Aécio Neves – Encontro com Mitzy Ledezma e Lilian López

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, se encontrou, nesta quinta-feira (07/05), com Mitzy Ledezma e Lilian López, mulheres de líderes oposicionistas da Venezuela, na liderança do partido no Senado. Em seguida, participou de reunião da Comissão de Relações Exteriores do Senado.

 

Leia a transcrição da entrevista do senador:

Sobre omissão do governo do PT em relação à Venezuela.

A omissão do governo brasileiro em relação à escalada do autoritarismo na Venezuela é vergonhosa. Nos atinge, a todos, enquanto cidadãos que somos, e democratas que devemos permanentemente ser. O senador Aloysio Nunes e eu convidamos as esposas de dois dos mais importantes líderes venezuelanos que se encontram presos. Aqui estão outras vítimas também da violência na Venezuela.

O que queremos é que, em primeiro lugar, as regras democráticas do Mercosul sejam respeitadas pela Venezuela e, se o governo brasileiro se omite por relações ideológicas, ou sei lá de qual natureza, inaceitáveis, cabe às demais forças políticas ocupar esse vácuo.

O que queremos com a presença dessas importantes ativistas que têm viajado por toda a região é chamar atenção do governo brasileiro, das autoridades brasileiras, porque quando se fala de democracia, quando se fala de liberdade, de direitos humanos, não há que se respeitar fronteiras, pois esse autoritarismo que hoje seiva vidas, pune com cárcere opositores do governo na Venezuela, amanhã estará acontecendo em outros países se não houver um basta.

Essa visita, portanto, extremamente honrosa para nós, quem sabe, se de um momento para que o Brasil se levante e diga um basta definitivo a essa escalada de violência na Venezuela para que, retomada a democracia na sua plenitude naquele país, a população possa viver com maior tranquilidade e, sobretudo, com respeito aos direitos humanos, que não vem acontecendo hoje.

Aécio Neves destaca presença no Brasil de mulheres de oposicionistas da Venezuela

O senador Aécio Neves destacou hoje (06/05), em pronunciamento no plenário, a presença no Brasil das mulheres dos oposicionistas Antônio Ledezma e Leopoldo López, presos pelo governo Nicolás Maduro, na Venezuela.

Mitzy Ledezma e Lilian López se reunirão, amanhã, em Brasília, com os senadores Aécio e Aloysio Nunes, que as convidaram para vir ao Brasil.

Mitzy e Lilian iniciaram uma mobilização em vários países para denunciar a violação de direitos pelo governo da Venezuela.

Aécio cobrou da presidente Dilma Rousseff posição do governo brasileiro sobre as graves violações. Antônio Ledezma, prefeito de Caracas, foi preso no exercício de seu mandato em fevereiro deste ano. Leopoldo López, líder do partido político Vontade Popular, está detido desde fevereiro do ano passado.

Mitzy e Lilian participarão, amanhã, no Senado, de reunião da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado Federal (CRE).

 

Segue trecho pronunciamento do senador Aécio Neves:

“Coube ao senador Aloysio Nunes e a mim fazer um convite para que as esposas do ex-prefeito Ledezma e do líder oposicionista Leopoldo López estivessem aqui conosco. E eu quero ir um pouco além: acho que o adequado nesse instante é que a senhora presidente da República recebesse, democraticamente, as representações mais expressivas da oposição venezuelana, até para que possa ouvi-las. E a partir daí, quem sabe, alterar a posição que o Brasil vem tendo de absoluta omissão nessa questão: a defesa da democracia na Venezuela.”

Aécio Neves fala sobre o encontro com Mitzy Ledezma e Lilian López

O senador Aécio Neves se encontrou, nesta quinta-feira (07/05), com Mitzy Ledezma e Lilian López, mulheres de líderes oposicionistas da Venezuela, na liderança do PSDB no Senado. Em seguida participou de reunião da Comissão de Relações Exteriores do Senado. Mitzy Ledezma e Lilian López estão no Brasil em uma mobilização por vários países para denunciar a violação de direitos pelo governo da Venezuela. Também estava presente Rosa Orozco, mãe de jovem vítima do governo venezuelano.

 

Sonora do senador sobre omissão do governo do PT em relação à Venezuela:

A omissão do governo brasileiro em relação à escalada do autoritarismo na Venezuela é vergonhosa. Nos atinge, a todos, enquanto cidadãos que somos, e democratas que devemos permanentemente ser. O senador Aloysio Nunes e eu convidamos as esposas de dois dos mais importantes líderes venezuelanos que se encontram presos. Aqui estão outras vítimas também da violência na Venezuela.

O que queremos é que, em primeiro lugar, as regras democráticas do Mercosul sejam respeitadas pela Venezuela e, se o governo brasileiro se omite por relações ideológicas, ou sei lá de qual natureza, inaceitáveis, cabe às demais forças políticas ocupar esse vácuo.

O que queremos com a presença dessas importantes ativistas que têm viajado por toda a região é chamar atenção do governo brasileiro, das autoridades brasileiras, porque quando se fala de democracia, quando se fala de liberdade, de direitos humanos, não há que se respeitar fronteiras, pois esse autoritarismo que hoje seiva vidas, pune com cárcere opositores do governo na Venezuela, amanhã estará acontecendo em outros países se não houver um basta.

Essa visita, portanto, extremamente honrosa para nós, quem sabe, seja um momento para que o Brasil se levante e diga um basta definitivo a essa escalada de violência na Venezuela para que, retomada a democracia na sua plenitude naquele país, a população possa viver com maior tranquilidade e, sobretudo, com respeito aos direitos humanos, que não vem acontecendo hoje.

 

Ouça o áudio do senador:

<p>http://aecioneves.com.br/wp-content/uploads/2015/05/07-05-15_Aecio_Neves-CRE1.mp3</p>

Silêncio

Aécio Neves – Folha de S. Paulo – 30/03/2015

 

Na última semana estive em Lima, no Peru, honrado pelo convite de Mario Vargas Llosa –Prêmio Nobel de literatura e presidente da Fundação Internacional para a Liberdade – para discutir a realidade latino-americana.

No amplo debate sobre os desafios da região, onde temas como corrupção e intolerância política ocuparam muitas das conversas paralelas, uma questão se impôs. A preocupação dos participantes com os rumos de governos que limitam as liberdades de opinião e de imprensa e que usam a violência contra opositores e contra manifestações legítimas da população, como ocorre, em especial, na Venezuela.

Foi importante ouvir os relatos das esposas dos líderes oposicionistas venezuelanos sobre a violação de direitos humanos pelo governo daquele país. Mitzy Ledezma, mulher do prefeito de Caracas, Antônio Ledezma, preso em fevereiro, e Lílian López, mulher do ativista Leopoldo López, preso há mais de um ano, deram um tom de emoção e de urgência ao encontro em busca por solidariedade dos democratas de outros países.

 

Leia mais aqui.

Aécio Neves critica violação dos direitos humanos na Venezuela e silêncio do governo Dilma

O senador Aécio Neves qualificou como “inaceitável e vergonhosa” a postura do governo de Dilma Rousseff diante dos últimos episódios  de autoritarismo na Venezuela, como a prisão do prefeito de Caracas, o opositor Antonio Ledezma. Aécio afirmou que espera do Senado um posicionamento contrário às ações do governo de Nicolás Maduro, e sugeriu a criação de uma comissão de parlamentares para apurar as graves ocorrências no país vizinho. Aécio falou sobre o tema durante pronunciamento, nesta terça-feira (24/02) no Senado, em Brasília.

“A presidente Dilma não pode esconder-se, sob o princípio de não interferência nos assuntos internos de outro país, para deixar de agir”, apontou o presidente do PSDB.

Na avaliação de Aécio, a omissão do Brasil pode deixar o país como um cúmplice da escalada de autoritarismo registrada no país. “Não será de se estranhar se, em breve, ocorrer um banho de sangue na Venezuela, perpetrado pelo Estado contra seus cidadãos. A omissão brasileira nos tornará cúmplices daquilo que eventualmente ocorrer na Venezuela”, afirmou.

Aécio lembrou que o Protocolo de Ushuaia, assinado pelos países integrantes do Mercosul, exige dos membros do bloco uma manifestação de repúdio às ações antidemocráticas.

O senador destacou que o PSDB foi contrário à entrada da Venezuela no Mercosul, em 2009, por identificar já naquela ocasião violações aos direitos humanos por parte do regime de Hugo Chavez.

E acrescentou que a manifestação atual do PSDB de repúdio às ocorrências na Venezuela “não são de solidariedade à oposição, a este ou àquele partido, e sim àquilo que a nós é mais caro – as liberdades democráticas”.

 

Ação do parlamento

Aécio disse que a omissão do governo Dilma deve ser respondida pelos senadores brasileiros com um posicionamento firme de contestação às ações de Nicolás Maduro.

“Já que o governo federal, mesmo instado por organismos internacionais, não tem até aqui se manifestado, é o momento de essa Casa, a casa da Federação brasileira, se manifestar de forma altiva, de forma clara, cobrando das autoridades venezuelanas o respeito aos princípios mais elementares da democracia”, disse.

 

Escalada do autoritarismo

Em seu pronunciamento, Aécio destacou que o prefeito Ledezma foi preso sem ordem judicial e lembrou outros episódios que, na sua avaliação, configuram a escalada do autoritarismo em curso na Venezuela.

“As principais lideranças políticas da oposição têm sido sistematicamente perseguidas, impedidas de exercerem mandatos políticos, encarceradas e agredidas, de toda sorte, pelo aparato de estado oficial e extraoficial”, afirmou Aécio.

Entre os casos lembrados pelo presidente do PSDB, estão a detenção do líder oposicionista Leopoldo López, preso desde fevereiro do ano passado, e a perseguição sofrida pela deputada Maria Corina Machado.

Segundo Aécio, o governo de Nicolás Maduro utiliza o autoritarismo como mecanismo para encobrir as falhas de sua gestão.

“Incapaz de lidar com os graves problemas do dia-a-dia da gestão governamental, o presidente Maduro cria falsas tramas e golpes contra seu governo, tenta calar a oposição, cerceá-la e criminalizá-la, em escalada rumo a uma ditadura, cada vez mais sem disfarces”, afirmou.

Aécio Neves – Violação aos direitos humanos na Venezuela

O senador Aécio Neves qualificou como “inaceitável e vergonhosa” a postura do governo de Dilma Rousseff diante dos últimos episódios  de autoritarismo na Venezuela, como a prisão do prefeito de Caracas, o opositor Antonio Ledezma. Aécio afirmou que espera do Senado um posicionamento contrário às ações do governo de Nicolás Maduro, e sugeriu a criação de uma comissão de parlamentares para apurar as graves ocorrências no país vizinho. Aécio falou sobre o tema durante pronunciamento, nesta terça-feira (24/02) no Senado, em Brasília.

 

Leia o pronunciamento do senador:

O tema que me traz neste instante a essa tribuna é um tema de extrema importância para todos nós latino-americanos.  Já que voltamos ao tema da Venezuela nesse último final de semana. Vem trazendo enorme preocupação a todos nós, o radicalismo que vem tomando conta das decisões do presidente Maduro. E eu gostaria que o Senado Federal, ao receber uma nota que, assinada não apenas por mim com presidente nacional do PSDB, mas por nosso líderes no Senado e na Câmara e com o respaldo de toda a bancada, pudesse servir de inspiração para que o Senado Federal, ao lado da Câmara dos Deputados, pudesse se manifestar no sentido de externar a nossa preocupação com o cerceamento das liberdades democráticas naquele país com a prisão, algumas delas, inclusive as mais recentes, sem qualquer justificativa legal, de opositores do regime.

Portanto, com extrema preocupação assistimos o contínuo processo de aprofundamento do autoritarismo e desrespeito às liberdades democráticas na Venezuela, país vizinho e parceiro do Mercosul.

Em 2009, quando o Senado brasileiro analisou e aprovou o ingresso da Venezuela em nossa comunidade, o PSDB posicionou-se fortemente contra, com base na Cláusula Democrática do Tratado.

O Protocolo de Ushuaia, que objetiva a defesa do estado de Direito em bloco, vedava a entrada ou permanência de países onde não se respeitam as regras básicas da democracia. Naquela ocasião, apontamos uma série de ações e práticas do cotidiano político da Venezuela, governada por Hugo Chavéz, não compatíveis com um regime democrático.

Desde então, a situação vem se agravando. O atual Presidente, Nicolás Maduro, confrontado pelo fracasso da política econômica chavista, por taxas de homicídios sem precedentes e pela perda crescente de apoio popular, apela para táticas autoritárias clássicas, encarcerando opositores, intimidando a população e criminalizando manifestações. Tudo isto sob o olhar benevolente, para não dizer cúmplice, de seus parceiros do Mercosul.

As principais lideranças políticas da oposição têm sido sistematicamente perseguidas, impedidas de exercerem mandatos políticos, encarceradas e agredidas pelo aparato de estado oficial e extraoficial.

Desde 18 de fevereiro de 2014, encontra-se preso Leopoldo López Mendonza, Coordenador Nacional do partido político venezuelano Vontade Popular, sob acusações penais baseadas em análises do teor de seus discursos políticos.

Lilian Tintori, esposa de López, há um ano percorre o mundo denunciando a situação de preso político de seu marido. Do vice-presidente dos EUA, Joe Biden, ao Papa Francisco, Lilian tem recebido solidariedade dos principais líderes mundiais – uma solidariedade que, infelizmente, tem faltado do governo brasileiro – e também de inúmeros organismos dos de organismos de defesa de direitos humanos. Agora, apelos, como o da Anistia Internacional ou do Secretário Geral da OEA, José Miguel Insulza, pela liberação imediata dos presos políticos e garantias de justiça em todas as causas, têm sido sumariamente ignorados pelo governo venezuelano.

A deputada Maria Corina Machado, que a convite desta Casa, do senador Ricardo Ferraço, aqui esteve alguns meses atrás, destacada parlamentar de oposição, viu seu mandato político ser cassado em março de 2014, após denunciar na OEA violações de direitos humanos ocorridas na Venezuela.

Agora, enfrenta uma acusação fantasiosa de conspiração para assassinar o Presidente Maduro baseada, entre outros absurdos, em troca de e-mails comprovadamente forjados por documentos a nós enviados pela própria Corina. Ela vive em estado de permanente perseguição, podendo, segundo sua própria explanação, ser presa a qualquer momento.

Na quarta-feira, 19 de fevereiro, ultrapassando qualquer limite da normalidade democrática, Maduro ordenou o encarceramento do prefeito metropolitano de Caracas, Antonio Ledezma. A prisão foi efetuada por agentes do Serviço Bolivariano de Informações (Sebin), em seu escritório privado, de forma truculenta, com cenas que horrorizaram a todos nós e sem mandato de prisão ou qualquer outro instrumento legal.

Incapaz de lidar com os graves problemas do dia-a-dia da gestão governamental, o presidente Maduro cria falsas tramas e golpes contra seu governo, tenta calar a oposição, cerceá-la e criminalizá-la, em escalada rumo a uma ditadura, cada vez mais sem disfarces.

A posição conivente e silenciosa do Brasil com tudo isso é inaceitável e, a meu ver, vergonhosa.

A presidente Dilma não pode esconder-se sob o princípio de não interferência nos assuntos internos de outro país, para deixar de agir em caso de tamanha gravidade. Essa foi a desculpa dada até aqui à imprensa, quando foi questionada se não havia constrangimento ao receber as credenciais da nova embaixadora venezuelana no Brasil.

Se o Brasil não pretende manifestar-se diretamente pelo respeito aos direitos democráticos na Venezuela, como fizeram Colômbia e Chile, o Protocolo de Ushuaia, porém, obriga que os países do Mercosul ajam nesse sentido.

Anuncia-se a ida de uma missão da Unasul para inteirar-se da situação. E esse Congresso tem de participar deste movimento. O resultado, provavelmente, será trazer a todos nós maiores luzes mas informações sobre o que acontece na Venezuela.

Não são apenas políticos da oposição que o governo Maduro persegue e tenta silenciar. Com a recente promulgação da Resolução 8610, militares venezuelanos foram autorizados a utilizar armas letais na repressão de manifestações políticas. Isso não ocorre em nenhum outro país da nossa região, ocorrendo apenas em regiões absolutamente autoritários em outras regiões do mundo.

Não será de se estranhar se, em breve, ocorrer um banho de sangue na Venezuela, e o Brasil, certamente, pagará um alto preço pela sua omissão até aqui.

Portanto, a omissão brasileira nos tornará cúmplices daquilo que eventualmente ocorrerá na Venezuela.

A ação ou inação do governo Dilma, mais do que falar sobre o que ocorre nesse país de povos irmãos, desnudará o grau de respeito que consignamos aos princípios democráticos em nossa região e em nosso País.

Portanto, considero urgente, já que a omissão do governo federal  parece cada vez mais clara em relação a esta questão, que o Congresso Nacional, voz da sociedade brasileira, possa se manifestar em solidariedade, não à oposição, a este ou à aquele partido, mas aquilo que a todos nós é mais caro, as liberdades democráticas.

 

Ouça o pronunciamento do senador: