Abertura dos trabalhos da CPMI da Petrobras

O senador Aécio Neves apresentou hoje, em nome da oposição, um plano de trabalho para a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPMI) que investigará denúncias de irregularidades e prática de corrupção na gestão da Petrobras. Após cobranças da oposição, a CPMI foi instalada no Congresso nesta quarta-feira (28/05). Em seu discurso, Aécio disse que a investigação sobre desvios na Petrobras é uma demanda da sociedade brasileira. A CPMI terá 16 senadores titulares e 16 deputados federais titulares, e igual número de suplentes. O prazo para os trabalhos da CPMI será de 180 dias.

 

Leia trechos da fala do senador durante a instalação da CPMI da Petrobras:

“É preciso que logo de início fique absolutamente claro que hoje os olhos da nação estão posto sobre esta Casa e, em especial, sobre esta Comissão. Há exatos 45 dias atrás, foi lida na sessão do Congresso Nacional, requerimento de instalação desta CPMI. E ela só hoje está sendo instalada a partir do esforço hercúleo das oposições nesta casa. Esforço este que, infelizmente, não se limitou às fronteiras do Congresso Nacional, aos limites do Congresso Nacional. Nos levou ao Supremo Tribunal Federal para que, a partir de uma decisão, que preservava a nossa Constituição e respeitava o regime desta Casa, nós pudéssemos estar aqui debatendo não um tema da oposição, mas um tema da sociedade brasileira.

Apenas para resumir a razão pela qual estamos todos aqui hoje reunidos, não invoco a palavra de nenhum líder oposicionista ou de governo, mas o que disse a Polícia Federal. Ela fala, e aqui entre aspas eu repito, da existência de uma organização criminosa no seio desta empresa que atuaria desviando recursos com conseqüente remessa de valores ao exterior e retorno numerário via empresas offshore. Acho que por si só, essa constatação da Polícia Federal, depois de profundas investigações, trouxeram-nos todos aqui hoje.

Esta não é uma demanda das oposições. É uma demanda de uma sociedade. Em primeiro lugar, perplexa, com as denúncias que se sucederam. Em um segundo momento, aviltada e indignada com aquilo em que transformaram a principal empresa pública brasileira que apenas neste governo da atual presidente Dilma, vale metade do que valia, portanto, perde metade do seu valor e se transforma na mais endividada empresa do mundo não financeira. E, infelizmente, deixa de enfrentar as páginas econômicas para frequentar as páginas policiais. Hoje, estamos aqui decidindo.

Vamos efetivamente investigar, em nome da seriedade, da dignidade da vida pública brasileira, essas denúncias ou simplesmente a maioria governista vai se impor, impedindo que a sociedade brasileira saiba o que efetivamente ocorreu com esta importante empresa. Portanto, submeto à V. Exª., e esta é a questão central, e peço paciência a V. Exª., porque é uma questão de fundo, que pode inclusive ordenar  e facilitar os trabalhos de V. Exª.

Estamos apresentando um roteiro objetivo, sucinto, daquilo que efetivamente pode e deve ser investigado em razão do pouco tempo que teremos daqui até o início do recesso parlamentar. Se houver a concordância dos líderes partidários nos limitaríamos a esses poucos requerimentos para que pudéssemos, a partir do dia de amanhã, garantir o funcionamento dessa comissão pelo menos cinco dias por semana, até o início do recesso parlamentar, apresentar, à sociedade brasileira, resultados. Quais seriam, senador Vital? E peço que o senhor submeta-os aos líderes partidários.

Em primeiro lugar, são apenas três convocações. Convocações do senhor Paulo Roberto, ex-diretor da Petrobras, até poucos dias atrás hóspede do sistema prisional do Paraná; senhor Nestor Serveró, responsável pelo relatório, de um início falho, incompleto, depois muito subsidiado, que levou a essa decisão; e o senhor Alberto Youssef, figura hoje conhecida de toda sociedade brasileira.

Ao mesmo tempo, solicitamos a quebra do sigilo fiscal, bancário e telefônico do mesmo senhor Paulo Roberto, senhor Nestor Serveró, do senhor Youssef, do senhor José Sérgio Gabrielli, então presidente da Petrobras; e das empresas fantasmas, M.O, Labogen, Piroquímica e Labogen Química.

Por último, solicitamos os autos do processo da Operação Lava-Jato, que levou à prisão desses cidadãos, e a criação, na sessão de hoje, para concluir, de sub-relatorias para investigar uma delas Pasadena; a segunda, a construção das refinarias; a terceira, a SBM, a empresa holandesa, sobre a qual recaem denúncias de corrupção; e uma quarta, as plataforma incompletas. Esse roteiro atenderá àqueles que querem efetivamente investigar essas denúncias.”

Aécio Neves – Entrevista sobre a CPI Mista da Petrobras

O presidente nacional do PSDB e pré-candidato à Presidência da República, senador Aécio Neves, concedeu entrevista sobre a CPI Mista da Petrobras, nesta terça-feira (28/05), em Brasília (DF).

 

Leia a transcrição da entrevista do senador:

Sobre a CPI Mista da Petrobras.

A instalação da CPI Mista é uma demanda da sociedade brasileira, que está indignada com tantas e tão sucessivas denúncias de irregularidades, de desvios e de incapacidade do governo em responder tudo isso. A CPMI será o instrumento para que possamos assistir a transparência, quem sabe, voltar a ter espaço na vida pública brasileira.

A CPMI será um bom momento para que os governistas possam lá se defender, ou aquelas pessoas que tiveram eventualmente algum vínculo com essas acusações possam se defender, e possamos, ao final, julgar. Ela não prende ninguém. A CPMI, a princípio, não condena ninguém. Ela apenas permite que os esclarecimentos sejam dados. E quem quer os esclarecimentos não é o PSDB, é a sociedade brasileira. Estou otimista.

 

O senhor teme algum boicote por parte da base governista?

Se fizer o boicote vai ter que responder por ele. Esse assunto não será jogado para debaixo do tapete, porque, se eles não permitirem que os esclarecimentos possam ser dados, vamos cobrar durante a campanha eleitoral que eles sejam dados.

Aécio Neves: CPI Mista da Petrobras é demanda da sociedade

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) afirmou, na noite desta terça-feira (27/05), que a instalação da CPI Mista para investigar as denúncias de desvios e má gestão na Petrobras é uma demanda da sociedade brasileira. A expectativa é que a instalação ocorra nesta quarta-feira (28).

A criação da comissão de inquérito composta por senadores e deputados vem sendo dificultada por manobras de partidos da base governista, como o PT, que indicou seus parlamentares que participarão das investigações apenas nesta terça.

Aécio Neves reafirmou que a apuração das denúncias é uma demanda da sociedade brasileira.

“A instalação da CPI Mista é uma demanda da sociedade brasileira, que está indignada com tantas e tão sucessivas denúncias de irregularidades, de desvios e de incapacidade do governo responder tudo isso. A CPMI será o instrumento para que possamos, quem sabe, assistir a transparência voltar a ter espaço na vida pública brasileira”, disse.

Aécio Neves alertou que as denúncias de desvios na Petrobras não serão empurradas para debaixo do debate. O ex-governador de Minas lembrou que o objetivo da CPI Mista não é pré-condenar, e sim esclarecer os fatos.

“A CPMI, a princípio, não condena ninguém. Ela apenas permite que os esclarecimentos sejam dados. E quem quer os esclarecimentos não é o PSDB, é a sociedade brasileira. Se a base governista fizer boicote, vai ter que responder por ele. Esse assunto não será jogado para debaixo do tapete”, disse Aécio.

 

Denúncias e manobra

A oposição ao governo federal busca, desde março, a criação de comissão de inquérito para investigar o prejuízo de mais de US$ 1,2 bilhão sofrido pelo Petrobras na compra da refinaria de Pasadena (EUA). À época do negócio, que causou o maior rombo financeiro da história da empresa, a presidente Dilma Rousseff presidia o conselho de administração da Petrobras e deu seu aval para a compra.

Além do rombo de Pasadena, outros graves fatos revelados pela imprensa também apontam para má gestão da estatal, como os US$ 20 bilhões gastos na construção da refinaria Abreu e Lima, após uma previsão inicial de US$ 2 bi; o pagamento de suborno a diretores da estatal para beneficiar a companhia holandesa SBM; e a colocação em alto-mar de plataformas que ofereciam riscos aos funcionários da Petrobras. Em abril, o jornal O Globo informou a descoberta de um saque de US$ 10 milhões feito pela administração da refinaria Pasadena sem qualquer registro oficial da transação. O saque ocorreu em janeiro de 2010.

Aécio Neves – coletiva sobre a CPI Mista

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, concedeu entrevista, nesta quarta-feira (07/05), em Brasília, sobre a CPI Mista da Petrobras. Aécio Neves ressatou que, ao contrário do que os líderes do governo declararam, esta não é uma CPI política.

 

Leia a transcrição da entrevista do senador:

Sobre CPI mista Câmara e Senado.

A CPI existirá. O governo perdeu essa batalha. Bom para a sociedade brasileira e quem não deve, não teme. As investigações ocorrerão. Agora, fica a disputa: Senado ou Congresso? É mais razoável, na nossa avaliação, que seja Congresso porque você não tiraria os parlamentares – os deputados federais – dessa discussão. Mas a razão – e acho que o presidente Renan devia tomar essa iniciativa como presidente do Congresso, sentar com os líderes à mesa. Vamos fazer uma pauta racional. Queremos a investigação. Ao contrário do que tem dito os líderes do governo, esta não é uma CPI política. Não fomos nós, oposicionistas, que acordamos um dia e dissemos: Olha, vamos fazer uma CPI sobre a Petrobras para incomodar a presidente da República. Não, as denúncias estão aí se sucedendo, trazendo indignação aos brasileiros.

Um dos principais diretores da Petrobras, senão o principal no seu tempo, está preso. As denúncias se sucedem. É cada dia uma denúncia nova. Pasadena é apenas uma ponta desse iceberg. Então, as investigações terão que ocorrer. O governo lutou o quanto pôde para que elas não ocorressem. Nos obrigaram a ir ao Supremo Tribunal Federal. Agora, cada vez que o governo busca inibir a investigação, mais claramente mostra que teme as investigações. O racional, a meu ver, é a CPMI mais ampla. Cabe ao presidente do Congresso convocar os líderes. Vamos, quem sabe, fazer uma CPMI com uma pauta pré-definida. Vamos começar a trabalhar.

Não há mais tempo para esse debate entre oposição e governo. A população brasileira, acho que sem exceção, – talvez alguns que estejam envolvidos nessas irresponsabilidades, talvez não, mas a população brasileira tirando eles quer que as investigações ocorram. Quem não tiver responsabilidade será inocentado e quem tiver responsabilidade deve pagar por eventuais maus negócios feitos no comando da companhia.

 

Faz parte da estratégia não indicar integrantes para a CPI exclusiva do Senado para forçar a CPI Mista?

Essa foi uma decisão do líder, que eu respeito porque não adianta funcionar duas CPIs. Isso é, claramente, interesse de quem não quer que as investigações ocorram. Portanto, a tentativa das oposições, apesar de sermos minoria, – mas já vencemos uma luta muito dura para que a CPI ou a própria CPMI ocorresse – é que possamos fazer a investigação mais ampla. Como hoje vai estar sendo oficiado aos líderes partidários indicação para aos membros da CPMI, vamos apoiar a CPMI.

Repito, o presidente do Congresso Nacional, a meu ver, é quem tem as condições de sentar-se com os líderes da base, líderes oposicionistas e preservando o Senado Federal, preservando o Congresso Nacional, definir de que forma essa investigação vai ocorrer. Temos a disposição inclusive de fazer o entendimento em relação à pauta da CPMI da própria CPI. A CPMI mais ampla é melhor para as investigações, a mais restrita, certamente, é pior para as investigações.

 

A oposição vai apoiar a CPI da Alston? Hoje, o PT deve formalizar o pedido para a criação dessa CPI.

Tem toda a legitimidade para fazê-lo lamento até que venha com enorme atraso, porque essas denúncias que estão aí há anos circulando incomodassem realmente o PT do ponto de vista da busca da apuração já poderia ter feito isso lá atrás. Mas é direito deles, a minha assinatura está lá. Eu, pessoalmente, tenho muito curiosidade de saber como foi que a Aston conseguiu, no caso de Porto Alegre e Belo Horizonte, fazer uma licitação com que um resultado é o contrário, o oposto do outro, são obras do governo federal. Vamos investigar tudo. Ninguém tem que ter medo de nada. Mas não vão tirar do povo brasileiro a oportunidade de saber o que aconteceu ou vem acontecendo com a Petrobras e acho que coisas novas vão vir por aí.

Portanto, da nossa parte basta apenas aguardar que o presidente do Congresso Nacional organize o funcionamento da CPI da Petrobras, repito a CPMI é melhor. Outras investigações que venham, não temos que ter medo de absolutamente de nada. Até porque, se no nosso campo político isso não foi comprovado até agora, algum agente político ligado ao partido tenha cometido qualquer irregularidade, tem que responder por essas irregularidades. Acho até que se o PT estivesse realmente interessado nessa investigação, tem maioria para ter feito isso ao longo dos últimos 12 anos. Se faz agora, paciência, vem com um enorme atraso, mas que seja feita.

 

A presidente Dilma falou indiretamente do sr. ontem em um jantar com jornalistas. Sobre medidas impopulares.

Vejo a presidente permanentemente preocupada. O que vamos fazer é corrigir os equívocos do atual governo. O que vamos fazer é acabar com a medida mais impopular tomada por este governo que foi permitir que a inflação voltasse no Brasil. Agora eu vou sim tomar pelo menos duas medidas impopulares, mas impopulares para o PT. Vou acabar com a metade desses ministérios se vencer as eleições. Portanto, com a boquinha de muita gente. E vou acabar com essas falcatruas, com as irresponsabilidades que ocorrem nas empresas públicas brasileiras, em especial a Petrobras.

Aécio Neves: governo federal perdeu ao tentar impedir investigações na Petrobras

O senador Aécio Neves afirmou que o governo federal perdeu a batalha que travou para tentar enterrar as investigações sobre as denúncias de má gestão e corrupção na Petrobras. Em entrevista coletiva nesta quarta-feira (07/05), no Senado, Aécio Neves defendeu a imediata instalação da CPI Mista da Petrobras, composta por senadores e deputados.

 

Sonora do senador Aécio Neves

Queremos a investigação. Ao contrário do que tem dito os líderes do governo, esta não é uma CPI política. Não fomos nós, oposicionistas, que acordamos um dia e dissemos: Olha, vamos fazer uma CPI sobre a Petrobras para incomodar a presidente da República. Não, as denúncias estão aí se sucedendo, trazendo indignação aos brasileiros.

Um dos principais diretores da Petrobras, senão o principal no seu tempo, está preso. As denúncias se sucedem. É cada dia uma denúncia nova. Pasadena é apenas uma ponta desse iceberg. Então, as investigações terão que ocorrer. O governo lutou o quanto pôde para que elas não ocorressem. Nos obrigaram a ir ao Supremo Tribunal Federal. Agora, cada vez que o governo busca inibir a investigação, mais claramente mostra que teme as investigações.

 

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Sonora

Aécio Neves alerta para disparo da inflação no Brasil

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, afirmou em palestra nesta segunda-feira na Associação Comercial de São Paulo para 150 empresários, que um dos maiores problemas do país é a perda de credibilidade. O tucano também voltou a criticar a má gestão em setores fundamentais do país, como a economia, e ainda defendeu a redução da máquina pública e a simplificação do sistema tributário.  Ele disse que o crescimento do país é muito reduzido e ressaltou que a inflação está saindo do controle.

 

Sonora de Aécio Neves

“Nós viemos perdendo ao longo do tempo competitividade e, infelizmente, no momento em que deveríamos estar aqui falando sobre produtividade, sobre competitividade nós voltamos a falar sobre controle da inflação e garantia de contratos. Nós retrocedemos. A verdade é essa. Há uma agenda de 10 anos atrás. Esse é o ponto: ou nós fazemos inflexão ou nós reorganizamos o Estado brasileiro do ponto de vista da gestão e do ponto de vista fiscal, ou certamente os danos, o custo para essa e as futuras gerações será ainda muito maior”.

 

Aécio defendeu também uma gestão eficiente e transparente do poder público. Direto de São Paulo, Shirley Loiola.

 

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