Aécio Neves – O maior adversário do PT é a Justiça

“É muito triste quando um grupo político e lideranças políticas passam a ter como adversários, não os seus oponentes no campo político, mas a Justiça. É o que vem acontecendo hoje com o PT. O PT hoje trava um embate não aqui no campo das ideias, não no Congresso Nacional para defender o seu governo e suas realizações. O PT hoje trava um embate com a Justiça e a história universal, não apenas a brasileira, mostra que o desfecho para esses momentos de tensão e de radicalização é sempre em favor dos poderes constituídos, das nossas instituições, e o papel das oposições nesse instante é defendê-las, blindá-las de qualquer tipo de assédio”, afirmou o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, ao condenar os ataques que têm sido feitos pela presidente Dilma Rousseff, pelo ex-presidente Lula e por dirigentes do PT contra os tribunais, contra a Polícia Federal e o Ministério Público.

Em coletiva nesta sexta-feira (19), em Brasília, Aécio Neves reafirmou que o PSDB e os partidos de oposição permanecerão defendendo as investigações da Lava Jato e a autonomia das instituições públicas.

“Estaremos vigilantes, nos finais de semana e diuturnamente, para defender o Brasil desses ataques finais, que, na verdade, demonstram apenas que esse governo vive os seus estertores”, afirmou.

Senado tem o dever de dar uma satisfação para o sentimento das ruas, afirma Aécio Neves

“As ruas do País inteiro, de forma espontânea, vêm se manifestando. Esta Casa tem o dever de ser a ressonância dos sentimentos múltiplos, vários, estratificados por todas as regiões do País, que nós temos colhido durante esses dias”, afirmou o senador Aécio Neves em pronunciamento no Senado nesta quinta-feira (17/03) ao ocupar a tribuna com outros líderes da oposição para avaliar os desdobramentos da posse do ex-presidente Lula como ministro da Casa-Civil, ocorrida esta manhã no Palácio do Planalto.

O senador também comentou a gravidade do conteúdo das gravações, feitas com autorização da Justiça, de ligações telefônicas mantidas entre o ex-presidente Lula e a presidente Dilma Rousseff.

Leia, a seguir, trechos do pronunciamento do senador Aécio Neves:

“Hoje não é um dia comum, e não podemos perder a percepção disso. As ruas do País inteiro, de forma espontânea, vêm se manifestando. Esta Casa tem o dever de ser a ressonância dos sentimentos múltiplos, vários, estratificados por todas as regiões do País, que nós temos colhido durante esses dias. Portanto, eu quero sugerir que hoje seria o dia para o Senado Federal, durante todas as horas que se sucederão, e se for o caso, durante o dia de amanhã, debatermos em profundidade, mas com responsabilidade, a gravidade desta crise e os caminhos que esta Casa tem a sugerir, as contribuições que os senadores, experientes que são, muitos governadores de Estado, outros tantos com larga experiência nas mais variadas atividades, não apenas na política. Mas quem sabe, em alto nível, como convém aos belos momentos desta Casa, que tem como patrono Rui Barbosa, quem sabe nós possamos transformar o dia de hoje num dia de um grande debate, duro, como é natural em tempos duros como os que estamos vivendo, mas respeitoso, como é dever desta Casa.

A questão central hoje, e que colho como presidente do PSDB, é que os brasileiros se sentem ultrajados com uma decisão tomada com um sentido que não seria o mais nobre deles, com um sentido explicitado pelas últimas gravações tornadas públicas, que significava a possibilidade de impedir que o ex-Presidente da República – e nada de pessoal contra o ex-Presidente da República – pudesse ter a sua prerrogativa (Fora do microfone.) de foro alterada. Eu não vou adentrar ainda esse tema. Vamos estar aqui, nós da oposição, durante todo o dia. Acho que é importante que a base também esteja – nos reunimos até agora há pouco – para demonstrar ao País a necessidade de, por meio da política, da boa política, das boas formulações da política, apresentarmos para o País um desfecho para esta Crise, que não pode ainda continuar a ser alimentada.

O Brasil merece o início de um novo tempo, de uma nova quadra, para que nós possamos, oposicionistas, governistas, não importa, mas cidadãos brasileiros como um todo, iniciar uma nova história no Brasil, com respeito às instituições, com respeito à Lei e à Constituição, da qual somos todos escravos, mas com a coragem necessária para rompermos com o que está aí e, dentro daquilo que prevê a Constituição, iniciarmos uma nova página, como disse, na história do País. Fica, portanto, esse convite, e nós da oposição estaremos aqui prontos para um debate contundente, mas obviamente no nível que os membros do Senado Federal certamente saberão manter.

Não vou tomar muito tempo deste plenário, neste instante, pretendo voltar ainda à tribuna, e talvez com o senador Paulo Rocha um pouco mais sereno, um pouco mais tranquilo, mas para dizer algo aqui que me parece muito distante das preocupações do senador. Ele nos acusa de ter acirrado os ânimos do país. Teremos nós esta força? Nós da oposição acirramos os ânimos do país? Ou são essas denúncias sucessivas que não cessão, ou são as medidas absolutamente equivocadas, irresponsáveis e atrapalhadas na economia que nos levam a pior recessão da nossa história, um desemprego sem precedentes no Brasil que estão levando as pessoas às ruas. Me acusa o senador Paulo Rocha de, como presidente do PSDB, ter impetrado uma ação na Justiça Eleitoral a partir de inúmeras denúncias que nos chegavam.

O PT fez isso corriqueiramente em inúmeros estados. Se não tivesse cumprido a minha obrigação, e não é o PSDB que produz essas provas, de solicitar ao Tribunal Eleitoral de investigar as denúncias que nos chegavam, eu certamente estaria prevaricando. Mais, se não entro eu com esta ação como presidente do PSDB o Brasil não estaria tendo conhecimento das gravíssimas denúncias que vinculam sim recursos da Petrobras ou do propinoduto ao financiamento da campanha eleitoral. É essencial que o direito à livre e ampla defesa seja garantido. A presidente terá lá todas as condições de demonstrar que essas acusações ou que essas delações são falsas.

Agora o que eu percebo de forma muito clara e essas gravações de ontem trazem tudo isso à luz. Há sim uma tentativa de nivelar aquilo que não é nivelável. Percebi claramente em algumas dessas gravações que vale a pena sim, vamos citar uma, duas, dez, quinze vezes alguma figura independentemente do que isso represente para que quem sabe com isso haja uma pressão explícita como uma dessas gravações coloca em torno do procurador geral da República ou do Supremo Tribunal Federal. Não, temos instituições que funcionam. Que funcionam com independência, que funcionam com altivez. Se eventuais excessos forem cometidos por alguma delas caberá à sociedade reagir a esses excessos. Mas em relação a aquilo que é dito sobre o PSDB, a nossa postura é muito diferente da postura do PT. Não atacamos as nossas instituições, não demonizamos a imprensa. Ao contrário, não consideramos como considera o PT um ataque à democracia.

Queremos que tudo seja investigado em profundidade, não há, para os homens de bem, nada, absolutamente nada mais relevante do que a verdade e é isso que estamos buscando. Não acredito que serão apenas essas as citações a nomes da oposição e ao meu próprio, muitas outras virão e todas serão respondidas de forma cabal, clara, com serenidade, mas com absoluta firmeza. Mas é preciso, que coloquemos nossos olhos no futuro, vamos olhar o que está acontecendo com o Brasil, vamos encontrar caminhos para que o Brasil rompa definitivamente com o que está aí ancorado na Constituição, para construirmos um tempo novo, de convergência e não de divisões.

Quisera ter o poder de mobilizar as massas que ocuparam ontem e no último domingo as ruas do Brasil inteiro. Não tenho! E, se V. Exªs não compreenderam de forma clara o que está acontecendo no sentimento e na alma dos brasileiros, certamente não estarão em condições de contribuir para uma saída que seja de interesse dos brasileiros e dos trabalhadores. Por último, jamais senador Paulo Rocha, quando V. Exª teve seu nome citado no mensalão e depois absolvido, V. Exª jamais teve, desse parlamentar, uma citação que não fosse digna e de respeito. É isso que o PSDB e os tucanos esperam também de V. Exª.”

Aécio Neves – Resposta às falsas acusação contra a oposição

“Não vamos nos intimidar. Vamos continuar apoiando todas as investigações e estamos convocando os brasileiros para dizermos, no dia 13 de março: Chega! Basta de tanta irresponsabilidade e de tanto desgoverno”, afirmou o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, ao afirmar sua indignação contra as tentativas que têm sido feitas de envolver o seu nome e de outros líderes da oposição nas investigações da Operação Lava Jato.

Após reunião com os partidos de oposição, nesta quarta-feira (09/03), em Brasília, Aécio afirmou estar pronto a dar explicações sobre qualquer assunto e cobrou do ex-presidente Lula as respostas que ainda não foram dadas sobre as suspeitas de enriquecimento ilícito sob investigação da Polícia Federal e Ministério Público Federal.

“O Brasil precisa virar essa triste e dramática página de sua história política”, afirma Aécio Neves

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, subiu à tribuna do Senado, nesta quinta-feira (03/03), para fazer um apelo ao Congresso e à sociedade para que, juntos, encontrem um caminho que leve o Brasil a superar a pior recessão econômica e maior crise moral de sua história política. Após revelações da revista IstoÉ com base em delação premiada do senador Delcídio do Amaral, que acusou a presidente Dilma Rousseff de interferir no julgamento do escândalo da Petrobras junto ao Superior Tribunal de Justiça, Aécio voltou a pedir a presidente que reflita sobre a permanência dela no comando do país.

“Não consigo antecipar qual será o desfecho. Não sei se será por um ato de impeachment, pela cassação do mandato da chapa eleita, pelas gravíssimas denúncias ou até por um gesto de grandeza: será que não está no momento de a presidente da República renunciar ao mandato para que, a partir desse gesto, possamos iniciar uma grande concertação, e, a partir dela, a construção de uma agenda de retomada da confiança, dos investimentos e dos empregos para os brasileiros?”, afirmou o senador.

Aécio Neves destacou a importância do envolvimento da sociedade para que o Brasil supere a crise provocada pelo governo do PT e inicie um novo ciclo de crescimento e de geração de empregos.

“É preciso que os homens e as mulheres de bem deste país compreendam que precisamos buscar um caminho para que o Brasil vire, de forma definitiva, essa triste e dramática página da sua história política, para iniciarmos um novo tempo em que a esperança volte a habitar os lares brasileiros”, disse o senador Aécio Neves.

Delcídio do Amaral foi líder do governo no Senado e tinha livre trânsito ao gabinete presidencial até ser preso pela Polícia Federal em novembro passado, acusado de tentar obstruir a investigação da Lava Jato.

“As denúncias atribuídas hoje ao Senador Delcídio são as mais graves até aqui já compartilhadas com a sociedade brasileira, porque, dentre outras questões extremamente graves e chocantes, diz essa denúncia, que a presidente da República de forma consciente teria, com a indicação de ministro do STJ, induzido ou participado de um movimento para inibir ações da Operação Lava Jato”, destacou.

Nesta quinta-feira, os partidos de oposição anunciaram que solicitarão a inclusão das denúncias reveladas pela revista IstoÉ ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff que tramita na Câmara dos Deputados. A oposição também quer que as informações sejam compartilhadas com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na ação movida pelo PSDB que pode resultar na cassação da chapa Dilma/Temer por abuso de poder econômico nas eleições de 2014.

Queda do PIB

O presidente nacional do PSDB também comentou a queda de 3,8% do PIB brasileiro em 2015. De acordo com o IBGE, o resultado foi o pior em 25 anos. Aécio falou ainda sobre as perspectivas para a economia em 2016 e 2017. De acordo com previsões feitas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), o Brasil deve amargar mais dois anos de crescimento negativo – a queda é estimada em 3,5% este ano e em 0,5% em 2017. A última vez em que a economia registrou dois anos de crescimento negativo foi em 1930 e 1931, como consequência do crash na Bolsa de Nova York, que arrastou ladeira abaixo a economia de vários países em todo o mundo.

“Não podem ser desprezados esses dados que, na verdade, constatam, trazem à luz aquilo que não eu, como oposicionista, mas economistas e analistas políticos já antecipavam nos últimos anos: o governo, irresponsavelmente, colocou mais uma vez o seu projeto de poder acima dos interesses brasileiros e deixou de tomar, quando ainda era possível, as medidas corretivas necessárias para minimizar o impacto dessa queda em todos os nossos indicadores, a fim de minimizar o sofrimento dos brasileiros”, disse o senador.


Manifestações 13 de Março

O senador também usou o discurso para convocar a sociedade brasileira para participar das manifestações programadas para o próximo dia 13 em todo o país. Aécio destacou que é hora de dar um basta definitivo aos escândalos de corrupção e ao desgoverno que tomam conta do país.

“Esse é um momento de reflexão profunda e essa reflexão não pode estar restrita aqui, ao Congresso Nacional. No próximo dia 13 de março, estaremos juntos, os brasileiros que querem mudança, dentro da ordem constitucional, estaremos juntos para dizer aos quatro cantos deste país: Chega. Basta de tanta corrupção. Basta de tanto desgoverno. E para dizermos aos tribunais e à própria presidente da República: Dê ao Brasil uma nova chance. Dê ao Brasil um novo início, uma nova trajetória. Com este governo essa trajetória não se reiniciará”, afirmou.

“As acusações de Delcídio, se confirmadas, são de uma gravidade que ainda não tínhamos percebido”, diz Aécio

“O Brasil está hoje frente ao momento mais grave de todas as denúncias feitas. Se confirmadas, a presidente Dilma não tem mais condições de governar o país”, afirmou o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, após reunião dos partidos de oposição, na tarde de hoje (03/03), no Congresso Nacional, para avaliar as acusações publicadas pela revista “Isto É” e que teriam sido feitas pelo senador Delcídio do Amaral (PT/MS) à Policia Federal em delação premiada.
Se confirmado o depoimento, as oposições pedirão a inclusão das novas denúncias ao processo de cassação do mandato da presidente da República, que já tramita no Congresso, em razão da gravidade das informações. Entre elas, a de interferência da presidente Dilma Rousseff em decisões da Justiça e de tentativas de obstrução das investigações de corrupção e desvios de dinheiro da Petrobras por parte do ex-presidente Lula.
“Estamos vivendo o momento mais grave de toda essa crise moral por que passa o Brasil. As acusações são de uma gravidade que ainda não tínhamos percebido”, afirmou Aécio.