Aécio destaca novos royalties para municípios afetados pela mineração

“Essa é uma vitória dos mineiros. Trabalhamos muito por um ressarcimento mais justo aos municípios mineradores e devemos saudar agora a extensão da Cfem a todas as cidades que sofrem os impactos dessas atividades”, diz Aécio, que foi relator no Senado da MP com novo marco da mineração.

Dois decretos presidenciais publicados no Diário da União, nesta quarta-feira (13/06), regulamentam avanços importantes da Lei 13.540/17, aprovada ano passado, que mudou as alíquotas e a base de cálculo da Compensação Financeira (Cfem) paga aos municípios e estados mineradores.

A nova regulamentação estabelece critérios para a divisão da parcela de 15% da Cfem, que passa a ser paga aos municípios afetados indiretamente pelas atividades de mineração, prevê ressarcimento ambiental e traz ainda obrigações da Agência Nacional de Mineração (ANM), criada ano passado.

“A extensão da Cfem aos municípios afetados por atividades decorrentes da mineração, como no transporte de minério ou existência de barragens de resíduos, foi um dos importantes avanços da nova legislação. Entre outros, que resultarão em maiores compensações ambientais e sociais às cidades mineiras e, esperamos, aos moradores em cada uma delas”, afirmou Aécio Neves.

O senador foi relator da Medida Provisória 789/2017 aprovada em novembro passado, corrigindo o valor dos royalties pagos pela exploração de minerais.

“A nova lei foi uma vitória dos mineiros. Trabalhamos muito por um ressarcimento mais justo aos municípios mineradores e devemos saudar agora a extensão da Cfem a todas as cidades que sofrem os impactos dessas atividades”, destacou o senador.

O aumento dos royalties foi uma das principais reivindicações feitas no governo Aécio Neves ao então presidente Lula. Em 2011, ao assumir o mandato de senador, ele apresentou projeto de lei que corrigia a alíquota da Cfem de 2% para 5% sobre o faturamento das mineradoras. Um ano depois, o governo do Estado lançou em parceria com entidades da sociedade civil o movimento “Minério com mais Justiça”.

Na nova lei, a alíquota base da Cfem passou para 3,5% (sobre o minério de ferro). A mudança mais importante proposta por Aécio foi incorporada na lei com um novo cálculo da compensação, que passou a incidir sobre o faturamento bruto das empresas, e não mais sobre a receita líquida.

A previsão da Associação dos Municípios Mineradores (Amig) é que a arrecadação com a Cfem salte de R$ 1,8 bilhão atual para R$ 2,6 bilhões anuais, no país. Cerca de metade desse montante cabe aos municípios mineradores mineiros.

Divisão do bolo

Na nova repartição da Cfem, os municípios mineradores recebem 60% da receita, os municípios afetados 15%, estados 15% e a União 10%.

“Temos grande expectativa também na criação da Agência Nacional de Mineração e nas obrigações estabelecidas para as empresas na recuperação das áreas exploradas e degradadas. É bom destacar que a população é sempre quem paga o maior preço pela atividade mineral. Desde o início da exploração de riquezas naturais, que não são renováveis, até o fechamento de uma jazida, eliminando empregos e gerando prejuízos sociais. Portanto, nada mais justo que o ressarcimento seja traduzido em serviços para a população”, afirma Aécio Neves.

Saúde libera recursos de emendas de Aécio a municípios mineiros para compra de ambulâncias e equipamentos odontológicos

O Fundo Nacional de Saúde liberou a prefeituras mineiras o pagamento de R$ 2,9 milhões em recursos solicitados pelo senador Aécio Neves para compra de ambulâncias e de gabinetes odontológicos. Os recursos foram repassados diretamente a 63 prefeituras de várias regiões do Estado, nessa quarta-feira (16/05).

O senador Aécio Neves destaca que a aplicação dos recursos do FNS é de uso exclusivo para compra de ambulâncias e equipamentos para atendimento odontológico da população. O ex-governador mineiro lembra que as prefeituras vivem graves dificuldades financeiras devido aos repetidos atrasos nos repasses de recursos por parte governo estadual ao longo de mais de um ano.

“Esses recursos atendem a quem precisa da rede pública de saúde, garantem a melhoria de serviços essenciais prestados diretamente nos municípios. Não resolvem os problemas na saúde, porque eles são enormes, mas é uma forma de contribuir com as despesas das prefeituras, hoje tão penalizadas pelas dívidas e pela escassez de recursos do Estado”, disse Aécio.

População atendida

O prefeito de Nazareno (Campo das Vertentes), José Heitor, comemorou o depósito dos recursos do FNS. O município tem apenas um hospital público, além de pequenos postos de saúde sem condições de prestar serviços médicos nos casos mais graves, e, por isso, necessita de ambulância para transporte de pacientes a outras cidades.

“É sempre muito importante receber recursos para saúde. Há vários atendimentos que não são feitos no hospital do nosso município e temos de recorrer a cidades vizinhas. Com esses recursos que recebemos iremos efetuar a compra de mais uma ambulância e reforçar o efetivo que faz esse deslocamento dos nossos pacientes no dia-a-dia”, contou José Heitor.

Nazareno, que tem cerca de oito mil habitantes, também foi beneficiada com recursos para a compra de um gabinete odontológico.

O prefeito de Tiradentes, Zé Antônio do Pacu, manifestou nas redes sociais sua satisfação ao receber o depósito dos recursos que irão garantir a aquisição de uma ambulância e equipamentos odontológicos para a cidade. Ele ressaltou que a chegada do recurso representa “mais qualidade no atendimento e compromisso com a população”.

Aécio destaca importância do sistema único de segurança pública aprovado no Senado

“A integração das forças de segurança e a criação de uma política nacional de combate ao crime retiram estados e municípios da situação de abandono por parte do governo federal”, diz Aécio

O senador Aécio Neves subiu à tribuna do Senado, nessa quarta-feira (16/05), para defender a aprovação do sistema único de segurança pública (SUSP) no país e a criação de uma política nacional de segurança e de defesa social integrando os órgãos federais, estaduais e municipais.

O PLC 19/2018 foi aprovado e depende agora da sanção do presidente da República. Em seu pronunciamento, o senador Aécio considerou a integração, defendida por ele desde 2014, como avanço fundamental para combate ao crime.

“Não construímos hoje uma solução definitiva ou completa para a grave situação da segurança pública no Brasil, mas damos um passo essencial para que possamos ter, a partir de agora, uma ação conjunta, coordenada, sistêmica e integrada dos órgãos de segurança pública da União, dos estados e dos municípios”, afirmou o senador Aécio.

Ele destacou que há mais dez anos tem denunciado o abandono dos estados e municípios pelo governo federal frente ao aumento da violência e das ações do crime organizado.

O projeto de lei aprovado nesta quarta-feira, relatado pelo senador Antonio Anastasia, prevê a organização de funcionamento de todos os órgãos de segurança pública e das forças policiais. Entre elas, a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal, as Polícias Civis e Militares, Corpo de Bombeiros e guardas municipais, onde existem.

Integra também órgãos do sistema penitenciário, os institutos de criminalística, a Secretaria Nacional de Segurança Pública e secretarias estaduais, a Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil e a Secretaria Nacional de Política sobre Drogas.

“O crime não respeita fronteiras, sejam elas externas ou internas. O que esse novo sistema vai permitir é que haja uma integração, além de ações planejadas, também naquilo que é essencial para o enfrentamento da criminalidade: que é a informação. São os órgãos de inteligência”, destacou o senador.

Recursos dos Fundos de Segurança

Ex-governador de Minas Gerais, o senador Aécio alertou que é necessária a aprovação também do Projeto de Lei 698/11, de sua autoria, que torna obrigatória a transferência aos estados dos recursos do Fundo Penitenciário Nacional (FUNPEN) e do Fundo Nacional de Segurança Pública (FNS). Ele ressaltou que a definição de novos critérios para divisão desses recursos e a garantia de repasses por parte do governo federal precisam ocorrer para dar condições financeiras aos estados nos gastos em segurança.

“É absolutamente fundamental que estados e municípios saibam, no início da execução orçamentária, com que nível de recursos vão contar para as ações na área de segurança. Definir critérios para aplicação do Fundo Penitenciário, levando em conta índices de criminalidade e população carcerária, investimentos na área, assim como a definição de critérios para os investimentos nos estados do Fundo Nacional de Segurança Pública, são etapas ainda a serem vencidas”, disse Aécio.

O sistema integrado aprovado nesta quarta-feira será coordenado pelo Ministério Extraordinário de Segurança Pública.

Aécio defende projeto aprovado que aumenta compensação financeira de municípios afetados por hidrelétricas

“Apenas em Minas Gerais, estado que abriga a matriz hídrica do país, o estado das águas, são 152 municípios beneficiados”, diz senador

O senador Aécio Neves destacou, nesta quarta-feira (11/04), a aprovação do projeto (PLC) 315/2009, que aumenta de 45% para 65% o percentual de participação dos municípios na repartição da compensação financeira paga aos municípios afetados pela construção de usinas hidrelétricas. A proposta já aprovada pela Câmara dos Deputados vai para sanção presidencial.

A partir de então, os municípios passarão a receber a maior parte da Compensação Financeira dos Recursos Hídricos (CFRH) paga pelas usinas hidrelétricas. Dos atuais 45% da arrecadação da CFRH passarão a receber 65%. Em Minas, serão beneficiados 152 municípios atingidos por áreas alagadas pela instalação de hidrelétricas. A União e estados receberão 10% e 25%, respectivamente.

“Esta é uma luta quase histórica dos municípios alagados de todo o Brasil. É inegável que cabe a eles o ônus maior pela perda de partes importantes de seus territórios, permitindo um apoio aos prefeitos que vivem com dificuldades de toda ordem. Em Minas Gerais, principalmente, pelo descompromisso do governo do Estado com as transferências dos recursos constitucionais. Mas é um quadro de todo o país dada às dificuldades enormes que enfrentam”, afirmou o senador Aécio em plenário.

Aécio Neves destacou que são nos municípios que a população sofre os impactos sociais e econômicos gerados na construção de hidrelétricas e de reservatórios. O senador ressaltou que serão 729 municípios beneficiados pelo projeto no país.

“Esse projeto é de grande importância. Apenas em Minas Gerais, estado que abriga a matriz hídrica do país, o Estado das águas, são 152 municípios beneficiados. Cerca de 70% dos reservatórios do Brasil estão em solo mineiro”, afirmou o senador.

Senador Aécio participa de encontro com prefeitos nos Vales do Aço e do Rio Doce

O senador Aécio Neves participou, nesta sexta-feira (09/03), do II Encontro de Prefeitos e Lideranças do Leste de Minas, que reuniu cerca de 300 participantes em Coronel Fabriciano, entre prefeitos, vice-prefeitos, vereadores e deputados das regiões do Vale do Aço, Leste e Médio Piracicaba.

A grave crise financeira vivida pelos municípios mineiros foi o tema principal do encontro. Durante a reunião, o prefeito de Coronel Fabriciano, Marcos Vinícius, apresentou uma carta dirigida ao governador de Minas, reivindicando a regularização dos repasses dos recursos devidos aos municípios. A carta destaca direitos dos municípios estabelecidos na Constituição.

O senador Aécio Neves participou da reunião como convidado e afirmou que uma comissão de prefeitos deverá ir a Brasília semana que vem em busca de apoio do governo federal.

“Estamos conversando sobre a importância de um novo pacto federativo para o país, onde municípios tenham maior protagonismo. Estamos também organizando para, na semana que vem, em Brasília, possamos discutir uma forma de repasse dos recursos do governo federal diretamente aos municípios, para que as prefeituras possam manter em dia os serviços necessários à população”, afirmou o senador.

Ele ressaltou a importância de que os prefeitos imponham uma nova agenda dos municípios. E criticou o bloqueio e atraso nos repasses de recursos devidos pelo governo do Estado aos municípios.

“O que vem acontecendo em Minas pune aqueles que menos têm, que são os municípios. Essa é a razão de construção de um novo pacto federativo, onde não sejam usurpados recursos dos cofres municipais, recursos que a Constituição lhes garante. Minas vive hoje um momento trágico da sua história, onde recursos da área da saúde, do ICMS, do IPVA, do transporte escolar, vêm sendo retidos sucessivamente pelo governo do Estado”, disse o senador Aécio.

Segundo a Associação Mineira dos Municípios (AMM), o governo do Estado deve aos municípios R$ 2,5 bilhões em recursos da saúde. Outros R$ 748 milhões referentes ao IPVA recolhido em janeiro ainda não foram repassados.

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O senador Aécio Neves em São José da Safira, durante reunião de prefeitos e lideranças do Vale do Rio Doce, com a presença de cerca de 50 prefeitos.

União por Minas

O deputado estadual Bonifácio Mourão (PSDB) ressaltou a importância da união das lideranças para retomada de crescimento de Minas Gerais.

“Minas está numa situação extremamente difícil. Há interesse por parte dos nossos adversários de minorar as forças de nossas lideranças, mas não vamos deixar. Estamos juntos com os líderes e, ao nosso lado, temos um desses maiores líderes, o senador Aécio Neves.”

O presidente do PSDB-MG, deputado federal Domingos Sávio, também participou do evento e destacou as gestões tucanas no Estado.

“Sempre digo e continuo dizendo, é uma honra estar ao lado de lideranças comprometidas com Minas. Porque temos gratidão, como o deputado Mourão disse. Sabemos tudo o que foi feito por Minas, a nossa história de luta e seriedade”, afirmou.

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Aécio Neves, prefeitos e lideranças em Jequitinhonha

Carta de Fabriciano

A carta de Fabriciano relata as dificuldades enfrentadas por centenas de municípios mineiros. “É importante dizer que o caos se instalou, o fundo do poço chegou, não há mais como prosseguir diante de tanto se aviltar os municípios”, relata o texto.

Os prefeitos criticaram também o recente bloqueio de mais de R$ 6 bilhões feito pelo Tesouro Nacional nas contas do Estado. “A efetivação de tal bloqueio levaria o Estado ao caos”.

Dívida com a Saúde

Em Brasília, os prefeitos pretendem levar ao Ministério da Saúde um pedido para que seja autorizado o repasse de recursos diretamente para o Fundo Municipal de Saúde, sem intermediação do governo do Estado.

“O governo de Minas está retendo os recursos do governo federal, não está repassando para os municípios, assim como já vem fazendo com o ICMS, com o IPVA e outras fontes. Hoje, Coronel Fabriciano tem a receber do Estado mais de R$ 50 milhões. Apenas para o hospital, que é estadual deve R$ 6 milhões”, disse Aécio.

Ao final do encontro, o senador Aécio Neves foi surpreendido com um vídeo em comemoração a seu aniversário, neste sábado.

Vale do Rio Doce e Jequitinhonha

Após o encontro de hoje, o senador Aécio Neves participou de reunião de prefeitos e lideranças em São José da Safira, no Vale do Rio Doce, com a presença de cerca de 50 prefeitos.

Na quinta-feira, Aécio participou como convidado de um encontro de prefeitos e lideranças dos Vales do Jequitinhonha e do Mucuri, realizado pelo prefeito de Jequitinhonha, Roberto Botelho (PSDB).

Os prefeitos pediram apoio do senador junto ao governo e afirmaram que, sem investimentos, os municípios não estão conseguindo atender demandas importantes da população, sobretudo, o atendimento aos mais pobres.

Aécio faz apelo à bancada do Nordeste para apoiar inclusão na Sudene de municípios mineiros

“Não vamos competir investimentos com os estados do Nordeste. Nos permitam atrair investimentos que permitam que a região do Vale do Rio Doce, fragilizada economicamente, possa encontrar o seu caminho”, disse o senador.

O senador Aécio Neves fez, na manhã desta quarta-feira (28/02), no Senado Federal, a defesa do Projeto de Lei 148/2017 que inclui na área da Sudene 82 novos municípios dos Vales do Rio Doce, Mucuri, Noroeste e da região Central de Minas.

Aécio convocou os colegas a apoiar o projeto, que sofre rejeição por parte dos parlamentares de estados do Nordeste, em especial de senadores do PT. Na votação desta manhã, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Aécio foi obrigado a retirar a proposta da pauta para evitar a rejeição da medida.

O ex-governador de Minas e relator do projeto fez na CCJ uma veemente defesa da inclusão dos municípios, pedindo a solidariedade dos senadores do Nordeste para os problemas vividos pela população e a importância dos incentivos autorizados na área da Sudene na atração de investimentos.

Aécio destacou que a inclusão das cidades de Minas não afetará os benefícios já concedidos aos municípios do Nordeste e que a maior presença do Estado fortalecerá a Sudene.

O projeto de lei tramita no Congresso Nacional há onze anos.

Em sua fala, Aécio lembrou os severos prejuízos sofridos pelos municípios da região do Rio Doce com a tragédia provocada pelo rompimento da barragem de rejeito de minério da Samarco, em 2015, e que contaminou os rios e prejudicou fortemente a economia dos municípios.

Segue pronunciamento do senador Aécio Neves
CCJ do Senado / 28-02-18

Temos a oportunidade hoje de senadores da República de todas as regiões do Brasil corrigirem uma enorme injustiça. Ao longo dos anos, a Sudene, criada por inspiração de um mineiro, presidente Juscelino Kubitschek, tem por objetivo maior reduzir as enormes, aviltantes, deveria dizer até vergonhosas diferenças que dividem os brasileiros e algumas das suas regiões. Ao longo do tempo, algumas correções vieram sendo feitas para que municípios de Minas Gerais que têm a mesma realidade social, econômica, e, em especial, hídrica, de parcelas importantes da região Nordeste, pudessem ter a oportunidade, a possibilidade de acessar também esses recursos e, principalmente, de atrair investimentos que pudessem minorar o sofrimento das populações dessas regiões, alavancar o seu desenvolvimento tanto econômico quanto social.

Lembro-me, srs. senadores, com um certo orgulho, que, quando presidia a Câmara Federal, no início deste século, conseguimos iniciar essa correção, incluindo ali alguns municípios do Vale do Mucuri, que tinham a realidade, em alguns aspectos, até mais grave do que municípios do Norte mineiro que já faziam parte da Sudene.

Numa interinidade na Presidência da República, coube a mim sancionar a lei que incluiu esses municípios. O que percebemos é que uma região muito próxima a essa, a Região do Vale do Rio Doce, que sofre problemas muito semelhantes àqueles daquelas regiões já incluídas, demandava, portanto, ter a mesma oportunidade. A oportunidade de receber investimentos que, sem as isenções que membros da região da Sudene obtêm, seriam praticamente impossíveis.

Aqui estão presentes hoje importantes lideranças da região. E eu aqui registro em especial a presença do deputado Bonifácio Mourão; do deputado Adelmo; o prefeito de Governador Valadares, prefeito André (Merlo). Um conjunto de lideranças que convivem diariamente com o drama de terem possibilidade de atrair investimentos, de serem privados das condições mínimas de fazê-lo.

A grande questão que se coloca, e eu reconheço que essa dúvida pode ser até pertinente, mas carece de análise mais aprofundada do que significará a inclusão desses novos municípios na Sudene – é a de que é um bolo, e esse bolo não deveria ser dividido com um número maior de municípios. Mas, na verdade, isso não tem consonância, correspondência com a realidade.

Minas Gerais e o Espírito Santo, juntos, e, nesse projeto alguns, cerca de três municípios do Espírito Santo estão sendo também incluídos exatamente na região mais desaquecida economicamente do Estado, menos de 8% do conjunto dos recursos ficaram para esses Estados.

Fiz aqui questão de detalhar um pouco mais isso, para que aqueles que não estão familiarizados com esse assunto tenham uma noção clara do que estamos falando: no ano de 2016, foram aprovados 327 pleitos de incentivos fiscais que redundaram no incentivo de em torno de R$ 16 bilhões. Portanto, R$ 16 bilhões para o conjunto dos municípios, cerca de mil, oitocentos e poucos municípios hoje atendidos pela região. Em Minas Gerais foram apenas R$ 859 milhões. Então, de um total de R$ 16 bilhões, não chegaram sequer a R$ 1 bilhão os incentivos ao Estado de Minas Gerais.

Tenho dito sempre que é preciso, sim, que gastemos o nosso tempo discutindo o fortalecimento da Sudene, novos instrumentos para que ela possa efetivamente contribuir na diminuição dessas diferenças, repito, aviltantes que nos separam, e, do ponto de vista do Estado de Minas Gerais, atender a esse projeto, a uma mobilização histórica e já de décadas da região do Rio Doce, em Minas Gerais, de todos os partidos, sem partidos, movimentos da sociedade legítimos que vêm buscando esse avanço. Atender a essa demanda significa criar uma isonomia entre uma região muito parecida do ponto de vista da sua realidade econômica e social.

Não vou aqui monopolizar a palavra, para que eu possa, ao final, também sanar qualquer dúvida e fazer qualquer reparo que ache conveniente – não é desconhecido por ninguém que essa região passou por uma das maiores tragédias da nossa vida contemporânea, o desastre da Samarco, ocorrido em Mariana, afetou, e ainda afeta de forma extremamente grave, toda essa região banhada pelo Rio Doce.

Essa possibilidade de incluí-la na Sudene será também um novo instrumento para que as atividades econômicas que foram desaquecidas e muitas eliminadas em razão da tragédia ocorrida, e até hoje sem os ressarcimentos adequados e necessários, essa inclusão possibilitará a esses municípios buscar uma nova fonte de fomento, de incremento, de desenvolvimento e, portanto, de investimentos.

Portanto, esse projeto de iniciativa da Câmara dos Deputados, aprovado lá pela maioria dos srs. parlamentares, chega ao Senado Federal. E aqui tenho absoluta convicção de que os representantes da Federação compreenderão que, ao contrário daquilo que se possa pensar inicialmente, estaremos, com a inclusão desses novos municípios, fortalecendo esse importante instrumento de desenvolvimento regional.

A presença de Minas na Sudene, ao contrário de dividir o bolo, fortalece a Sudene, e estaremos juntos na discussão de novos instrumentos, novos recursos para os fundos de desenvolvimento regional, para o Fundo do Nordeste, porque a partir de agora, espero eu, um número mais expressivo de municípios mineiros poderão, por justiça, fazer parte do conjunto daqueles que historicamente vêm sendo beneficiados pelas condições fiscais especiais dos municípios que fazem parte da Sudene e, obviamente, pelos recursos dos Fundos de Desenvolvimento.

FALA FINAL

Lamento que a discussão tenha ido para um caminho absolutamente distante daquilo que estamos buscando construir. Parece que há uma tentativa de usurpação de outros estados da Federação do patrimônio da região Nordeste, e não é verdade.

Certa vez, o grande ministro Afonso Arinos de Mello Franco fez uma definição de Minas Gerais. Disse que Minas era nuclear, era o equilíbrio e era o centro. Porque convivíamos ao Sul com as regiões mais prósperas e desenvolvidas do Brasil, a Oeste com o que ele chamava da região do couro com os desbravadores que nos apresentaram um novo Brasil dentro do Brasil, ao Leste com a brisa do mar vinda do Espírito Santo e do Rio de Janeiro, mas principalmente porque convivíamos ao Norte e Nordeste do nosso estado com as agruras, com as dificuldades principalmente com esperança, características natas do povo nordestino.

Talvez exatamente por isso, o senador Magno Malta aqui já lembro dessa questão, coube a um mineiro, o presidente Juscelino Kubitschek, ter esse olhar da brasilidade, algo que na época muitos acreditavam não teria um futuro longo, a Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste, um instrumento de diminuição das nossas diferenças. Mas em nenhum momento ele circunscreveu essas diferenças a uma nomenclatura regional, apenas ao Nordeste.

Temos todos aqui nesta Casa uma compreensão clara dos desafios que o Nordeste vive. Eu, sobretudo no último período, como candidato à presidência da República, tive a oportunidade de apresentar um grande planejamento de desenvolvimento daquela região. Conheço bem essas diferenças. Mas já no nascedouro da Sudene, ela já incorporava municípios do Norte de Minas não por uma escolha aleatória do então presidente Juscelino Kubitschek, mas por que se assemelhavam, havia uma isonomia, havia uma característica comum entre os municípios do Norte mineiro e vários municípios do Nordeste. Ao longo do tempo, ampliou-se a presença de Minas exatamente porque outros municípios apresentavam as mesmas características.

Na verdade, dentro da própria região Nordeste, as realidades são absolutamente distintas. Temos regiões no Nordeste hoje prósperas, desenvolvidas, que estão com o seu Índice de Desenvolvimento Humano, o crescimento da sua economia, muito além de alguns bolsões em alguns estados brasileiros. Mas nunca, jamais alguém ousou excluir essas regiões mais desenvolvidas do Nordeste dessa possibilidade de continuarem a alavancar o seu desenvolvimento.

O que se busca é menos acesso aos fundos de desenvolvimento, e como disse corretamente o senador Sérgio de Castro, tem contabilizado saldos ao final de cada exercício, mas o que buscam aqueles que representam esta região do Vale do Rio Doce e regiões do Norte do Espírito Santo, é acesso aos incentivos fiscais que possibilitarão, em função das características de cada uma das regiões, que são diferentes, a do Rio Doce, por exemplo, do estado que V.Exa. representa, as atratividades, as atividades que ali terão possibilidade de ter competitividade, de crescer e de se desenvolver e gerar emprego, são distintas. Que se busque a dar a essas regiões o principal incentivo fiscal que atende aqueles municípios que estão dentro da região da Sudene que é a isenção de 75% do imposto de renda de pessoa jurídica.

Não vamos competir investimentos com Rio Grande do Norte, com Pernambuco ou com Ceará. Vamos ter condições de atrair para estas regiões de Minas Gerais aqueles que a natureza, que o clima, que as riquezas naturais, possibilita estarem ali instalados. Portanto, não se compete com recursos de outras regiões. Esta é uma visão muito simplista, pouco profunda daquilo que estamos aqui discutindo. E cito aqui um exemplo. No ano de 2017, vou ficar apenas no último ano, foram aprovados com incentivos fiscais, portanto com a redução de impostos, e chamo a atenção dos senadores principalmente do Nordeste a esse dado, foram aprovados pela diretoria colegiada da Sudene 313 pleitos. Apenas no ano de 2017, mas isso vem acontecendo nos últimos anos. A grande maioria deles, cerca de 260, exatamente com a redução de 75% do imposto de renda para pessoas jurídicas.

Essas isenções possibilitaram investimentos de R$ 64 bilhões na região atendida pela Sudene. R$ 31 bilhões, metade desse total para apenas o estado de Pernambuco, representado pelo ilustre senador Armando Monteiro. Isso foi feito em detrimento de outros estados da Federação? Não. Possivelmente pela qualidade dos projetos, pelos atrativos que o estado apresentava. O que queremos é que o Espírito Santo e Minas Gerais, dadas as peculiaridades dessas regiões, e não falamos obviamente do conjunto do Estado, mas de alguns municípios, possam ter a possibilidade de se desenvolverem. E o que queremos dos ilustres representantes do Nordeste é um gesto de grandeza, de solidariedade que teve Juscelino Kubitschek ao compreender que essas diferenças precisavam ser enfrentadas.

Não estamos competindo com absolutamente nada. Menos de 8% dos recursos dos fundos de desenvolvimento estão nesses municípios, 92% estão nos municípios do Nordeste e ainda há saldo anualmente em cada um desses fundos. Nos permitam atrair investimentos que permitam que a região do Vale do Rio Doce, fragilizada economicamente, atacada pela tragédia de Mariana, aqui referida pelo senador Magno Malta, possa encontrar o caminho, a nossa gente, e tenho certeza de quando vocês vêm aquele drama na televisão todos se solidarizam pessoal, intimamente, com o drama que essa região vem passando.

Vamos nos solidarizar efetivamente. Vamos ter a coragem de compreender que o que queremos apenas é dar a essa região o único caminho que à nossa frente se apresenta com a possibilidade de ela suprir a grande derrocada social e econômica que teve com essas últimas tragédias e com a questão hídrica, que já vem a atingindo há mais de uma década.

Portanto, lamento que na Comissão de Constituição e Justiça, onde deveríamos estar discutindo a admissibilidade dessa matéria, e não há nenhum óbice, nenhuma objeção do ponto de vista da sua constitucionalidade, mas percebendo que a discussão caminha para um outro campo, mas sobretudo acreditando que em conversas que passaremos a ter já a partir de hoje com os ilustres senadores desta Comissão, em especial com os senadores do Nordeste para que possamos construir um grande entendimento.

E para que não corramos risco, e obviamente cabe a mim como relator, avaliando aqui as manifestações já externadas ao microfone de voto de inúmeros senadores, não posso permitir que corra-se o risco deste projeto ser, no início da sua discussão, repito, deveria estar tratando da admissibilidade da matéria, ser derrotado, o que na verdade faria naufragar todo os esforço que fez a Câmara dos Deputados, onde essa discussão foi também extremamente profunda.

Frustraria uma região inteira, seus representantes e líderes que aqui estão, então haja vista que as manifestações contrárias até aqui e a ausência de alguns parlamentares dessa Comissão nos permitem avaliar a possibilidade de que essa proposta, repito, por uma visão equivocada do que significa a introdução desses municípios na Sudene, pode portanto ser derrotada, eu solicito à V.Exa. a retirada de pauta para que possa fazer uma nova avaliação do projeto e para que eu possa, discutindo com as lideranças dessa Comissão, demonstrar que o que queremos única e exclusivamente é que os ilustres senadores do Nordeste possam ter para conosco, de Minas e do Espírito Santo, a solidariedade que jamais deixamos de ter em relação a eles.