) disponibilizará informações sobre as movimentações financeiras ao órgão competente do Poder Executivo federal por meio de aplicativo que identifique o estado ou município que recebeu o recurso.

Os recursos repassados não poderão ser transferidos para outras contas bancárias enquanto não for identificada para qual finalidade será usada.

A conta corrente recebedora dos recursos só poderá será movimentada por meio eletrônico.

A União fica autorizada a realizar o bloqueio dos recursos repassados quando identificada a ocorrência de desvio ou de irregularidade.

Os recursos que permanecerem no fundo serão automaticamente aplicados em títulos públicos federais de curto prazo. Os rendimentos das aplicações serão obrigatoriamente destinados às ações de segurança pública, observadas as finalidades, as regras e as condições de prestação de contas exigida.

A não utilização dos recursos transferidos, nos prazos definidos, obrigará à devolução do saldo devidamente atualizado.

Aécio e ex-governadores de MG condenam em carta conjunta aluguel do Palácio da Liberdade

Foto: Jomar Bragança

Aécio Neves e os ex-governadores de Minas Gerais Antonio Anastasia, Eduardo Azeredo e Fernando Pimentel assinaram uma carta ao governador Romeu Zema manifestando-se contrários à decisão do uso do Palácio da Liberdade, sede oficial do Governo do Estado, para festas e eventos pagos.

A locação das salas e jardins do monumento foi autorizada por meio de um decreto de Zema. Os quatro ex-governadores condenaram a medida pela importância histórica e pelo significado que o Palácio e seu conjunto arquitetônico têm para os mineiros.

 “Tal deliberação macula as mais legítimas tradições de nossa história política, pois o símbolo máximo do Poder Público do Estado deixa a sua função essencial e se transforma em cenário de exibição de interesses privados. É fato que o Palácio da Liberdade já serviu de palco para diversas manifestações culturais, sociais e gastronômicas, mas todas elas de iniciativa oficial e com reconhecido caráter de interesse público”, escrevem na carta.

O decreto – por ora cancelado pelo governo do Estado – autoriza o aluguel de espaços como o hall de entrada e o alpendre do Palácio, a escadaria principal, os jardins e parte das salas do casarão para realização de casamentos, festas particulares e eventos de empresas.

“Ao permitir a locação particular, destinada a pessoas abastadas, que possam arcar com os seus custos, seremos testemunhas da banalização do edifício sede da identidade de Minas Gerais!, diz trecho da carta.

Desenhado pelo arquiteto José de Magalhães, no projeto da nova capital de Minas Gerais, o Palácio data de 1895 e foi tombado como Patrimônio Histórico há 50 anos.

Leia abaixo a íntegra da carta:

Foto: Omar Freire/Imprensa MG

Aécio apresenta projeto que proíbe a federalização de estatais mineiras

Aprovada a proposta, Cemig, Copasa e Codemig não poderão ser usadas na renegociação da dívida de Minas com o governo federal


​O deputado Aécio Neves é contra a federalização da Cemig, Copasa e Codemig como forma de abater a dívida do governo de Minas com a União, fazendo com que o governo federal assuma o controle das estatais mineiras.
 
Para impedir que isso ocorra, o deputado e ex-governador de Minas Gerais protocolou, nesta quarta-feira (20/03/24), Projeto de Lei Complementar (PLP 31/2024) que, entre outras inovações ao Regime de Recuperação Fiscal, revoga a possibilidade de privatização ou federalização das estatais pertencentes os estados brasileiros, permitindo apenas que os dividendos dessas empresas possam ser usados como garantia à União do pagamento das dívidas existentes.
 
“A proposta apresentada até agora para renegociação da nossa dívida, e é a que mais avança, transfere para a União a Cemig, a Copasa e a Codemig. Essas empresas fazem parte da construção econômica e cultural do Estado e são patrimônio de todos os mineiros. Hoje, o único recurso disponível em Minas para investimento no Estado vem da Codemig. Não é uma proposta de negociação, mas uma proposta de submissão absoluta de Minas ao governo federal”, afirmou Aécio Neves.
 
​Além de vedar a privatização ou federalização das empresas, a proposta do deputado prevê mudanças na indexação da dívida dos estados. Hoje, o débito é corrigido pelo IPCA mais 4% de juros ao longo de todo o prazo de pagamento.
 
O projeto determina que, nos próximos 10 anos, se passe a corrigir o saldo devedor pelo IPCA mais 2% e, no restante do prazo de pagamento, apenas pelo IPCA.
 
A proposta do deputado Aécio Neves também propõe um aumento no prazo de pagamento da dívida dos atuais 30 anos para 50 anos.
 
Outra inovação da proposta é a revogação da medida que proíbe a concessão de ajustes, aumentos ou vantagens aos servidores públicos estaduais.
 
“Estamos levando para o Congresso uma discussão que beneficiará todos os estados que têm dívida com a União. É preciso que haja uma articulação entre eles para pressionar o governo federal a negociar suas dívidas. Ainda não vejo, a partir do governo de Minas, qualquer articulação para pressionar o governo federal a fazer uma negociação que atenda aos interesses dos mineiros”, disse o deputado.

PRINCIPAIS PONTOS DA PROPOSTA


1 – Hoje, o RRF propõe correção da dívida com IPCA mais 4%. 

Nova Proposta:
IPCA mais 2% (Juros) nos próximos 10 anos. A partir daí reajuste apenas pelo IPCA.
 
2 – Da forma como está definido hoje, o RRF propõe o prazo de duração do ajuste (RRF) de 9 anos e 30 anos o prazo de pagamento. 

Nova Proposta:
Prazo de pagamento 50 anos. Assim se achata a curva do fluxo de pagamentos, promovendo um alongamento do perfil da dívida.
 
3 – Propostas já apresentadas até aqui sugerem que as estatais mineiras sejam privatizadas ou federalizadas. 

Nova Proposta: Dividendos das estatais entrariam apenas como garantia do cumprimento do contrato.
 
4 – Passa-se a vedar a transferência de controle ou participação nacional em estatais estaduais à União para o pagamento de débito de qualquer natureza;

5 – Revoga-se, a regra que proíbe a concessão de ajustes, aumentos ou vantagens aos servidores públicos estaduais.

6 – Esta nova proposta não atenderia apenas Minas Gerais, mas um conjunto de estados que se encontram também em graves dificuldades fiscais como por exemplo Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Goiás. Esses estados já aderiram ao Regime de Recuperação Fiscal, mas buscam a sua flexibilização. 

7 – Defendemos que o Governo de Minas Gerais assuma o compromisso de fazer um CHOQUE DE GESTÃO para cortar despesas, combater desperdícios e racionalizar custos, principalmente com uso de ferramentas digitais de gestão.

Aécio: Dentro de pouco tempo os brasileiros não serão mais reféns da polarização Lula x Bolsonaro

Encontro Estadual do PSDB reúne em Belo Horizonte, presidente nacional do partido, Marconi Perillo, e lideranças de todas as regiões de Minas

O deputado Aécio Neves afirmou que o PSDB tem a responsabilidade de apresentar uma proposta alternativa ao quadro polarizado que está instalado hoje na política brasileira. Durante o encontro estadual do partido, realizado nesta quinta-feira (21/03), em Belo Horizonte, com a presença do presidente nacional, Marconi Perillo, Aécio disse que dentro de muito pouco tempo os brasileiros deixarão de ser reféns dessa polarização.

“O PSDB tem a responsabilidade de apresentar ao Brasil uma proposta alternativa ao lulopetismo e ao bolsonarismo. Vamos apresentar uma proposta de centro, democrática, responsável, liberal na economia, mas inclusiva do ponto de vista social. Essa é a construção hoje liderada por Marconi Perillo e adianto que Minas Gerais vai contribuir para isso com o maior número de eleições para as prefeituras municipais. Dentro de muito pouco tempo, boa parte dos brasileiros vai olhar e vai dizer: não somos mais reféns dessa polarização, afirmou Aécio Neves.

Ao lado do presidente estadual do PSDB, deputado Paulo Abi-Ackel e de lideranças políticas como o ex-deputados João Leite, Eduardo Azeredo, Carlos Mosconi, Maria Clara Marra, Leonídio Bouças de prefeitos, ex-prefeitos e vereadores de várias regiões do Estado, Aécio assinou a ficha de filiação de 40 novas lideranças ao partido, entre elas, o prefeito de São João del-Rey, Nivaldo Andrade, o ex-prefeito de Ouro Preto, José Leandro, e o empresário Dimas Abraão, pré-candidato à prefeitura de Três Corações.

Em seu pronunciamento, Aécio afirmou que o encontro mostra a força que o PSDB tem em Minas.

“Ainda somos um dos principais partidos, se não o maior em Minas Gerais em número de prefeituras e de vereadores. Vamos avançar nessas eleições com candidaturas nas principais cidades. Este encontro mostra a pujança do PSDB no estado. Falo sempre que a política é feita de muitos encontros e desencontros. Mas quando vejo tantas filiações tenho que dizer que o mais valioso da política são os reencontros. Estamos vendo lideranças de todas as regiões do estado se reencontrando com o que mudou em Minas. Foi a nossa gestão responsável do ponto de vista fiscal que permitiu a Minas avançar socialmente e na infraestrutura”, disse o ex-governador de Minas.

Aécio: “O PSDB tem a responsabilidade de apresentar ao Brasil uma proposta alternativa ao lulopetismo e ao bolsonarismo”. Fotos: Rafa Aguiar

Renegociação da dívida de Minas

Durante o encontro do PSDB, Aécio destacou o projeto de lei de sua autoria, apresentado esta semana na Câmara dos Deputados, que pode resolver o impasse da dívida de Minas com a União. O deputado ressaltou que é contra a federalização das estatais mineiras Cemig, Copasa e Codemig

“É um crime de lesa-pátria a proposta de federalização, o que significa para traduzir para as pessoas que não estão acompanhando de perto essa questão, transferir para a União o controle das principais empresas de Minas Gerais. Transferir esse patrimônio para a União significa fragilizar eternamente, definitivamente, o papel de Minas Gerais como estado federado, altivo em condições de enfrentar as suas próprias dificuldades”, disse.

Aécio afirmou que a União hoje age como instituição financeira punindo os estados com a cobrança excessiva de juros. O deputado explicou a sua proposta:

“A minha proposta impede a transferência do controle para União. As empresas teriam de utilizar, através dos seus dividendos, como garantia para o pagamento da dívida que se daria de forma flexibilizada, se daria em outras condições, com alargamento do tempo de pagamento que diminuiria as parcelas; o IPCA mais 4% de juros cobrados hoje cairia para 2% e depois para zero. A União age hoje como instituição financeira, como agiota, punindo os estados e punindo de forma vigorosa”, completou.

Leia a entrevista de Aécio durante o encontro do PSDB-MG

O ex-deputado estadual e ex-prefeito de Ouro Preto, José Leandro, assina ficha de filiação ao PSDB