Consensos

Aécio Neves – Folha de S. Paulo – 18/07/2016

Em meio à tempestade provocada pelas crises brasileiras, alguns consensos vão se formando sobre desafios e caminhos possíveis para o país.

Há consenso, por exemplo, de que a produtividade média no Brasil é muito baixa para uma nação ainda com elevada proporção de jovens, e que isso se deve a vários fatores, entre eles, a baixa escolarização da nossa população.

Também sabemos que, com esgotamento do bônus demográfico – o contingente recorde de pessoas em idade ativa – o PIB tenderá a crescer menos no longo prazo e aumentará demanda por despesas previdenciárias e de saúde.

É opinião dominante que empreender no Brasil é tarefa para poucos, dado os obstáculos à inovação -excesso de regras federais, estaduais e municipais; leis trabalhistas complexas; ausência de um mercado de capitais eficiente, que viabilize investimentos em pesquisa e desenvolvimento e em infraestrutura tecnológica por parte das empresas.

Ninguém duvida que o Estado é provedor de serviço ineficiente e que seu gigantismo deprime perspectiva de crescimento de longo prazo, que é necessário mais agilidade e políticas para o futuro.

Ou que a excessiva tributação desestimula o esforço e o acúmulo de poupanças daqueles que são tributados, dirigindo recursos para quem não deveria estar sendo subsidiado.

Pois bem. Sendo tudo isso matéria prima para a formação de alguns importantes consensos, o que, afinal, estamos esperando para mudar o rumo das coisas no país?

A lista de reformas é extensa e complexa, mas imprescindível para aumentar a eficiência da economia e criar novos fatores de propulsão do crescimento econômico. E isso exigirá mudanças estruturais, muito especialmente dos marcos regulatórios existentes, para, por exemplo, garantir uma efetiva independência às agências reguladoras, assim como a extinção de “cartórios” garantidos por lei.

É imperativo preservar direitos dos trabalhadores mas também melhorar a legislação trabalhista brasileira, que impõe custos que inviabilizam competição em mercado globalizado. E avançar mais na reforma fiscal, para além do teto de despesas públicas. Não há como adiar reforma previdenciária, que precisa ser enfrentada com coragem social.

Esses são apenas os primeiros passos na direção de um Estado mais eficiente, capaz de oferecer proteção aos mais frágeis e um real compartilhamento de riscos.

Ousadia, espírito público, liderança política, transparência, compromisso com o futuro e capacidade de diálogo são condições imprescindíveis para pavimentar um modelo de desenvolvimento sustentável.

Com isso, o Brasil irá construir as bases para enfrentar os desafios que ainda nos aguardam no século 21.

Leia também aqui.

Resultado de pesquisa CNT/MDA

“O que há na verdade é um cansaço absoluto em relação ao que vem acontecendo hoje no Brasil. Acho que esse modelo de governança do PT que alia incompetência administrativa, irresponsabilidade fiscal e desapreço pela questão ética, fracassou. Agora, nós do PSDB temos um projeto para o Brasil. Apresentamos esse projeto durante a campanha eleitoral”, disse o senador Aécio Neves em entrevista nesta quarta-feira (24/02), em Brasília, ao comentar o resultado da pesquisa CNT/MDA, divulgada hoje, mostrando a presidente Dilma com 62% de reprovação do eleitorado brasileiro.

A pesquisa também mostra que Aécio Neves seria o grande vencedor da corrida presidencial caso as eleições fossem realizadas hoje. Em um cenário estimulado, quando os nomes dos candidatos são apontados aos eleitores, Aécio foi o candidato preferido de 24,6% dos brasileiros. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ficou com 19,1% dos votos, e Marina Silva (Rede) com 14,7%. Em segundo turno, Aécio teria uma vitória significativa sobre o petista, com 40,6% da preferência dos eleitores, enquanto Lula, em meio a denúncias que ligam o seu nome a empresas investigadas pela Operação Lava Jato, teria 27,5% das intenções de voto.

Brasil não tem futuro com governo do PT, diz Aécio sobre novo rebaixamento do país

O senador Aécio Neves lamentou hoje o novo rebaixamento do grau de investimento do Brasil pela agência Moodys, que retirou o selo de bom pagador do país. Em entrevista coletiva, em Brasília, o presidente nacional do PSDB disse que a perda de credibilidade do Brasil frente aos investidores internacionais agrava a crise econômica com maiores prejuízos para a população, com a redução de investimentos e de empregos.

“O Brasil prova o gosto amargo dos equívocos e das irresponsabilidades de um governo que não atendeu a nenhum dos alertas que foram feitos. A responsabilidade por este rebaixamento não é de nenhuma crise internacional, até porque ela não existe. É exclusivamente das irresponsabilidades e dos equívocos do governo brasileiro”, afirmou Aécio.

Com a retirada do selo de bom pagador, a nota do país caiu dois degraus de uma vez, passando para Ba2, que é a categoria de especulação. A Moodys também colocou o Brasil em perspectiva negativa, indicando que poderá ocorrer novo rebaixamento.

“A falta perspectiva futura talvez tenha sido o ponto mais grave para mais este rebaixamento. O Brasil não tem perspectivas enquanto este governo não tiver um projeto de país. O projeto hoje da presidente Dilma é única e exclusivamente se manter no poder. E as agências percebem isso. As agências sinalizam hoje aquilo que a perspectiva de futuro nos apresenta. Não temos futuro com este governo do PT”, afirmou Aécio.


A conta do desgoverno do PT

As agências Standard & Poor’s e Fitch já haviam rebaixado o país. A perda do selo de bom pagador sinaliza para os empresários que o Brasil não é um porto seguro para investimento. Aécio Neves lembrou os alertas feitos ao governo pela oposição e por diferentes setores da sociedade sobre os erros cometidos na condução da política econômica desde 2010.

“Quem sofre é a população brasileira, e principalmente os mais pobres. Aqueles que o governo do PT diz defender são os primeiros a pagar essa conta extremamente salgada dos equívocos e das irresponsabilidades de um governo que, para se manter no poder, fez ouvido de mercador a todos os alertas de correção de rumo na economia. Para ganhar as eleições, como a própria presidente disse, fez-se o diabo. E hoje, infelizmente, quem está comendo o pão que o diabo amassou são os brasileiros, principalmente os mais pobres”, lamentou Aécio.

Na avaliação do presidente do PSDB, a falta de empenho do governo do PT com as reformas estruturantes necessárias ao país, como a da Previdência, e a incapacidade de controlar os gastos públicos sinalizam para o mundo que a crise brasileira ainda está longe de ser superada.

“As reformas estruturantes em um país com o presidencialismo tão forte como o brasileiro só ocorrem se o governo tiver autoridade para conduzi-las. Em primeiro lugar, mobilizando sua base no Congresso e nós não temos mais isso no Brasil. Este governo não apresenta mais perspectivas de apresentar e aprovar uma agenda no Congresso Nacional”, disse Aécio Neves.


Argentina

O senador comparou a situação do Brasil com a da Argentina, onde a eleição de Maurício Macri à Casa Rosada criou um novo e positivo ambiente econômico.

“Veja o que aconteceu na Argentina. As medidas estruturantes ainda não ocorreram, mas a perspectiva de um futuro diferente daquele que vinha ocorrendo até o fim do governo Kirchner já mudou o ambiente. Os investimentos estão indo para lá. Brasileiros estão querendo novamente investir na Argentina, e no Brasil ocorre o oposto”, comparou.

Aécio Neves – Entrevista sobre o rebaixamento do grau de investimento – Agência Moody’s

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, concedeu entrevista coletiva, nesta quarta-feira (24/02), em Brasília. Aécio falou sobre o rebaixamento do grau de investimento da agência Moody’s, erros da política econômica, queda da popularidade da presidente Dilma e pesquisa CNT/MDA.


Leia a transcrição da entrevista do senador:

Sobre novo rebaixemos do grau de investimento do Brasil pela Agência Moody’s.

É o pior sinal possível. E ao contrário do que o PT gosta de afirmar, a responsabilidade por mais este rebaixamento é exclusivo do governo brasileiro, dos inúmeros equívocos do governo do PT. O que hoje este rebaixamento significa? As empresas com maiores dificuldades de rolar suas dívidas, portanto, com menos competitividade, com mais desemprego e o descontrole da economia cada vez maior.

Hoje, o Brasil prova o gosto amargo dos equívocos e das irresponsabilidades de um governo que não atendeu a nenhum dos alertas que foram feitos inclusive na campanha eleitoral. A responsabilidade por este rebaixamento não é de nenhuma crise internacional, até porque ela não existe. É exclusivamente das irresponsabilidades e dos equívocos do governo brasileiro.

Um dos pontos que a agência pondera é que a dinâmica política desafiadora pode atrasar as reformas estruturais. Há uma cobrança muito grande por estas reformas. O que é esta dinâmica desafiadora?

As reformas estruturantes em um país com o presidencialismo tão forte como o brasileiro só ocorrem se o governo tiver autoridade para conduzi-las. Em primeiro lugar, mobilizando a sua base e nós não temos mais isso no Brasil.

Um dos fatores talvez mais relevantes para este rebaixamento é a ausência de perspectivas em relação ao futuro. Porque exatamente este governo não apresenta mais essas perspectivas de apresentar e aprovar uma agenda no Congresso Nacional. A responsabilidade é do governo que sequer consegue o apoio da sua base para reformas estruturantes. Nós da oposição continuaremos a fazer o que viemos fazendo. Aquilo que for de interesse do Brasil contem conosco. Mas aquilo que significar manutenção deste governo, certamente, o Brasil não pode contar com as oposições porque a manutenção deste governo como aí está não interessa aos brasileiros.

Tenho dito o seguinte, enquanto tivermos um governo sem autoridade, sem projeto, sem coragem para enfrentar as questões estruturais, o Brasil infelizmente continuará no final da fila como agora estamos vendo com mais este rebaixamento.


A perspectiva futura ainda é negativa?

A perspectiva futura é que talvez tenha sido o ponto mais grave para mais este rebaixamento. O Brasil não tem perspectivas enquanto este governo não tiver um projeto de país. O projeto hoje da presidente Dilma é única e exclusivamente se manter no poder. E as agências percebem isso. As agências sinalizam hoje aquilo que a perspectiva de futuro nos apresenta. Não temos futuro com este governo do PT.


Como o sr. avalia a pesquisa de popularidade da presidente com 62% de rejeição?

Tudo isso é consequência do desastre para as pessoas. Não comemoro este rebaixamento. Não acho que isso seja motivo de comemoração ou de aplauso por ninguém. Ao contrário. Isso impacto na vida real das pessoas. É o desemprego crescendo, a inflação sem controle, o endividamento das pessoas aumentando, o Brasil sem perspectivas de futuro. Enquanto não tiver um governo com autoridade, veja o que aconteceu na Argentina, as medidas estruturantes ainda não ocorreram, mas a mudança de ambiência, a perspectiva de um futuro diferente daquele que vinha ocorrendo até o fim do governo Kirchner já mudou o ambiente. Os investimentos estão indo para lá. Brasileiros estão querendo novamente investir na Argentina, e no Brasil ocorre o oposto.

Infelizmente, enquanto tivermos aí esse governo o Brasil vai continuar patinando, andando de lado. E quem sofre não é o governo, não é o PT, esses vão muito bem como vemos todos os dias. Quem sofre é a população brasileira, e principalmente os mais pobres. Aqueles que o governo do PT diz defender são os primeiros a pagar essa conta extremamente salgada dos equívocos e das irresponsabilidades de um governo que, para se manter no poder, fez ouvido de mercador a todos os alertas de correção de rumo na economia. Para ganhar as eleições, como a própria presidente disse, faz-se o diabo. E hoje, infelizmente, quem está comendo o pão que o diabo amassou são os brasileiros, principalmente os mais pobres.


Ainda sobre a agência, ela coloca que há expectativa que a dívida pública brasileira ultrapasse 80% nos próximos 3 anos. O Brasil continua sendo um país que gasta muito e como a oposição fala, gasta mal?

Gasta muito, gasta mal e não teve coragem de fazer as reformas para conter, para estabelecer limites para esses gastos. Essa dívida pública brasileira, que ultrapassará com certeza 83%, 85%, em 2018, é a mais alta dentre todos os países emergentes. A média dos países emergentes não chega a 60%. Isso é uma demonstração do descontrole das contas públicas, da irresponsabilidade fiscal que norteou, que orientou as ações naquela chamada nova matriz econômica. E repito, as consequências são reais nas vidas das pessoas, porque se fala de rebaixamento as pessoas não entendem bem como isso afeta as suas vidas. Significa, repito, as empresas brasileiras tendo uma incapacidade cada vez maior para rolar suas dívidas, para se autofinanciarem e mais do que isso, desemprego aumentando e a carestia chegando na vida das famílias brasileiras. Esse rebaixamento, mais uma vez, impacta na vida real dos brasileiros.


Foi divulgada hoje uma pesquisa dizendo que o senhor ganharia do ex-presidente Lula, se as eleições fossem hoje. Como o senhor vê esse resultado?

O que há na verdade é um cansaço absoluto em relação ao que vem acontecendo hoje no Brasil. Acho que esse modelo de governança do PT que alia incompetência administrativa, irresponsabilidade fiscal e desapreço pela questão ética, fracassou. Agora, nós do PSDB temos um projeto para o Brasil, apresentamos esse projeto durante a campanha eleitoral. Infelizmente não vencemos as eleições, mas continuamos a ter um projeto para o Brasil, que passa pela responsabilidade fiscal, pela meritocracia na administração pública, pela coragem para fazer as reformas que durante 13 anos não foram feitas pelo governo do PT
O PSDB, obviamente, no momento certo, no momento em que as eleições se aproximarem, terá uma candidatura que represente esse projeto. Fico feliz com os resultados das pesquisas, mas não vamos antecipar o calendário. Hoje, o que precisamos é encontrar caminhos para que o Brasil saia desse abismo no qual o PT nos mergulhou.

Aécio Neves afirma que os graves problemas econômicos e sociais do país são culpa da irresponsabilidade do governo

Em discurso no plenário do Senado, na noite de ontem, o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, rebateu líderes da base do governo Dilma Rousseff que tentaram responsabilizar as oposições pelo caos político que o Brasil atravessa. Aécio afirmou que os graves problemas econômicos e sociais são hoje resultado da irresponsabilidade do governo do PT, que ignorou todos os alertas feitos pelos partidos de oposição nos últimos anos de que o país caminhava para uma recessão.

Sonora do senador Aécio Neves
“O que trouxe o Brasil a esse nível inédito de desconfiança por parte daqueles que fazem a roda da economia girar foi a irresponsabilidade do governo do PT. O que nós estamos fazendo é o que cabe à oposição fazer, porque quando se vence uma eleição, deve-se governar, o que este governo, infelizmente, perdeu as condições de fazer. E quando se perde, tem-se que fiscalizar. É o que estamos fazendo. Não vejo por que isso incomoda tanto aqueles que estão no governo”.

Aécio Neves ainda destacou que Dilma Rousseff venceu as eleições há um ano, mas até hoje não iniciou seu segundo mandato.

Sonora do senador Aécio Neves

“Um ano já se foi e até hoje, infelizmente, a pauta do governo da presidente Dilma é apenas uma: se sustentar no poder por mais uma semana, por mais quinze dias. Nem que, para isso, tenha que fazer o que está fazendo com os cargos públicos, distribui-los”.

Pesquisa da Confederação Nacional dos Transportes em conjunto com a MDA, divulgada ontem mostrou que 80,7% da população desaprova a presidente Dilma Rousseff e 70% avalia negativamente o seu governo.
De Brasília, Shirley Loiola.

Ouça a entrevista do senador:

Em Alagoas, Aécio venceria Lula com folga numa disputa presidencial

Uma pesquisa feita pelo Instituto Paraná, no estado de Alagoas, entre os dias 15 e 19 de outubro, mostra que o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, venceria com folga o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos dois turnos de uma disputa presidencial.

Caso as eleições fossem hoje, Aécio Neves deixaria o petista para trás já no primeiro com 33% a 26%.

A vantagem do tucano seria ainda maior num eventual segundo turno, no qual Aécio derrotaria Lula com mais de 50% dos votos.