Aécio Neves ressalta que impeachment é Constitucional

REPÓRTER:

Em entrevista coletiva, em Brasília, o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, rebateu as declarações da presidente Dilma, que voltou a falar em “golpe” nessa terça-feira. Aécio afirmou que o processo de impeachment da presidente está absolutamente dentro daquilo que prevê a Constituição e que Congresso deve cumprir seu papel de analisar as graves acusações que pesam contra o governo Dilma Rousseff por crime de responsabilidade.

SONORA SENADOR AÉCIO NEVES

“O processo está absolutamente dentro daquilo que prevê a Constituição. E não somos nós da oposição que dissemos. O Supremo Tribunal Federal ao definir o rito para o processo de impeachment, na verdade, constitucionaliza de forma absolutamente clara este processo. O que eu vejo é uma oscilação. A presidente da República deixa de lado, pelo menos em parte, a arrogância com que veio agindo ao longo desses últimos anos, chegando ao ponto de transferir à oposição responsabilidades que são delas, e está agora numa posição de vitimização”.

REPÓRTER:

Aécio ressaltou que se o impeachment de Dilma for aprovado pelo Congresso Nacional, o PSDB não fugirá a responsabilidade de ajudar o Brasil a iniciar uma nova fase na sua história.

SONORA SENADOR AÉCIO NEVES

“Não é o PSDB o beneficiário direto disso, mas a necessidade que se impõe para que o Brasil possa resgatar a confiança mínima necessária, a retomada dos investimentos e, em consequência disso, dos empregos e da esperança para as pessoas. Nós do PSDB não fugiremos à nossa responsabilidade de ajudar o Brasil a superar essa crise”.

REPÓRTER:

O presidente tucano acredita que o Parlamento aprovará o pedido de impeachment de Dilma. Para a instauração do processo, após passar pela comissão especial, é preciso o voto favorável de 342 deputados no plenário da Câmara. O Senado pode invalidar essa decisão da Câmara. Se aprovar, a presidente da República é afastada por 180 dias, enquanto durar a análise do mérito das acusações contidas no pedido de impeachment.

De Brasília, Shirley Loiola.

Aécio Neves – O governo do PT que deu um golpe nos brasileiros

“O Brasil não está prestes a sofrer um golpe. Na verdade, o Brasil está mais uma vez cumprindo a Constituição”, afirmou o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, ao rebater as declarações dadas pelo presidente Dilma Rousseff, que classificou como golpe político o processo de impeachment a que ela responde no Congresso Nacional.

Aécio destacou que o Congresso Nacional cumpre um dever constitucional ao examinar as graves acusações feitas contra a presidente da República, Entre elas, a de crime de responsabilidade apontado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) em razão de manobras feitas pelo governo para maquiar as contas públicas durante a campanha eleitoral de 2014.

O líder tucano destacou que com as declarações feitas ontem, no Palácio do Planalto, Dilma Rousseff atacou os milhões de brasileiros que apoiam o processo de impeachment já validado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

“Vejo uma presidente nas cordas. Uma presidente que não se esforça para apresentar justificativas e respostas às acusações que lhe são imputadas na peça de impeachment. Essa seria a forma adequada. Essa seria a forma responsável com que se espera aja um presidente da República. Há acusações, responde-se as acusações. A presidente inverte o jogo. Acusa a todos nós e ao país, aos milhões e milhões de brasileiros que foram às ruas indignados com tudo o que vem acontecendo a tramar um golpe. Não, o golpe quem deu aos brasileiros foi a presidente da República ao mentir durante a campanha eleitoral, ao deixar de tomar medidas absolutamente necessárias para o Brasil retomar a rota do crescimento. Infelizmente, a presidente da República perdeu as condições de governar o Brasil. Vamos aguardar, que respeitado o amplo direito de defesa, com serenidade, mas respeitando as regras democráticas que, na Câmara dos Deputados e depois no Senado, ela possa se defender. E a voz da maioria é que deve prevalecer. O Brasil não está prestes a sofrer um golpe. Na verdade, o Brasil está mais uma vez cumprindo a Constituição”, afirmou Aécio Neves.

Aécio Neves – Entrevista coletiva

Brasília

Trechos da entrevista:

Que avaliação o senhor faz da troca de telegramas entre embaixadas com alerta de golpe?

É inaceitável a forma como a presidente da República tem usado os instrumentos de estado para se manter no poder. O que nós assistimos essa semana, com embaixadores sendo convidados a irem ao Palácio do Planalto ouvir um discurso alarmista e absolutamente distante da realidade como se o Brasil estivesse prestes a sofrer um golpe de estado. As manifestações de membros do corpo diplomático, que não aconteceria num país onde a hierarquia fosse respeitada, a não ser que houvesse a complacência de seus superiores hierárquicos espalhando mundo afora esse discurso defensivo da presidente da República

Na verdade, ao não ter mais argumentos para se defender das acusações que lhe são imputadas a presidente busca ela própria criar quase que um estado golpista no país. Isso é absolutamente inaceitável, o processo de impeachment que está em curso na Câmara dos Deputados é aprovado pelo Supremo Tribunal Federal, o rito foi submetido a mais alta corte do país. A própria bancada do PT e dos partidos aliados votou pela constituição da comissão do impeachment, seria o único caso na história da humanidade em que um golpe de estado seria patrocinado pelo Supremo Tribunal Federal. Não, o que se faz aqui é cumprir a Constituição. Deveria a presidente da República agir de forma mais republicana, respeitando as instituições de Estado, não buscando interferir nas suas ações ao mesmo tempo preparando-se para sua defesa na Câmara dos Deputados.

Essa questão não vai ser resolvida com ameaças. Não vai ser resolvida dessa forma extremamente antirrepublicana como temos assistido o governo fazer. Vamos estar aqui vigilantes na defesa das nossas instituições e o nosso ministro das Relações Exteriores estará sendo convocado ao Congresso Nacional para dar ciência ao país, através dos congressistas, de onde partiu a ordem e quais os objetivos daqueles que buscam contaminar o mundo com uma versão falsa daquilo que acontece no Brasil.

Sobre lista de doações de executivos da Odebrecht.

São contribuições de campanha. Basta apenas olhar as declarações de campanha de todos os candidatos, não apenas do PSDB, mas de todos os partidos. É preciso que haja muita serenidade para que se diferencie o joio do trigo. O que eu vi hoje, na verdade, confirma aquilo que está nas prestações de campanha do PSDB.

Desde ontem, em discurso ou entrevista, a presidente Dilma tem criticado o que chama de golpe, criticado o vazamento das gravações, segundo ela ilegais. Tem razão a presidente nessas declarações?

Vejo uma presidente nas cordas. Uma presidente que não se esforça para apresentar justificativas e respostas às acusações que lhe são imputadas na peça de impeachment. Essa seria a forma adequada. Essa seria a forma responsável com que se espera aja um presidente da República. Há acusações, responde-se as acusações. A presidente inverte o jogo. Acusa a todos nós e ao país, aos milhões e milhões de brasileiros que foram às ruas indignados com tudo o que vem acontecendo a tramar um golpe. Não, o golpe quem deu aos brasileiros foi a presidente da República ao mentir durante a campanha eleitoral, ao deixar de tomar medidas absolutamente necessárias para o Brasil retomar a rota do crescimento. Infelizmente, a presidente da República perdeu as condições de governar o Brasil. Vamos aguardar, que respeitado o amplo direito de defesa, com serenidade, mas respeitando as regras democráticas que, na Câmara dos Deputados e depois no Senado, ela possa se defender. E a voz da maioria é que deve prevalecer. O Brasil não está prestes a sofrer um golpe. Na verdade, o Brasil está mais uma vez cumprindo a Constituição.

Semana que vem tem sessão do Congresso e entre os vetos está aquele da repatriação que destina recursos para estados. O sr. avalia que há clima para se derrubar este veto ou manter?

Na verdade, o governo não tem mais agenda. Esta questão será aqui discutida. Há possibilidade real de se derrubar o veto. Mas o governo tem apenas uma agenda: sobreviver no cargo. E isso fazendo coisas inimagináveis. É o salve-se quem puder. Enquanto não tivermos um novo governo com uma agenda emergencial para o Brasil, que fale em reformas estruturais que este governo não fez, infelizmente, a crise só vai se agravar. Temos de estar cuidando dentro do que determina a Constituição em apressar o processo de impeachment, ao mesmo tempo, acompanhando o processo no TSE e ao mesmo tempo ainda, pensando no dia seguinte. Qual a agenda que o Brasil precisa implementar para sairmos desse abismo no qual o governo do PT e a presidente da República nos mergulhou.

Aécio Neves – Prejuízo recorde da Petrobras

“Volto no tempo e me lembro de muitos parlamentares da base do governo, e do próprio partido que governa o Brasil, virem a esta tribuna nos acusar de vendilhões da Petrobras. Eles diziam que queríamos privatizar a Petrobras. Pois bem, apenas o que a Petrobras coloca hoje à venda (US$ 60 bi) supera todo o volume de privatização do setor de telecomunicações do governo Fernando Henrique”, afirmou o senador Aécio Neves, em pronunciamento, hoje (22/03), no plenário do Senado Federal, ao lamentar o pior resultado financeiro da Petrobras em toda a história da estatal.

Aécio Neves disse que a empresa sofre os prejuízos gerados pelo encontro da leniência com a corrupção com a ineficiência do governo do PT. O balanço da empresa divulgado ontem (21/03) mostrou um prejuízo de R$ 34,8 bilhões em 2015.

pronunciamento

Aécio Neves – Prejuízo recorde da Petrobras

“Volto no tempo e me lembro de muitos parlamentares da base do governo, e do próprio partido que governa o Brasil, virem a esta tribuna nos acusar de vendilhões da Petrobras. Eles diziam que queríamos privatizar a Petrobras. Pois bem, apenas o que a Petrobras coloca hoje à venda (US$ 60 bi) supera todo o volume de privatização do setor de telecomunicações do governo Fernando Henrique”, afirmou o senador Aécio Neves, em pronunciamento, hoje (22/03), no plenário do Senado Federal, ao lamentar o pior resultado financeiro da Petrobras em toda a história da estatal.

Aécio Neves disse que a empresa sofre os prejuízos gerados pelo encontro da leniência com a corrupção com a ineficiência do governo do PT. O balanço da empresa divulgado ontem (21/03) mostrou um prejuízo de R$ 34,8 bilhões em 2015.

Assista e leia a seguir o pronunciamento do senador Aécio Neves:

“A Petrobras transformou-se não apenas na empresa não financeira mais endividada do mundo, mas também ela apresenta hoje ao mundo um portfólio de desinvestimento, portanto de venda de ativos, de mais de US$ 60 bilhões!

Eu volto no tempo e me lembro de muitos parlamentares da base do governo, do próprio partido que governa o Brasil, virem a esta tribuna nos acusar de vendilhões da Petrobras. Aqui eles diziam que queríamos privatizar a Petrobras, entregá-la aos agentes externos.

Pois bem, apenas o que a Petrobras coloca hoje à venda supera todo o volume de privatização do setor de telecomunicações do governo Fernando Henrique. Lembram-se das acusações duras que eram feitas a nós naquele momento em que fizemos corretamente a privatização do setor de telecomunicações? Que passou a ter investimentos, inclusive, estrangeiros extremamente importantes para a sua modernização?

Acho que desta crise nós devíamos tirar alguns aspectos positivos, entre eles é que alguns paradigmas estão caindo. A busca da eficiência é o que deve nos unir hoje. Por isso, a aprovação na última semana do projeto relatado pelo senador Tasso Jereissati e a aprovação na próxima, espero, do projeto que permite uma nova governança dos fundos de pensão. É algo que se tivesse ocorrido há alguns anos no Brasil, não estaríamos aí amargando prejuízos dessa monta, que não são apenas econômicos e financeiros, são sociais, pelo desemprego, pelo desaquecimento da economia que tomou conta de inúmeras regiões do país.”

Aécio Neves – Impeachment de Dilma não é golpe

“Vamos permitir que o Congresso Nacional – a Câmara e depois o Senado – analise as provas, analise a defesa da presidente da República e soberanamente se manifeste”, afirmou o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, ao defender hoje, em Brasília, que o Parlamento cumpra seu papel de analisar e votar o processo de impeachment da presidente da República por crime de responsabilidade, como estabelece a Constituição.

Aécio Neves disse que a estratégia da presidente Dilma de chamar de golpe o processo de impeachment que tramita no Congresso, com o aval do STF, é apenas uma tentativa da presidente de se passar por vítima das oposições.

“O processo está absolutamente dentro daquilo que prevê a Constituição. E não somos nós da oposição que dissemos. O Supremo Tribunal Federal ao definir o rito para o processo de impeachment, na verdade, constitucionaliza de forma absolutamente clara este processo. A própria base da presidente e o seu partido – ao votar pela criação da comissão, ao aprovar a criação da comissão do impeachment – dá o respaldo parlamentar à sua tramitação. O que eu vejo é uma oscilação. A presidente da República deixa de lado, pelo menos em parte, a arrogância com que veio agindo ao longo desses últimos anos, chegando ao ponto de transferir à oposição responsabilidades que são delas, e está agora numa posição de vitimização”, afirmou o senador.