Legado

Uma coincidência do destino levou num curto espaço de tempo dois dos mais expressivos nomes da história da imprensa e da comunicação no Brasil: Roberto Civita, diretor editorial e presidente do conselho de administração do Grupo Abril, e Ruy Mesquita, diretor do jornal “O Estado de S. Paulo”.

Não convivi com Ruy Mesquita, mas me lembro, ainda muito jovem, das referências que meu avô, Tancredo Neves, fazia à maneira inteligente e corajosa que o “Estadão” e o “Jornal da Tarde” encontravam para denunciar a censura da ditadura militar.

Leia Mais: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/aecioneves/2013/06/1288746-legado.shtml

Aécio Neves – Falecimento de Roberto Civita

Em entrevista coletiva, o senador Aécio Neves fala sobre o falecimentos de Roberto Civita (presidente do Conselho de Administração do Grupo Abril) e de Ruy Mesquita (diretor do jornal O Estado de S.Paulo)

Sobre o falecimento de Roberto Civita

Roberto Civita foi um dos mais extraordinários homens que conheci. O Brasil perde uma referência do bom jornalismo, corajoso, que não teme dizer a verdade. Perco um amigo muito querido. Tive a oportunidade de, nos últimos anos, conviver muito de perto com Roberto. E, para aqueles que não o conheceram tão bem, digo sem nenhum medo de errar, era um idealista.

Roberto tinha sonhos para o Brasil e acho que o maior deles é que pudéssemos ter um dia uma educação de qualidade, que permitisse ao Brasil mudar de patamar. O que nos aproximou, na verdade, foi nossa experiência de educação em Minas Gerais. Desde o início, ele acompanhou, estimulou e acho que o que poderíamos fazer para homenagear o Roberto, e tantos quanto ele que querem que esse Brasil avance não apenas na propaganda oficial, mas na vida real das pessoas, é cada vez mais qualificarmos os brasileiros para que a gente, de verdade, dê um grande salto de qualidade.

Estou aqui não apenas como ex-governador de Estado, como presidente do PSDB, mas como um amigo da família extremamente consternado com a morte do Roberto, extremamente prematura.

Para o sr., qual lição ele deixou?

Ele era um idealista. Você conversa com o Roberto, ele tinha sonhos para com o Brasil. Ele se emocionava ao falar sobre o que iria fazer daqui a 20, 30, 40 anos. Para ele não existia a linha do tempo. Roberto estava, poucas semanas antes de adoecer e ser internado, no Carnaval, com planos para frente, com planos de revigorar as revistas do grupo, com planos para o Brasil. Ele conseguia ser mais brasileiro que muitos que nasceram em solo brasileiro. Acho que a característica mais marcante dele era a capacidade de sonhar, de acreditar que esse Brasil, um dia, encontraria o caminho do pleno desenvolvimento, onde o Estado fosse indutor do crescimento, e não apenas por políticas de transferência de renda. Ele acreditava no Estado eficiente, no papel do setor privado, mas acreditava, sobretudo, na educação como instrumento de transformação. Isso, essa visão comum que temos, talvez é o que tenha mais nos unido.

O Roberto sempre foi um estimulador das boas caminhadas. Não a minha apenas. Acho que ele sentia que o Brasil precisava ter também na vida pública pessoas sintonizadas com o futuro, e não apenas com o atraso.

É um momento em que a imprensa passa por uma mudança grande. Jornais fechando, redações demitindo jornalistas. O sr. acha que a morte de Roberto Civita e Ruy Mesquita têm um simbolismo nesse momento?

São perdas muito grandes, pelo que ambos representaram para o jornalismo do seu tempo. Mas sou um otimista. Acho que as gerações que os sucederão sabem do papel que têm para o Brasil da importância de termos uma imprensa vigorosa, atualizada. E espero que os veículos possam estar se renovando, porque sem veículos independentes, não existe democracia em nenhuma parte do mundo.

Aécio Neves – Entrevista coletiva em Uberaba

Em Uberaba (MG), o senador Aécio Neves falou com a imprensa sobre a Expozebu, as eleições em 2014, o PSD

 

Sobre presença na Expozebu e ida da presidente Dilma ao evento

Para mim é estar em casa. Nos últimos 25 anos faltei em alguns aniversários meus com a minha, mas aqui em Uberaba não faltei em nenhum. Venho aqui todos os últimos anos, tenho aqui alguns dos meus melhores amigos. Construí aqui em Uberaba e vi isso crescer. Vi a Expozebu se transformar no que ela é hoje. E nós recebemos com muita alegria, com esta hospitalidade tradicional dos mineiros aqueles que nos visitam, principalmente a presidente da República. O ex-presidente da República, me disseram que vem também, todos muito bem-vindos. Isso é uma demonstração da pujança de Minas Gerais, em várias áreas, na indústria, nos serviços. Temos crescido mais que o Brasil em todas as áreas e também na pecuária. Aqui, cheguei um pouco mais tarde porque estava na casa de um grande irmão que eu tenho na minha vida inteira, Mario Franco Júnior, cujo família que trouxe o zebu para cá. Jantei com ele e vim aqui dar um abraço no Marcos, no governador e nos meus companheiros. Uberaba é a minha casa.

 

O tom das declarações, tanto do senhor quanto da presidente, tem ficado cada vez mais duro.

Houve uma antecipação do processo eleitoral e, lamentavelmente, faz com que todas as declarações se transformem em componentes para o debate eleitoral. Sou da oposição e acho que muitas coisas poderiam estar acontecendo melhor no Brasil do que está acontecendo hoje. Na questão do gerenciamento das obras de infraestrutura, na melhoria da qualidade da educação, na tragédia que é hoje a saúde pública. Talvez no compartilhamento com estados e municípios das receitas federais, muita coisa poderia estar acontecendo. Agora, há um fato concreto que preocupa e assusta a todos os brasileiros que é o recrudescimento da inflação, principalmente, a inflação de alimentos. Esperamos que ela possa ser controlada. Quando eu faço este alerta, torço para que o governo compreenda que, como fizemos no passado, é preciso que se faça hoje. Em relação à inflação é tolerância zero o tempo inteiro. Não dá para ser flexível, não dá para ser leniente. Isso tenho dito em qualquer fórum e continuarei dizendo aqui.

 

Sobre eleições em Minas Gerais

Eleições estão na cabeça de nós políticos e de vocês jornalistas. O cidadão brasileiro quer trabalhar, quer ter emprego, quer saber como fugir da pressão inflacionária, quer saber quais perspectivas vai ter para que seus filhos possam ter uma escola de melhor qualidade amanhã. Essa agenda eleitoral é muito na cabeça de quem atua nessa questão. Não temos candidato, mas vamos ter, porque em Minas o que tem vencido não são nomes, mas um projeto de governo que faz com que Minas tenha a melhor educação fundamental do Brasil, segundo o Ministério da Educação,  que tem a melhor saúde preventiva do Brasil, segundo o Ministério da Saúde, que tem um crescimento coordenado e sustentável ao longo dos últimos dez anos, bem acima da média nacional. Existe um modelo de gestão em Minas que hoje ébenchmarking, é referência para o Brasil e para instituições fora do Brasil. Em São Paulo hoje, almocei com o presidente  Fernando Henrique, recebemos o sócio da Mckinsey, uma das consultoria extremamente respeitada no mundo inteiro, talvez a mais respeitada, dizia que o modelo de educação em Minas é hoje referência para o mundo. Eles mostram que fizemos aqui para o mundo. Isso nos dá grande orgulho. E acho que aquele candidato que surgir com a responsabilidade de dar continuidade e aprofundar esses avanços terá grande chance de ser vitorioso. É muito bom ter Pimentel, um homem de bem, eu respeito muito o Fernando. Meu amigo durante muitos anos e continua sendo e acho que vamos ter aqui um debate de altíssimo nível, mas candidatura no momento certo. Repito, esta pauta está só na nossa cabeça, não está na cabeça da população brasileira.

Sobre presença do ex-prefeito Gilberto Kassab em Uberaba

Como eu disse agora há pouco, não estou em Uberaba fazendo política. Uberaba é minha casa. Uberaba tenho uns dos meus melhores amigos. Fico muito feliz de ver que lideranças importantes do Brasil venham aqui. O Kassab, em especial, pela força política do meu companheiro Marcos Montes, nosso grande deputado Marcos Montes. É muito bom vermos estas pessoas aqui que conhecem um pouco da realidade de Minas. De alguma forma, quem sabe, possam se inspirar também naquilo que foi feito aquiem Minas Gerais. São todos muito bem vindos, mas não temos que em cada encontro desses tratar de políticas e de eleições. O partido do ex-prefeito Kassab dá uma sinalização clara de apoio à presidente da República. Eu respeito isso. Agora, nosso campo é outro. Nosso campo é o da oposição e vamos construir um projeto alternativo ao Brasil. Alianças, elas virão no momento certo, agora, o momento das oposições é construir um discurso novo para o Brasil. Uma proposta alternativa a esta que está aí. Vamos fazer isso com calma. Mas hoje para mim em Uberaba não é um evento político, não venho aqui para buscar alianças, venho aqui para abraçar meu irmão Anastasia e para compartilhar um momento desse de vigor da agropecuária mineira com muitos amigos meus.

Ausência de limites

A redemocratização brasileira nos deixou um importante legado: a certeza de que a democracia é mais que um voto depositado nas urnas. Ela se baseia na garantia das liberdades e num rigoroso respeito às leis. Assim, não é possível fechar os olhos para o viés autoritário que ganha substância no governo petista.

A governança por medidas provisórias, a profunda subordinação do Congresso, a forma como foram promovidas as mudança de marcos regulatórios, a ausência de diálogo e as diversas tentativas de “regulamentar” a mídia são algumas das expressões dessa perigosa tendência.

Leia Mais:

http://www1.folha.uol.com.br/colunas/aecioneves/1221318-ausencia-de-limites.shtml

Entrevista coletiva do senador Aécio Neves em Recife

O senador participou de reunião com governador Eduardo Campos, Congresso PSDB Mulher, PSB, agenda PSDB, falou sobre seca e CPI Cachoeira.

Aécio Neves critica tentativa do PT de fragilizar Procuradoria-Geral e Imprensa

Para o senador, essa postura pode causar danos à democracia brasileira

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) afirmou, nesta quinta-feira (10/05), que a tentativa de lideranças do PT de desqualificar os trabalhos da Procuradoria-Geral da República e da imprensa coloca a democracia brasileira em cheque. A declaração foi dada em entrevista antes de palestra ministrada pelo senador durante o 29º Congresso Mineiro de Municípios, realizado em Belo Horizonte.

Aécio Neves disse que a estratégia de criar constrangimentos ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, e a veículos de imprensa durante as apurações da CPI Mista do caso Cachoeira terá a reação dos partidos de oposição. O senador disse que a CPI não pode ser utilizada para prejudicar o julgamento do escândalo do mensalão, denunciado pela imprensa em 2005 e envolvendo nomes do PT.

“Querer usar a CPI para mascarar a apuração em relação ao mensalão, ou para criar constrangimentos ao procurador-geral, terá a nossa objeção mais radical. O PT, infelizmente, deixa cair a máscara e mostra que o objetivo da CPI era um combate que nada tinha a ver com a elucidação das denúncias. Fica aí um alerta para a sociedade, porque o que está em jogo nisso é a própria democracia. No momento em que tivermos uma procuradoria-geral da República, o próprio Ministério Público fragilizado, e a imprensa cerceada, temos a democracia em cheque”, afirmou Aécio.

O senador alertou para a importância de que a imprensa possa exercer seu trabalho de forma independente. Para ele, o PT insiste em atacar setores da mídia que criticam o partido.

“O PT foca em algo que sempre foi um objetivo de algumas de suas lideranças que é o cerceamento da liberdade de imprensa. O PT busca atacar a mídia já que a mídia o contraria. E mais uma vez, o presidente nacional do PT nos fez o favor de deixar isso claro dizendo que setores da mídia, há muito tempo, não compactuam com o projeto de poder do PT. E é bom que não compactuem. É bom que sejam independentes esses setores da mídia”, disse o senador Aécio.

Poupança

Aécio Neves falou, ainda, sobre as mudanças feitas pelo governo na remuneração das cadernetas de poupança. O senador disse que é importante que haja de fato uma queda rápida na taxa de juros, para que as novas regras não prejudiquem os poupadores.

“Temos feito estudos com economistas extremamente qualificados. Achávamos que havia outras possibilidades de impedir uma migração de investimentos para a poupança, através da desoneração de algumas outras aplicações. Foi uma posição da presidente com o objetivo de uma redução abrupta na taxa de juros. É preciso que isso aconteça. Se isso não acontecer, terá sido um tiro no pé. A poupança é a aplicação hoje mais simplificada e, por isso mesmo, a preferida pelos pequenos poupadores. E criar complicadores à poupança sem a consequência imediata, rápida, de uma queda vigorosa na taxa de juros, é um problema a mais que o governo está criando”, observou Aécio.

Exclusão do Semiárido mineiro

Aécio Neves voltou a criticar a exclusão dos Vales do Jequitinhonha, do Mucuri e do São Mateus de futuros benefícios fiscais concedidos ao Nordeste brasileiro, conforme prevê o projeto de LDO enviado essa semana, ao Congresso, pelo governo federal.

Nele, o governo estende os benefícios antes negados aos municípios Norte de Minas, mas deixa de fora 75 cidades dos vales. Todas elas integrantes da Área Mineira da Sudene.

“Mais uma vez, o governo federal mostra desconhecimento em relação à realidade de Minas. O governo corrige em parte, talvez inspirado por nossas iniciativas, incluindo em benefícios que serão dados ao Nordeste a região Norte de Minas. Mas, surpreendentemente, excluem o Vale do Jequitinhonha, o Mucuri, e o São Mateus, como se eles não existissem para atração desses benefícios”, alertou o senador.

Aécio Neves apresentou ontem uma emenda estendendo os incentivos fiscais a todos os municípios da Área Mineira da Sudene.