Aécio ressalta união do PSDB e diz que partido está preparado para ajudar o Brasil a superar crise

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, afirmou neste domingo (05/07) que o partido está preparado para ajudar o País a superar a grave crise política e econômica que atravessa. Em entrevista coletiva após a convenção nacional que o reelegeu para mais dois anos no comando do partido, o senador ressaltou que a união dos tucanos será essencial para propor alternativas para corrigir os erros do atual governo e recolocar o país no rumo de desenvolvimento e da geração de empregos.

“Não existe um partido político hoje no Brasil mais pronto e preparado para conduzir o destino desse país, e mais rapidamente possível corrigir os equívocos desse governo, do que o PSDB. A nossa unidade e a nossa coragem para enfrentar os desafios serão as duas palavras mágicas que vão nos acompanhar daqui até o desfecho de todo este processo”, afirmou Aécio Neves em entrevista coletiva ao lado do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.

Aécio Neves avaliou que as denúncias que recaem sobre o governo Dilma, como as suspeitas de uso de recursos desviados da Petrobras na campanha à reeleição e as infrações à Lei de Responsabilidade Fiscal, caminham para um desfecho que pode ter consequências graves.

“O que vejo, curiosamente, é que alguns partidos que hoje apoiam o governo têm esse sentimento até mais aflorado do que o nosso. É preciso que a presidente tome as rédeas, se é que ela ainda tem condições de fazer isso, porque senão, não teremos o desfecho de 2018. Ele poderá ser antecipado, mas repito: não por ação do PSDB, mas pelas inúmeras frentes que a presidente criou, descumprindo a Lei de Responsabilidade Fiscal, fraudando a prestação de contas, utilizando, segundo os últimos depoimentos de delatores, dinheiro da propina na sua campanha eleitoral”, disse.

 

União do PSDB 

Aécio Neves foi reeleito presidente nacional do PSDB com 99,34% dos votos em convenção que reuniu 3 mil pessoas em Brasília. O evento reuniu as principais lideranças da legenda, entre elas o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o senador José Serra .

Para o tucano, o evento entra para a história como uma das mais importantes convenções já realizadas pelo partido em 27 anos. “Essa 12ª Convenção Nacional do PSDB talvez seja a mais importante dos nossos 27 anos de fundação. Só comparada àquela que lançou a candidatura de Fernando Henrique Cardoso como Presidente da República.  Mas como já se passaram 27 anos da nossa fundação essa talvez seja ainda mais relevante, pois mostra um partido revigorado e claramente sintonizado com setores importantes da vida nacional. É um partido que está atento às expectativas e esperanças de milhões de brasileiros”, afirmou o presidente tucano.

Aécio Neves e Geraldo Alckmin – Entrevista durante a XII Convenção Nacional

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, concederam entrevista coletiva, neste domingo (05/07), em Brasília, durante a XII Convenção Nacional do partido. Eles conversaram sobre o evento, governo Dilma Rousseff e futuro do Brasil.

 

Leia a transcrição da entrevista do senador:

Essa XII Convenção Nacional do PSDB talvez seja a mais importante dos nossos 27 anos de fundação. Só comparada àquela que lançou a candidatura de Fernando Henrique Cardoso como Presidente da República.  Mas como já se passaram 27 anos da nossa fundação essa talvez seja ainda mais relevante, pois mostra um partido revigorado e claramente sintonizado com setores importantes da vida nacional. É um partido que está atento às expectativas e esperanças de milhões de brasileiros.

Continuamos a ser minoria na Câmara e Senado e temos cumprido o nosso papel, a meu ver, da forma mais correta possível. Somos já maioria no amplo seio da população Brasileira. Então hoje nós nos encontramos com as principais lideranças do PSDB e militância de todas as regiões do país. É uma festa aqui que por um lado, representa uma oportunidade de agradecer o apoio que eu tive dos companheiros ao longo da última campanha eleitoral. Mas é também um momento de registrarmos, e faço isso com grande alegria ao lado do governador Geraldo Alckmin, o compromisso e responsabilidade com o Brasil.

Dizia que essa Convenção acontece em um momento extraordinário. Estamos em sintonia com a sociedade brasileira e a expectativa de tantos brasileiros que hoje se frustraram e demonstram a sua indignação em relação ao que vem acontecendo no país. Portanto, o PSDB é um partido renovado no seu espírito e força estando cada vez mais qualificado nos seus quadros. Por isso eu agradeço imensamente o apoio que tive dos companheiros e os homenageio na figura do governador Geraldo Alckmin, para que o PSDB cumpra com o seu destino porque mais cedo ou mais tarde vai caber ao PSDB corrigir os equívocos desse governo e limpar essa verdadeira lambança que o PT fez na vida nacional.

 

Numa eventual decisão do TSE de afastar a presidente, o PSDB está conversando com o PMDB sobre a governabilidade e formação de uma base?

Tenho visto muitas notícias nos jornais. Da minha parte não tive qualquer conversa, pois o desfecho desse processo, se é que ele vai haver e parece que se aproxima, não depende do PSDB. O partido, como disse o governador Geraldo e o presidente Fernando Henrique, tem que estar pronto e nós estamos prontos para assumir a nossa responsabilidade qualquer que seja. Isso depende muito mais dos tribunais e da mobilização da sociedade brasileira do que, especificamente, do PSDB.  Mas o sentimento que eu tenho, e falo em meu nome, é que nós já não temos mais um governo no país.

A presidente depois de terceirizar a condução da economia para alguém com quem ela não mantinha do ponto de vista do seu pensamento, da formulação macroeconômica qualquer identidade, depois de transferir a coordenação política para o seu vice – que foi por ela desprezado durante os seus primeiros 4 anos – nós estamos  vemos que não existe mais um governo no Brasil.  A pauta é construída pelo Congresso Nacional, o Judiciário faz felizmente o seu papel e isso é muito relevante, as instituições no Brasil funcionam e funcionam muito bem e nosso papel é não permitir que elas sejam atacadas ou constrangidas.

O desfecho – a meu ver – dependerá muito mais dessas instituições, da força dessas instituições, Ministério Público, Tribunal de Contas, Tribunal Eleitoral, Poder judiciário, como um todo.

 

Sobre a convenção do PSDB.

Eu acho que hoje, também, foi a consagração definitiva da nossa unidade e do nosso projeto. É muito bom você depois de 27 anos de existência –  desde a sua fundação – o PSDB poder olhar nos olhos dos brasileiros com muito orgulho do seu passado, porque o passado, a estória, ninguém altera, ela está aí escrita e nós temos um orgulho enorme da nossa estória. O futuro, aí sim nós podemos construir e com a nossa unidade para desencanto e desalento  daqueles que torcem contra, será o instrumento mais valioso para nós, como diz, encerramos a esse ciclo de governo que aí está e é isso que quer a grande maioria dos brasileiros iniciarmos um outro.

Não existe um partido político hoje no Brasil mais pronto e preparado para conduzir o destino desse país, e mais rapidamente possível corrigir os equívocos desse governo, do que o PSDB. A nossa unidade e a nossa coragem para enfrentar os desafios serão as duas palavras mágicas que vão nos acompanhar daqui até o desfecho de todo este processo.

 

Sobre o fim do governo Dilma.

Não cabe ao PSDB antecipar a saída de presidente da República. Não somos golpistas. O que existe hoje é uma ausência de governo. E se a presidente não assume as suas responsabilidades, se ela as terceiriza, cada vez mais este sentimento de vácuo vai grassando, vai se espalhando pela sociedade brasileira.

O que vejo, curiosamente, é que alguns partidos que hoje apoiam o governo têm esse sentimento até mais aflorado do que o nosso. É preciso que a presidente tome as rédeas, se é que ela ainda tem condições de fazer isso, porque senão, não teremos o desfecho de 2018. Ele poderá ser antecipado, mas repito: não por ação do PSDB, mas pelas inúmeras frentes que a presidente criou, descumprindo a Lei de Responsabilidade Fiscal, fraudando a prestação de contas, utilizando, segundo os últimos depoimentos de delatores, dinheiro da propina na sua campanha eleitoral. Isso está em uma das delações mais recentes. Cabe a ela explicar porque no Brasil, e aí vamos estar mais vigilantes, a lei tem de valer para todos.

 

Governador Geraldo Alckmin – Quero cumprimentar o Aécio reeleito presidente nacional do nosso partido. O que eu havia dito é que o PT chegou ao fundo do poço.  Que cabe a nós não deixar que o Brasil seja carregado por eles. Temos que lutar, trabalhar, para ajudar a população brasileira, especialmente aqueles que mais precisam, e ajudar a questão do emprego que absolutamente prioritária. O país está perdendo perto de 160 mil empregos por mês. Podemos chegar ao fim do ano com mais de 700 mil pessoas desempregadas. O nosso foco deve ser que a conta dessa destruição da economia e da contabilidade federal não seja paga pelos trabalhadores e pela população mais pobre.

Aécio Neves: a presidente Dilma não governa mais o Brasil

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, afirmou em coletiva à imprensa, nesta quarta-feira (08/04), que a presidente Dilma Rousseff introduziu algo novo na vida política do Brasil: a renúncia branca.

 

Ouça a entrevista do senador:

PSDB lançará campanha de filiação com foco na juventude e nas mulheres, anuncia Aécio Neves

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, anunciou nesta quarta-feira (08/04), que o partido lançará no dia 5 de maio campanha nacional de filiação focada na juventude e no público feminino. A proposta, segundo Aécio, é ampliar a participação desses segmentos na vida política nacional e na construção de uma agenda positiva para o país.

“Esse é um momento importante do partido de reafirmação de suas propostas, de contraponto ao governo que aí está, cada vez mais fragilizado. Vamos fazer uma campanha com uma linguagem visual única, focada principalmente em dois segmentos da sociedade, os jovens e as mulheres”, afirmou o senador, em entrevista à imprensa após reunião da Executiva Nacional do partido, em Brasília.

A decisão de atrair jovens e o segmento feminino faz parte da campanha de renovação iniciada há quase dois anos com a eleição de Aécio Neves para a presidência nacional do partido. Segundo o senador, pesquisas recentes mostram que o PSDB é a sigla preferida por jovens de 16 a 24 anos. Além disso, há uma demanda cada vez maior das mulheres por participação na vida partidária.

O PSDB também quer se aproximar de lideranças estudantis que tenham afinidade com o programa do partido. “Já há uma presença crescente de lideranças com afinidades com o PSDB disputando diretórios acadêmicos de inúmeras faculdades públicas e privadas do país. Queremos canalizar esse sentimento e esse despertar de uma parcela grande da sociedade brasileira para a militância partidária”, ressaltou.

De acordo o senador, o partido quer aproveitar o sentimento de indignação da sociedade brasileira com o governo Dilma Rousseff para propor uma agenda positiva para o país.

“Temos que mostrar que essa insatisfação e essa indignação precisa ser canalizada para uma agenda positiva para o país. Isso se faz, em parte, pela atuação dos partidos políticos. Vamos fazer uma campanha que permita que esses novos filiados tenham uma relação ativa com o partido. Estamos muito otimistas que com isso vamos dar uma grande renovada no partido”, destacou Aécio Neves.


Eleições em diretórios

O senador Aécio Neves também anunciou que a Executiva Nacional do PSDB, em decisão unânime, decidiu alterar as regras para a realização de eleições em diretórios municipais e estaduais.

“Todos os diretórios ou comissões provisórias, que nas últimas eleições parlamentares não obtiveram, ou para deputado federal ou para deputado estadual, a marca de 6% dos votos, que é metade da média do desempenho do partido em todo o Brasil, não estarão autorizados a fazer as convenções municipais. E os estados em que não se alcançou o número mínimo de municípios com diretórios que, estatutariamente, definem aqueles que estarão aptos a fazer essas convenções, também não farão as convenções estaduais”, anunciou.

Com a mudança, cerca de 30% dos diretórios e comissões provisórias não realizarão eleições marcadas para maio. Segundo Aécio, a decisão tem como objetivo estimular a participação das bases partidárias com as lideranças do partido.

“O que percebemos é que em determinados diretórios não houve qualquer empenho ou vínculo maior com as candidaturas do partido. Não fiz esse casamento com as eleições majoritárias, porque elas têm uma dinâmica própria, mas é fundamental que os diretórios municipais do partido, se queremos ser um partido cada vez mais nacional e fortalecido, é preciso que haja um compromisso das bases do partido, das nossas lideranças municipais, com as candidaturas do partido”, justificou.

Aécio Neves – Entrevista sobre a reunião da Executiva do PSDB

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, concedeu entrevista coletiva, nesta quarta-feira (08/04), em Brasília (DF), onde participou da reunião da Executiva Nacional do partido. Aécio falou sobre a reunião, campanha de filiação do PSDB, IPCA, manifestações do dia 12, abertura do capital da CEF e concessões na Petrobras.

 

Leia a transcrição da entrevista do senador:

Sobre reunião da Executiva do PSDB.

Fizemos uma reunião da Executiva com uma pauta pré-definida e tomamos aqui algumas decisões. No dia 5 de maio o PSDB estará lançando nas redes, também de forma presencial, em cada um dos estados uma ampla campanha de filiação, para que em um sentimento crescente que percebemos hoje e a aproximação de setores importantes da sociedade com o PSDB possa ter como consequência a militância dessas pessoas no PSDB. Compreendemos que esse é um momento importante para o partido de reafirmação das suas propostas, de contraponto ao governo que aí está, cada vez mais fragilizado.

Então, vamos fazer uma campanha com uma linguagem visual única focada principalmente em dois segmentos da sociedade: os jovens, e as últimas pesquisas nacionais já mostram que o PSDB é o partido preferido pelos jovens entre 16 e 24 anos, algo que não acontecia anteriormente, e nas mulheres. Há também uma movimentação grande do segmento feminino do PSDB e uma presença, quase que uma demanda muito grande de mulheres de todas as regiões do Brasil para participarem da vida partidária. O que temos é que mostrar que essa insatisfação, essa indignação precisa ser canalizada para uma agenda positiva para o país. E isso se faz, em parte, através da atuação dos partidos políticos.

Portanto, vamos fazer uma ampla campanha que permita que novos filiados tenham uma relação ativa com o partido, trazendo informações, demandas, sugestões e obviamente recebendo do partido também sobre os nossos vários posicionamentos. Estou muito otimista de que com isso vamos fazer uma grande renovada no partido, vamos ter um foco especial já nas universidades, já há uma presença crescente de lideranças com afinidade com o PSDB, disputando diretórios acadêmicos, diretórios estudantis de inúmeras faculdades públicas e privadas do país e queremos canalizar esse sentimento, esse despertar de uma parcela grande da sociedade brasileira para a militância partidária.

Tomamos uma decisão por unanimidade da Executiva Nacional do partido que vai possibilitar uma renovação também das nossas bases. Todos os diretórios ou comissões provisórias que nas últimas eleições parlamentares não obtiveram ou para deputado federal ou para deputado estadual a marca de 6% dos votos, que é a metade da média do desempenho do partido em todo o Brasil, não estarão autorizados a fazer as convenções municipais. E os estados em que não se alcançou o número mínimo de municípios com diretórios que estatutariamente define aqueles que estarão aptos a fazer essas convenções também não farão as convenções estaduais.

 

O sr. tem um mapa disso?

Vamos divulgar esse mapa hoje ainda. Queremos com isso estimular que haja um vínculo cada vez maior das bases partidárias com as lideranças do partido. O que percebemos é que em determinados diretórios não houve qualquer empenho, qualquer vínculo maior com as candidaturas colocadas pelo partido.

Não fiz esse casamento com as eleições majoritárias porque elas têm uma dinâmica própria, mas eu acho que é fundamental que os diretórios municipais do partido, se nós queremos ter um partido cada vez mais nacional, cada vez mais fortalecido, é preciso que haja um compromisso das bases do partido, das lideranças municipais, com as candidaturas do partido.

É algo absolutamente novo, mas eu ressalto que foi aprovado por unanimidade. Isso significa que cerca de 30% dos diretórios e comissões provisórias do PSDB não realizarão as convenções marcadas para maio. Poderemos ter uma segunda chamada, vamos chamar assim, em setembro, prazo final para a filiação daqueles que vão disputar as eleições municipais, onde esses municípios eventualmente estarão realizando as suas convenções, ou com o mesmo grupo, ou com outras filiações que poderão vir.

Por isso nosso empenho em antecipar esse processo de filiação porque muitos desses municípios e em outros onde o PSDB sequer estava organizado nós achamos que poderemos reorganizá-lo com novas lideranças. O partido vai se oxigenar, vai rejuvenescer, tanto na sua militância, quanto nos seus dirigentes municipais.

 

Nesses locais, como vai funcionar?

Simplesmente a comissão provisória. O diretório vai ser extinto a partir do cumprimento do prazo de validade daquela direção, que é agora o mês de maio porque foram prorrogados até maio. Em junho, assumirão novas direções estaduais, e caberá a essas novas direções estaduais reativar que essa comissão provisória onde ela se justifique, haja expectativa de que ela possa crescer, ou no lugar daquela que foi extinta atrair outros grupos políticos. O que nós queremos é acabar com os cartórios que existem hoje no PSDB. Diretórios que não demonstraram ao longo do tempo qualquer compromisso com o partido. Então, nesses municípios, haverá uma estratégia nova de atração de novas lideranças. E, a partir das eleições municipais, ou das eleições desses diretórios, serão estabelecidos também critérios de desempenho para as eleições municipais, que vão ser ainda estabelecidos e para as próximas eleições parlamentares. O que nós queremos é conectar as nossas bases com os nossos representantes, seja na Câmara de Vereadores, no caso das municipais, seja no Congresso Nacional e nas assembleias legislativas.

 

O que o sr. diz sobre auditoria do governo Pimentel em Minas?

Acho que é um atestado de fracasso de um governo que não começou. Eu costumo dizer que quem dirige olhando pelo retrovisor, corre o risco de bater, bater forte. E no caso do PT de ter perda total. Então acho que é uma grande encenação.

 

O sr. contesta os números?

Isso será contestado em Minas Gerais por quem está avaliando. Uma encenação de um governo que ainda não começou. Desejo que o governador eleito de Minas Gerais esteja à altura do cargo de governador e possa atender a todas as promessas e compromissos que assumiu com a população.

Quero fazer apenas um comentário em relação a essas últimas movimentações do governo, e acho que a presidente Dilma Rousseff introduziu algo novo na vida política do Brasil: a renúncia branca. Há, hoje um interventor na economia, que pratica tudo aquilo que ela combateu ao longo de todo o seu primeiro mandato, e agora ela delega a coordenação política ao vice-presidente da República a quem ela desprezou durante todo o seu primeiro mandato. Já é hoje refém das presidências da Câmara e do Senado na condução da agenda legislativa. E a grande pergunta que resta é: que papel desempenha hoje a presidente da República? Acredito que praticamente nenhum mais.

 

O sr. vai às ruas dia 12?

Estou avaliando. Hoje houve aqui uma discussão muito amistosa em relação a isso e vou avaliar até o último momento, mas eu quero aqui dizer que esse movimento é absolutamente legítimo. Os nossos companheiros devem estar nas ruas e estarão nas ruas demonstrando mais uma vez a sua indignação.

Há hoje apostas de reação ao governo de que o movimento será menor. Não importa o tamanho do movimento, porque a indignação da população brasileira é cada vez maior. O PSDB, que não é dono desse movimento e nem deve ser, é absolutamente solidário a todas essas manifestações. E o que eu vejo é uma presença cada vez maior da nossa militância, dos nossos companheiros, dos nossos líderes, dos nossos dirigentes nesse movimento. Eu vou avaliar domingo se estarei presente.

 

E o que o sr. achou do IPCA divulgado hoje? Em 12 meses está acima de 8%, bem acima do teto da meta.

É o pior março de toda essa série, o que demonstra que aquilo que nós dizíamos durante a campanha eleitoral se confirma a cada dia. Inflação está sem controle, a inflação de alimentos já está acima de dois dígitos há muito tempo. Então, na verdade, os governos que têm esse viés populista, que se utilizam das massas ou da divisão de classes para se manter no poder acabam por prejudicar em primeiro lugar aqueles mesmos que eles dizem defender, porque os que sofrem de forma mais imediata os efeitos dessa crise que se agrava a cada dia são exatamente os que menos têm, que veem sua renda corroída pela inflação, que veem o desemprego aumentando no Brasil com perspectiva de crescimento negativo neste ano.

Aquilo que traz a meu ver maior indignação à sociedade brasileira, além da corrupção deslavada, casada com esta gravíssima crise econômica, é a sensação de engodo. Os brasileiros têm a sensação de que foram enganados pela presidente da República e esta é a razão maior da sua fragilização permanente. Repito, o que assistimos a partir desta decisão da presidente de ontem é uma renúncia branca. Hoje, quem governa o Brasil não é mais a presidente Dilma.

 

Dois dogmas do PT estão caindo num dia só: o sistema de partilha e a abertura do capital da caixa.

O PT se transforma na maior fraude da história política recente do Brasil. Nada que se disse durante a campanha eleitoral se sustenta agora. Em relação à questão das concessões ou o de partilha eu alertei durante a campanha por inúmeras vezes. As perdas que o Brasil vinha tendo. Ficamos cinco anos sem leiloar nenhuma área no Brasil no momento em que mais de US$ 300 bilhões da indústria petroleira foram investidos no mundo. Exatamente porque prevaleceu a visão ideológica. Hoje, a Petrobras, sucateada e assaltada, não tem condições de manter a sua participação de 30% em cada um dos blocos que deveria estar sendo explorado. Isso significa os prejuízos que a inoperância deste governo, a irresponsabilidade deste governo causou ao país, ela não se limita apenas aos prejuízos da Petrobras, de Pasadena, de outros maus negócios ou da corrupção, se estende por toda a cadeia econômica. Nós, infelizmente, tivemos uma extraordinária descoberta que foi o Pré-sal, mas o atual governo inviabilizou a Petrobras para ser a principal exploradora desse tesouro encontrado.

Acho que a discussão do retorno do modelo de concessões é uma discussão que já propúnhamos lá atrás. Mais uma vez o que se percebe que o governo do PT é um na campanha eleitoral e outro contra o governo. No meu governo, por exemplo, não haveria a privatização da Caixa Econômica Federal. Não haveria partidarização do Banco do Brasil e não haveria a ocupação criminosa da Petrobras. Esta é a grande diferença entre nós e o governo que está aí. Repito, temos hoje no Brasil um governo refém de setores da sua base, com uma agenda econômica que não é a sua. Realmente não sei até onde isso vai.

 

O pessoal do Movimento Brasil Livre está chamando a oposição de molenga que não está participando das manifestações.

Acho que a oposição está fazendo o seu papel com absoluta responsabilidade. É obviamente a opinião de alguém que não acompanha o embate diário no Parlamento.

 

Eles querem que o sr. vá à marcha.

É um convite? Estou avaliando a minha presença com muita serenidade. Tenho dito sempre que este movimento não é o movimento do PSDB. É um movimento dos brasileiros. E quanto mais da sociedade ele for, mas legítimo ele será. Isso não impede que eu resolva ir. Não vou fazer nenhum anúncio prévio, nem tomar nenhuma decisão agora, porque aí sim, daria margem a todo tipo de especulação, de um certo aproveitamento do movimento que, repito, quanto mais da sociedade for, quanto mais espontâneo for, como está sendo, mais legítimo e maiores consequências ele terá. Quem sabe como cidadão eu resolva aparecer?

 

Pronunciamento no Congresso Nacional (Parte 02)

O presidente do PSDB, senador Aécio Neves, criticou, hoje (03/12), as medidas anunciadas pelo governo após as eleições.