Aécio Neves – Entrevista em Vila Velha (ES)

O candidato da Coligação Muda Brasil à Presidência da República, senador Aécio Neves, concedeu entrevista, nesta quinta-feira (10/07), em Vila Velha (ES), onde participou de ato político, ao lado do candidato a governador, Paulo Hartung (PMDB), e seu vice, César Colnago (PSDB).

 

Leia a transcrição da entrevista do senador:

Sobre viagem ao Espírito Santo.

Meu avó Tancredo, há 30 anos, lançou as bases da Nova República, que era nada mais do que a reconciliação do país com a democracia e com a liberdade. Hoje, o destino me permite estar mais uma vez no Espírito Santo, lançando as bases para um novo e grande pacto entre todos os brasileiros. Nós queremos um Brasil convergente. Um Brasil onde todos tenham melhor saúde, melhor educação, melhores perspectivas de vida. A proposta que encabeço hoje não é de um partido, e tampouco de um conjunto de forças. Ela representa o sentimento de milhões de brasileiros indignados com a incapacidade do governo de fazer o país crescer e avançar, de controlar a inflação e de permitir que os nossos indicadores econômicos melhorem. Estou extremamente honrado de poder estar aqui, ao lado do governador Paulo Hartung, meu companheiro como governador do Espírito Santo quando fui governador de Minas, um dos mais qualificados gestores públicos da nossa geração, para fazermos uma belíssima travessia, propositiva, respeitando as pessoas, dizendo a verdade, debatendo propostas. É isso que o Brasil espera de nós, e eu tenho certeza que começo com o pé direito pelo Espírito Santo.

 

O PT está ausente no Espírito Santo. Se o Sr. for eleito, vai acabar com esse isolamento?

Poucos estados foram tão prejudicados pela omissão do governo federal quanto o Espírito Santo. O governo federal tem responsabilidade para com todo o país, e a omissão do governo federal em questões centrais permitiu uma conflagração, o enfrentamento entre estados da Federação. Isso não é legítimo, isso não é aceitável. E ocorreu em várias áreas. Tenho, até pela minha formação pessoal, uma convicção de que a raiz de grande parte dos problemas brasileiros está nesse centralismo exacerbado, nessa transformação da federação quase que em um Estado unitário. Temos que reconhecer que aquilo que é feito no município é feito melhor do que aquilo que é feito no estado e na União. E aquilo que é feito no estado certamente é melhor do que é feito na União. Vamos refundar a Federação no Brasil, garantir melhores condições dos estados enfrentarem as suas dificuldades.

Hoje, na segurança pública, há uma omissão gravíssima do governo federal. Não existe política nacional de segurança. Na saúde, desde que o PT assumiu, houve uma queda anual da participação dos investimentos federais na saúde pública, que é hoje uma tragédia. Não adianta, esse excesso de propaganda do governo federal é quase que um acinte à inteligência dos brasileiros, porque ela não vem acompanhada de ações concretas.

Está na hora do Brasil da propaganda, do Brasil virtual, ser confrontado com o Brasil real. O Brasil das pessoas utilizando o transporte público de péssima qualidade, com saúde absolutamente precária, com a insegurança crescente em suas portas. O que queremos é que o Brasil volte a crescer e as pessoas voltem a ter esperança em seu futuro.

 

Sobre queda no PIB do Espírito Santo e previsões na economia. O que o Sr. fará para ajudar o estado e o país?

Em primeiro lugar, mágica não existe. O atual governo já fez a maldade. A maldade foi perder o controle sobre a inflação, afugentar os investidores do Brasil, eessa é a grande verdade, através de um intervencionismo absurdo em determinados setores da economia, como o de energia, por exemplo. Essa desqualificação do setor público, com esse absurdo aparelhamento da máquina com 39 ministérios, é quase que uma bofetada na cara dos brasileiros. Vamos cortar isso pela metade. Vamos ter uma política fiscal transparente e eficiente que nos permita resgatar a credibilidade para que os investimentos voltem ao Brasil e o crescimento da nossa economia é a alavanca mais vigorosa que teremos, tanto para controlar a inflação, quanto para permitir que estados como o Espírito Santo possam continuar se desenvolvendo.  O que não podemos ter é um governo federal que solitariamente arbitre e tome decisões que logo em seguida afetam a realidade e a economia nas unidades federadas.

O Espírito Santo vem avançando, desde o período de Paulo Hartung, muito mais em razão do esforço fiscal que foi feito aqui, na definição de parcerias estratégicas, seja no setor mineral, de celulose, em vários campos da indústria, no agronegócio, na agricultura – o Espírito Santo já se transforma no segundo maior produtor de café do país –, muito mais pelo esforço local, dos empreendedores locais, dos governos locais, do que certamente pela ação do governo federal. O que quero é refundar a Federação no Brasil e estados capacitados, qualificados e com potenciais extraordinários, como é o caso do Espírito Santo, vamos ter uma vantagem enorme.

 

Como o Sr. vem acompanhando os resultados de pesquisas de intenção de voto?

Com enorme otimismo. Em um momento como esse, com essa propaganda maciça do governo federal e ainda com um índice grande de desconhecimento em relação à nossa candidatura, já estamos sólidos em um segundo lugar e, como se diz, com um viés de alta. Espero que com essa minha visita ao Espírito Santo esse viés de alta aumente. Vamos fazer uma campanha verdadeira. Não considero, é da minha natureza, do Paulo (Hartung), do César (Colnago), não acho que alguém, por ser meu adversário, é meu inimigo, a ser banido da vida pública, a ser exterminado. Nada disso.

O que queremos é ter a oportunidade de apresentar a nossa proposta, respeitando os nossos adversários, mas dizendo com muita clareza: O Brasil merece mais do que está tendo. Merece crescer mais, merece administrações mais probas, mais decentes do que essas que estão aí, a acabar, a aniquilar o patrimônio de empresas públicas importantes para a vida do país, como é o caso da Petrobras, que vocês conhecem tão bem. Faço, como estou fazendo, uma caminhada da alegria, dizendo sempre a verdade, mas sempre pronto. Pronto para o bom debate em qualquer campo que ele se dê.

 

Sobre tentativa de uso político da Copa do Mundo.

Sempre fui muito reto nas minhas palavras, Copa do Mundo é uma coisa, eleição é outra. O governo da presidente Dilma é que, infelizmente, a cada momento, tem uma reação diferente. Quando vieram as manifestações, ela não tinha nada a ver com Copa do Mundo. Quando a Copa dá certo, parecia até que era ela a artilheira da seleção. Acho que quem vai pegar o preço são aqueles que tentaram se apropriar de um evento que é de todos os brasileiros.

Todos nós estamos tristes com  o resultado. Estive lá, como torcedor, no Mineirão, atônito com aquele resultado, e nunca misturei as coisas. Mas aqueles que esperavam fazer da Copa do Mundo, como disse a presidente, uma belezura para influenciar nas eleições, vão se frustrar.

Agora é hora de pensarmos no futuro do Brasil, vamos debater as propostas que cada um dos candidatos têm para o Brasil sair desse marasmo. Somos o país que menos cresce na nossa região, temos, de novo, uma das inflações mais altas do mundo, o IPCA dessa semana mostrou que já estamos no teto da meta inflacionária, 6,5%, porque o governo não foi prudente. Aliás, o governo da presidente Dilma falhou na condução da economia, nos deixa um cenário de estagflação, com estagnação do crescimento econômico e com a inflação retornando, e a emoldurar isso uma perda crescente da nossa credibilidade.

No campo da infraestrutura e da gestão do Estado, nos legará um Brasil transformado em um cemitério de obras inacabadas e com sobre preços por toda parte. E nos indicadores sociais o Brasil, infelizmente, volta a ver o recrudescimento do analfabetismo, vejam bem, uma agenda já virada, pelo menos uma página que achávamos virada da vida brasileira. Na saúde, uma tragédia, uma omissão cada vez maior do governo federal crescendo ano a ano. E na segurança, a ação do governo federal, ou a omissão do governo federal, é quase criminosa. 87% de tudo que se gasta em segurança pública vêm dos estados e municípios.

O Brasil não pode mais sustentar um projeto poder de um grupo político que a qualquer custo quer se manter à frente do governo federal. E pergunto: para quê? Para nos legar esse Brasil que estão nos deixando? Não. Os brasileiros não vão permitir. Está na hora de mudar e nós somos a mudança corajosa e verdadeira que o Brasil precisa viver.

Aécio faz caminhada e conversa com a população em Vitória

O candidato da coligação Muda Brasil à Presidência da República, senador Aécio Neves, fez nesta quinta-feira (10) uma caminhada pelas ruas do bairro Praia do Suá, em Vitória (ES). Pela manhã, Aécio participou de um encontro político na cidade vizinha de Vila Velha. Nas ruas da cidade, ele parou para conversar com simpatizantes, posou para fotos e ouviu pedidos e recomendações.

O senador tomou café em um bar, conversou com os moradores e detalhou algumas das propostas da coligação para o país. Durante a caminhada Aécio também ouviu queixas sobre a atuação do governo federal. Ao visitar as peixarias, comércios típicos da Praia do Suá, o tucano foi aplaudido pelos frequentadores.

A caminhada terminou no restaurante São Pedro – que, com 62 anos, é um dos mais tradicionais da cidade. O local é especializado na moqueca capixaba, um prato típico do Espírito Santo. A dona do restaurante São Pedro, Ruth Alves, deu a Aécio um livro de receitas do restaurante.

“Gosto muito do seu trabalho e da sua simpatia”, disse Ruth Alves informando que pretende votar em Aécio Neves para presidente em outubro.

Aécio estava acompanhado de lideranças como o candidato ao governo do Espírito, Paulo Hartung (PMDB), seu candidato a vice, o deputado federal César Colnago (PSDB), o coordenador da campanha da coligação Muda Brasil, senador José Agripino (DEM-RN), entre outros integrantes do PSDB e de partidos aliados.

Aécio pede mobilização e lembra trajetória de Tancredo em visita ao Espírito Santo

O candidato da Coligação Muda Brasil à Presidência da República, senador Aécio Neves, participou nesta quinta-feira (10/07) de um encontro político em Vila Velha, no Espírito Santo. Aécio lembrou que há 30 anos, no Espírito Santo, o avô Tancredo Neves lançou as bases de sua campanha para as eleições presidenciais de 1985.

“Quando o Brasil estava perplexo pela derrota da emenda Dante de Oliveira (que permitiria a realização de eleições diretas), Tancredo escolheu as terras capixabas para anunciar um pacto pelo país. Passaram-se 30 anos e o destino nos permite estar aqui, juntos, para dizer a cada um dos brasileiros, na primeira semana da campanha eleitoral, que vamos resgatar o sonho de Tancredo e de milhões de brasileiros, de resgatar a capacidade de fazer o Brasil crescer”, afirmou Aécio.

Participaram do encontro o candidato ao governo do estado, Paulo Hartung (PMDB), seu candidato a vice, o deputado federal César Colnago (PSDB), o coordenador da campanha da coligação Muda Brasil, senador José Agripino Maia (DEM-RN), os ex-prefeitos de Vitória, Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB), e de Vila Velha, Max Filho (PSDB), e o prefeito de Vila Velha, Rodney Miranda (DEM), além de representantes de partidos aliados.

 

Federação

Aécio Neves destacou a preocupação com a defesa dos princípios da federação. Ele criticou a centralização do PT no governo federal e lembrou que o Espírito Santo é um dos estados mais prejudicados pelo modelo petista.

“O governo do PT leva o Brasil a se transformar em um estado unitário. Apenas ao governo federal é possível definir prioridades, definir aquilo que é ou não relevante ao nosso futuro. A primeira das visões que deve orientar o novo governo é a visão clara da federação”, disse Aécio.

O senador afirmou que os avanços sociais e econômicos que o Espírito Santo obteve, nos últimos anos, vieram como resultado dos esforços dos próprios capixabas, e não de uma política de parcerias com o governo federal.

O candidato Paulo Hartung, que governou o Espírito Santo entre 2003 e 2010, foi definido por Aécio com “um dos mais completos homens públicos da nossa geração”.

O senador destacou ainda que o projeto apresentado por ele não deve ser interpretado como uma proposta única do PSDB, e sim como uma construção entre todos os brasileiros que se preocupam em mudar o modelo administrativo que o PT impôs ao país.

 

Parcerias

Aécio lembrou que Minas Gerais e o Espírito Santo têm uma ligação das mais intensas, que é motivada tanto pela proximidade geográfica quanto por fatores como a produção industrial  dos dois estados.

“Estou em casa no Espírito Santo”, disse Aécio. “Não poderia ser em outro estado o início dessa caminhada. Venho de Minas Gerais para o Espírito Santo para fazer de mineiros e capixabas um só corpo, para dizer à nação: vamos vencer as eleições e vamos honrar a cada um de vocês”, acrescentou.

O candidato da Muda Brasil à Presidência pediu ainda o empenho dos militantes locais para a eleição de Paulo Hartung e destacou: “que Hartung seja o novo governador do Espírito Santo para selarmos em definitivo uma parceria com toda essa gente em favor de um Brasil novo”.

A coligação que tem Paulo Hartung candidato a governador e César Colnago a vice é composta por sete partidos: PSDB, PMDB, DEM, Solidariedade, PEN, PRP e Pros. A deputada federal Rose de Freitas (PMDB) é a candidata ao Senado pela chapa.

Em Vila Velha, foram entregues os primeiros materiais de campanha da Muda Brasil: adesivos que trazem o nome da coligação e de Aécio Neves.

Aécio Neves e Aloysio Nunes se reúnem com coordenação da campanha, em São Paulo

O candidato da coligação Muda Brasil à Presidência da República, Aécio Neves, e o candidato à vice-presidente, senador Aloysio Nunes, se reuniram nesta segunda-feira (7), em São Paulo, com a equipe de coordenação da campanha. Este foi o primeiro encontro realizado na sede do comitê, no bairro Jardim América, após o resgistro da candidatura da chapa de Aécio e Aloysio, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), no último sábado (5).

Entre os presentes, estavam o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso, o ex-governador de São Paulo Alberto Goldman, o deputado federal José Aníbal (PSDB-SP), o vereador Andrea Matarazzo (PSDB-SP) e o presidente nacional do Democratas e coordenador da campanha, o senador Agripino Maia (RN), além de outras lideranças.

“É uma primeira reunião de organização efetiva da campanha, definindo funções e coordenações. A campanha nacional funcionará aqui nessa casa, e funcionará aqui também a coordenação regional de São Paulo, para que haja também uma proximidade grande entre ambas as campanhas, para que elas possam caminhar juntas”, explicou Aécio, em entrevista coletiva à imprensa.

 

Conjunto de forças

O candidato à Presidência da República manifestou sua alegria em trabalhar com pessoas “experientes, qualificadas e honradas”, e destacou que esse primeiro encontro serviu para delinear ações futuras, agenda, coordenadorias setoriais e regionais, que seriam definidas com o coordenador-geral, Agripino Maia.

“Em cada estado teremos um coordenador político, operacional da campanha. Não será do PSDB, será do conjunto da coligação. A presença do senador Agripino como coordenador-geral é na verdade uma sinalização de que nós, partidos aliados, a partir de agora somos um só conjunto de forças”, ressaltou.

 

Representantes

Segundo Aécio, cada partido membro da coligação Muda Brasil – DEM, Solidariedade, PTC, PMN, PTdoB, PTB e PEN – terá um representante na coordenadoria-geral da campanha, como forma de aproximar o PSDB dos candidatos dessas legendas em cada estado brasileiro.

“A nossa largada é muito adequada, do ponto de vista estrutural, pelos palanques que estão sendo viabilizados em apoio à nossa candidatura, seja pela questão para mim mais relevante, que é a questão programática, do conteúdo, das propostas que estamos apresentando a partir das nossas diretrizes, e que serão detalhadas e discutidas com a sociedade ao longo da campanha”, afirmou.

O tucano completou dizendo que visa realizar uma campanha propositiva.

“Nós vamos debater ideias, um novo modelo de gestão, uma nova visão de mundo, uma nova concepção em relação à questão econômica. Vamos construir uma agenda que permita ao Brasil voltar a crescer, controlada a inflação, resgatando a credibilidade para que os investimentos voltem a vir para o Brasil, e aumentando a qualidade dos nossos investimentos na área social. É um enorme desafio que temos pela frente, mas eu não poderia estar iniciando essa caminhada em melhor companhia”.

Aécio Neves – Entrevista do candidato da coligação Muda Brasil à Presidência da República

O candidato do PSDB à Presidência da República, senador Aécio Neves, concedeu entrevista, nesta segunda-feira (07/07), em São Paulo (SP), onde participou de reunião com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e coordenadores da campanha. Aécio Neves falou sobre eleições 2014, a participação do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso na campanha e Copa do Mundo.

 

Leia a transcrição da entrevista do senador:

Sobre reunião em São Paulo.

É uma primeira reunião de organização efetiva da campanha, definindo funções, coordenações. A campanha nacional funcionará aqui, nessa casa,e funcionará  também a coordenação regional, de São Paulo, para que haja também uma proximidade grande entre ambas as campanhas, para que elas possam caminhar juntas. Tenho uma alegria de ter pessoas tão experientes, tão qualificadas e honradas a nos ajudar nessa tarefa. Foi uma primeira reunião administrativo, definimos um pouco o start das nossas ações, que começaram exatamente por São Paulo, definindo a questão de agenda, definindo as coordenadorias setoriais, e hoje ainda o senador Agripino poderá definir alguma dessas coordenadorias, os coordenadores regionais, em cada estado teremos coordenador político, coordenador operacional da campanha. Não será do PSDB, será do conjunto da coligação.

A presença do senador Agripino, coordenador geral, é uma sinalização de que nós, partidos aliados, somos a partir de agora um só conjunto de forças. Cada partido terá um representante na coordenadoria gera da campanha, no comitê gestor da campanha, para que possamos estar também próximos dos candidatos desses partidos em cada um dos estados. Candidatos a deputados, candidatos a governadores. A nossa largada é muito adequada, seja do ponto de vista estrutural, pelos palanques que foram viabilizados em apoio à nossa candidatura, seja pela questão, para mim mais relevante, programática, de conteúdo, das propostas que estamos apresentando a partir das nossas diretrizes, que serão detalhadas e discutidas com a sociedade ao longo da campanha.

Agora é campanha. Da nossa parte, será uma campanha propositiva. Vamos debater ideias, um novo modelo de gestão, uma nova visão de mundo, uma nova concepção em relação à questão econômica. Vamos construir uma agenda que permita ao Brasil voltar a crescer, controlar a inflação, resgatando a credibilidade para que os investimentos voltem a vir para o Brasil, e aumentando a qualidade dos nossos investimentos na área social. É um enorme desafio que temos pela frente, mas não poderia estar iniciando essa caminhada em melhor companhia.

 

Sobre propostas para setores específicos.

Não há uma definição específica em relação a atrair esse ou aquele setor. Temos que ter propostas claras para cada um desses setores. Na saúde, que envolve médicos, seja nas conversas ou parcerias com manifestações religiosas, com as religiões, não apenas as evangélicas, mas todas elas. Até porque o Estado é laico e assim deve permanecer sendo. Agora, vamos ampliar a nossa interlocução com toda a sociedade. As diretrizes do nosso programa de governo apresentam sinalização clara na busca dessa interlocução com os jovens, interlocução com os idosos, interlocução como trabalhador rural, com o produtor rural, com aqueles que vivem nas cidades, as agruras do transporte de péssima qualidade, insegurança, saúde dramática. Não vamos escolher um setor. Vamos apresentar uma proposta que, de alguma forma, interprete o sentimento da sociedade brasileira em todas as suas estratificações, que são múltiplas. Por isso, pretendo fazer uma campanha itinerante. Será uma campanha de pé no chão, bota no pé, andando pelo país. Pelo Brasil urbano, mas pelo Brasil rural. Pelas grandes e pelas pequenas comunidades.

 

Sobre participação do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso na campanha.

Nisso me considero um privilegiado. Ter a companhia, o espírito público de um estadista como o presidente Fernando Henrique, que veio aqui em um gesto muito simbólico, para mim até de surpresa, prestar a sua solidariedade, dizer do seu empenho nessa caminhada, é um privilégio que, esse, realmente, só eu que tenho. Ele vai estar sempre ao meu lado como conselheiro que é, com a experiência de um presidente que, por duas eleições consecutivas derrotou o PT em primeiro turno, fez a mais importante e estruturante reforma feita no nosso Brasil contemporâneo, que foi a reforma monetária, com a criação do Plano Real. Então, para mim, é um privilégio ter o aconselhamento de alguém que não quer mais nada da vida pública se não o bem do Brasil.

 

A campanha se intensifica após a Copa? 

Concordo que, após a Copa do Mundo, as pessoas vão estar mais conectadas com a eleição. A eleição entra na agenda de boa parte da população brasileira que ainda está alheia a ela hoje. Mas o nosso trabalho já começou, e não é de hoje, já começou há muito tempo. Começou com as discussões das nossas propostas, inicialmente com a discussão da candidatura quando assumi a Presidência do partido. Para nós isso já começou há muito tempo. Mas concordo que na semana seguinte ao final da Copa do Mundo é que vamos ter, efetivamente, as pessoas acompanhando mais as propostas dos candidatos. E é isso que queremos.

O que quero é que as pessoas votem, quero que as pessoas façam de acordo com aquilo que o TSE divulgou e propôs ao Brasil. Vamos à urna. Quanto mais pessoas forem às urnas, mais certo estou de que a nossa chance de vitória se amplia e aumenta. Repito: não vamos ter uma agenda concentrada em uma região, concentrada em um determinado setor da sociedade. A nossa agenda será uma agenda itinerante pelos vários Brasis que compõem a nossa nacionalidade, só que com desafios múltiplos, diferentes.

Quero poder, no início de agosto, andar pelo Nordeste lançando o grande e audacioso projeto de desenvolvimento do Nordeste, com um choque de infraestrutura na região, com a qualificação dos programas sociais, com mais investimentos e, ao mesmo tempo, quero estar discutindo a questão da mobilidade urbana nos grandes centros, discutindo os grandes gargalos que impedem aqueles que produzem no Centro-Oeste e no Sul do Brasil de terem mais competitividade e avançarem em novos mercados. Quero discutir política externa.

Estou absolutamente pronto para o debate em qualquer campo e com qualquer um dos concorrentes à eleição presidencial. Desejo a todos eles, sem exceção, sorte nessa caminhada. A democracia brasileira amadureceu muito e o que os brasileiros esperam de nós é uma campanha altiva, uma campanha propositiva e uma campanha que respeite os cidadãos.

 

Sobre a presidente Dilma entregar a taça na final da Copa do Mundo.

Acho algo natural. Apenas fiz um comentário, e continuo achando, que as pessoas não vão se iludir em relação a um resultado, seja positivo ou negativo. Não acho que nenhum deles influencia no resultado eleitoral. São coisas absolutamente distintas. É o que disse ontem e repito hoje.

Se alguém achar que vencer é bom ou que o Brasil perder é bom para os seus objetivos eleitorais se frustrará. Copa é uma coisa, vamos torcer muito para que o Brasil chegue lá. Os brasileiros merecem essa vitória. Acho que o Neymar, acima de tudo, merece essa homenagem, mas todos os brasileiros merecem.

Vamos torcer para que o Brasil vença a Copa do Mundo e para que em cinco de outubro o Brasil vença de novo, permitindo um novo governo e um ciclo de desenvolvimento muito mais vigoroso que nós temos tendo e com o resgate da ética e decência.

17º Festival do Japão (SP)

“Campanha é a oportunidade de defender as ideias nas quais você acredita. Vamos fazer uma campanha decente, propositiva e de alto nível. A nossa melhor companhia durante essa campanha é a verdade”, afirmou Aécio Neves em entrevista, neste domingo (6/07), em São Paulo. Candidato da coligação Muda Brasil à Presidência da República, Aécio compareceu ao 17º Festival do Japão, o maior evento da comunidade japonesa no país.