“Não há um ponto ótimo, um número mágico que seja o ideal para Estados, Municípios e União. O que buscamos é estabelecer alguns parâmetros. No momento em que definimos que esse limite se dará de forma individualizada para órgãos, entidades e autarquias, nós estamos reorganizando a máquina pública. Chego à questão central que é a qualificação da ocupação desses cargos, e vou dizer com todas as letras: para que não sejam mais os cargos dos companheiros que vão financiar os partidos políticos, contribuindo para o declínio e para a baixa qualificação da função pública”, afirmou o senador Aécio Neves, ao defender nesta terça-feira (01/12), a PEC 110 que, aprovada, definirá um limite máximo na Constituição para criação de cargos comissionados na União, estados e municípios, e a adoção de um processo seletivo para as nomeações, que hoje são irrestritas.
Pronunciamento senador Aécio Neves durante debate da PEC que limita criação de cargos comissionados
O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, defendeu, nesta terça-feira (01/12), a PEC 110 que, aprovada, definirá um limite máximo na Constituição para criação de cargos comissionados na União, estados e municípios, e a adoção de um processo seletivo para as nomeações, que hoje são irrestritas.
Confira o pronunciamento do senador, no Senado:
Estamos tratando de uma matéria que tenho absoluta convicção de que terá no Plenário o resultado que teve na Comissão de Justiça, a unanimidade. Porque nós estamos falando da qualificação da gestão pública no Brasil, nos Estados e nos Municípios. Estamos criando critérios e limites para a ocupação dos cargos comissionados.
É uma demanda antiga, não de um ou de outro partido, mas da sociedade brasileira. E é uma oportunidade, a meu ver, extremamente positiva para que o Congresso Nacional, através do Senado, possa encerrar este ano votando uma matéria que teve, na sua concepção, a contribuição de inúmeros senadores das mais diferentes matizes políticas, como o senador e ex-governador Antonio Anastasia, talvez o maior especialista nesta Casa no assunto, senador Walter Pinheiro, senador Alvaro Dias, além de outras contribuições, como da senadora Simone Tebet.
O que nos possibilita agora ter um texto enxuto, onde ficam bastante claros os limites para os cargos comissionados vis-à-vis ao conjunto dos servidores públicos em cada órgão da Administração e, mais do que isso, a necessidade de que pelo menos 50% desses cargos sejam ocupados por servidores de carreira. É uma forma de você estimular a qualificação dos servidores de carreira e de prestigiá-los.
A origem e talvez a inspiração maior dessa proposta veio de uma experiência que nós fizemos em Minas Gerais, quando eu era governador, o senador Anastasia era vice-governador do Estado. Estabelecemos a certificação para ocupação de cargos comissionados. A indicação para esses cargos ficava como era anteriormente, livre, mas o indicado tem que passar por uma certificação feita, em Minas Gerais, por um órgão externo ao governo do Estado. No nosso caso, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Isso elevou muito rapidamente e de forma extraordinária a qualificação, o nível desses postulantes a esses cargos comissionados, portanto, de livre recrutamento. E estamos agora aprimorando, permitindo que, inclusive, aqueles que, dentro da máquina pública, venham a ser selecionados para ocupação desses cargos, passem por um sistema de seleção também interna.
E, obviamente, aqueles que venham de fora da máquina pública tenham que ter a qualificação adequada para ocupação desse cargo.
Chamo a atenção das Srªs e dos Srs. senadores, agradecendo a contribuição de todos para o caráter extremamente meritório dessa iniciativa que qualifica a gestão pública no Brasil, nos Estados e nos Municípios.
Na verdade, não há um ponto ótimo, um número mágico que seja o ideal para Estados, Municípios e União. O que buscamos é estabelecer alguns parâmetros – e agradeço imensamente a contribuição do senador Álvaro Dias. No momento em que definimos que esse limite se dará de forma individualizada para órgãos, entidades e autarquias, nós estamos impedindo, no caso de uma matéria que vi no jornal de circulação nacional há um ano e pouco, sobre o Ministério de Combate à Fome. O nome já não é nem mais esse, onde 70% dos cargos de livre nomeação eram cargos comissionados. Outro ministério vizinho tinha 60% dos cargos comissionados. No momento em que estabelecemos esse limite, nós estamos reorganizando a máquina pública.
Qual é a questão essencial? Nem é essa do percentual. É a qualificação. É você por um lado, com 50% desses cargos, prestigiar os servidores de carreira, estimular que eles também se qualifiquem internamente – e propomos um processo seletivo interno, para que não seja apenas uma nomeação também aleatória.
Portanto, você começa a criar uma dinâmica interna. Isso aconteceu em Minas Gerais com impacto extraordinário. Lá, a nomeação para esses cargos era submetida a uma avaliação externa, feita pela Universidade Federal de Minas Gerais. As indicações chegavam, as pessoas tinham que se qualificar, tinham que obter uma certificação. A grande maioria das indicações acabou desistindo pelo meio do caminho, com receio de se submeter a essa certificação, o que abriu espaço para que nós encurtássemos dentro da máquina pública também.
Mas chego à questão do percentual, porque vejo que não há contestação em razão da questão central, que é a qualificação da ocupação desses cargos, e vou dizer com todas as letras: para que não sejam apenas os cargos dos companheiros que vão financiar os partidos políticos com o percentual do seu salário e contribuindo para o declínio, para a baixa qualificação daquela função pública.
Nós, no momento que estabelecemos esse corte, e a proposta do senador Anastasia era até um pouco mais ousada, porque ele se preocupava, como eu me preocupo, com os pequenos municípios – talvez até pela nossa experiência de termos governado ambos um Estado com 853 municípios, várias centenas com menos de 20, 30 mil habitantes –, o que encontramos é uma dificuldade de seleção, de qualificação, nesses municípios, de um corpo técnico com um mínimo de condições de tocar área de obras, de fiscalização previdenciária municipal.
Por isso, elevamos um pouco mais o limite para os municípios, chegando a 15%, a metade do que havia sido proposto pelo senador Anastasia. Mas no momento em que reduzimos isso, ou fazemos essa delimitação por órgão, tenho absoluta certeza de que os Municípios, os Estados e a União precisarão reequilibrar essa balança: onde tem muitos, não vai poder ter tantos; onde eventualmente não tem, pode eventualmente ter mais.
Portanto, foi algo muito discutido, refletido, e acho que é uma sinalização clara que nós damos para que a meritocracia substitua o aparelhamento nefasto da máquina pública, produzido – e aí eu faço justiça, para encerrar – no governo federal, em larga escala, mas também em muitos governos estaduais e também muitos governos municipais.
Aprovação da PEC 110 na CCJ
“Estamos propondo um choque de gestão, de qualificação, de meritocracia na gestão pública.Pouquíssimos temas encontrarão tanta convergência, não apenas no Congresso Nacional, mas no seio da sociedade brasileira, quanto a necessidade de qualificarmos a gestão pública no Brasil em todos os seus níveis”, afirmou o senador Aécio Neves, nesta quarta-feira (28/10), ao saudar a aprovação, por unanimidade, na CCJ do Senado, da PEC 110, de sua autoria, que estabelece que os cargos comissionados no governo federal, nos estados e municípios deverão ser ocupados por funcionários com qualificação profissional comprovada.
A proposta que segue agora para o plenário do Senado, onde precisa passar por dois turnos de votação., e depois para a Câmara dos Deputados, limita o numero de cargos comissionados ou de confiança a 10% do total de cargos de cada órgão. Para ocupar essas funções públicas, o funcionário deve ter formação e experiência profissional comprovadas. Para os cargos nas áreas estratégicas da administração pública será necessário também obter uma certificação do profissional indicado, atestando sua qualificação para assumir a função.
“Essa proposta vai ao encontro de uma expectativa crescente da sociedade brasileira, de que queremos um serviço público que não atenda ao governante de plantão, porque todos passam, mas atenda à sociedade brasileira. Com isso, estamos impedindo que a bel prazer do governante sejam criados, a cada necessidade de compor, seja com a base aliada ou com outros interesses, novos cargos”, afirmou Aécio Neves.
Aprovação da PEC 110 na CCJ
“Estamos propondo um choque de gestão, de qualificação, de meritocracia na gestão pública.Pouquíssimos temas encontrarão tanta convergência, não apenas no Congresso Nacional, mas no seio da sociedade brasileira, quanto a necessidade de qualificarmos a gestão pública no Brasil em todos os seus níveis”, afirmou o senador Aécio Neves, nesta quarta-feira (28/10), ao saudar a aprovação, por unanimidade, na CCJ do Senado, da PEC 110, de sua autoria, que estabelece que os cargos comissionados no governo federal, nos estados e municípios deverão ser ocupados por funcionários com qualificação profissional comprovada.
A proposta que segue agora para o plenário do Senado, onde precisa passar por dois turnos de votação., e depois para a Câmara dos Deputados, limita o numero de cargos comissionados ou de confiança a 10% do total de cargos de cada órgão. Para ocupar essas funções públicas, o funcionário deve ter formação e experiência profissional comprovadas. Para os cargos nas áreas estratégicas da administração pública será necessário também obter uma certificação do profissional indicado, atestando sua qualificação para assumir a função.
“Essa proposta vai ao encontro de uma expectativa crescente da sociedade brasileira, de que queremos um serviço público que não atenda ao governante de plantão, porque todos passam, mas atenda à sociedade brasileira. Com isso, estamos impedindo que a bel prazer do governante sejam criados, a cada necessidade de compor, seja com a base aliada ou com outros interesses, novos cargos”, afirmou Aécio Neves.
Reunião da CCJ
“O que temos assistido de forma crescente no Brasil nos últimos anos, mesmo em períodos anteriores ao atual governo, é a desqualificação crescente da máquina pública, subordinada cada vez mais a interesses e necessidades momentâneas do governante. Cada vez assistimos ao maior distanciamento da meritocracia quando da ocupação da seleção dos gestores públicos”, afirmou o senador Aécio Neves durante reunião da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) que aprovou, nesta quarta-feira (28/10), proposta de sua autoria que valoriza a qualificação profissional na ocupação de cargos comissionados em órgãos da União, estados e municípios.
Comissão do Senado aprova proposta de Aécio que cria processo seletivo e limite para cargos comissionados
A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado aprovou, nesta quarta-feira (28/10), proposta do senador Aécio Neves que valoriza a qualificação profissional na ocupação de cargos comissionados em órgãos da União, estados e municípios.
Aprovada por unanimidade, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 110/2015 prevê que para ocupar um cargo de confiança em áreas estratégicas da administração pública será necessário antes obter uma certificação do profissional indicado, atestando sua qualificação e competência para assumir a função na área pública.
A PEC do senador estabelece que a certificação será necessária para o desempenho dos cargos de comissão e funções de confiança nos postos de direção, chefia e assessoramento.
“Pouquíssimos temas encontrarão tanta convergência, não apenas no Congresso Nacional, mas no seio da sociedade brasileira, quanto a necessidade de qualificarmos a gestão pública no Brasil em todos os seus níveis. O que temos assistido, de forma crescente no Brasil nos últimos anos, – e eu faço aqui justiça – mesmo em períodos anteriores ao atual governo, é a desqualificação crescente da máquina pública, subordinada cada vez mais a interesses e necessidades momentâneas do governante”, afirmou Aécio Neves durante a votação da PEC na CCJ.
A certificação de funcionários nas áreas estratégicas do serviço público foi uma medida adotada por Aécio Neves no governo de Minas. No Estado, para ocupar cargos na gestão financeira de recursos públicos, diretor de escola, superintendente regional de Saúde ou diretor de unidades socioeducativas era necessário obter a certificação para a função junto à Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Aécio destacou que a proposta vai ao encontro dos anseios da sociedade por mais profissionalismo e qualidade nos serviços públicos e pelo fim do uso de ministérios, secretarias e órgãos federais para atender a interesses políticos e de partidos.
Esse projeto busca num primeiro momento frear o crescimento alarmante dos cargos chamados comissionados, aqueles de livre provimento na máquina pública. Ano a ano, governo a governo, o número desses cargos vem crescendo e, com esse crescimento, a absoluta falta de critérios para sua devida ocupação. O que estamos propondo é a racionalização na ocupação desses cargos, no sentido de garantir eficiência a cada uma das áreas de responsabilidade do Estado”, afirmou.
Limites e meritocracia
A proposta de Aécio foi elogiada tanto por senadores da oposição como da base governista. O texto foi relatado pelo senador Alvaro Dias, que apresentou voto favorável e acatou duas emendas apresentadas pelo senador Antonio Anastasia.
Uma delas inclui a meritocracia no artigo 37 da Constituição como princípio da administração pública e estabelece limites diferenciados para a nomeação de cargos comissionados.
A proposta original de Aécio estabelecia que o número de cargos comissionados seria limitado a 10% do total de cargos efetivos para todos os entes federados. A emenda de Anastasia definiu um percentual de 10% para a União, 20% para estados e Distrito Federal e 30% para municípios.
A segunda emenda de condiciona o pagamento de adicional ou prêmio de produtividade ao resultado da avaliação de desempenho do servidor.
O texto aprovado hoje pelos senadores na CCJ segue agora para o plenário do Senado, onde precisa passar por dois turnos de votação. Se aprovada, segue para a Câmara dos Deputados.
Concursados
Aprovada no Dia do Servidor, a PEC estabelece ainda que metade dos cargos comissionados deve ser ocupada obrigatoriamente por funcionários concursados.
“Nós estamos estabelecendo alguns critérios para a ocupação desses cargos no seio da máquina pública. O primeiro deles é que metade dos cargos de livre provimento deverá ser ocupada por servidores concursados daquela área. Nós estamos valorizando aqueles que ao longo da sua vida se dedicaram e, obviamente, adquiriram conhecimento específico em relação as atribuições que irão assumir”, destacou o senador.

