Recessão prevista pelo FMI para o Brasil é dramática, diz Aécio Neves

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, afirmou, nesta terça-feira (14/04), que a queda de 1% do PIB brasileiro prevista pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) para 2015 comprova o fracasso da política econômica do governo Dilma Rousseff.

“Nossa situação é dramática. Pela irresponsabilidade do atual governo, temos um cenário único no mundo, que é de crescimento nulo – esse ano, inclusive, o crescimento é negativo – e inflação alta. Estamos puxando o crescimento da América Latina para baixo. Brasil, Venezuela e Argentina serão, na região, os países que menos vão crescer”, afirmou Aécio Neves.

Os números divulgados pelo FMI mostram que o Brasil está na contramão da economia mundial. Enquanto os países emergentes crescem em média 4,3%, o país caminha para ter crescimento negativo, consequência dos erros cometidos pelo governo federal nos últimos anos.

“No momento em que o mundo acena para um crescimento acima de 3,5%, cresceremos, durante o período do segundo mandato da atual presidente, zero. Essa é a média que os analistas fazem. Fruto do quê? De crise internacional que já não existe? Fruto da seca? Não, fruto da irresponsabilidade de um governo, que, mesmo sabendo dos equívocos que havia cometido, não corrigiu os rumos quando precisava corrigi-los. E, hoje, o custo será pago principalmente pelos brasileiros que menos têm”, afirmou o senador Aécio Neves.

 

Pacote econômico

O presidente nacional do PSDB voltou a criticar o ajuste fiscal proposto pelo governo federal. Segundo Aécio, o pacote é extremamente rudimentar, pois consiste no aumento de tributos e no corte de direitos trabalhistas.

“Quem pagará a conta é quem não deveria pagá-la, porque 85% do custo do ajuste recairão sobre a classe trabalhadora brasileira. E esse governo não tem sequer a responsabilidade, a humildade de dizer: errei, me equivoquei. Não, simplesmente ele diz que, agora, precisamos de uma nova política econômica. Precisamos sim, em razão do desastre, da irresponsabilidade que foi a política econômica desses últimos anos, agravada pela utilização sem limite do Estado para um projeto político”, criticou Aécio Neves.

Aécio Neves fala sobre pacote econômico do governo

O senador fala sobre as medidas anunciadas pelo governo federal para estimular a economia. Ele criticou a desoneração da folha de pagamento de poucos setores

Aécio Neves – Entrevista – Pacote econômico do governo

Local: Brasília – DF

Assunto: Pacote para indústria

Em relação ao pacote de anúncios feito pelo governo que busca criar salvaguardas para alguns setores da indústria, vale um comentário que, na verdade, não é novo. O caminho da desoneração, em especial da folha de pagamentos, é um caminho que nós do PSDB defendemos há muito tempo, mas não de forma setorizada, não apenas elegendo alguns setores que tenham não só maior competitividade, ou maior concorrência do exterior, ou, em especial, que tenham maior proximidade com o governo. O que defendemos é uma desoneração geral, para todos os setores da economia. Mas o governo, mais uma vez, faz mais do mesmo, sem tocar no que é essencial.

O grande problema para a competição da economia, em especial, do setor industrial do Brasil é altíssima carga tributária. Mas para que houvesse espaço para diminuição da carga tributária, era essencial que o governo gastasse menos. Na verdade, o governo é perdulário, gasta muito e gasta mal, haja visto o estado, o nível das obras do PAC, grande parte delas ou paralisadas ou adiadas nos prazos inicialmente propostos.

Portanto, são medidas que podem, no curtíssimo prazo, atender interesses de determinados setores, mas não toca naquilo que é essencial: a diminuição da carga tributária. É nisso que o PSDB e os partidos de oposição vão bater, é isso que vamos cobrar permanentemente do governo federal.

Mas é preciso que ele passe a gastar menos com seus gastos correntes, menos com o custeio da máquina pública para poder gastar mais em investimento e para que sobre espaço exatamente para diminuição do peso da carga tributária que impõe, aí sim, uma concorrência predatória à indústria brasileira.

Eu repito o que tenho dito sempre: nós estamos avançando no Brasil para viver num tempo pré-JK, onde grande parte de nossa pauta de exportações era feita por commodities. O processo de desindustrialização é real, é sério. O governo agora, tardiamente, atenta para isso, mas atenta mais uma vez com medidas paliativas, sem mexer naquilo que é essencial.