Silêncio

Aécio Neves – Folha de S. Paulo – 30/03/2015

 

Na última semana estive em Lima, no Peru, honrado pelo convite de Mario Vargas Llosa –Prêmio Nobel de literatura e presidente da Fundação Internacional para a Liberdade – para discutir a realidade latino-americana.

No amplo debate sobre os desafios da região, onde temas como corrupção e intolerância política ocuparam muitas das conversas paralelas, uma questão se impôs. A preocupação dos participantes com os rumos de governos que limitam as liberdades de opinião e de imprensa e que usam a violência contra opositores e contra manifestações legítimas da população, como ocorre, em especial, na Venezuela.

Foi importante ouvir os relatos das esposas dos líderes oposicionistas venezuelanos sobre a violação de direitos humanos pelo governo daquele país. Mitzy Ledezma, mulher do prefeito de Caracas, Antônio Ledezma, preso em fevereiro, e Lílian López, mulher do ativista Leopoldo López, preso há mais de um ano, deram um tom de emoção e de urgência ao encontro em busca por solidariedade dos democratas de outros países.

 

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Encontro com Mario Vargas Llosa

Aécio Neves esteve com o escritor e jornalista Mario Vargas Llosa, Nobel de Literatura, defendendo a democracia, em Lima, no Peru, onde participou do Seminário Internacional América Latina: Oportunidades e Desafios.

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Cecília Larrabure

Aécio Neves participa de seminário que discute a liberdade na América Latina

O senador Aécio Neves participou, nesta quinta-feira (26/03), em Lima (Peru), da abertura do seminário internacional “América Latina: desafios e oportunidades”, do qual será um dos palestrantes amanhã.

Único brasileiro convidado a falar durante o encontro, Aécio Neves acompanhou hoje à palestra que tratou da violação de direitos humanos pelo governo Nicolás Maduro, ministrada pelas esposas dos líderes oposicionistas presos na Venezuela: Mitzy Ledezma, mulher do prefeito de Caracas Antônio Ledezma, preso em fevereiro, e Lílian López, esposa do ativista Leopoldo Lopez, preso desde fevereiro do ano passado.

O presidente do PSDB foi recebido em Lima pelo escritor e prêmio Nobel Mário Vargas Llosa, que preside a Fundação Internacional da Liberdade promotora do evento.

“Tem faltado aos governos eleitos democraticamente na América Latina uma palavra clara de condenação à escalada autoritária que vem cerceando a liberdade dos irmãos venezuelanos. Se os governos não o fazem, as oposições têm obrigação de fazê-lo. Esse seminário é um bom início de ação mais coordenada em defesa das liberdades democráticas da Venezuela”, afirmou Aécio Neves ao prestar solidariedade a Mitzy e Lílian, que trabalham em busca de apoio internacional para libertar presos políticos na Venezuela.

Na abertura do evento, Llosa defendeu o engajamento dos governos dos países da América Latina na defesa da democracia e da liberdade de ativistas políticos presos.

“É uma vergonha que tão poucos países latino-americanos se manifestem e atuem contra o que ocorre hoje na Venezuela”, disse Llosa.

Apoio internacional

Mitzy Ledezma leu uma carta do prefeito de Caracas conclamando a luta pela democracia em seu país. “A Venezuela necessita do apoio internacional, da solidariedade a seus presos políticos e à sua luta pela democracia e liberdade”, disse.

Lílian Lopez lembrou a crise econômica na Venezuela, que já leva à escassez de produtos para a população e destacou as ameaças que sofrem aqueles que se opõem ao governo Maduro.

“Não vamos parar de lutar. Uma luta moral pela liberdade, por nossos direitos que são violados constantemente”, disse.

O seminário recebeu hoje o ex-presidente da Colômbia Andrés Pastrana, o ex-ministro e candidato a presidente do Peru em 2011 Pedro Paulo Kuczinski e o escritor cubano Carlos Alberto Montaner. Na pauta das palestras, as ameaças à democracia, a corrupção e o narcotráfico na América Latina. Do Brasil participam também do encontro o senador Aloysio Nunes (PSDB) e o deputado Roberto Freire (PPS).