Reforma Política

Em entrevista coletiva após reunião com líderes dos partidos, nesta terça-feira (19/04), Aécio Neves disse que a reforma política, com a redução do número de partidos no país, foi um dos temas da reunião com o vice-presidente Michel Temer, ontem, em São Paulo.

“O Senado tem um número excessivo de partidos políticos e eu disse ontem ao vice-presidente da República que, se assumir a Presidência da República, uma das questões essenciais a ser enfrentada na largada do seu eventual governo é apresentar uma proposta de reforma política que restabeleça a cláusula de barreira. Não é possível você administrar o Brasil, com a complexidade das decisões que temos que tomar, com 25 partidos na Câmara e esse também número excessivo de partidos no Senado Federal”, afirmou Aécio.

PSDB cobra agilidade no andamento do processo de impeachment

“O Brasil não pode ficar parado em um hiato, paralisado por mais esse período”, afirmou hoje (19/04) o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, ao defender agilidade nos procedimentos de instalação e nos trabalhos da Comissão Especial do Senado que julgará a aceitação do pedido de impeachment da presidente da República, aprovado pela Câmara dos Deputados no ultimo domingo. Aécio disse que as oposições trabalham para votar o pedido do impeachment em plenário até 10 de maio.

Entrevista coletiva do senador Aécio Neves

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, concedeu entrevista coletiva, nesta terça-feira (19/04), em Brasília. Aécio falou sobre a reunião de líderes no Senado, instalação da Comissão do Impeachment, prazos e rito do processo de impeachment.

Leia a transcrição de trechos da entrevista do senador:

Os líderes ainda estão reunidos com o presidente do Senado, mas construiu-se um consenso na base da lógica. A Comissão Especial (do impeachment) deverá ser constituída com base nos blocos partidários, porque essa é a única forma de atender ao número de participantes, que seriam 1/4 do total dos membros do Senado Federal, portanto, 21 membros, garantindo a proporcionalidade de todos os partidos ou blocos. É isso que determina a lei. Se você for atender a partidos, isso seria impossível devido ao grande número de partidos que nós temos aqui, cinco ou seis com apenas um representante. Então está prevalecendo, e essa será a decisão final, que essa proporcionalidade será pelos blocos partidários. Todos os blocos estarão representados por uma razão lógica e busco uma analogia com as eleições. Quando você estabelece uma coligação partidária em uma eleição os partidos deixam de existir naquele instante e para o efeito eleitoral a coligação que passa a valer inclusive na contabilidade dos eleitos. É o mesmo aqui. A partir do momento que os blocos são estabelecidos e se formam eles passam a ter um funcionamento como se fosse de partido. Os blocos, muitos deles com três, quatro, cinco, partidos têm um líder apenas. O que nós, do PSDB, estamos defendendo, e aí já é a defesa majoritária na reunião, é que a comissão será formada com base nos blocos partidários e imediatamente será feita a eleição dos seus membros para que ela comece a trabalhar.


Um mesmo bloco pode ter opiniões diferentes. Isso não pode ser um ponto de batalha?

Exatamente. Aí é o momento de o bloco sentar e ver qual que é a posição majoritária, até porque os partidos também têm posições diferentes. Em uma democracia prevalece a posição da maioria, seja dentro de um partido político ou dentro dos blocos. Essa é a solução racional até porque não há uma temática que consiga colocar numa Comissão de 21 membros todos os partidos representados no Senado Federal e, ainda assim, garantindo a proporcionalidade deles. É impossível.


A Comissão será instalada hoje?

Esta é a segunda discussão que já se inicia. Queremos que a instalação seja feita hoje ainda para que, imediatamente instalada, a comissão possa eleger seus membros e aí marcar, ela que marcará a partir da eleição do seu presidente e do seu relator, as datas das próximas reuniões.

Nós fizemos um cálculo e achamos que até o dia 10 de maio é absolutamente razoável que essa proposta, uma proposta aprovada na comissão, esteja sendo submetida ao plenário do Senado Federal, e se aprovada, nós estamos falando da admissibilidade da denúncia, há o afastamento da presidente da República. O Brasil não pode ficar parado, em um hiato, paralisado mais esse período. Achamos razoável, também há uma convergência, não unanimidade, em relação a esse prazo, na nossa visão, entre 5 e 7 de maio poderia ser votado na comissão e em seguida, entre 10 e 11 de maio, ser votado no plenário, que aí sim, aceita a denúncia, garantida a admissibilidade da denúncia, inicia-se o processo de julgamento.


O que for decidido hoje precisa da concordância de todos os líderes ou a maioria decide?

A maioria. Uma decisão que precisasse de unanimidade paralisaria essa Casa. É a maioria e, em última instância, cabe ao presidente do Senado Federal, se não houver consenso, que parece que se constrói, tomar a decisão. Se alguém se sentir lesado ou contrariado, obviamente recorrerá à Justiça. Mas esperamos que isso não seja necessário. Tudo o que pudermos fazer para evitar a judicialização desse processo, nós faremos porque é importante que essa decisão, como prevê a nossa Constituição, é um caso extremo, seja feita, liderada, e a decisão final tomada pelo Senado Federal, como fez a Câmara quando a prerrogativa era sua.

Eu estou muito tranquilo de que esse rito será aprovado e nós teremos debates, e aí sim eu espero que se atenham às denúncias. É hora de o Senado Federal, no momento em que se apresentar à sociedade brasileira, discuta os temas constantes das denúncias, tanto aqueles que estão a favor quanto aqueles que são contra a admissibilidade dessa denúncia. É hora de o Senado levantar um pouco o moral do Congresso Nacional depois de tudo o que nós vimos.


O STF definiu que é o rito a ser seguido era o do impeachment do então presidente Collor. Por que levar essa discussão novamente entre as equipes jurídicas?

O rito que existia lá, infelizmente, ele traz algumas dúvidas para o processo atual pelo enorme número de partidos políticos que existem hoje. Não existia no período do presidente Collor esse número de partidos. Então ali, a composição foi feita sem qualquer questionamento. Tivemos aqui que dirimir essa dúvida. O Senado tem um número excessivo de partidos políticos e eu disse ontem ao vice-presidente da República que, se assumir a Presidência da República, uma das questões essenciais a ser enfrentadas na largada do seu eventual governo é apresentar uma proposta de reforma política que restabeleça a cláusula de barreira. Não é possível você administrar o Brasil, com a complexidade das decisões que temos que tomar, com 25 partidos na Câmara e esse também número excessivo de partidos no Senado Federal. Cláusula de barreira, voto distrital misto, fim das coligações proporcionais possibilitaria um ambiente parlamentar muito mais adequado à tomada de decisões importantes para o país.


É o quarto turno das eleições presidenciais?

Não. Acho que as eleições foram vencidas pela presidente da República e, talvez tenha sido eu o primeiro brasileiro a reconhecer isso. Se ela está na iminência de perder o seu mandato não é pela força da oposição. A oposição não representa sequer 20% das cadeiras no Congresso Nacional. Em última instância, ela precisará de dois terços de votos contra na Câmara e no Senado. Portanto, não é a oposição responsável pelo eventual afastamento da presidente da República, mas os equívocos, os ilícitos cometidos sucessivamente no seu governo e a arrogância de quem até hoje não admitiu sequer, um dos gravíssimos equívocos, e foram inúmeros, que cometeu e nem as ilicitudes do seu governo.

Portanto, acusar a oposição pelo que está acontecendo no Brasil é mais um dos gravíssimos equívocos que a presidente da República vem cometendo ao longo de todos esses últimos anos.

Ouça o áudio da entrevista:

Aécio Neves – Entrevista coletiva

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, concedeu entrevista coletiva, nesta terça-feira (19/04), em Brasília. Aécio falou sobre a reunião de líderes no Senado, instalação da Comissão do Impeachment, prazos e rito do processo de impeachment.

Leia a transcrição de trechos da entrevista do senador:

Os líderes ainda estão reunidos com o presidente do Senado, mas construiu-se um consenso na base da lógica. A Comissão Especial (do impeachment) deverá ser constituída com base nos blocos partidários, porque essa é a única forma de atender ao número de participantes, que seriam 1/4 do total dos membros do Senado Federal, portanto, 21 membros, garantindo a proporcionalidade de todos os partidos ou blocos. É isso que determina a lei. Se você for atender a partidos, isso seria impossível devido ao grande número de partidos que nós temos aqui, cinco ou seis com apenas um representante. Então está prevalecendo, e essa será a decisão final, que essa proporcionalidade será pelos blocos partidários. Todos os blocos estarão representados por uma razão lógica e busco uma analogia com as eleições. Quando você estabelece uma coligação partidária em uma eleição os partidos deixam de existir naquele instante e para o efeito eleitoral a coligação que passa a valer inclusive na contabilidade dos eleitos. É o mesmo aqui. A partir do momento que os blocos são estabelecidos e se formam eles passam a ter um funcionamento como se fosse de partido. Os blocos, muitos deles com três, quatro, cinco, partidos têm um líder apenas. O que nós, do PSDB, estamos defendendo, e aí já é a defesa majoritária na reunião, é que a comissão será formada com base nos blocos partidários e imediatamente será feita a eleição dos seus membros para que ela comece a trabalhar.


Um mesmo bloco pode ter opiniões diferentes. Isso não pode ser um ponto de batalha?

Exatamente. Aí é o momento de o bloco sentar e ver qual que é a posição majoritária, até porque os partidos também têm posições diferentes. Em uma democracia prevalece a posição da maioria, seja dentro de um partido político ou dentro dos blocos. Essa é a solução racional até porque não há uma temática que consiga colocar numa Comissão de 21 membros todos os partidos representados no Senado Federal e, ainda assim, garantindo a proporcionalidade deles. É impossível.


A Comissão será instalada hoje?

Esta é a segunda discussão que já se inicia. Queremos que a instalação seja feita hoje ainda para que, imediatamente instalada, a comissão possa eleger seus membros e aí marcar, ela que marcará a partir da eleição do seu presidente e do seu relator, as datas das próximas reuniões.

Nós fizemos um cálculo e achamos que até o dia 10 de maio é absolutamente razoável que essa proposta, uma proposta aprovada na comissão, esteja sendo submetida ao plenário do Senado Federal, e se aprovada, nós estamos falando da admissibilidade da denúncia, há o afastamento da presidente da República. O Brasil não pode ficar parado, em um hiato, paralisado mais esse período. Achamos razoável, também há uma convergência, não unanimidade, em relação a esse prazo, na nossa visão, entre 5 e 7 de maio poderia ser votado na comissão e em seguida, entre 10 e 11 de maio, ser votado no plenário, que aí sim, aceita a denúncia, garantida a admissibilidade da denúncia, inicia-se o processo de julgamento.


O que for decidido hoje precisa da concordância de todos os líderes ou a maioria decide?

A maioria. Uma decisão que precisasse de unanimidade paralisaria essa Casa. É a maioria e, em última instância, cabe ao presidente do Senado Federal, se não houver consenso, que parece que se constrói, tomar a decisão. Se alguém se sentir lesado ou contrariado, obviamente recorrerá à Justiça. Mas esperamos que isso não seja necessário. Tudo o que pudermos fazer para evitar a judicialização desse processo, nós faremos porque é importante que essa decisão, como prevê a nossa Constituição, é um caso extremo, seja feita, liderada, e a decisão final tomada pelo Senado Federal, como fez a Câmara quando a prerrogativa era sua.

Eu estou muito tranquilo de que esse rito será aprovado e nós teremos debates, e aí sim eu espero que se atenham às denúncias. É hora de o Senado Federal, no momento em que se apresentar à sociedade brasileira, discuta os temas constantes das denúncias, tanto aqueles que estão a favor quanto aqueles que são contra a admissibilidade dessa denúncia. É hora de o Senado levantar um pouco o moral do Congresso Nacional depois de tudo o que nós vimos.


O STF definiu que é o rito a ser seguido era o do impeachment do então presidente Collor. Por que levar essa discussão novamente entre as equipes jurídicas?

O rito que existia lá, infelizmente, ele traz algumas dúvidas para o processo atual pelo enorme número de partidos políticos que existem hoje. Não existia no período do presidente Collor esse número de partidos. Então ali, a composição foi feita sem qualquer questionamento. Tivemos aqui que dirimir essa dúvida. O Senado tem um número excessivo de partidos políticos e eu disse ontem ao vice-presidente da República que, se assumir a Presidência da República, uma das questões essenciais a ser enfrentadas na largada do seu eventual governo é apresentar uma proposta de reforma política que restabeleça a cláusula de barreira. Não é possível você administrar o Brasil, com a complexidade das decisões que temos que tomar, com 25 partidos na Câmara e esse também número excessivo de partidos no Senado Federal. Cláusula de barreira, voto distrital misto, fim das coligações proporcionais possibilitaria um ambiente parlamentar muito mais adequado à tomada de decisões importantes para o país.


É o quarto turno das eleições presidenciais?

Não. Acho que as eleições foram vencidas pela presidente da República e, talvez tenha sido eu o primeiro brasileiro a reconhecer isso. Se ela está na iminência de perder o seu mandato não é pela força da oposição. A oposição não representa sequer 20% das cadeiras no Congresso Nacional. Em última instância, ela precisará de dois terços de votos contra na Câmara e no Senado. Portanto, não é a oposição responsável pelo eventual afastamento da presidente da República, mas os equívocos, os ilícitos cometidos sucessivamente no seu governo e a arrogância de quem até hoje não admitiu sequer, um dos gravíssimos equívocos, e foram inúmeros, que cometeu e nem as ilicitudes do seu governo.

Portanto, acusar a oposição pelo que está acontecendo no Brasil é mais um dos gravíssimos equívocos que a presidente da República vem cometendo ao longo de todos esses últimos anos.

Aécio Neves defende agilidade de rito no Senado do processo de impeachment de Dilma

Em reunião com o presidente do Senado, Renan Calheiros, nesta terça-feira, senadores da oposição pressionaram para que a instalação da comissão ocorresse ainda hoje, mas os aliados do governo se recusaram a indicar seus integrantes para o colegiado. Diante do impasse, Renan decidiu dar um prazo de até 48 horas para que os blocos partidários indiquem seus nomes e irá instalar a comissão na terça-feira da próxima semana. Em entrevista coletiva após o encontro, o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, afirmou que o Brasil não pode ficar parado e cobrou agilidade no rito.


Sonora do senador Aécio Neves

“O Brasil não pode ficar parado, em um hiato, paralisado mais esse período. Achamos razoável, também há uma convergência, não unanimidade, em relação a esse prazo, na nossa visão, entre 5 e 7 de maio poderia ser votado na comissão e em seguida, entre 10 e 11 de maio, ser votado no plenário, que aí sim, aceita a denúncia, garantida a admissibilidade da denúncia, inicia-se todo o processo de julgamento”.

Aécio Neves sinalizou que o seu partido vai trabalhar pela presidência ou relatoria da comissão especial do impeachment a ser formada no Senado. O senador informou também que o entendimento entre os líderes foi que as indicações irão respeitar o tamanho das bancadas dos blocos parlamentares.


Sonora do senador Aécio Neves

“Obviamente caberá aos maiores blocos a prerrogativa de tentar construir uma maioria dentro da comissão, para que os seus indicados sejam eleitos. Mas não é uma eleição automática, e obviamente, nós que somos o segundo maior bloco certamente teremos, ou buscaremos ter, com o apoio da maioria da comissão, uma das duas posições”.

Depois de eleito, o relator terá 10 dias úteis para apresentar um parecer pela continuidade ou não do processo, que será votado pela comissão. A estimativa é que a votação aconteça até o dia 7 de maio. Independentemente do resultado na comissão, o parecer pela continuidade segue para ser votado no plenário do Senado, o que, segundo estimativas da Casa, deve ocorrer entre os dias 10 e 11 de maio.

De Brasília, Shirley Loiola.

Boletim

Aécio Neves afirma que oposição não é responsável pelo possível afastamento de Dilma

Após a Câmara aprovar o prosseguimento do processo de impeachment, a presidente Dilma Rousseff culpou a oposição pela crise política no país. Em entrevista nesta terça-feira, o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, rebateu o argumento. Aécio afirmou que a oposição não é responsável pelo eventual afastamento da presidente da República, e sim, os sucessivos erros cometidos no governo.

Sonora do senador Aécio Neves

“Se ela está na iminência de perder o seu mandato, não é pela força da oposição. A oposição não representa se quer 20% das cadeiras no Congresso Nacional. Portanto, não é a oposição responsável pelo eventual afastamento da presidente da República, mas os equívocos, os ilícitos cometidos sucessivamente no seu governo e a arrogância de quem até hoje não admitiu se quer, um dos gravíssimos equívocos, e foram inúmeros, que cometeu e nem as ilicitudes do seu governo”.

Ao comentar a formação de blocos de partidos para indicação dos nomes que formarão a Comissão do Impeachment no Senado, Aécio afirmou que a medida é necessária em razão do grande número de legendas na Casa, cenário diferente da época em que Fernando Collor de Melo foi impechmado, quando cada partido indicou um nome. Aécio disse que a reforma política foi um dos temas da reunião com o vice-presidente Michel Temer, na segunda-feira, em São Paulo.

Sonora do senador Aécio Neves

“Eu disse ontem ao vice-presidente da República que, se assumir a Presidência da República, uma das questões essenciais a ser enfrentadas na largada do seu eventual governo é apresentar uma proposta de reforma política que restabeleça a cláusula de barreira. Não é possível você administrar o Brasil, com a complexidade das decisões que nós temos que tomar, com 25 partidos na Câmara e esse também número excessivo de partidos no Senado Federal. Cláusula de barreira, voto distrital misto, fim das coligações proporcionais possibilitaria um ambiente parlamentar muito mais adequado a tomada de decisões importantes para o país”.

De Brasília, Shirley Loiola.

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