Aécio Neves – Entrevista sobre o pacto federativo e segurança

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, comentou, em entrevista neste sábado (08/02), em São Carlos (SP), sobre o Pacto Federativo e a segurança pública no país. Aécio Neves ressaltou a necessidade de uma gestão solidária, onde municípios e estados recuperem a sua capacidade de investimentos.

 

Leia a transcrição da entrevista do senador:

Sobre novo Pacto federativo

Queremos permitir que os municípios voltem a ter condições de enfrentar as suas dificuldades. O Brasil, na era PT, se transformou em um estado unitário. Apenas o governo federal pode fazer as coisas. O que queremos é uma gestão solidária, onde municípios e estados recuperem a sua capacidade de investimentos. O PT assumiu o governo há 11 anos e o governo federal participava com 56% de tudo que se investia em saúde, hoje apenas 45%. Quem paga o restante da conta? Os municípios e os estados. Na segurança pública, 87% de todo investimento feito no Brasil é de estados e municípios. O governo federal, que é quem mais tem, investe apenas 13%. Na base da nossa proposta de refundação da federação está exatamente uma visão mais solidária na saúde, na segurança pública e na educação com os estados e municípios.

 

Como isso seria feito?

Isso seria feito a partir de reformas no Congresso Nacional. Temas estão sendo discutidos e o governo não permite que eles avancem. Como, por exemplo, o aumento de 1 ou 2 pontos percentuais no Fundo de Participação para estados e municípios, o fim da tributação do PASEP entre entes federados, a renegociação da dívida dos estados. Essa é a agenda federativa que, infelizmente, o governo federal não deixa avançar.

 

Sobre segurança pública

Sem dúvida alguma a questão da segurança pública necessita uma ação do governo federal que não vem ocorrendo. A omissão do governo é enorme. Eu diria até irresponsável, já que o governo federal tem a responsabilidade de cuidar das fronteiras, tem a responsabilidade para coibir o tráfico de drogas, tráfico de armas e investe apenas 13% do conjunto do investimento. E o contingenciamento que o governo vem fazendo em recursos de segurança pública tem levado ao agravamento da crise, por exemplo, no sistema prisional. Eu destacaria uma ação na saúde mais solidária com estados e municípios, mais investimentos em segurança pública e mais eficiência também no controle dos gastos em educação como prioridades para um futuro.

A área de segurança será uma preocupação permanente de um futuro governo do PSDB, que passará por reformas tanto do Código Penal, como no Código de Processo Penal, cuja discussão vem sendo liderada no Congresso pelo senador por São Paulo, Aloysio Nunes, como por medidas que impeçam, por exemplo, o contingenciamento de recursos para essa área. Eu próprio tenho uma PEC tramitando no Congresso Nacional que impede que os recursos aprovados no Orçamento para a segurança pública sejam contingenciados. Isso significa que cada governante, cada estado, independente do partido político do governador, sabe quanto vai receber mensalmente. Seja para ampliar o efetivo da polícia, seja para investir em inteligência, seja para investir em equipamentos. O que diria é que temos hoje no Brasil um estado unitário e um governo pouco generoso com a Federação.

 

Aécio Neves em São Carlos: “Brasileiros querem voltar a respeitar seus governantes”

Dando continuidade aos encontros com lideranças de todo o país, o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), esteve neste sábado (08/02), em São Carlos (SP), reunido com prefeitos, vereadores e militantes. Acompanhado do senador Aloysio Nunes, do presidente do PSDB-SP, deputado federal Duarte Nogueira, do secretário-geral do partido, deputado federal Mendes Thame, do prefeito de São Carlos, Paulo Altomani, e de líderes regionais, Aécio salientou a importância da discussão de uma nova agenda para o país.

“Quero falar de coisas boas, de esperança, de confiança. O Brasil e os brasileiros não precisam acostumar-se e acomodar-se à mediocridade. Não existe propaganda oficial, por mais bilionária que seja, que mascare a realidade. E a grande realidade é que esse ciclo de governo do PT vai ser encerrado. Não em benefício do PSDB, mas em benefício dos brasileiros que querem crescer, se desenvolver e voltar a respeitar os seus governantes”, declarou.

Aécio destacou que suas andanças pelo interior do Brasil têm o objetivo de fortalecer na militância tucana o sentimento de que algo diferente pode ser feito no rumo político do país.

“Esse é um evento muito especial, como tem sido alguns outros, porque vejo as pessoas se aproximando de nós não apenas para dar um tapinha nas costas, um cumprimento, um aperto de mão, mas para perceber e sentir se estaremos realmente em condição de enfrentar os enormes desafios que temos pela frente”, disse.

“É exatamente a partir de encontros que fazemos aqui hoje, em São Carlos, que eu cada vez mais consolido a ideia, o sentimento e a convicção de que depende apenas de nós, da nossa coragem, para que possamos dar, dentro de muito pouco tempo, uma resposta definitiva a todos os brasileiros que estão indignados com o despudor, com a irresponsabilidade e incompetência daqueles que vem comandando o Brasil nos últimos anos”, afirmou.

 

Reformas interrompidas

Em seu discurso, o senador apontou ainda a necessidade de retomar reformas interrompidas durante os dez anos de gestão petista na presidência da República. Segundo ele, o sentimento de mudança que o país vive não é meramente partidário, mas fruto de elevada consciência cidadã.

“Em um momento de tamanha desmoralização da classe política, de tamanho divórcio da sociedade com seus representantes, nós temos que nos reunir, porque não se trata do desafio de levar um partido à presidência da República. Trata-se de nós termos a convicção clara de que nos levantamos, com coragem, para dizer basta”, considerou.

“Basta dessa centralização irresponsável de recursos nas mãos da União, que tão mal vem fazendo aos municípios e aos estados brasileiros na saúde, segurança e educação. Basta dessa visão atrasada e preconceituosa em relação ao mundo, que nos fez alinhar com ditaduras mundo afora e retirou o Brasil das grandes cadeias globais de produção”, completou.

O presidente nacional do PSDB finalizou dizendo que, em um país continental com desigualdades latentes, é preciso dar mais atenção à importância de estados como o de São Paulo.

“Tenho andado pelo Brasil pregando a mudança, pregando aquilo em que acredito. Diferente dos nossos adversários, vamos fazer campanha falando a verdade, com clareza e simplicidade. Nossa grande diferença são os nossos valores”, concluiu.

Aécio Neves retoma encontros com tucanos para debate de agenda nacional

O presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), reuniu hoje em Araçatuba, em São Paulo, mais de 800 lideranças de municípios em encontro que marca a retomada da mobilização que os tucanos vêm promovendo em todo país para debate dos problemas nacionais.

Nesta sexta-feira (07/02), Aécio Neves participou do Encontro Regional do Noroeste paulista, com a presença de líderes políticos e empresariais que discutiram o abandono pelo governo federal do setor do etanol. Aécio destacou a perda de empregos na região e os prejuízos para o país da falta de uma política nacional de apoio à mais importante fonte alternativa de combustível.

“Já no final do ano mostramos um conjunto de ideias que norteará a construção do nosso programa de governo e é muito importante que nossos companheiros possam nos ouvir e que possamos ouvi-los também. Essa é uma região que sofre, de um lado, pela desindustrialização do Brasil, a queda do crescimento da indústria aqui tem efeitos claros, e, em especial no campo, pela fragilização de toda a cadeia do etanol em todas suas etapas tem gerado problemas graves também nessa região. Isso ocorreu porque o governo não percebeu que tinha em mãos um instrumento extremamente valioso, extremamente importante não apenas de geração de combustível, de energia alternativa, mas também de geração de empregos. Reconstruir o programa do etanol, que também significa divisas com o Brasil, será uma prioridade do PSDB”’, disse o senador tucano, em entrevista.

Aécio Neves afirmou que o PSDB apresentará para o debate este ano um novo modelo de gestão, com base na eficiência do Estado, na ética e no compromisso com áreas fundamentais para a vida da população, como saúde, segurança e o controle da inflação.

“O PSDB está construindo um projeto alternativo a esse conduzido pelo PT. Que passa pela eficiência do Estado, por compromissos com a ética, pela modernização das nossas relações do o mundo, pelo controle da inflação, por uma política fiscal transparente. Queremos um governo que cuide da saúde de forma adequada e mais solidária com estados e municípios, invista mais em segurança pública. Tudo aquilo que o governo federal não vem fazendo. E a construção desse nosso discurso, dessas nossas propostas, tem que ser feita com visitas como essa. Vamos apresentar no momento dos grandes debates uma nova proposta, um novo modelo de gestão que está sendo construído nos encontros do partido”, disse Aécio Neves.

 

Araçatuba e São Carlos

Antes da reunião com lideranças, Aécio Neves tomou suco de laranja na tradicional Bandeirante, onde foi cumprimentado pela população. O presidente do PSDB estava acompanhado do secretário-geral do partido, deputado federal Mendes Thame, do líder do PSDB no Senado, senador Aloysio Nunes, do presidente do PSDB-SP, deputado federal Duarte Nogueira, e dos deputados estaduais Dilador Borges e Pedro Tobias, entre outros. Amanhã, Aécio Neves participa de encontro com lideranças em São Carlos (SP).