Aécio Neves – Entrevista Coletiva em Belo Horizonte

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, concedeu entrevista coletiva, nesta sexta-feira (14/02), em Belo Horizonte (MG). Questionado sobre a crise energética nacional, Aécio Neves afirmou que o intervencionismo do governo federal tem desestruturado o setor. O senador também comentou sobre política econômica, segurança pública, eleições 2014, Copa do Mundo, entre outros assuntos.

 

Leia a transcrição da entrevista do senador:

Sobre o risco de apagões que está acontecendo e a energia mais cara, como o Sr. vê isso?  

O que houve foi que desestruturaram o setor de energia, com um intervencionismo absurdo que foi feito nos últimos anos. Alertávamos para isso: um viés populista com o discurso de queda de tarifas. Agora, estamos vendo o setor sem capacidade de investimentos e, ao mesmo tempo, com o governo sendo obrigado – com recursos do Tesouro – a socorrer as empresas, seja de geração ou de distribuição. Todos defendemos a diminuição da conta de luz. Mas isso deveria ter sido feito com a redução dos tributos federais. Portanto, o que ocorreu com essa intervenção: os investidores foram embora. A Cemig, que é uma empresa gerida profissionalmente, perdeu R$ 10 bilhões de seu valor de mercado em dois dias, e aconteceu isso também com a Eletrobras, que hoje é uma empresa deficitária.

Então, um setor que estava razoavelmente organizado, um setor que estava planejando investimentos relevantes, não faz mais investimentos. O que tem salvado o governo, infelizmente, é que paramos de crescer. A indústria parou de crescer, sobretudo a indústria intensiva. Tivemos uma participação da indústria no PIB do ano passado de 13% de nossa matriz econômica, o que é muito pouco, já foi de 20%. Então, acho que a irresponsável intromissão do governo federal na área de energia nos coloca hoje –  obviamente agravado pelas questões climáticas, pela ausência de chuvas – no limite da capacidade, sobretudo, de transmissão do sistema. Além de mais uma demonstração da ausência de planejamento desse governo.

Existem hoje mais de 30 usinas eólicas prontas no Brasil. Prontas, com as torres implementadas, sem linhas de transmissão. Não foram feitas as linhas de transmissão que ligam os parques eólicos ao sistema. E aí estamos com as nossas térmicas – que construímos no governo Fernando Henrique para as situações emergenciais – trabalhando “full”, no limite, a um custo muito grande. Vou repetir, para encerrar: já está havendo racionamento, através de quê? Através do aumento do preço da energia, que mais que dobrou na última semana. É uma forma de você inibir o consumo. É uma forma lateral de estabelecer, na verdade, o racionamento de energia no Brasil.

 

O Sr. acha que o governo está mascarando resultados, em função das eleições? Como é a perspectiva do senhor para a economia nesse ano? 

Muito ruins. Todas as agências já estão revendo pra baixo os indicadores de crescimento. Já ouvi falar de expectativa de 1,5% para esse ano, em função da incapacidade de o Brasil crescer – seja pela ausência de energia, seja pela enorme desconfiança, pela falta de credibilidade que é principal a marca da economia brasileira. Infelizmente, será um ano difícil, e 2015 será um ano mais difícil ainda.

 

Sobre a segurança pública, o Sr. poderia falar o que defende à segurança?

A questão da segurança hoje é o que há de mais urgente a ser enfrentado, e não foi, nesses 11 anos de governo do PT. É preciso que a gente lembre que apenas 13% de tudo o que se investe em segurança vem do governo federal, e 87% dos estados e municípios. Não é justo – o governo federal tem mais de 60% do que se arrecada, e vem virando as costas. Não libera os recursos do Fundo Penitenciário, e do Fundo Nacional de Segurança, aprovados no orçamento. Eu próprio, Aécio, tenho um projeto, que tramita desde 2011, que impede esse contingenciamento. Contingenciamento significa o governo não liberar; represa, segura esses recursos. Eu defendo que tudo o que é aprovado para a segurança seja distribuído para os 27 estados a partir de um parâmetro que se crie – população e indicadores de criminalidade, por exemplo.

O governo federal guarda esse recurso até o fim do ano e distribui um pedaço dele para os amigos e o outro pedaço vai fazer o superávit. Isso nós queremos proibir. Queremos aumentar a participação do governo e que esses 13% possam vir para 16% ou 17%. Ajudaria os estados a ter mais efetivos, mais policiais, mais viaturas na rua, mais investimentos e equipamentos e a inteligência.

Por outro lado, existe uma questão que é afeita o Congresso Nacional, mas a base de apoio do governo que é amplamente majoritária não deixou avançar até hoje. Por exemplo, estamos assistindo menores, adolescentes cometerem cada vez mais crimes e não há punição para eles porque eles só podem ficar até três anos, ficam nessas casas-lares ou em instituições desse tipo nos estados e depois saem com a ficha limpa.

O que estamos propondo é que um jovem que cometeu um crime hediondo, que é reincidente, e existem exemplos pelo Brasil afora que o próprio juiz na hora de julgá-lo possa puni-lo com base no Código Penal. Então, ele não cumprirá três, cumprirá pelo menos, por exemplo, oito anos. Cumpre os três primeiros nesse estabelecimento e cumpre os outros cinco anos, por exemplo, em um estabelecimento intermediário. Temos que tirar do jovem essa sensação de impunidade, de que pode fazer e fica por isso mesmo.

Tenho um projeto que caminha junto com esse que triplica em alguns casos a pena para os bandos, para as quadrilhas que utilizam os menores de idade para cometimento de crimes. O que acontece hoje? O crime, o roubo, o assalto a uma casa, a um banco. Aí, eventualmente, não deu certo, alguém morre, o menor de idade é que assume o crime mais grave porque os outros são ali penalizados pelo crime menor. Então, queremos impedir ou pelo menos inibir a utilização desses jovens já feita de forma quase que estrutural pelas principais quadrilhas brasileiras.

 

O Sr. acha que tende a aumentar a violência até a Copa devido a esses últimos acontecimentos?

Eu espero que não porque eu não coloco essa coisa no âmbito político. Não interessa a ninguém do Brasil que a violência ocorra ou que ela se agrave. Tanto que eu acho que esses Black Blocs, essa violência que tomou conta das ruas, impede as manifestações pacíficas que são legítimas e devem até existir desde que respeitando o patrimônio público, desde que respeitando a vida das pessoas e também o ir e vir da cidade. Você não pode pegar 50 pessoas e paralisar uma cidade. Isso não é adequado, isso não é sequer democrático. Portanto, apoio uma proposta que o secretário Beltrame apresentou no Congresso esta semana que, na verdade, permite a polícia, que deixa mais claro o que a polícia pode fazer. Se alguém está mascarado portando, por exemplo, um pau e uma pedra em uma determinada manifestação, pode ser apreendido para averiguação. O policial tem o dever de fazer isso. Porque ele não está ali para reivindicar melhor escola, menos corrupção ou mais saúde.

 

O país está preparado para a Copa?

Não está há muito tempo porque tudo aquilo que o governo federal previu em relação a investimentos não foi feito. 25% no máximo das obras de mobilidade estarão prontas. O que está pronto para a Copa são os estádios, que não foram conduzidos, que as obras não foram feitas pelo governo federal, foram feitas pelos estados com a parcela de financiamento do BNDES que será paga. Se dependesse do governo federal conduzir, tocar as obras dos estádios, teríamos que jogar na várzea ou na praia porque aquilo que dependeu do governo federal que é mobilidade, melhorias dos nossos hospitais, nossos aeroportos, nada aconteceu.

Aqui em Belo Horizonte é o mesmo. Não vai ficar pronto aquilo que foi prometido. Em 2010, acompanhei a assinatura do documento de compromisso para as obras da Copa. Falava-se em ampliação da pista, falava-se em ampliação do pátio para que pudéssemos ter aqui volume maior de tráfego aéreo. Isso desapareceu. Nada disso foi feito. Isso vai ficar para o concessionário se quiser e quando quiser fazer. A omissão do governo federal casada com a ineficiência e com a incapacidade de gestão do governo vai custar muito caro ao país.

 

Nós vamos pagar muito vexame? O Sr. acha que os europeus vão vir?

Acho que há uma certa perplexidade em relação às imagens do Brasil que estão sendo transmitidas lá fora, mas espero que eles possam vir e espero que até lá, minimamente, a segurança deles possa ser garantida.

  

A impunidade dos criminosos é uma das principais reclamações dos policiais. E isso passa pelo Congresso. O que o Sr. pensa sobre isso?

Estamos com uma comissão instalada há três anos, discutindo reforma no Código Penal e no Código de Processo Penal onde estão as ticanas, os recursos intermináveis que levam quase sempre à prescrição dos crimes. E quem lidera inclusive este trabalho é o senador Aloysio Nunes que é o líder do PSDB e foi ministro da Justiça de Fernando Henrique. Mas é preciso que as pessoas compreendam o seguinte: a maioria do governo parece não querer votar esta matéria. Eles quem têm maioria. Somos cerca de 20% do Congresso Nacional. A oposição, infelizmente, não consegue colocar em votação que não seja em acordo com o governo. Quem sabe agora, a partir do caos que está se tornando a questão da segurança pública, que eles possam se mexer. Até agora, não se mexeram.

Inclusive, esta proposta do Beltrame à qual me referi, que as pessoas não podem se manifestar com violência ou sem se identificar, está na mesa do ministro da Justiça desde o ano passado, muito antes da morte deste cinegrafista que não houve qualquer ação do governo federal. Mas este é um governo reativo. É um governo que só age depois que os problemas ocorrem seja na questão ética, seja na questão da infraestrutura e, agora também, na área de segurança.

 

Sobre encontro com empresários em Minas.

Minas é minha casa. Estar em Minas é algo corriqueiro pra mim. Apesar de trabalhar em Brasília como senador, e estar com essa agenda nacional, viajando como presidente do PSDB no Brasil inteiro, quando eu chego em Minas eu não estou “indo”, eu estou “vindo”, estou chegando. E hoje, tendo a oportunidade de, ao lado do governador Antonio Anastasia, conversar com empresários mineiros que, estão todos com o mesmo sentimento que estamos: de preocupação em relação ao futuro do Brasil. Não somos uma ilha. Por mais avanços que tenhamos tido, e tivemos avanços extremamente consistentes ao longo desses 12 anos – na economia, com o aumento dos investimentos do estado, na área social, com indicadores como, na área da educação, que nos coloca em primeiro lugar no Brasil – nós dependemos também das ações do governo federal.

Minas  depende do crescimento da economia nacional para que nós possamos aqui estar gerando empregos de melhor qualidade. E, infelizmente, o que assistimos hoje no Brasil é uma equação perversa: de crescimento baixo, inflação alta, e tudo isso emoldurado por uma crise de credibilidade que afasta investimentos que seriam nesse momento extremamente relevantes para o país. Vamos aqui trocar ideias, vamos falar um pouco dessas nossas parcerias que trouxeram Minas, nesses últimos 12 anos, a ser hoje uma referência de gestão pública eficiente no Brasil, mas eu quero também falar, aos meus companheiros, na minha terra, à minha gente, o que penso em relação ao que precisa ocorrer no Brasil para superarmos essa quadra de muita incerteza.

 

O Sr. acha que pode conseguir o apoio expressivo do empresariado em sua campanha? 

Busco, hoje, conduzir uma proposta. Não sou candidato oficializado pelo meu partido. Sou presidente do partido. E o PSDB, como o maior partido de oposição, não tem a opção de apresentar uma proposta. Tem a obrigação. É nossa responsabilidade, como maior referência da oposição, até mesmo pela importantíssima parcela de contribuição que demos na construção desse Brasil de hoje, com a estabilidade da moeda, com a modernização da economia, com a Lei de Responsabilidade Fiscal, é responsabilidade nossa, por um lado, alertar o Brasil para o risco de essas conquistas tão fundamentais para que o Brasil crescesse ao longo desses últimos anos, e que hoje estão em risco, portanto, alertar o Brasil para a necessidade de retomarmos e fortalecermos essas conquistas, como dizermos quais os próximos passos, as próximas etapas que o Brasil precisa viver.

O Brasil não deve se contentar, pelo menos na minha avaliação, em ser o país do pleno emprego de dois salários mínimos. Não podemos continuar no final da fila. O Brasil cresceu no ano passado – apenas para ficar no nosso ambiente sul-americano – apenas mais do que a Venezuela. No ano anterior, em 2012, havia crescido apenas mais que o Paraguai. Nenhuma propaganda oficial, por mais bilionária que seja, e nenhuma ação do governo, por mais truculenta que seja, mascara a realidade. E a realidade é que estamos colocando em risco os pilares fundamentais da macroeconomia que nos trouxeram até aqui – de metas de inflação confiáveis, de superávit fiscal com credibilidade, sem maquiagem dos números. Portanto, é muito importante que resgatemos essas conquistas, e possamos imprimir no Brasil um governo em que o aparelhamento da máquina pública seja substituído pela meritocracia e pela eficiência.

 

O ex-ministro Fernando Pimentel deixou o governo e hoje vai ser uma espécie de pré-lançamento da candidatura dele, com a presença do Lula. Vai haver uma tentativa muito forte de entrar em Minas Gerais, por parte do ex-presidente Lula? 

Sempre houve, em todas as últimas eleições. Tivemos aqui a presença maciça, muitas vezes até radicalizada, do ex-presidente da República, da própria presidente da República, e os resultados vocês conhecem. Podem até querer fazer o mineiro de bobo, mas o mineiro não é bobo. O mineiro sabe que os avanços mais relevantes que tivemos ao longo desses anos se devem ao esforço do governo do Estado.

Vejo o ex-presidente da República, meu amigo ex-presidente Lula, infelizmente mal informado pelos seus aliados no Estado. E com uma visão que não me parece republicana. Li hoje uma entrevista onde usou-se a expressão: “todo o dinheiro era do governo federal”, como se fosse quase que um gesto de bondade do governo federal fazer parceria com os estados. Isso é uma grande bobagem. Não existe dinheiro federal, dinheiro estadual, dinheiro municipal; existe dinheiro público. Dinheiro vindo dos nossos impostos. Do trabalhador, do povo mineiro. E as parcerias que o governo federal deveria fazer com Minas Gerais, nas questões essenciais, não foram feitas.

Infelizmente, nisso, o ex-presidente está mal informado. Ao contrário: programas estruturantes com o Luz para Todos tem mais de 70% de seus recursos de responsabilidade do Estado, e não da União, e as grandes questões essenciais para o Estado como o metrô de Belo Horizonte, como a BR-381 e o próprio Anel Rodoviário não foram iniciadas até agora. E questões que seriam extremamente relevantes para o desenvolvimento do Estado como uma nova unidade da Fiat ou mesmo o pólo acrílico da Petrobras, vocês sabem bem o que aconteceu. Por uma ação pessoal e pontual do governo do PT, acabaram indo para outras regiões do Brasil.

 

O fato de a presidente Dilma não ter conseguido um empresário para o lugar de Fernando Pimentel pode ser um recado dos empresários de que eles não foram ouvidos e estão preocupados com a política econômica adotada pelo PT?

Tenho andado por todo o Brasil e, obviamente aqui por Minas Gerais, e há um sentimento claro de muita insegurança em relação ao que está por vir. É uma segurança que nasce em solo brasileiro, mas ecoa pelo mundo. Tivemos o constrangimento de ver a presidente do Fed, do Banco Central americano, há poucos dias falar da vulnerabilidade da economia brasileira. Por quê? Porque no momento em que tínhamos as melhores condições, no próprio governo do presidente Lula, com a economia crescendo de forma extremamente significativa, com um presidente com altíssima popularidade, com uma base de apoio no Congresso Nacional jamais antes alcançada na história do Brasil, não se fez absolutamente nenhuma reforma estruturante. E hoje o Brasil é carente destas reformas.

 

Como o Sr. vê a possibilidade de o deputado Eduardo Azeredo renunciar ou pedir licença para não atingir o PSDB com as denúncias contra ele e não atingir a campanha?

Esta é uma decisão de foro íntimo que ele terá de tomar. Como eu disse já há algum tempo e repito aqui em Minas Gerais, Eduardo Azeredo é conhecido e reconhecido como um homem de bem e terá a oportunidade de se defender junto ao Supremo Tribunal Federal. E, obviamente, diferente do PT, teremos de acatar e respeitar a decisão do Supremo. Esperamos que ele possa se defender de forma adequada.

 

Candidatura do PSDB no RJ

Falo sempre que a política é a arte de administrar o tempo. O PSDB tem a intenção em ter uma candidatura que fale para o Rio de Janeiro, menos preocupada com uma estrutura partidária, mas mais preocupada em falar o que fazer para o futuro do Rio de Janeiro, como manter e ampliar a relação com outros níveis de governo, sobretudo como o governo federal. Temos tido conversas atores importantes da vida carioca e o que posso dizer a vocês é que o mês de março, para nós, é o mês das definições. O PSDB e sua aliança é caminho para ter candidatura própria.

 

Sobre uma possível candidatura do técnico de vôlei Bernardinho.

É um nome sempre lembrado, que pessoalmente não escondo, vejo como uma cara nova para o Rio de Janeiro. Vamos aguardar a evolução das conversas. Como disse, não queremos antecipar esse processo, mas não vamos também retardá-lo indefinidamente. Até o final do mês de março, acredito, logo depois do Carnaval, teremos uma definição sobre o palanque do PSDB no Rio de Janeiro.

 

Sobre ex-governador José Serra

Qualquer que seja o caminho que o ex-governador José Serra buscar, ele terá no plano nacional uma participação de extremo relevo pela sua qualidade e importância política e, sobretudo, pelo cabedal eleitoral que ele carrega consigo.

 

Sobre as manifestações nas ruas

Elas estão acontecendo e é natural prever que voltem a acontecer. Quero aqui deixar uma palavra muito clara em relação a um projeto que tramita no Congresso Nacional, proposta apresentada pelo secretário de Segurança do Rio, José Maria Beltrame, que eu acredito que possa ajudar a permitir que as manifestações pacíficas continuem a acontecer. Porque nada mais perverso nessa ação dos chamados Black Blocs, além das depredações e agora da morte de um jornalista, do que a inibição das manifestações pacíficas porque eles afugentam das ruas aqueles que querem lutar por um transporte de melhor qualidade, por mais ética na vida pública, esse é o efeito colateral da ação dos Black Blocs.

Tenho absoluta simpatia por uma proposta que proíbe que, nas manifestações, as pessoas não se identifiquem e que portem qualquer instrumento que possa atentar contra a vida ou contra o patrimônio seja público ou privado. Também em relação ao Código Penal eu defendo que haja um agravamento dos crimes que advenham dessas manifestações, portanto, crimes cometidos em meio a manifestações utilizando-se as multidões devem ter sua pena agravadas. Essa é uma proposta que já está tramitando no Congresso Nacional e pretendo discutir para que o PSDB possa apoiar.

Externo aqui a minha posição pessoal e que devemos coibir com absoluta firmeza as ações desses Black Blocs. E de alguma forma respeitar e preparar nossas forças de segurança nossa polícias para conviver pacificamente com as manifestações que sejam pacíficas.

Aécio Neves – Entrevista coletiva em Belém

Mais de 3.000 lideranças e militantes tucanos reunidos nesta quinta-feira (05/12), em Belém (PA), no Encontro Regional da Amazônia Oriental. Assista a um trecho da coletiva do presidente nacional do PSDB, Aécio Neves.

Aécio Neves diz no Sul que PSDB estará unido 
para apresentar uma proposta ao Brasil

“O Brasil precisa de gestão e ousadia para fazer as reformas que não foram feitas até aqui e de coragem para construir um projeto de país”. A afirmativa é do presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, ao abrir palestra, nesta segunda-feira (11/11), na Federação das Associações Comerciais e Serviços do Rio Grande do Sul (Federasul).

Aécio Neves disse que o PSDB tem a responsabilidade e a obrigação de apresentar ao país um conjunto de propostas que permitam um novo ciclo de crescimento econômico e de retomada da confiança no governo.

“O PSDB se prepara para apresentar ao país um conjunto de ideias a serem debatidas com a sociedade brasileira. O PSDB estará absolutamente unido porque ao PSDB não é uma opção ter uma candidatura presidencial. É uma obrigação. É a nossa responsabilidade com o país que nos levará a apresentar uma proposta alternativa a essa questão de está aí”, disse.

Durante a palestra, o senador reiterou as críticas feitas à condução dada pelo governo federal à política econômica, marcada pelo forte intervencionismo na economia, pelo baixo crescimento e não cumprimento das metas de inflação. Aécio Neves disse que ao completar o 11º ano na condução do país, o governo do PT não tem mais como terceirizar responsabilidades pelos maus resultados alcançados.

“Isso é inaceitável para um país com as potencialidades do Brasil. Não dá mais para terceirizar as responsabilidades, não dá mais para dizer que o problema é da economia externa. É claro que nesses próximos 10 anos, vamos ter um crescimento do mundo muito menor que nós tivemos no passado, mas não se justifica o pífio crescimento que estamos tendo hoje, com a inflação remitente no teto da meta. E essa inflação em torno de 6% ao ano porque existem aí preços controlados. Na hora que essa tampa da panela de pressão sair, a inflação média vai a 9%. A de alimentos está em torno de dois dígitos e é essa que pune as famílias”, afirmou Aécio.

 

Debate da oposição

O presidente do PSDB disse que o partido é hoje a principal força de oposição no país e que suas lideranças se preparam para o debate nacional a ser feito ano quem vem, nas eleições presidenciais. Para isso, o partido tem realizado encontros regionais e debatido ideias com diferentes grupos da sociedade.

“O debate ainda não começou. O PSDB está se preparando para este debate. E vou um pouco além: o meu convencimento é de que quem for para o segundo turno com a atual presidente da República, vai vencer as eleições. O PSDB, muito mais do que definir e oficializar uma candidatura, tem de apresentar uma proposta. As pessoas têm de ir lá no momento da campanha e olhar para o PSDB e entender como o PSDB tratará os municípios e estados, de que forma o PSDB vai financiar a saúde, vai enfrentar a dramática questão da criminalidade e da violência”, afirmou.

 

O governo fracassou

Aécio Neves voltou a defender o planejamento e a boa gestão dos recursos públicos como condições essenciais ao país para solução dos graves problemas nacionais da baixa qualidade da educação, da saúde e segurança, e o atraso na execução das obras de infraestrutura que estão sob responsabilidade do governo federal.

“Há um descontrole no Brasil hoje. Tenho um respeito pessoal pela presidente da República. Acho que ela é uma mulher de bem. Mas, infelizmente, o governo da presidente Dilma fracassou. Não podemos contentar com o que está acontecendo e achar que tudo é normal. Não podemos achar que as obras com sobrepreço pelo Brasil afora e inacabadas sejam uma coisa normal. O governo não tem planejamento. Não adianta ela reunir num feriado, chamar a imprensa, para cobrar resultados, porque os resultados não virão. Não adianta transferir essa responsabilidade. A responsabilidade da ineficiência é de um governo que não planeja, faz tudo de forma absolutamente atabalhoada, e está colocando o Brasil, infelizmente, no final da fila dos investimentos”, afirmou Aécio.

O presidente do PSDB participa agora à noite, no município de São Leopoldo, de encontro do PSDB do Rio Grande do Sul. Aécio Neves e lideranças tucanas também visitaram à tarde a 59ª Feira do Livro de Porto Alegre.

Aécio Neves – Entrevista coletiva em Porto Alegre

O senador Aécio Neves esteve em Porto Alegre, hoje (11/11), para ministrar uma palestra na Federação da Indústria do Rio Grande do Sul (Federasul) e concedeu entrevista à imprensa. Aécio Neves falou da alegria de estar na capital gaúcha e comentou sobre o intervencionismo do governo federal, que vem colocando em risco a estabilidade da moeda, a credibilidade do Brasil junto a investidores e, até mesmo empresários nacionais.

 

Leia a transcrição da entrevista do senador:

 

Sobre a agenda em Porto Alegre

Queria dizer da alegria de estar hoje em Porto Alegre mais uma vez, aqui na Federasul. E aqui estou sendo recebido com grande alegria por um conjunto grande de lideranças do meu partido, do PSDB, a começar pelo presidente Adilson Trocas, o deputado Lucas Redecker, minha queridíssima amiga Zilá, o Jorge Pozzobom, Elisabete Felice, o Pedro Pereira, o meu grande companheiro de Câmara dos Deputados, Marchezan Jr., que é meu companheiro de Executiva Nacional do partido. Aqui também alguns prefeitos importantes. Eu os cumprimento através do meu queridíssimo amigo Eduardo Leite, nosso prefeito de Pelotas. Também o Moacir da Silva que vai nos receber daqui a pouco em São Leopoldo. São inúmeros os companheiros.

Venho mais uma vez ao Rio Grande como presidente nacional do PSDB para falar o que o PSDB pensa desse momento. O PSDB se prepara para apresentar ao país um conjunto de ideias, não diria ainda de programa, mas de ideias a serem debatidas com a sociedade brasileira, porque na nossa avaliação o governo do PT, esse longo período de governo do PT, coloca em risco algumas das principais conquistas que nos trouxeram até aqui. A partir da própria estabilidade da moeda, a credibilidade do Brasil junto a investidores e, até mesmo empresários nacionais, abalada em razão de um excesso de intervencionismo do governo. Setores essenciais da economia – terei oportunidade ainda quando falar um pouco mais tarde de discorrer sobre essas questões –, mas feita essa introdução, o que posso garantir é que o PSDB estará absolutamente unido porque ao PSDB não é uma opção, não é uma possibilidade ter uma candidatura presidencial. É uma obrigação. É a nossa responsabilidade com o país que nos levará a apresentar uma proposta alternativa a essa que está aí.

 

Sobre o PSDB e as declarações do ex-presidente FHC

O PSDB é um partido democrático, é um partido de quadros extraordinários. E que bom que temos dentro do PSDB quadros em condição de enfrentar o debate. Para não fugir à pergunta, o que diz o presidente Fernando Henrique é que acha muito bom que cresça a candidatura do governador Eduardo Campos. Nós também esperamos. Mas temos absoluta convicção de que pela clareza do discurso, pela história do partido, pela estrutura que temos no Brasil inteiro, o PSDB tem todas as condições de ser a principal das alternativas a esse modelo de gestão que aí está. Devo é saudar como presidente do maior partido de oposição a chegada no campo oposicionista, de importantes figuras políticas que até pouco tempo atrás estavam no campo governista. Estamos falando de dois ex-ministros do presidente Lula que hoje estão no campo oposicionista. Isso tem que ser visto por nós como mais uma constatação de que o Brasil precisa iniciar um novo ciclo, e esse ciclo de governo caminha para o seu final.

 

Sobre as propostas do PSDB e o anúncio de candidatura

Repito apenas para ficar muito claro, venho hoje a Porto Alegre como presidente nacional do PSDB. Vamos apresentar ainda este ano aquilo que não chamaria de um programa de governo porque não é. Um programa de governo demanda detalhamentos, propostas objetivas a serem discutidas com a sociedade, propostas legislativas a serem discutidas no Parlamento. Pretendo apresentar até a primeira quinzena de dezembro, fruto das inúmeras que viagens que tenho feito pelo país, e aqui é mais uma importante viagem, aquele que é o sentimento que colho, quais as necessidades mais urgentes do Brasil para que recuperemos a confiança na economia brasileira, e a partir daí, a retomada dos investimentos. O que faríamos para que aquilo que parece satisfazer o PT, que é a simples administração da pobreza, possa nos permitir um salto para sua efetiva superação. E o que faremos para destravar os investimentos que estão hoje, em infraestrutura, paralisados em grande parte do país. O Brasil virou, na verdade, um grande cemitério de obras inacabadas, e vocês aqui são testemunhas, no Rio Grande, disso. A absoluta falta de planejamento do governo está nos trazendo problemas gravíssimos.

 

Sobre as privatizações do governo do PT

Estava em Manaus (AM) dois dias atrás, atravessei o Brasil para estar hoje aqui, e disse lá algo que posso repetir aqui –, o aprendizado do PT tem custado muito caro ao Brasil. O PT demonizou ao longo de todos esses últimos anos, por exemplo, as privatizações, as concessões, a presença do setor privado em determinados setores da economia. Hoje, curva-se à necessidade de participação do setor privado, mas faz de forma atabalhoada, envergonhada e às pressas. E temos convicção de que o setor privado é um parceiro fundamental, não pode ser visto como um inimigo a ser batido, a ser enfrentado. Ao contrário, é um parceiro a ser permanentemente prestigiado. E como? A partir de regras absolutamente claras, sem intervencionismos absurdos que assistimos em determinados setores e que fizeram muito mal a esses setores, o de energia talvez seja o mais claro deles.

O que a gente vê no Brasil, hoje, na verdade é um software pirata em execução, porque quando o PT copia aquilo que vem do governo do PSDB, o PT acerta. Foi assim quando manteve, por algum tempo, já não é realidade hoje, o tripé macroeconômico de metas de inflação, de câmbio flutuante, de superávit primário, as coisas caminharam melhor. Quando adensou os programas de transferência de renda iniciados no governo do PSDB, acertou. Quando agora, já na fase final do governo, curva-se à necessidade de trazer parcerias para, por exemplo, o setor rodoviário e ferroviário, acerta, mesmo que fazendo de forma atabalhoada. Na verdade, temos que substituir software pirata pelo software original.

Acho que as privatizações que precisavam ser feitas foram feitas. Agora, atrair o capital privado para as concessões é muito importante, em todas as áreas. Mas isso só vai acontecer com um ambiente jurídico e institucional estável. O que o atual governo não conseguiu fazer. E vou mais longe: não tem mais tempo para fazer. Porque a confiança é algo que, quando se perde, não se resgata apenas com um sinal, com a assinatura de um contrato. É expectativa. E a expectativa que se tem em relação a esse governo é muito ruim fora daqui.

 

Sobre a avaliação do governo da presidente Dilma

Primeiro, há um monólogo hoje no Brasil. Você liga a televisão, você vê a presidente em todo instante. Uma bilionária propaganda institucional das empresas públicas para atender a este objetivo eleitoral. Cadeias de rádio e televisão convocadas como jamais antes na história desse Brasil foram. E não temos mais, me permitam a franqueza, uma presidente full time. Temos uma candidata a presidente da República com agenda de candidata a presidente da República. Mas se há alguém que deva estar reocupado neste instante com as pesquisas, e tenho convicção de que estão, é a presidente da República e seus aliados porque mesmo tendo ela 100% de conhecimento, esta exposição permanente em toda a mídia todos os dias, mais de 60% da população brasileira em todas as pesquisas têm dito que não quer dar um segundo mandato à atual presidente da República.

Fui governador de Minas por dois mandatos. Quando me aproximava da reeleição, as minhas indicações, ou pelo menos a intenção de voto, eram 25 ou 30 pontos acima do que tem a presidente hoje. Cito meu exemplo porque eu vivi, mas outros também. Para que ela tivesse uma posição confortável, ela precisaria estar com indicadores muito maiores do que estão. Então, você fazer uma avaliação apenas de intenção de votos, com pessoas que já disputaram uma eleição presidencial, com nível de conhecimento tão dispare entre uns e outros, obviamente, traz distorções.

O debate ainda não começou. O PSDB está se preparando para este debate. Portanto, em relação a pesquisas, a preocupação deve ser da presidente e vou um pouco além: o meu convencimento de que quem for para o segundo turno com a atual presidente da República, vai vencer as eleições. E o PSDB, muito mais do que definir e oficializar uma candidatura, hoje, na minha modesta avaliação, tem de apresentar uma proposta.

 

Sobre as propostas do PSDB

As pessoas têm de, no momento da campanha, olhar para o PSDB e entender como o PSDB vai tratar os municípios e estados, de que forma o PSDB vai financiar a saúde, diferentemente do que está acontecendo hoje.

Como vamos enfrentar a dramática questão da criminalidade e da violência no Brasil hoje. Há uma omissão absurda do governo federal nesta matéria. 87% de tudo o que se gasta em segurança pública no Brasil hoje vem dos cofres estaduais e municipais. Apenas 13% da União. E a União é responsável pelas nossas fronteiras, pelo tráfico de armas, pelo tráfico de drogas. Portanto, a União transfere esta responsabilidade para aqueles que menos têm.

Na saúde, há dez anos quando o PT assumiu o governo, de tudo o que se gastava em saúde pública no Brasil, do total de financiamento para saúde pública, o governo federal investia 56%. Hoje, passaram-se dez anos, o governo federal participa com 45%. Quem paga esta conta? Estados e, principalmente, os municípios que são os que estão hoje em situação pré-falimentar.

 

Sobre as desonerações e o baixo crescimento da economia

O governo cuidou da macroeconomia com instrumentos da microeconomia. As desonerações pontuais, onde você elege determinados setores, não se mostraram eficazes como política de estímulo ao crescimento da economia, que era o objetivo inicial. Estabeleceu-se que esses e esses eram os setores privilegiados. Ao mesmo tempo, o BNDES também com uma política absolutamente equivocada de ali os grandes campeões nacionais não nos ajudou a ter um crescimento minimamente razoável. O Brasil vai crescer em 2013 apenas mais que a Venezuela na nossa região. No ano passado crescemos apenas mais que o Paraguai.

O governo do PT gosta de fazer muitas comparações, mas comparações têm que ser feitas com qualidade e com correção. E, obviamente, dentro de um mesmo momento. Querem comparar o crescimento agora com o crescimento do governo Fernando Henrique. O crescimento do Brasil no período FHC tem que ser comparado com o crescimento daqueles países naquele mesmo o período. Óbvio que a situação do mundo mudou.  Crescemos no período FHC, mesmo com quatro grandes crises externas, um momento ainda de consolidação da estabilidade, alguma coisa como o dobro do que cresceram os nossos vizinhos na América do Sul.

O governo da presidente Dilma, vou falar nesses três anos, mas posso até incorporar o ano que vem, onde as perspectivas são menores que os dois e meio esperados para este ano. Nós crescemos nesses três anos um ponto oito por cento em média. Enquanto os nossos vizinhos, olha que não estou indo nem em países mais desenvolvidos, com parques industriais vigorosos, os vizinhos cresceram, em média, 5,1%.

Isso é inaceitável para um país com as potencialidades do Brasil. Não dá mais para terceirizar as responsabilidades, não dá mais para dizer que o problema é da economia externa. É claro que nesses próximos 10 anos nós vamos ter um crescimento do mundo muito menor que nós tivermos no passado, mas não se justifica o pífio crescimento que estamos tendo hoje, com a inflação remitente no teto da meta.

 

Sobre a inflação

Essa inflação em torno de 6% ao ano porque existem preços controlados. Na hora que essa tampa da panela de pressão sair, a inflação média vai a 9%. A de alimentos está em torno de dois dígitos e é essa que pune.  Então, a marca final do governo da presidente vai ser este: crescimento pífio, inflação alta, descontrole das contas públicas, maquiagem fiscal, que é o pior dos combustíveis para um país que queira trazer investimentos privados.  A desconfiança em relação ao Brasil é enorme em razão dessa montagem de números que já não se sabe mais quais que são reais e não quais não são.

Eu tenho um respeito pessoal pela presidente da República. Acho que ela é uma mulher de bem. Infelizmente, o governo da presidente Dilma fracassou. Essa é a realidade. Nós não podemos contentar com o que está acontecendo e achar que tudo é normal.

 

Sobre as obras inacabadas e o TCU

Não podemos achar que as obras com sobrepreço pelo Brasil afora e inacabadas sejam uma coisa normal. A transposição do São Francisco começou orçada em 3 bilhões e meio de dólares. Já gastou-se mais de 4 bilhões, era para ser inaugurada em 2010 e não se sabe quando que vai ser, se é que vai ser. A Transnordestina, um eixo importantíssimo também ferroviário de desenvolvimento regional. Orçada também em menos de 4 bilhões, já gastou isso, não se sabe quando que vai ficar pronta. Tem uma refinaria sendo construída, a Abreu e Lima, em Pernambuco, orçada em 4 bilhões. Já gastaram 17 bilhões, e não fica pronta por menos de 30. O governo não tem planejamento. Não adianta a presidente reunir num feriado, chamar a imprensa, para cobrar resultados, porque os resultados não virão. Não adianta criticar o Tribunal de Contas, ela deveria criticar são aqueles que não fizeram o projeto adequado, não mantiveram o preço previamente estabelecido e não conduziram a obra com gestão adequada. Não adianta transferir essa responsabilidade. É muito cômodo para qualquer governante. A responsabilidade é do Tribunal de Contas ou da Controladoria? Não, é da ineficiência de um governo que não planeja, faz tudo de forma absolutamente atabalhoada, e está colocando o Brasil, infelizmente, no final da fila dos investimentos.

 

Sobre as posições de economistas publicadas

Cada um dos economistas, e eu vi hoje a matéria do Valor, falou das suas convicções. Eu ouço economistas, como ouço cidadãos de todas as formações. Mas não tenho porta-voz nessa área. É muito bom que pensem também. Gosto muito das usinas de ideias. Mas eu não tenho porta-vozes. São economistas muito qualificados, eu os ouço, mas não quer dizer que o que está dito ali sejam posições minhas.

Aécio Neves – Relatório FMI

O senador Aécio Neves afirmou, nesta quinta-feira (24/10), que o relatório divulgado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) mostra a fragilidade e os erros da política econômica adotada pelo governo federal e comprova as dificuldades de crescimento enfrentadas pelo país. 

 

Aécio Neves afirma que o relatório do FMI mostra erros da política econômica do governo

O senador Aécio Neves afirmou, nesta quinta-feira (24/10), que o relatório divulgado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) mostra a fragilidade e os erros da política econômica adotada pelo governo federal e comprova as dificuldades de crescimento enfrentadas pelo país.

O documento faz duras críticas à maquiagem feita nas contas públicas e afirma que medidas do governo têm sido responsáveis por enfraquecer a credibilidade do Brasil frente ao mundo. O FMI alertou também para a inflação alta, a falta de competitividade da indústria brasileira e a ausência das reformas que o país precisa.

“O relatório do FMI mostra de forma clara as fragilidades da economia brasileira. Ao apostarmos no crescimento apenas via consumo, abandonamos aquilo que era fundamental, criar condições para que a oferta aumentasse. A maquiagem fiscal grave, que gera insegurança àqueles que buscam investir no Brasil, foi apontada também como um dos quesitos mais graves. A inflação alta para padrão de países como o Brasil é outro alerta importante que nos trás o FMI”, disse o senador Aécio.

Elaborado a partir de entrevistas feitas com representantes do governo e do setor privado, o relatório comprova ainda que as incertezas geradas pela interferência do governo federal na área econômica vêm afetando os investimentos no Brasil.

 

Tripé econômico

Aécio Neves voltou a defender que o Brasil inicie um novo ciclo com a retomada do tripé econômico adotado pelo governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e que permitiu a estabilidade da moeda, controle da inflação e o crescimento da economia no passado.

“O FMI confirma tudo aquilo que dizíamos já há alguns anos. A flexibilização do tripé que nos trouxe até aqui, de metas de inflação, de câmbio flutuante, de superávit primário, tem feito com que o Brasil perca oportunidades históricas de investimentos que gerem renda e gerem emprego no Brasil. É preciso encerrarmos, rapidamente, este ciclo e iniciarmos um outro onde haja transparência, eficiência e seriedade na condução da política econômica brasileira”, afirmou Aécio Neves.