Aécio recebe Capriles e pede posição firme do Brasil contra violações na Venezuela

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, recebeu, nesta terça-feira (14/06), no Senado, o líder da oposição venezuelana Henrique Capriles. Durante a reunião, Aécio manifestou preocupação com o agravamento da crise econômica e social na Venezuela e defendeu que o governo brasileiro se manifeste claramente contra a escalada antidemocrática do governo Nicolás Maduro. Semana que vem assembleia da Organização dos Estados Americanos (OEA) discutirá a crise venezuelana.

“O que nós queremos para a Venezuela é o que nós queremos para o Brasil: respeito à Constituição. Quando se fala em democracia e em respeito aos direitos humanos não existem fronteiras”, afirmou o senador Aécio, que defendeu uma audiência ainda hoje com o presidente em exercício Michel Temer para tratar do assunto.

Aécio Neves ressaltou a omissão do governo brasileiro durante o mandatos do ex-presidente Lula e da presidente afastada Dilma Rousseff em relação a violações políticas e de direitos humanos por parte de Nicolas Maduro.

“Se mudou o governo do Brasil, é fundamental que mude também a nossa postura em relação a nossos vizinhos. Vamos estimular o presidente Michel Temer e, tenho certeza, ele vai estar estimulado o chanceler José Serra para que a posição do Brasil seja em defesa da democracia e do respeito à Constituição na Venezuela”, afirmou.

O senador destacou o agravamento da tensão social na Venezuela, que vive um estado de profunda recessão econômica e enfrenta a escassez de produtos básicos, como alimentos e medicamentos.


Visita de Capriles

Acompanhado de deputados de oposição na Assembleia Nacional, Capriles cumpre agenda de viagem pela América do Sul para denunciar as manobras de Maduro para tentar impedir a realização do referendo popular que pode por fim ao seu mandato.

O pedido de referendo conta com mais de 1,3 milhão de assinaturas naquele país, seis vezes mais do que o mínimo fixado pela Constituição venezuelana para que a consulta popular seja realizada.

O encontro no Senado reuniu os senadores brasileiros que integraram a comissão parlamentar que viajou à Venezuela, ano passado, em apoio aos presos políticos.

Aécio Neves – Entrevista sobre o Encontro com o líder venezuelano Henrique Capriles

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, concedeu entrevista, nesta terça-feira (14/06), sobre o Encontro com o líder venezuelano Henrique Capriles.

Leia a transcrição da entrevista do senador:

Estamos recebendo com muito respeito, mas também com grande preocupação, a visita do amigo Henrique Capriles, ao lado dos seus companheiros da Venezuela. Estão aqui os vários senadores que participaram da nossa visita alguns meses atrás a Caracas e o que queremos para a Venezuela é o que queremos para o Brasil: respeito à Constituição.

Digo sempre que, quando se fala em democracia, em respeito aos direitos humanos, não existe fronteira. As fronteiras não nos separam, ao contrário. E tenho absoluta convicção e vou tomar a iniciativa de solicitar ainda hoje um encontro com o presidente Michel Temer para este grupo de senadores, para que a posição do Brasil na reunião da próxima semana da OEA seja diametralmente oposta à omissão, a meu ver criminosa, com que o Brasil conduziu sua política externa – sobretudo em relação à Venezuela – durante os últimos anos.

É claro que as razões pelo agravamento da crise da Venezuela em grande parte são internas. Mas a presença do Brasil, a força, a influência do Brasil, poderiam ter minimizado o agravamento da crise na Venezuela se tivesse tomado decisões corretas, se tivesse tido uma postura que não a da omissão e a da conivência ao longo dos últimos anos.

Se mudou o governo do Brasil, é fundamental que mude também a nossa postura em relação a nossos vizinhos. Tenha certeza que vamos estimular o presidente Michel Temer, como tenho certeza vai estar estimulado o chanceler José Serra, para que a posição do Brasil seja em defesa da democracia e do respeito à Constituição na Venezuela. Se o impeachment é uma previsão constitucional no Brasil, e ele está ocorrendo, e a votação ocorre, o referendo é uma previsão constitucional na Venezuela e, portanto, há que ser respeitado.


O sr. vai ter esta mesma posição em relação ao Mercosul, porque há uma iniciativa semelhante no Mercosul?

Essa é uma iniciativa que deve ser conduzida pelo governo. Mas a nossa posição, e falo como presidente do PSDB, é exatamente esta. Países que não respeitam as cláusulas democráticas, obviamente não devem participar do Mercosul.

Pronunciamento no Senado Federal

“Nós todos alentamos a expectativa de uma reconstrução da política externa brasileira, onde o viés ideológico possa dar espaço a relações maduras, pragmáticas, próprias da diplomacia contemporânea no mundo, onde os interesses do Brasil, das empresas e dos empregos gerados no Brasil possam se sobrepor a outros interesses de menor relevância”, disse o senador Aécio Neves em pronunciamento no Senado Federal, nesta terça-feira (14/06), ao saudar o líder oposicionista na Venezuela, Henrique Capriles, que visitou o Congresso Nacional em busca de apoio à retomada das garantias constitucionais em seu país.

Aécio Neves e um grupo de senadores brasileiros reuniram-se com Capriles e defenderam uma mudança no posicionamento do governo federal em relação à Venezuela.

“Em razão do agravamento da crise na Venezuela, que gera desabastecimento, inclusive de medicamentos e não apenas de mantimentos, além de termos o pior quadro inflacionário de todo o planeta Terra, além das tensões políticas que se agravam com a manutenção de mais de 80 presos políticos ainda naquele país, é hora de o Brasil exercer a sua posição de liderança natural na região, seja pela sua influência econômica, seja por sua localização quase que continental, por sua dimensão quase que continental e por sua localização estratégica. O que se espera hoje, e esperam os democratas de toda a região, é um posicionamento mais firme do Brasil na próxima reunião da OEA, clara, em defesa da democracia, não apenas da Venezuela, mas em toda a região”, afirmou, destacando a assembléia da Organização dos Estados Americanos (OEA), marcada para semana que vem.

Pronunciamento no Senado Federal

“Nós todos alentamos a expectativa de uma reconstrução da política externa brasileira, onde o viés ideológico possa dar espaço a relações maduras, pragmáticas, próprias da diplomacia contemporânea no mundo, onde os interesses do Brasil, das empresas e dos empregos gerados no Brasil possam se sobrepor a outros interesses de menor relevância”, disse o senador Aécio Neves em pronunciamento no Senado Federal, nesta terça-feira (14/06), ao saudar o líder oposicionista na Venezuela, Henrique Capriles, que visitou o Congresso Nacional em busca de apoio à retomada das garantias constitucionais em seu país.

Aécio Neves e um grupo de senadores brasileiros reuniram-se com Capriles e defenderam uma mudança no posicionamento do governo federal em relação à Venezuela.

“Em razão do agravamento da crise na Venezuela, que gera desabastecimento, inclusive de medicamentos e não apenas de mantimentos, além de termos o pior quadro inflacionário de todo o planeta Terra, além das tensões políticas que se agravam com a manutenção de mais de 80 presos políticos ainda naquele país, é hora de o Brasil exercer a sua posição de liderança natural na região, seja pela sua influência econômica, seja por sua localização quase que continental, por sua dimensão quase que continental e por sua localização estratégica. O que se espera hoje, e esperam os democratas de toda a região, é um posicionamento mais firme do Brasil na próxima reunião da OEA, clara, em defesa da democracia, não apenas da Venezuela, mas em toda a região”, afirmou, destacando a assembléia da Organização dos Estados Americanos (OEA), marcada para semana que vem.

Visita do líder oposicionista venezuelano Henrique Capriles

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, disse hoje que ele e um grupo de senadores do partido pedirão ao presidente em exercício, Michel Temer, um posicionamento do Brasil contra as violações à Constituição na Venezuela, na reunião da Organização dos Estados Americanos (OEA). Marcada para semana que vem, a assembleia da OEA discutirá sanções ao governo de Nicolás Maduro.

Aécio se reuniu, nesta terça-feira (14/06), no Senado, com o líder da oposição na Venezuela Henrique Capriles.

“O que nós queremos para a Venezuela é o que nós queremos para o Brasil: respeito à Constituição. Quando se fala em democracia e em respeito aos direitos humanos não existem fronteiras. Eu vou tomar a iniciativa de solicitar, ainda hoje, um encontro com o presidente Michel Temer para este grupo de senadores, para que a posição do Brasil, na reunião da próxima semana da OEA, seja diametralmente oposta à omissão, a meu ver criminosa, com que o Brasil conduziu sua política externa em relação à Venezuela nos últimos anos”, afirmou o senador Aécio em entrevista à imprensa.

Aécio Neves defende envio de observadores internacionais para acompanhar eleições na Venezuela

O senador Aécio Neves sugeriu que a Comissão de Relações Exteriores do Senado Federal faça um pedido formal à Organização dos Estados Americanos (OEA) para envio de observadores para acompanhar as eleições parlamentares na Venezuela, previstas para dezembro deste ano. Durante audiência pública da CRE, realizada nesta quinta-feira (20/08), Aécio Neves demonstrou preocupação com as garantias de que eleições correspondam à vontade do povo venezuelano.
A audiência pública foi promovida pela Comissão de Relações Exteriores para ouvir o jornalista venezuelano Miguel Otero, que denunciou o desrespeito do governo de Nicolás Maduro à liberdade de expressão. Otero afirmou que a Venezuela vive numa ditadura que sufoca de todas as formas os meios de comunicação local.

O senador Aécio Neves defendeu que o Parlamento brasileiro possa acompanhar as eleições da Venezuela e afirmou que o respeito à democracia não tem fronteiras.

Leia abaixo os principais trechos do pronunciamento do senador

O tema democracia e liberdade na América Latina, e em especial na Venezuela, tem espaço importante nos debates, não apenas no Congresso Nacional, mas na sociedade brasileira.

Quando se trata de democracia, quando se trata de liberdade, não há que se respeitar fronteiras, porque todos acabamos por ser contaminados para o bem. Quando os ventos da democracia, de alguma forma, chegam a determinados países, de alguma forma eles alcançam países vizinhos, mas também quando há o cerceamento da liberdade. Já assistimos na nossa história latino-americana essa contaminação perversa. Por isso, uma preocupação hoje de todos nós, em relação às próximas eleições na Venezuela.

E a questão que indago é que assistimos, não sei se poderia chamar de distensionamento, mas alguns gestos, até mesmo pela pressão interna e externa, pela absoluta falência daquele modelo político e econômico. Tivemos alguns desses presos políticos, ainda não todos, em especial Leopoldo, retornando às suas casas.

No anúncio da data das novas eleições parlamentares para o final do ano, a questão que se impõe é a seguinte: pelo que sabemos até agora não há uma demanda por parte do governo venezuelano oficial para que uma comissão da OEA, ou de outro organismo internacional, se faça presente para acompanhar essas eleições.

A grande dúvida que fica é se a Venezuela está em condições de fazer hoje uma eleição que represente, que expresse a vontade livre do povo venezuelano ou temos que nos preocupar ainda com qualquer tipo de manipulação em relação a essas eleições. Porque a questão essencial nesse instante que está às nossas mãos ou pelo menos ou pelo menos às nossas vistas, é a possibilidade, de pela decisão democrática da população venezuelana, termos um resultado que corresponda à efetiva vontade desse povo.

Em que condições se apresentam as próximas eleições, a sua preparação é motivo de preocupação crescente? Organismos internacionais ou delegações de países vizinhos podem de alguma forma se articular, seja através da Unasul, do Mercosul, para se fazerem presente? Esta é a preocupação central que temos hoje. Porque está é uma oportunidade que efetivamente não pode ser perdida.

Há um dispositivo na Constituição da OEA, que, em casos extremos, em casos onde a democracia é ameaçada efetivamente, pode o Secretário-Geral daquela organização constituir uma comissão representativa para fazer este acompanhamento.

Digo isso, porque acho que essa deveria ser a nossa ação pontual neste instante, além da solidariedade que, obviamente, jamais deixamos de expressar. Mas, quem sabe até por iniciativas a comissão, em contato com outras comissões de relações exteriores de outros países vizinhos, uma moção à OEA, para que a OEA, que ainda também não tomou esta iniciativa, possa decidir por enviar uma comissão.

Obviamente, saberá fazer as tratativas com o governo venezuelano, mas como uma decisão do organismo, para que não percamos a oportunidade de ver essas eleições acompanhadas adequadamente.

Acho que essa pode ser uma ação pensada depois por nós aqui, para que tenhamos pelos menos alguma tranquilidade de que essas eleições terão como resultado a vontade majoritária do povo venezuelano.