Aécio cobra convicção do governo para execução de medidas fiscais, que classificou de rudimentares

Falta convicção de que as medidas de ajuste fiscal propostas pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, para corrigir erros cometidos pelo governo Dilma Rousseff serão de fato garantidas pelo Palácio Planalto e pela bancada do PT. A afirmativa foi feita nesta terça-feira (31/03) pelo presidente do PSDB, senador Aécio Neves, durante debate com o ministro da Fazenda na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).

“Não fica claro para nós brasileiros, especialmente para nós da oposição, se as convicções do ministro Levy são realmente as convicções do governo federal. Não são certamente de parte expressiva da base de sustentação do governo,  que não cansa de se manifestar contrariamente a várias dessas medidas”, afirmou Aécio Neves.

O presidente do PSDB disse que o partido está analisando cada uma das  propostas apresentadas e considerou que as medidas anunciadas até agora  são extremamente rudimentares porque se sustentam apenas sobre dois pilares que prejudicam diretamente a população: o aumento de impostos e a supressão de direitos trabalhistas.

“Esse conjunto inicial de medidas que chega para avaliação do Congresso Nacional, para usar uma expressão cara à senhora presidente da República, é extremamente rudimentar, porque ele se sustenta em dois pilares basicamente: um deles aumento da carga tributária, no aumento de impostos, e na supressão de direitos trabalhistas”, disse o senador.

Aécio Neves acrescentou que a conta está sendo paga apenas pela população. “A conta que está sendo paga pela sociedade brasileira. Certamente pelos que menos têm”, questionou.

O presidente tucano responsabilizou diretamente o governo Dilma Rousseff pelos erros ocorridos na condução da política econômica e pelo descontrole dos gastos públicos que levaram o Brasil para a atual crise. Aécio Neves voltou a afirmar que a retomada da confiança por parte da sociedade depende da presidente da República assumir a sua responsabilidade pela má condução do país.

“É preciso que o governo compreenda que tem de dizer à sociedade porque chegamos a este ponto. Por que a necessidade de ajustes tão duros que vão penalizar de muito expressiva a parcela mais sofrida da população brasileira. E não ouvimos, ministro, este mea culpa. A compreensão de que os desatinos da condução da política econômica por parte da presidente Dilma Rousseff foram a razão essencial, a razão fundamental para que chegássemos onde chegamos”, disse Aécio Neves.

No debate o senador pediu ao ministro da Fazenda a definição do prazo que o governo trabalha para reestabelecer o controle sobre a inflação dentro do regime de metas e pediu explicações sobre os cortes de investimentos na educação e na saúde.

Aécio Neves voltou a defender a necessidade de redução dos atuais 39 ministérios e a adoção de medidas que possam dar qualidade na gestão dos serviços públicos.

“É algo acintoso em um país das dificuldades do Brasil, com as dificuldades de caixa que tem o Brasil,  ter hoje um conjunto de 39 ministérios”, afirmou.

PSDB vai tomar as medidas necessárias após análise de cada caso e defende proceder irretocável do senador Anastasia

O PSDB recebe a divulgação da chamada “Lista do Janot” pelo Supremo Tribunal Federal com a serenidade e a responsabilidade de um partido que sempre se dedicou à coisa pública com zelo e correção.

Torna-se agora imprescindível a análise dos fatos que ensejaram os procedimentos instaurados e, tão logo esse exame seja feito, tomar as medidas necessárias em relação aos nomes divulgados.

Será analisado caso a caso, considerando os elementos já contidos nos inquéritos e a individualização das condutas para definir os procedimentos a serem tomados a partir de agora, inclusive recorrendo aos Conselhos de Ética das duas casas do Congresso Nacional.

No que se refere ao senador Antônio Anastasia, cuja história e trabalho só geraram benefícios ao Brasil, com exemplos de uma gestão eficiente e responsável, não obstante a surpresa com sua inclusão na relação, temos a mais absoluta certeza de que tudo será plenamente esclarecido. Por conhecermos o seu proceder irretocável, em tantos anos de vida pública, temos a convicção de que a sua inocência será evidenciada.

Neste momento, a melhor forma de nos dedicarmos à sua defesa é termos nossas atenções voltadas à análise dos fatos para que possamos dar, o quanto antes, as respostas que o país espera, com ansiedade, sobre a lisura de suas ações.

Senador Aécio Neves – presidente nacional do PSDB

Senador Cassio Cunha Lima – líder do PSDB no Senado Federal

Deputado Carlos Sampaio – líder do PSDB na Câmara dos Deputados

Aécio Neves – Entrevista sobre a eleição no Senado

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, em entrevista coletiva, neste domingo (01/02), em Brasília, falou sobre as eleições no Senado. Segundo ele, foi uma grande vitória da oposição, analisando do ponto de vista quantitativo. “Tivemos uma votação que jamais tivemos anteriormente”, declarou Aécio.

 

Leia a transcrição da entrevista do senador:

Sobre eleições no Senado.

Do ponto de vista das oposições, foi a nossa maior vitória. Do ponto de vista quantitativo, tivemos uma votação que jamais tivemos anteriormente. O senador Renan se reelege. Claro que ele deve agradecer a todos que votaram nele, mas o que eu posso afirmar, pelo menos é essa a constatação que fazíamos agora ao final da votação, é que o PSDB votou fechado contra a candidatura do senador Renan, a favor da candidatura do Luiz Henrique, e me parece que o PT votou fechado com o Renan Calheiros. Por isso, essa diferença. Acho que o senador Renan deve uma palavra especial de agradecimento à bancada do PT que, mais do que à do PMDB, seu próprio partido, garantiu a sua vitória. O que eu espero é que o senador Renan seja neste seu mandato mais presidente de um Poder e menos aliado do Poder Executivo. O Congresso Nacional não pode continuar sendo um puxadinho do Palácio do Planalto, a fazer aqui as suas vontades, como fez de forma melancólica no final do ano passado ao anistiar a presidente da República de um crime de responsabilidade que ela havia cometido e tendo como preço a pagar a flexibilização da Lei de Responsabilidade Fiscal, o maior dos avanços que tivemos nas últimas décadas nessa Casa. Mas, o governo federal pode esperar uma oposição articulada, uma oposição revigorada pelos votos que teve nessas eleições, e conectada com a sociedade, algo que não vemos na base do governo.

 

Dada a crise que paira no Congresso.

Estamos vendo uma base do governo constrangida, até pelas ações do governo que contrariam radicalmente o discurso da candidata à Presidência da República. Vejo setores da base envergonhados com o que acontece hoje. E, cada vez mais, a cada medida que o governo toma, mais claro vai ficando que, na campanha eleitoral, falamos a verdade, apontamos as dificuldades pelas quais passava o Brasil. E a irresponsabilidade do governo federal ao adiar a tomada de determinadas medidas única e exclusivamente para ter benefícios eleitorais faz com que hoje essas medidas custem muito mais caro à sociedade brasileira e, principalmente, aos mais pobres. Está aí a confusão no setor elétrico, a irresponsabilidade e o populismo do governo, que levou à maior crise do setor da nossa história. Está aí um ajuste fiscal pelo viés do aumento de tributos, por um lado, e da supressão de direitos trabalhistas por outro, que não era a receita do PSDB. A senhora presidente da República e o governo podem esperar uma oposição extremamente combativa, e refletindo aqui, expressando o sentimento de indignação que é, hoje, de grande parte da sociedade brasileira, acredito até que de sua maioria, porque setores que votaram na presidente da República devem estar hoje frustrados com a verdade que aparece, que não era aquela pregada pela presidente.

 

Senador, não são poucos votos, são 30 votos. Então, é uma demonstração de que a oposição não é tão minoria quanto antigamente.

Acho que, mais do que os votos, o que existe hoje, e é algo novo em relação às últimas eleições. Existe uma oposição conectada com a sociedade. A sociedade despertou nessas eleições. Os brasileiros estão cobrando da oposição vigor no combate a esse governo. Vamos cumprir aquilo que a Constituição determina aqui no Congresso Nacional: fiscalizar o governo, cobrar atitudes do governo, denunciar as irresponsabilidades do governo, e vamos começar já essa semana a colher as assinaturas para a criação de uma nova CPMI da Petrobras. Acho que esta aí ainda é a ponta de um iceberg que ainda vai assustar muita gente.

 

A partir da vitória do senador Renan Calheiros, como o senhor acha que o Senado deve se posicionar em relação ao governo?   

Tivemos um belo resultado, melhor até aqui. O que mostra que há claramente um sentimento no Congresso Nacional por mudanças. O PT votou unido a favor do senador Renan Calheiros, isso deu a ele essa margem de vitória. O que eu espero é que o senador Renan seja mais o presidente de um Poder e menos um aliado do Palácio do Planalto, para que não assistamos à reedição de cenas lamentáveis como a do final do ano passado, onde o Congresso Nacional se coloca a serviço do Palácio do Planalto para anistiar a presidente da República do Crime de Responsabilidade que ela havia cometido ao preço de fragilizarmos a Lei de Responsabilidade Fiscal. Vamos estar com musculatura nova, revigorados e sintonizados com grande parte da sociedade brasileira para fazer oposição a esse governo que mentiu aos brasileiros.

 

Esses 31 votos do senador Luiz Henrique. Esse é o tamanho da oposição aqui?  

Acho que ela pode crescer. Pelo o que estamos vendo hoje, as ações do governo, que contrariam imensamente tudo aquilo que foi dito na campanha eleitoral, faz com que dentro da própria base de governo haja uma grande frustração. Acho que o governo federal tem que se preparar, porque vai enfrentar a mais revigorada, a mais qualificada e mais dura oposição que já teve até hoje, e faremos isso em nome dos cidadãos brasileiros.

“Quem vai pagar a conta da irresponsabilidade do governo Dilma são os mais pobres”, diz Aécio

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, alertou, nesta sexta-feira (30/01), que as falhas do governo federal provocam danos principalmente nos mais pobres. Ele advertiu que a responsabilidade pelo momento crítico da economia com elevação de impostos e tarifas é exclusivamente do governo. Aécio também criticou a presidente Dilma Rousseff por reduzir os direitos trabalhistas.

“Quem tem a responsabilidade por esse quadro é exclusivamente o governo. Cabe à oposição denunciar, fiscalizar e impedir manobras fiscais, manobras contáveis que vieram sendo feitas sem qualquer constrangimento ao longo dos últimos anos”, afirmou o senador, que participou de debates sobre a crise energética e a conjuntura política nacional, em Brasília.

Para Aécio, a economia reflete a decisão de Dilma “que não pensou no Brasil e, sim nas eleições”. “Se o governo tivesse agido de forma responsável ao longo do ano passado, as medidas tomadas agora certamente teriam menos impacto para a população. Mas quem vai pagar a conta da irresponsabilidade do governo Dilma são os mais pobres”, disse.

Na avaliação do senador, agora o governo não tem como esconder a realidade do quadro que ele denunciou durante a campanha.  “Tudo que denunciamos durante a campanha eleitoral hoje aparece para a população brasileira de forma absolutamente cristalina. Seja com relação aos dados da economia, aos dados fiscais do governo, seja com relação à corrupção na Petrobras, às denúncias cada vez mais graves em relação aos desvios nos fundos de pensão e no BNDES. Portanto, cada vez mais vai ficando claro que quem venceu as eleições foi a mentira”, disse.

 

Receita

O senador destacou que as medidas adotadas pelo governo, de ajuste fiscal e corte de direitos trabalhistas, contrariam as propostas do PSDB. “A receita do atual governo não é nossa receita”, ressaltou ele. “A receita do atual governo é fazer o ajuste pelo aumento de impostos por um lado e a supressão dos direitos trabalhistas por outro.  Essa não é a receita do PSDB e não podemos deixar que isso seja confundido com ela.”

Aécio lembrou que, durante a campanha, no ano passado, ele advertiu sobre os riscos que o país viveria. “Cada vez mais, a cada dia que passa, se comprova que os nossos alertas eram os alertas corretos. A presidente da República não permitiu que o Brasil debatesse, durante a campanha eleitoral, medidas para superação da crise.”

O parlamentar lembrou que a imagem reproduzida por Dilma nos seus discursos contradiz a realidade. “Ela [a presidente da República] vendeu o país da fantasia: do conto da Carochinha, onde tudo ia muito bem, o país crescia, do pleno emprego e não havia necessidade de qualquer ajuste”, afirmou.

Aécio acrescentou que: “O custo dos ajustes é muito mais alto pela irresponsabilidade do governo, que não tomou, no momento que deveria ter tomado, as providências para conter esses equívocos todos e, infelizmente vai sobrar, mais uma vez, para o bolso do cidadão brasileiro, do contribuinte brasileiro”.

Crítica às novas medidas econômicas

“A candidata Dilma mentiu aos brasileiros, porque disse inúmeras vezes – na campanha, nos debates eleitorais – que sob hipótese alguma haveria aumento da carga tributária. Essas medidas agora anunciadas significam um aumento de mais de R$ 20 bilhões de reais na arrecadação do governo. A responsabilidade sobre essas medidas não pode ser terceirizada como quer a presidente da República. A responsabilidade pelo que acontece, hoje, no Brasil é exclusiva da presidente Dilma Rousseff e do seu governo.” – Aécio Neves

Entrevista no Congresso Nacional (Parte 01)

O senador Aécio Neves participou, nesta terça-feira (25/11), no Congresso Nacional de sessão conjunta da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Durante a reunião, Aécio protestou contra manobra da base do governo federal de votar em regime de emergência os 38 vetos presidenciais em tramitação no Congresso. Em seguida, Aécio Neves concedeu entrevista coletiva e falou sobre a votação de 38 vetos presidenciais, Lei de Diretrizes Orçamentárias e a Lei de Responsabilidade Fiscal.