Dilma repete em discurso de relançamento promessas da posse que não cumpriu

Ao discursar na convenção do PT, neste sábado (21), Dilma Rousseff pronunciou 47 vezes palavras ou expressões com o significado de recomeço ou de ajuste. Considerando-se que o pronunciamento ocupou 17 páginas, o conceito de correção de rumos foi evocado, em média, 2,7 vezes por folha.

Dilma mencionou 17 vezes o vocábulo ‘transformação’, duas das quais no infinitivo, uma no plural e uma no gerúndio. Citou 12 vezes a palavra “reforma”. Repetiu sete vezes a expressão “novo ciclo”. Referiu-se uma vez a “novo salto”. Falou em “mudança” cinco vezes, duas no plural. Por fim, utilizou cinco vezes o verbo “melhorar”.

Tomado isoladamente, o discurso revelou o esforço notável de uma governante com a popularidade em queda para ajustar o vocabulário ao desejo de mudança manifestado por 74% do eleitorado, segundo o Datafolha. Comparado à peça que Dilma leu no Congresso Nacional no dia de sua posse, em 1º de janeiro de 2011, o texto se torna matéria prima para a oposição —uma espécie de autodenúncia de tudo o que não foi feito.

A três meses da eleição, a presidente repetiu na forma de promessas compromissos que assumira na posse e que não conseguiu executar. Fez isso sem pronunciar nenhuma frase que pudesse ser entendida como uma autocrítica. Ao contrário. Em algumas passagens de sua fala, Dilma culpou terceiros pelos malogros do seu governo.

No discurso da posse, Dilma afirmara que a reforma política era “tarefa indeclinável e urgente” de sua gestão. Acenara com “com mudanças na legislação para fazer avançar nossa jovem democracia, fortalecer o sentido programático dos partidos e aperfeiçoar as instituições, restaurando valores e dando mais transparência ao conjunto da atividade pública.”

Na bica de encerrar o mandato, Dilma salta o mea-culpa e admite que a “tarefa indeclinável e urgente” de três anos e meio atrás é uma obra por realizar. Ela já não avoca para si toda a responsabilidade. Prefere dividir o esforço com o povo: “Não vejo outro caminho para concretizar a reforma política do que a participação popular, mobilizando todos os setores da sociedade por meio de um Plebiscito.”

No dia da posse, Dilma arrancara aplausos de deputados e senadores ao declarar que, “no plano social, a inclusão só será plenamente alcançada com a universalização e a qualificação dos serviços essenciais. Este é um passo, decisivo e irrevogável, para consolidar e ampliar as grandes conquistas obtidas pela nossa população.”

A presidente do discurso inaugural, considerava “tarefa indispensável” do seu governo liderar “uma ação renovada, efetiva e integrada dos governos federal, estaduais e municipais, em particular nas áreas da saúde, da educação e da segurança, vontade expressa das famílias brasileiras.”

Nos lábios da Dilma deste sábado, o compromisso de melhorar os serviços públicos, antes “decisivo, irrevogável e indispensável”, virou um objetivo impalpável a ser obtido num futuro incerto, no bojo de um ambicioso ‘Plano de Transformação Nacional’. Desde que governadores e prefeitos deixem de ser um estorvo para as boas intenções do governo federal.

“Um Plano de Transformação Nacional desta envergadura, só pode se concretizar com uma ampla reforma, capaz de redefinir os papéis dos entes federados”, disse Dilma, antes de transferir para as instâncias inferiores as culpas pelo insucesso de Brasília: “Não é por acaso que alguns dos serviços públicos que apresentam mais deficiência são os que têm interface entre os governos federal, estaduais e municipais.”

Dilma enfatizou: “É preciso reestudar e redefinir novos papéis e novas funções para os entes federados, porque a complexidade crescente dos nossos problemas exige esta mudança.” Ela enganchou uma reforma na outra: “É importante que a redefinição do pacto federativo integre o âmbito da grande reforma política que o Brasil necessita. Esta reforma é fundamental para melhorar a qualidade da política e da gestão pública.”

Vendida pela propaganda de 2010 como supergerente, a Dilma do dia da posse falava em “consolidar o Sistema Único de Saúde”. Dizia isso num tom tão peremptório que a coisa parecia simples. “Será outra grande prioridade do meu governo”, ela declarava. “Vou acompanhar pessoalmente o desenvolvimento desse setor tão essencial para o povo brasileiro”, ela prometia. “Quero ser a presidenta que consolidou o SUS, tornando-o um dos maiores e melhores sistemas de saúde pública do mundo”, ela sonhava.

Sob essa Dilma em início de jornada, o SUS trataria sua clientela como nunca antes na história desse país. Os hospitais públicos proveriam “todos os instrumentos de diagnóstico e tratamento disponíveis, tornando os medicamentos acessíveis a todos, além de fortalecer as políticas de prevenção e promoção da saúde.”

A presidente de então empregaria “a força do governo federal para acompanhar a qualidade do serviço prestado e o respeito ao usuário.” Ela estabeleceria “parcerias com o setor privado na área da saúde, assegurando a reciprocidade quando da utilização dos serviços do SUS.”

No discurso da nova Dilma, o sonho da saúde perfeita virou um pesadelo do qual a candidata à reeleição tenta acordar. Transformou-se também numa nova promessa: “A reforma dos serviços públicos dará atenção especial à melhoria da qualidade da saúde”, informou a presidente aos convencionais petistas. Misturando programas deflagrados sob Lula a iniciativas adotadas na sua gestão, Dilma ainda tentou remediar o fiasco:

“Fizemos o Samu, as Upas, os medicamentos gratuitos do ‘Aqui Tem Farmácia Popular’, a Rede Cegonha e o Mais Médicos, um programa estratégico que fortalece o SUS”, disse a recandidata. Na sequência, reconciliando-se com o óbvio, ela admitiu: “Temos nos esforçado muito, mas os serviços de saúde precisam sofrer, ainda, uma transformação mais profunda para ficar à altura das necessidades dos brasileiros.”

Dilma sofreu um choque de realidade também na área educacional. No dia da posse, ela dizia que, a despeito dos avanços obtidos nesse setor, “só existirá ensino de qualidade se o professor e a professora forem tratados como as verdadeiras autoridades da educação, com formação continuada, remuneração adequada e sólido compromisso com a educação das crianças e jovens.”

Nessa época, Dilma sustentava que “somente com avanço na qualidade de ensino poderemos formar jovens preparados, de fato, para nos conduzir à sociedade da tecnologia e do conhecimento.” Pois bem. A candidata à reeleição agora fala em “novo ciclo”. Mas com objetivo velho. “Este novo ciclo fará o ingresso decisivo do Brasil na sociedade do conhecimento, cujo pilar básico é uma transformação na qualidade da educação”, discursou Dilma na convenção deste sábado.

Considerando-se as palavras ex-gerentona, a sala de aula ideal, que parecia roçar-lhe o nariz em janeiro de 2011, perdeu-se nos desvãos da ineficiência da engrenagem governamental. “E não adianta ficar dando voltas”, declarou a neo-Dilma. “A transformação da Educação só se consolida com a valorização plena e real do professor —com melhores salários e melhor formação”, ela acrescentou, como se tratasse do tema pela primeira vez.

A três meses e meio das eleições, Dilma reposicionou-se em cena: “Já começamos a fazer isso e vamos acelerar muito mais quando ingressarem os 75% dos royalties do petróleo e os 50% do excedente em óleo do pré-sal. Todos destinados à Educação.”

A oradora só esqueceu de mencionar o seguinte detalhe: nas previsões mais otimistas, o óleo do pré-sal jorrará em escala comercial apenas num ponto longínquo do calendário, nos arredores de 2020. Quer dizer: a “valorização plena e real do professor” é coisa para o segundo ano do mandato do sucessor do próximo presidente da República.

Há duas Dilmas também na área mais importante, a econômica. A Dilma do discurso da posse escorava a superação da miséria do país em “um longo ciclo de crescimento”. Falava coisas assim: “É com crescimento que serão gerados os empregos necessários para as atuais e as novas gerações. É com crescimento, associado a fortes programas sociais, que venceremos a desigualdade de renda e do desenvolvimento regional.”

A Dilma atual, gestora de um PIB miúdo e declinante, já não fala de crescimento com tanto entusiasmo. Ela prefere discursar sobre as desculpas. Nessa matéria, a candidata põe a culpa no mundo: “Quando eu assumi o governo, o mundo era um. Pouco tempo depois, o mundo era outro.”

Acrescentou: “A verdade é que a crise econômica e financeira internacional ameaçou não apenas a estabilidade das maiores economias do mundo, mas boa parte do sistema político e econômico mundiais, ao aumentar o desemprego, abolir direitos e semear a desesperança.”

Depois de desenhar essa conjuntura de fim do mundo, Dilma se absteve de mencionar o Pibinho. Discorreu sobre a maneira “competente” como administrou o Apocalipse financeiro. “O Brasil, dessa vez, não se rendeu, não se abateu, nem se ajoelhou!”, disse (o ponto de exclamação consta da versão escrita do discurso. “O Brasil soube defender, como poucos, o mais importante: o emprego e o salário do trabalhador –e foi o país que melhor venceu esta batalha!” Mas como sustentar a tese de que o salário se manteve a salvo das oscilações inflacionárias?

Munida de autocritérios, Dilma disse aos petistas que a aclamaram como candidata oficial do partido: “Pela primeira vez em nossa história, o trabalhador não pagou o preço da crise. Enquanto no resto do mundo a crise devorou, desde 2008, 60 milhões de empregos, aqui foram criados 11 milhões de postos de trabalho com carteira assinada.” De resto, afirmou a candidata, o governo “manteve a política de valorizaçãoo do salario mínimo” e reajustou o Bolsa Família “acima da inflação.”

A Dilma da posse reiterava o compromisso de “manter a estabilidade econômica como valor absoluto.” Ela dizia que “já faz parte de nossa cultura recente a convicção de que a inflação desorganiza a economia e degrada a renda do trabalhador. Não permitiremos, sob nenhuma hipótese, que esta praga volte a corroer nosso tecido econômico e a castigar as famílias mais pobres.”

Hoje, informam as pesquisas, a percepção do eleitorado sobre o aumento da carestia é um dos elementos que roem a popularidade do governo e o volume de intenções de voto de Dilma. Ao que a candidata responde: “O povo quer mais e melhor —e nós e também.” Ironicamente, Dilma só fala de economia no plural. Ela não toma o seu período de governo isoladamente. Refere-se aos “últimos onze anos”, como se a sua gestão e os oito anos de Lula, espécie de presidente emérito, formassem um único mandato hipertrofiado.

Foi “o mais longo período de inflação baixa da história brasileira”, declarou Dilma, pulando o fato de que a taxa inflacionária distanciou-se do centro da meta oficial, que é de 4,5% ao ano. Mantém-se teimosamente acima dos 6%, com tendência de furar o teto da meta, de 6,5%, até o final de julho. Como não pode modificar o passado nem reverter o presente, Dilma trata do futuro, a única fase do tempo que não pode ser conferida ou cobrada.

“Temos, agora, uma oportunidade rara na história”, ela discursou. “Criamos as condições para defender os grandes resultados de um ciclo extraordinário e, ao mesmo tempo, temos força para anunciar o nascimento de um novo ciclo de desenvolvimento”. Em meio à pompa da convenção, Dilma soou como se não tivesse receio de tropeçar nas circunstâncias.

“Este novo ciclo manterá os dois pilares básicos do nosso modelo —a solidez econômica e a amplitude das políticas sociais —e trará avanços ainda maiores na melhoria da infraestrutura e dos serviços públicos, na qualidade do emprego, no desenvolvimento tecnológico e no aumento da produtividade da nossa economia.”

O lema da nova campanha de Dilma é “Mais Mudanças, Mais futuro.” Ela antevê “grandes batalhas” até o dia da eleição. Pediu ajuda à militância petista. “Se na eleição do presidente Lula a esperança venceu o medo, nessa eleição a verdade deve vencer a mentira e a desinformação. O nosso projeto de futuro deve vencer aqueles cuja proposta é retornar ao passado”, afirmou.

Dilma se referia, evidentemente, às duas presidências tucanas de FHC. Para ela, o Brasil dessa época não produziu senão arrocho, alienação do patrimônio público e endividamento externo. Muita gente dirá que, no discurso da candidata do PT, a mentira e a desinformação prevalecem sobre a verdade. Dilma se livraria da polêmica se, em vez de recuar até a era tucana, estacionasse no início do seu próprio governo. Se o Brasil de 2014 tivesse 10% das maravilhas daquele país esboçado no discurso de janeiro de 2011, a eleição de outubro poderia ser cancelada. Dilma estaria reeleita.

 

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Governo é tão ruim que até o PT quer mudar, critica Aécio Neves

O candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, ironizou, neste sábado (21/06), o discurso de mudança defendido pelo PT durante a convenção nacional que oficializou a candidatura da presidente Dilma Rousseff à reeleição.

“O PT realiza em Brasília, neste mesmo horário, a sua convenção nacional. Sabem qual a palavra que mais se fala hoje na convenção nacional do PT? É a mudança. Mudança disso, mudança daquilo. A constatação que faço é que esse o governo é tão ruim que até o PT quer mudar”, criticou Aécio durante discurso na convenção do Partido Solidariedade, que oficializou hoje apoio às candidaturas dos tucanos à Presidência e ao governo de São Paulo.

A convenção do Solidariedade reuniu cerca de 4,5 mil militantes e delegados na Casa Portugal, na Liberdade, região central de São Paulo. O evento contou com as presenças do presidente nacional do partido, deputado federal Paulinho da Força, do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, do ex-governador José Serra, do senador Aloysio Nunes, entre outras lideranças.

Aécio também usou o discurso para criticar o governo petista por não ter feito as reformas necessárias para modernizar o Estado brasileiro, mesmo após 12 anos a frente do Executivo. “Vamos mudar, mas sem o PT, para resgatar a meritocracia, a eficiência e, porque não, a coragem para fazermos a reformas permanentemente adiadas por esse governo”, anunciou o candidato do PSDB a presidente.

Ao falar sobre como pretende recolocar o Brasil na rota do crescimento e do desenvolvimento social, Aécio afirmou a mudança será feita em conjunto com a sociedade.  “Essa grande travessia que vamos fazer para que o Brasil possa retomar o crescimento, avançar em indicadores sociais e se reconciliar com a sociedade brasileira não será, jamais, obra de um homem ou de um partido político. Tem que ser uma obra coletiva de pessoas que têm compromissos com o Brasil e com competência para ajudar nas mudanças”, destacou Aécio Neves.

“É preciso derrubar muros e construir pontes com os brasileiros”, diz Aécio Neves em São Paulo

Diminuir o abismo entre população e governo. Esse é um dos principais anseios externados pelo presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, durante a Convenção Nacional do partido. Cerca de cinco mil pessoas participaram do evento, que oficializou a candidatura de Aécio à Presidência da República. O tucano foi eleito com 99,11% dos votos.

“Não podemos aceitar mais essa reiterada e perversa tentativa de dividir o país ao meio. Temos sim que lutar com toda a nossa energia para derrubar os muros que dividem os brasileiros em varias condições”, disse. “Já passou da hora de todos sermos tratados como iguais, com deveres e direitos iguais. Precisamos derrubar muros e construir pontes”.

Muito aplaudido pelas lideranças políticas, militantes e simpatizantes presentes, Aécio relembrou avanços obtidos pelo país sob a direção do PSDB, como o fim da hiperinflação e a estabilidade da moeda conquistada com o Plano Real; a Lei de Responsabilidade Fiscal; a produção de medicamentos genéricos – sob a tutela do então ministro da Saúde José Serra; a ampliação do acesso às telecomunicações; a criação de agências reguladoras; a modernização de portos e a simplificação do sistema tributário.

“Para onde quer que se olhe, há marcos fundamentais de modernidade implantados por nós, quando tivemos a honrosa responsabilidade de governar o Brasil”, afirmou.

Aécio criticou ainda a resistência do governo petista em admitir as contribuições dadas pelo PSDB ao longo da história.

“Não adianta nossos adversários quererem, porque a história não se reescreve. Ela está aí para ser revisitada e reconhecida. A nossa coerência com nossos princípios, nossos valores, nos manteve na liderança da oposição pelos últimos 12 anos”, avaliou.

“Mas é preciso reconhecer que os nossos adversários também mantiveram a sua coerência durante todo esse período. Quem foi contra o Plano Real é que hoje permite a volta da inflação. Quem foi contra a Lei de Responsabilidade Fiscal é quem hoje assina a maldita contabilidade criativa. Quem se negou a apoiar a união nacional defendida por Tancredo Neves e Itamar Franco em dois momentos importantíssimos da vida nacional são os mesmos que se esforçam hoje em dividir de forma perversa o Brasil entre nós e eles”, acrescentou.

 

“Tsunami por mudanças”

Para o senador, o que antes era uma brisa por mudança, agora é uma ventania, um “tsunami que vai varrer do governo federal aqueles que não têm se mostrado dignos e capazes de atender as demandas da população brasileira”.

“Hoje me encontro aqui representando brasileiros de várias partes do país, e cada vez mais vem em mim um sentimento de serenidade e coragem. Não estamos aqui para construir o projeto de um partido político ou de uma aliança partidária, por mais ampla que seja. Estamos aqui para dizer um basta definitivo àqueles que se apropriaram do Estado nacional, e iniciarmos no Brasil um novo e generoso ciclo onde haja educação de qualidade, saúde digna e segurança na porta das famílias brasileiras”, completou.

PSDB e aliados se unem em torno do nome de Aécio à Presidência da República

Cinco mil pessoas, entre lideranças políticas, militantes, simpatizantes, aliados e representantes de todos os estados do Brasil, se uniram neste sábado (14/06), em São Paulo, em torno da oficialização do nome do presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, como candidato à Presidência da República. Durante a Convenção Nacional do partido, o tucano foi escolhido candidato com 99,11% dos votos. Dos 451 delegados, 447 se mostraram favoráveis ao senador. À época em que foi escolhido presidente nacional do PSDB, Aécio obteve a aprovação de 97,3% dos votantes.

Emocionado, o candidato do PSDB à presidência agradeceu a presença de todos e o voto de confiança dado por milhares de brasileiros.

“Acho que vocês podem imaginar a emoção que eu sinto neste instante. O mais importante momento de toda a minha caminhada política. E as coisas não acontecem ao acaso. Aceito hoje a convocação do meu partido e dos partidos aliados. Sou candidato à Presidência da República para mudar o Brasil, para transformar a vida dos brasileiros. O Brasil merece mais”, afirmou.

 

Passado

Após a execução de trecho do Hino Nacional interpretado por Zezé di Camargo em gravação enviada pelo cantor ao senador, Aécio lembrou, em seu discurso, figuras importantes em sua vida. Sua mãe, Inês Maria, a filha Gabriela, a esposa Letícia e seus filhos recém-nascidos, Bernardo e Julia, foram homenageados. Aécio também se lembrou de seu pai, Aécio Cunha, e de seu avô Tancredo Neves, homenageado na leitura do poema “Palavra Gasta”, de Ferreira Gullar.

O senador também revisitou feitos de governos anteriores do PSDB, que possibilitaram ao país crescer até o patamar em que se encontra hoje.

“Nenhum outro governo em nossa história recente deixou um legado de transformações e criou bases tão sólidas para que o país pudesse avançar como o governo do PSDB, apoiado sempre pelos nossos aliados”, afirmou.

“Se sempre foi inequívoco o compromisso do PSDB com a democracia e a liberdade, foi a nossa coragem que nos legou o país moderno e promissor que somos hoje. Foi com ela que colocamos fim ao ciclo hiperinflacionário que aprisionava o nosso crescimento e roubava o nosso futuro. E atingia especialmente os mais pobres, os que mais precisavam e menos tinham”, acrescentou.

 

Presente

Apesar do grande número de pessoas presentes, um só sentimento permeou o encontro: o clamor pela mudança.

“Os brasileiros percebem que foram traídos, e por isso o ambiente de indignação e de desalento que toma conta de todos os cantos do Brasil. Acreditaram na propaganda de quem dizia defender a ética e elegeram um governo que foi protagonista dos mais vergonhosos casos de corrupção da nossa história”, avaliou Aécio.

O candidato à Presidência pelo PSDB afirmou que, ao invés de protagonizar um novo e prometido salto, o país retrocedeu, perdeu o rumo, “não ousa encarar o presente e tampouco enfrentar o futuro”.

“Problemas antigos como a inflação, por exemplo, que imaginávamos superados, estão de volta, atrasando a agenda nacional. Tudo isso, cada ato, é consequência de um governo que governa para si mesmo. Que promete mais do que entrega, fala mais do que faz e que perdeu, há muito tempo, a capacidade de ouvir”, considerou. “E nós sabemos: governo que não ouve, erra. Governo que improvisa, falha sempre”, disse.

 

Futuro

Diante de uma plateia atenta, Aécio externou sua crença de que o Brasil cobra o fim de “escândalos em série e da corrupção endêmica que tomou conta do país”.

“É este o país que temos o desafio e a responsabilidade de mudar e melhorar, em respeito à nossa gente que demanda hoje no governo ações permanentemente adiadas por aqueles que nos governam”, salientou.

Aécio ainda reiterou seu compromisso em mudar para melhor a situação do Brasil:

“Se coube a Juscelino Kubitschek, há 60 anos, permitir o reencontro do Brasil com o desenvolvimento e a modernidade, coube a Tancredo, 30 anos depois, permitir que o Brasil se reencontrasse com a democracia e a liberdade. Outros 30 anos se passaram. Vamos conduzir o Brasil para um reencontro com a decência, com a dignidade, com o trabalho, com a eficiência na vida pública, e vamos fazer isso com a coragem de todos vocês”, completou.

 

Força da união

Ao final, a forte emoção e o entusiasmo de todos os presentes impediu que o senador chegasse ao final do seu pronunciamento. Momentos antes de concluir sua fala, o candidato do PSDB foi ovacionado por todas as lideranças presentes, que caminharam ao encontro do senador para abraçá-lo e parabenizá-lo.

Antes de ser interrompido, Aécio agradecia a cada um dos líderes tucanos de todo o país, responsáveis pela construção desse momento histórico momento de união de todo o partido.

“Nesse dia, apoiado e ladeado por algumas das mais expressivas lideranças políticas nacionais, apoiado por companheiros anônimos, que deixaram suas casas, suas cidades e viajaram por quilômetros para estarem aqui hoje, a minha responsabilidade, se já era grande, hoje é a maior de todas, porque estamos muito próximos mesmo de fazer esse reencontro ao qual me referi. Para um novo Brasil! Muda Brasil”, conclamou Aécio.

“Representamos a mudança que o Brasil almeja”, afirma Aécio Neves

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, em visita a São Luís (MA), destacou, nesta sexta-feira (09/05), que o partido representa a mudança segura que os brasileiros desejam. Aécio disse que os dados mais importantes das pesquisas de opinião realizadas neste momento são os que mostram que mais de 70% dos brasileiros reivindicam mudanças profundas no país. Pesquisa Datafolha, divulgada nesta sexta-feira (09/05), apontou que 74% dos entrevistados querem mudanças. Pesquisa Sensus divulgada no início de maio apontou que 66,1% dos entrevistados avaliaram negativamente o governo federal.

“O que é consistente hoje e deve estar preocupando o governo é que há um sentimento grande de mudança. Cabe a nós, e esse é o meu papel e esse é o esforço que tenho feito por onde tenho andado, mostrarmos que somos a mudança segura que o Brasil almeja e que o Brasil necessita”, afirmou Aécio Neves.

O presidente do PSDB e pré-candidato à Presidência da República reafirmou o compromisso do partido com a ética e com o bom uso do dinheiro público.

“É isso que o PSDB representa. Mudança no que diz respeito à compreensão do papel do Estado, mudança na busca da eficiência do setor público, mudança naquilo que para mim é essencial da vida pública, os valores éticos e morais”, ressaltou o senador.

Em São Luís (MA), Aécio participou de encontro com lideranças políticas e anunciou apoio à candidatura de Flávio Dino (PCdoB) ao governo estadual, tendo como pré-candidato a vice o deputado federal Carlos Brandão (PSDB-MA).

Datafolha aponta crescimento de Aécio e segundo turno nas eleições de outubro

Pesquisa Datafolha, divulgada nesta sexta-feira, mostra que o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, já tem 20 por cento das intenções de voto para as eleições presidenciais. Aécio foi o pré-candidato que apresentou maior crescimento. Segundo o Datafolha, a pesquisa indica ainda a realização de segundo turno nas eleições de outubro.

 

Sonora de Aécio Neves

“O dado relevante é que em todas as pesquisas isso é apontado, mais de 70% da população quer mudanças. E mudanças profundas. Estamos caminhando para mostrar aos brasileiros e aos alagoanos aqui hoje, em especial, que temos as propostas que mostram que somos a mudança segura que o Brasil precisa viver. Mudança com responsabilidade, com quadros extremamente qualificados e uma mudança que incorpora algo que para mim, pela minha formação, pelas minhas origens, é essencial: ética na vida pública. Precisamos de um governo que concilie ética com eficiência. Essa é a proposta do PSDB.”

 

Boletim

Sonora