Aécio Neves recebeu o apoio de médicos em Belo Horizonte, Minas Gerais, no dia 29 de Setembro de 2014.
Brasil Real Inflação
Aécio Neves – Segunda parte da Entrevista em São José do Rio Preto
O senador Aécio Neves concedeu entrevista, nesta sexta-feira (25/10), em São José do Rio Preto, onde participou de encontro com lideranças do PSDB. Ele falou sobre as condições da saúde no Brasil, sobre a necessidade de refundação da Federação e sobre os últimos dados das pesquisas eleitorais.
Leia, abaixo, mais alguns trechos da entrevista do senador Aécio Neves:
Sobre Mais Médicos
Não é um programa apenas que vai resolver o problema da saúde no Brasil. Pode até resolver o problema de marketing do governo. Até me assustei, ontem na propaganda eleitoral do PT, os médicos sendo usados para fazer campanha para o PT, recém-chegados aqui. Acho que inclusive é uma ilegalidade. Há no mínimo um abuso, uma falta de limites. O PT tem uma enorme dificuldade em separar aquilo que é público, daquilo que é privado, que é partidário.
A saúde pública no Brasil precisa de mais solidariedade do governo federal. Há 10 anos, o governo federal participava com 56% de todo financiamento de saúde no Brasil, do total do que se gastava com saúde pública no Brasil. Hoje gasta apenas 45%. Nós precisamos é de gerenciamento na saúde, de generosidade do governo para aprovar aquilo que ele não deixou sua base aprovar que era 10% das receitas brutas serem investidas na saúde. Foi a base do governo, orientada pela presidente da República, que impediu que nós tivéssemos mais recursos para a saúde pública. O Mais Médicos é um programa, mas tratar o Mais Médicos como uma solução para os problemas no país é desrespeitar os brasileiros. Estamos vendo as situações das Santas Casas, a precariedade dos municípios para ampliar o atendimento básico de saúde.
Sobre perda de autonomia dos municípios e da Federação
Federação é hoje é uma palavra solta em uma folha de papel. O governo do PT está transformando o Brasil num estado unitário, colocando estados e municípios cada vez mais dependentes, com pires na mão. Isso não é justo com o Brasil. Precisamos tomar medidas claras e termos uma agenda de medidas necessárias para restabelecer a capacidade de municípios e estados, eles próprios, enfrentarem suas dificuldades.
Minha história política é feita ao lado dos municípios. Governei por oito anos o estado que tem o maior número de municípios brasileiros. E os prefeitos de Minas querem sair pelo Brasil dizendo o que nós fizemos, as parcerias que construímos que nos permitiram ter hoje a melhor educação básica do Brasil, segundo o MEC, a melhor saúde pública do Sudeste, segundo o Ministério da Saúde.
O governo federal não atende, não acata nenhuma das propostas em discussão no Congresso Nacional que os fortaleça os municípios, seja a PEC da senadora Ana Amélia que aumenta em 2% os recursos do IPI e do IR que compõem o Fundo de Participação, seja uma PEC de minha autoria que impede a continuidade das desonerações nas parcelas de recursos dos estados e municípios. Nada disso anda no Congresso Nacional. Porque a presidente prefere ter ela o comando dos recursos e atender politicamente aqueles que obviamente estão ao seu lado. Isto não é correto com o Brasil.
Sobre pesquisa Ibope
Esses dados vistos agora são vistos de forma extemporânea até porque o nível de conhecimento dos candidatos é muito distante. Mas todas as pesquisas trazem algo incomum, que a meu ver é o mais relevante e que deve ser observado com muita atenção: 60% ou mais da população brasileira não querem votar na atual presidente da República, não querem dar à presidente Dilma mais um mandato. É isso que as pesquisas mostram. Tendo ela 100% de conhecimento, uma exposição midiática quase que diária, uma campanha bilionária dos órgãos do governo. Mesmo assim 60% da população ou mais não quer dar à ela o segundo mandato. Para estar segura e tranquila, ela precisaria estar tendo uma avaliação muito melhor que a avaliação que está tendo. Agora, campanha é no ano que vem.
Sobre candidatura do PSDB
No ano que vem, fevereiro ou março, é um bom momento para essa decisão ser tomada. Não tem uma data certa. E a partir da nossa unidade, apresentarmos ao Brasil a melhor alternativa.
O PSDB é a melhor alternativa para nós retomarmos o crescimento econômico com qualidade, de forma sustentável, avançando no fortalecimento da Federação, estados e municípios.
Aécio critica presidente por impedir que benefícios do Mais Médicos sejam permanentes
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) cobrou ontem da presidente Dilma Rousseff a quebra do acordo fechado entre parlamentares e o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, para criação de uma carreira específica no Estado para os profissionais que trabalharão no Programa Mais Médicos. A implantação de carreira pública para os médicos contratados a partir deste ano foi prevista em emenda ao projeto de lei aprovado essa semana pela Câmara dos Deputados, mas acabou vetada ontem pela presidente Dilma Rousseff.
“Temos hoje juízes e promotores de justiça nas mais variadas comarcas, nas mais variadas regiões do país, porque existe uma carreira que estimula aquele servidor a lá estar. Esta proposta foi objeto de ampla negociação no Congresso Nacional, houve inclusive o telefonema do ministro da Saúde ao deputado Marcus Pestana confirmando que aquilo seria objeto de entendimento, e lamentavelmente a presidente da república vetou”, afirmou o senador.
Aécio Neves concordou com o desagravo feito pela presidente a médicos cubanos hostilizados em sua chegada ao Brasil, mas considerou contraditório que a presidente não tenha tido a mesma consideração com médicos brasileiros. Para o senador, a presidente mostra assim estar preocupada apenas com ações de marketing eleitoral.
“Lamento que a medida de curto prazo e do marketing eleitoral sempre prevaleça quando se trata da decisão em última instância, da Presidência da República. Tivemos uma enorme e talvez uma das poucas oportunidades de construir no campo da saúde medidas de médio e longo prazo, essas sim, acredito, atenderiam à população mais carente do Brasil”, disse Aécio Neves.
A emenda vetada pela presidente foi proposta pelos deputados Marcus Pestana e Carlos Sampaio, líder do PSDB na Câmara, e estabelecia carreira específica para os profissionais do programa através de concurso público, garantindo a eles progressão. Assim, seriam asseguradas a permanência dos médicos do programa no atendimento prestado à população nas áreas mais pobres do país e a continuidade dos benefícios.
Aécio Neves – Entrevista sobre o veto da presidente ao Mais Médicos
O senador Aécio Neves criticou, nesta quarta-feira (23/10), a presidente Dilma Rousseff por ter quebrado acordo feito pelo ministro da Saúde ao vetar emenda ao projeto do Mais Médicos. A proposta estabelecia carreira específica para os profissionais do programa, através de concurso público, garantindo a eles progressão, e assegurando que os benefícios do programa fossem garantidos à população por longo prazo.
Abaixo, a fala do senador Aécio Neves:
“Fomos ontem informados que a presidente da República, no momento em que sancionava o programa Mais Médicos, vetou uma única emenda, de autoria do deputado Marcus Pestana, ex-secretário de Saúde de Minas Gerais, que havia sido acordada com o próprio ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e criava a carreira de médicos. Um instrumento absolutamente necessário para que a médio e longo prazo tenhamos médicos em todas as regiões do país.
Temos hoje juízes e promotores de justiça nas mais variadas comarcas, nas mais variadas regiões do país, porque existe uma carreira que estimula aquele servidor a estar lá. Esta proposta foi objeto de ampla negociação no Congresso Nacional, repito, houve inclusive o telefonema do ministro da Saúde ao deputado Marcus Pestana confirmando que aquilo seria objeto de entendimento, e, lamentavelmente, a presidente da república vetou.
Algo contraditório, porque a presidente faz ali um desagravo, ao qual nos unimos, ao médico cubano que foi recebido indevidamente quando chegou ao Brasil – não entramos nesse campo –, e ao mesmo tempo faz um agravo grave aos médicos brasileiros, ao negar-lhes a construção definitiva de uma carreira com crescimento sustentado.
Quero fazer esse registro. Lamento que a medida de curto prazo e do marketing eleitoral sempre prevaleça quando se trata da decisão em última instância, da Presidência da República. Tivemos uma enorme e talvez uma das poucas oportunidades de construir no campo da saúde medidas de médio e longo prazo, essas sim, acredito, atenderiam à população mais carente do Brasil.”
(Des)alinhamento
A diplomacia brasileira já viveu dias melhores. As circunstâncias que forçaram a fuga cinematográfica do senador asilado Roger Molina, da embaixada em La Paz para o Brasil, derrubaram o pouco que restava da imagem de profissionalismo da nossa chancelaria.Longe de ser fato isolado, o episódio se inscreve em um incrível rol de desacertos que se acumulam na gestão da política externa, desde que a ela se impôs um nítido viés ideológico.
O Brasil não reagiu, por exemplo, à expropriação das refinarias da Petrobras em Santa Cruz; colaborou para afastar o Paraguai do Mercosul, abrindo as portas à Venezuela chavista; apoiou com eloquência o governo iraniano e achincalhou o instituto do asilo, ao deportar, em tempo recorde, dois boxeadores cubanos durante os Jogos Pan-Americanos de 2007.
Leia Mais: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/aecioneves/2013/09/1335448-desalinhamento.shtml
