“PSDB agirá dentro da lei”, afirma Aécio ao comentar denúncias contra o governo Dilma

O senador Aécio Neves garantiu, nesta quarta-feira (22/04), que o partido agirá com responsabilidade e de acordo com a Constituição Federal no processo de análise das denúncias de corrupção na Petrobras e de eventuais crimes de responsabilidade cometidos pela presidente Dilma Rousseff. Aécio afirmou que os tucanos não terão o mesmo comportamento que o PT teve durante o governo Fernando Henrique Cardoso, quando o partido pediu o impeachment do então presidente da República.

“Não vamos nos precipitar, não vamos fazer nenhuma ação panfletária como fez no passado o PT. Vamos agir com a responsabilidade de um partido da oposição que a cada dia mais percebe que ilícitos foram cometidos ao longo do ano passado e, eventualmente, até já alguns este ano. E vamos agir conforme determina a lei. Não vamos fazer absolutamente nada que fuja ao que determina a Constituição. Aliás, uma Constituição que eu assinei e que, lamentavelmente, alguns petistas renegaram”, ponderou Aécio Neves em entrevista à imprensa no Senado.

O presidente nacional do PSDB confirmou que uma equipe de juristas, liderada pelo ex-ministro da Justiça, Miguel Reale Júnior, está avaliando os últimos casos de eventuais crimes de responsabilidade cometidos no âmbito do governo federal.

Segundo Aécio Neves, a equipe de juristas está debruçada sobre a decisão do Tribunal de Contas da União (TCU), que considerou crime de responsabilidade as chamadas “pedaladas fiscais” do governo federal. Outra denúncia em análise é um possível crime de prevaricação da Controladoria-Geral da União (CGU) em denúncia envolvendo a empresa holandesa SBM OffShore.

“A posição do PSDB tem sido a mesma desde que essas denúncias surgiram. Nós dissemos: o impeachment deve ter como base, claramente, indícios muito fortes de que houve crime de responsabilidade. E os indícios são cada vez mais claros, mas só avançaremos nesta proposição no momento em que tivermos consistência nesta análise”, ponderou o presidente do PSDB.

Outra denúncia sob investigação da Justiça é a suspeita de que dinheiro desviado da Petrobras possa ter abastecido a campanha eleitoral da presidente Dilma Rousseff por meio de repasses feitos pelo ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, réu da operação Lava-Jato preso na semana passada.

“Se comprovado que esses recursos eram ilícitos e que havia conhecimento de que eles eram fruto de propina, será mais uma frente que se abre. Estamos absolutamente serenos em relação a essa questão. Vamos fazer o papel que cabe à oposição, fiscalizar o governo, investigar onde as denúncias sejam contundentes, e muitas delas são, e, a partir daí, vamos definir qual tipo de ação vamos empreender. Portanto, é papel sim da oposição garantir, com responsabilidade, mas também com coragem, que essas investigações ocorram, e se alguém cometeu crime de responsabilidade que pague por este crime”, afirmou.

 

União

Aécio Neves também destacou que qualquer decisão em relação a um eventual pedido de impeachment, se tomada, será feita por todo o partido.

“O PSDB estará unido no momento em que definir qual a ação cabível, e mais do que isso, estará unido aos demais partidos de oposição. Temos um entendimento entre nós de que os cinco partidos de oposição se manifestarão de forma conjunta, no momento em que chegarmos à conclusão de que houve o cometimento de crime de responsabilidade. Não iremos nos omitir, tampouco vamos nos precipitar”, afirmou.

Entrevista sobre a prisão do tesoureiro

“O responsável pelas finanças do partido da presidente da República está preso com inúmeras acusações. Estamos vendo o agravamento da crise política. O PT não tem mais como olhar nos olhos da sociedade brasileira, principalmente daqueles que confiaram no partido”, diz Aécio Neves, em entrevista nesta quarta-feira (15/04).

 

Aécio Neves – Entrevista sobre a prisão de Vaccari e Reunião da Oposição

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, concedeu entrevista coletiva, nesta quarta-feira (15/04), em Brasília. Aécio comentou a prisão do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, reunião com presidentes dos partidos da oposição e impeachment da presidente Dilma.

 

Leia a transcrição da entrevista do senador:

Como o sr. avalia hoje a prisão do tesoureiro do PT João Vaccari?

É algo extremamente grave, algo inédito na história do Brasil e de qualquer país do mundo. O homem responsável pelas finanças do partido da presidente da República está preso, com inúmeras acusações em relação à malversação de dinheiro público. Portanto, o que estamos vendo é o agravamento da crise política, e cada vez ela chegando mais próxima do governo e da própria presidente da República.

 

Líderes do PT, o caso do líder Sibá Machado, disseram que a prisão foi política. O sr. concorda com isso?

É o desespero de um partido que não tem mais como olhar nos olhos da sociedade brasileira, principalmente daqueles que confiaram nesse partido. Disse durante a campanha eleitoral, perguntei à presidente Dilma se ela confiava no tesoureiro do seu partido, o senhor João Vaccari, e repito a mesma pergunta. A pergunta não mudou. Quem sabe a resposta tenha mudado. A presidente Dilma continua confiando no tesoureiro do seu partido que está preso, que movimentou recursos da corrupção, envolvendo a sua família nisso? É a degradação moral absoluta de um governo que, para se manter no poder, deixou de lado o mínimo de respeito à sociedade brasileira, e, obviamente, isso terá consequências.

 

Como fica o PT com essa prisão? 

O PT vive, a meu ver, os seus estertores. O PT, que iniciou a sua trajetória buscando defender a ética, os valores republicanos e a classe trabalhadora brasileira, se aproveitou da classe trabalhadora, utilizou-a de forma indevida, abriu mão de todos os valores que pregava lá atrás, e hoje é um partido reconhecido pela sociedade brasileira como o partido da ineficiência e o partido da corrupção. Eles terão muitas dificuldades para superar essa marca.

 

Os partidos de oposição, os presidentes acabaram de se reunir. O que foi tratado nessa reunião?

Nos reunimos – os presidentes dos partidos de oposição – para avaliar a gravidade da crise, e hoje essa gravidade é maior com a prisão do senhor Vaccari. Estamos recebendo hoje dos movimentos sociais que organizaram essas manifestações a sua pauta de reivindicações, vamos nos manifestar em relação a elas, mas estamos avaliando todas as possibilidades, porque, com a prisão hoje do homem responsável pelas finanças do PT, a crise de ingovernabilidade aumenta muito no Brasil.

 

Quais são todas essas possibilidades?

Todos os crimes de responsabilidade que, eventualmente, tenham sido cometidos pela presidente da República, avaliando a conexão dos recursos da propina com as suas duas eleições, as denúncias em relação à Controladoria-Geral da União, que teria omitido durante a campanha eleitoral informações e documentos que comprovariam já o pagamento de propina a funcionários da Petrobras, fato  que a presidente sempre negou; a definição do Tribunal de Contas da União, através do seu procurador, de que os Correios foram utilizados também de forma indevida e criminosa durante a campanha eleitoral para favorecer a candidatura do PT, as pedaladas fiscais que maquiaram os dados durante a campanha eleitoral, enfim, um conjunto de evidências que, a meu ver, cada vez mais se aproximam do núcleo de poder do PT e do Palácio do Planalto.

 

É um caminho sem volta? 

Nós ouvimos o que boa parte do Brasil tem dito. Nas ruas, nas redes, nas manifestações inúmeras que têm surgido por todo o país. Essa é uma das demandas. Enquanto partidos políticos, temos que ter a responsabilidade de avançarmos nessa direção quando tivermos consistência, quando tivermos avaliações jurídicas isentas de que houve o cometimento de crime de responsabilidade. Mas o agravamento da crise está claro. A prisão hoje do tesoureiro do PT, que até poucos dias era recebido com aplausos, com ovações pelos seus correligionários, é algo extremamente grave. E o que me chama mais atenção nesse episódio é que o PT não tem sequer mais forças para retirá-lo do cargo, para de alguma forma impedir que ele se afaste para ser investigado. O PT hoje é refém do seu tesoureiro, e esse tesoureiro está preso. Hoje, as decisões financeiras do PT passam a ser tomadas dentro das instalações da Polícia Federal.

 

Os senhores vão formalizar o pedido de impeachment ou está sendo estudado?

O que tenho dito é que impeachment não é uma palavra proibida. Não é ainda uma decisão dos partidos de oposição, mas temos o dever de avaliar cada uma dessas denúncias e, se considerarmos que houve a caracterização de crime de responsabilidade, esta é uma possibilidade prevista na Constituição. Não há ainda essa definição, mas qualquer que seja ela, será tomada em conjunto pelos partidos de oposição.

Aécio Neves – Entrevista sobre a prisão de Vaccari

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, concedeu entrevista coletiva, nesta quarta-feira (15/04), em Brasília. Aécio comentou a prisão do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, impeachment da presidente Dilma e indicação de Luiz Edson Fachin para a vaga de ministro do STF.

 

Leia a transcrição da entrevista do senador:

Sobre a prisão do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto.

Tudo caminhava nesta direção. O que refaço hoje é a mesma pergunta que fiz à presidente Dilma durante os debates eleitorais. A pergunta é a mesma, será que a resposta também continua sendo a mesma? A presidente continua confiando no tesoureiro do seu partido, agora preso. Na verdade, o que mais me chama a atenção em todo este episódio, é que o PT tão fragilizado, hoje, não consegue sequer a licença e o afastamento do seu tesoureiro. A grande pergunta que fica é porque ele continua no cargo e o Brasil passa a ser protagonista de uma cena, para mim, absolutamente inédita na nossa história. O tesoureiro, o responsável pelas finanças do partido do governa o Brasil, hoje está preso. E com sucessivas acusações e acusações extremamente graves. Acho que este é o mais triste retrato de um partido político que abdicou de um projeto de país para se manter a qualquer custo no poder, cometeu crimes sucessivos como esses que levam o seu tesoureiro responsável pelas suas finanças, a estar preso.

 

Isso é mais um motivo para um eventual pedido de impeachment da presidente?

Como disse e reitero hoje, temos de ter muita serenidade na definição da posição do PSDB, porque será uma posição institucional. Estamos avaliando todas as denúncias que nos chegam, inclusive as comprovações em relação a algumas delas, seja a utilização de empresas públicas de forma criminosa durante a campanha eleitoral, como atesta o Tribunal de Contas em relação aos Correios, seja agora essa nova denúncia que demonstra que a Controladoria Geral da União, responsável exatamente para inibir os crimes cometidos na administração pública, omitiu durante todo o processo eleitoral as denúncias e a documentação que já havia recebido. Além disso, o descumprimento das metas fiscais. Há um conjunto hoje de acusações, entre elas ao que diz respeito, obviamente, a esse mais tormentoso de todos os casos envolvendo a Petrobras.

Estamos avaliando com juristas se existe a caracterização de crime de responsabilidade. O impeachment, repito, não é algo que esteja ainda prioritariamente na agenda do PSDB, mas não é um golpe. É algo previsto na nossa Constituição, em caso de se comprovar crime de responsabilidade. Portanto, é o que nós estamos avaliando, e se acharmos que existem indícios, o PSDB poderá sim avaliar essa hipótese. Não temos ainda essa decisão tomada, mas é uma possibilidade que o PSDB hoje discute de forma muito franca internamente.

 

A indicação do Fachin para o STF, um nome ligado ao PT. O que o sr. achou?

Cabe à presidente da República fazer a indicação dos ministros do Supremo, e cabe aqui ao Senado Federal fazer a arguição desses ministros. Obviamente, é preciso que ele – e ele terá oportunidade para isso – explique determinadas posições públicas e políticas que tomou. Do ponto de vista do seu histórico, do seu currículo acadêmico, não há nenhuma contestação a se fazer. O que é preciso é que ele – aqui ele terá oportunidade para isso, sabatinado pelo Senado Federal – dê tranquilidade ao Congresso Nacional, aos representantes da população brasileira de que teremos no Supremo Tribunal Federal alguém absolutamente isento, e, sobretudo no momento em que temas políticos e de interesse em especial do Partido dos Trabalhadores chegaram à Suprema Corte, como os inúmeros inquéritos, inúmeras investigações que agora foram abertas. Ele terá oportunidade aqui de dar tranquilidade a essa Casa. Cabe ao Senado Federal, de forma altiva e independente, argui-lo, e vamos fazer isso.

Prisão do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto

O responsável pelas finanças do partido que hoje governa o Brasil está preso com sucessivas acusações, e acusações extremamente graves. Este é o mais triste retrato de um partido político que abdicou de um projeto de país e, para se manter a qualquer custo no poder, cometeu crimes sucessivos”, diz o senador Aécio Neves sobre prisão do tesoureiro do PT João Vaccari Neto, nesta quarta-feira (15/04), pela Polícia Federal, em nova etapa das investigações sobre a corrupção na Petrobras.

 

Aécio: Prisão de tesoureiro do PT agrava crise política no país

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, afirmou nesta quarta-feira (15/04) que a prisão do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, agrava a crise política que o país vive, gerada pelo escândalo de corrupção na Petrobras.

“É algo extremamente grave e inédito na história do Brasil e acho que de qualquer país do mundo. O homem responsável pelas finanças do partido da presidente da República está preso, com inúmeras acusações em relação à malversação de dinheiro público. O que estamos vendo é o agravamento da crise política e cada vez ela chegando mais próxima do governo e da própria presidente da República”, afirmou Aécio Neves após reunião com presidentes dos partidos de oposição no Senado.

João Vaccari Neto foi preso pela Polícia Federal, nesta quarta-feira (15/04), em mais uma etapa da operação Lava-Jato. O tesoureiro do PT é réu em ação do Ministério Público Federal (MPF) sob a acusação de arrecadar propinas de empresas por meio de contratos públicos firmados com a Petrobras.

Para Aécio, a prisão de Vaccari é mais um episódio lamentável nas investigações feitas pela Polícia Federal e Ministério Público Federal que revelaram a atuação de uma organização criminosa na Petrobras durante todos os anos de governo do PT.

“É a degradação moral absoluta de um partido que, para se manter no poder, deixou de lado o mínimo de respeito à sociedade brasileira e, obviamente, isso terá consequências. O PT, que iniciou sua trajetória buscando defender a ética, os valores republicados e a classe trabalhadora brasileira, se aproveitou da classe trabalhadora. Utilizou-a de forma indevida, abrindo mão de todos os valores que pregava lá atrás e, hoje, é um partido reconhecido pela sociedade brasileira como partido da ineficiência e o partido da corrupção”, disse Aécio Neves.

O senador Aécio Neves também comentou as declarações feitas hoje por líderes petistas que classificaram como política a prisão de Vaccari, embora as investigações da Polícia Federal apontem que o tesoureiro utilizou recursos criminosos para doações registradas ao PT e também para pagamento de despesas simuladas.

“O PT é um partido que não tem mais como olhar nos olhos da sociedade brasileira, principalmente daqueles que confiaram nele”, avaliou Aécio.

 

Impeachment

O presidente nacional do PSDB afirmou que os líderes dos partidos de oposição avaliam com responsabilidade todo conjunto de denúncias feitas contra o governo e o PT pela Polícia Federal, Ministério Público, pela imprensa e pelo Tribunal de Contas da União (TCU), envolvendo a arrecadação de propinas e o uso eleitoral de empresas públicas em favor do PT e da reeleição da presidente da República, assim como as manobras fiscais usadas para maquiar as contas federais.

“Nós ouvimos o que boa parte do Brasil tem dito nas ruas, nas redes, nas manifestações inúmeras que têm surgido por todo o país. Essa é uma das demandas. O que tenho dito é que impeachment não é uma palavra proibida. Não é ainda uma decisão dos partidos de oposição, mas temos o dever de avaliar cada uma dessas denúncias e, se considerarmos que houve a caracterização de crime de responsabilidade, esta é uma possibilidade prevista na Constituição. Não há ainda essa definição, mas qualquer que seja ela, será tomada em conjunto pelos partidos de oposição”, ressaltou.