Pronunciamento no Senado

“Dissemos com todas as letras que o PSDB não é, e jamais quererá ser,  protagonista de qualquer movimento de instabilidade da vida pública brasileira. Mas acordamos todos com uma entrevista desconexa da presidente da República e, de alguma forma, suportada ou apoiada por alguns de seus aliados dizendo que a oposição era golpista. O que defendemos e vamos defender sempre é a autonomia, a isenção das nossas instituições, principalmente, quando são solapadas e são constrangidas por gente deste governo”, afirma Aécio Neves em pronunciamento esta noite (07/07), em resposta aos ataques feitos pelo PT e aliados ao trabalho dos partidos de oposição.

Pronunciamento no Senado

O senador Aécio Neves, presidente nacional do PSDB, subiu à tribuna do Senado, nesta terça-feira (07/07), para defender o papel das oposições e as instituições que investigam a legalidade de atos ocorridos no governo Dilma Rousseff e nas campanhas eleitorais.

 

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George Gianni

 

Pronunciamento no Senado Federal

O senador Aécio Neves, presidente nacional do PSDB, subiu à tribuna do Senado, nesta terça-feira (07/07), para defender o papel das oposições e as instituições que investigam a legalidade de atos ocorridos no governo Dilma Rousseff e nas campanhas eleitorais.

 

Leia os principais trechos do discurso:

O que mais me surpreende é o absoluto descolamento das opiniões e das palavras ainda de algumas lideranças do PT da realidade do Brasil de hoje. O PSDB realizou no último domingo a sua convenção nacional para eleger em clima de paz e ordem a sua nova direção nacional e os discursos foram absolutamente adequados. Discursos em defesa do Brasil, em defesa da decência na vida pública, em defesa da verdade. E dissemos com todas as letras que o PSDB não é e jamais quererá ser protagonista de qualquer movimento de instabilidade da vida pública brasileira.

Acordamos todos com uma entrevista desconexa da presidente da República e, de alguma forma, suportada ou apoiada por alguns de seus aliados dizendo que a oposição era golpista. O que defendemos e vamos defender sempre é a autonomia, a isenção das nossas instituições, principalmente, quando são solapadas e são constrangidas por gente deste governo.

Quando falamos que o Tribunal de Contas fará o seu trabalho, vejo aqui o líder do PT se antecipar e dizer que foram legítimas as ações da presidente da República em relação a aquilo que se costumou chamar de pedaladas fiscais.

Vamos deixar que os ministros do Tribunal de Contas digam se efetivamente ela desrespeitou ou não a Lei de Responsabilidade Fiscal. Em relação às doações legais, não são os líderes da oposição que dizem que dinheiro da propina da Petrobras e irrigou o caixa eleitoral da senhora presidente da República. Foi um antigo companheiro dessa jornada, um dos delatores que afirma que recursos da propina irrigaram o caixa presidencial.

Hoje, um deputado do PT disse algo que beira o absurdo: “como a Polícia Federal pode achar que é independente, que tem autonomia?” “A Polícia Federal tem que se submeter ao governo que foi eleito”. As instituições só podem funcionar quando defendem o governo? Não, porque não são órgãos de governo. São instituições de Estado, da democracia.

E é por isso que cabe à oposição garantir que o Tribunal de Contas, a Justiça Eleitoral, as outras instâncias da Justiça brasileira, e a própria Polícia Federal, trabalhem com isenção, absolvam aqueles que não tiverem responsabilidade.

Ninguém nesse Brasil está acima da legislação, tampouco a presidente da República. Ao virar-se contra a oposição, ela mais uma vez despreza o senso comum e a inteligência dos brasileiros.

Mais uma vez, a presidente da República perde a oportunidade de explicar aos brasileiros porque mentiu tanto durante a campanha eleitoral. Por que, que do ponto de vista da Lei de Responsabilidade Fiscal, de forma constante, passou a burlá-la, passou a violentá-la. E perdeu mais uma oportunidade de explicar as denúncias do senhor Pessoa.

É legítimo que a base do governo defenda a presidente da República fazendo isso dentro das regras da democracia. Mas respeitem o papel da oposição, que busca para o Brasil uma solução melhor que essa que o governo do PT nos trouxe ao longo dos últimos anos.

Não somos golpistas. Se a presidente tiver condição de cumprir o seu mandato presidencial, que o faça. Essa é a regra que aí está. E se não conseguir cumpri-lo, não será pela ação da oposição, será porque burlou a lei, será porque violentou as nossas instituições.

Ao refutar de forma veemente as insinuações do líder do governo Humberto Costa, tranquilizo os brasileiros, porque se somos hoje minoria nesta Casa, somos ampla maioria no seio da sociedade brasileira. Uma sociedade que não acredita mais na palavra da sua presidente da República, que se sente enganada, lesada por um partido político que tomou de assalto a nossa maior empresa e institucionalizou ali o maior caso de corrupção da nossa história contemporânea.

Estarei aqui, dentro dos limites da democracia e da lei, defendendo o país e defendendo os brasileiros desse governo que tanta infelicidade vem trazendo ao Brasil.

Entrevista sobre as investigações contra o governo do PT

“A presidente mira na oposição, mas devia se preocupar em responder aos tribunais que estão fazendo investigações contra ela. É assustador a presidente da República dizer que vai lutar com unhas e dentes para manter o seu mandato. Uma presidente que se preocupasse com o país devia lutar com unhas e dentes para diminuir o peso da inflação sobre a vida do trabalhador, para diminuir o desemprego que vem crescendo de forma avassaladora em todo o Brasil, para retomar o crescimento; não para se manter no poder. Não é com o PSDB que ela tem que se preocupar. Mas, sim, com os tribunais que a estão investigando por crime de responsabilidade e pela utilização de dinheiro oriundo da propina da Petrobras na sua campanha eleitoral”, diz o senador Aécio Neves, presidente do PSDB, em entrevista coletiva hoje (07/07), em Brasília, ao falar sobre as declarações dadas pela presidente Dilma Rousseff.

Aécio Neves: Dilma mira na oposição, mas deve se preocupar é com os tribunais

O senador Aécio Neves, presidente nacional do PSDB, afirmou nesta terça-feira (07/07), que a presidente Dilma Rousseff deve se preocupar mais com os tribunais que investigam a legalidade de atos ocorridos no seu governo e nas suas campanhas eleitorais do que em atacar os partidos de oposição. Em entrevista sobre as declarações dadas pela presidente ao jornal Folha de S.Paulo, o senador disse que Dilma Rousseff erra ao mirar a oposição.

“A presidente mira na oposição, mas deveria se preocupar muito mais com os tribunais. Um alerta à presidente da República: não é com o PSDB que ela tem que se preocupar, mas sim com os tribunais que a estão investigando por crime de responsabilidade e pela utilização de dinheiro oriundo da propina da Petrobras na sua campanha eleitoral”, afirmou Aécio Neves sobre os questionamentos feitos pelo Tribunal de Contas da União (TCU) nas pedaladas fiscais e as investigações em andamento pelo TSE.

Na entrevista à Folha, Dilma questionou o papel das instituições que investigam as denúncias contra seu governo e sua campanha à reeleição. A presidente também colocou em dúvida os critérios usados pela Justiça para decretar as prisões preventivas dos investigados na Operação Lava Jato e colocou em xeque o instrumento da delação premiada.

 

Oposição age com responsabilidade 

Aécio Neves defendeu o trabalho feitos pela Justiça, pela Polícia Federal, pelo TCU e pelo TSE. Para o senador, a presidente e PT desprezam as instituições. O senador também ressaltou que o PSDB age com responsabilidade e em respeito à Constituição.

“Acusar a oposição de golpista? O que estamos fazendo é defender as instituições. Quando dissemos, por exemplo, que é importante que o TSE investigue se houve dinheiro de propina na campanha da presidente da República, estamos fazendo cumprir a Constituição. Quando falamos que o TCU tem que votar com isenção as chamadas pedaladas fiscais, sem essa pressão que vem sofrendo do governo federal, estamos defendendo as instituições. Quando falamos que o Ministério Público e a Justiça têm que continuar a fazer o seu trabalho, assim como a Polícia Federal, sem pressões do governo, estamos defendendo a democracia. O PT considera golpe tudo aquilo que vai na direção oposta, tudo aquilo que contraria os seus interesses”, criticou o senador Aécio Neves.

 

Delações

O presidente do PSDB lembrou que a então candidata Dilma Rousseff usou as delações premiadas eleitoralmente na campanha, colocando o instrumento que garante redução de pena ao réu mediante a colaboração com a Justiça como uma de suas realizações no combate à corrupção.“

“É algo absolutamente inacreditável. A delação, quando lhe servia na campanha eleitoral como instrumento de inibição da corrupção, era utilizada fartamente. Agora que a delação chega próximo de parceiros seus, seja do próprio PT ou de empresários, passa a ser algo não recomendável ou algo desprezível. Não é. A delação não é uma condenação por si só, é um instrumento que precisa – reitero aqui – de comprovações para que tenha efeitos. Mas é um absurdo a presidente da República zombar da inteligência dos brasileiros, criticando agora uma lei que ela própria sancionou e a utilizou do ponto de vista eleitoral”, afirmou.

O presidente do PSDB avaliou que a presidente perdeu mais uma vez a oportunidade de pedir desculpas aos brasileiros pela grave crise política e econômica na qual seu governo mergulhou o Brasil.

“A presidente, infelizmente, perdeu mais uma grande oportunidade para pedir desculpas novamente à população brasileira pelos equívocos sucessivos feitos durante a campanha eleitoral, pelo descumprimento das regras da democracia, pela utilização da estrutura do Estado em benefício do seu projeto eleitoral, pelos equívocos crassos e que trouxeram hoje prejuízos enormes aos brasileiros, como, por exemplo, na conta de energia. Então, lamentavelmente, vemos uma presidente que continua dissociada, distante da realidade que vem acontecendo no Brasil”, afirmou Aécio Neves.

O tucano também afirmou que a presidente deveria lutar para tirar o país da crise econômica e institucional e não por defender seu mandato.

“É algo assustador a presidente da República dizer que vai lutar com unhas e dentes para manter o seu mandato. A presidente da República, uma presidente que se preocupasse com o país, devia lutar com unhas e dentes para diminuir o peso da inflação sobre a vida do trabalhador, para diminuir o desemprego que vem crescendo de forma avassaladora em todo o Brasil, para retomar o crescimento; não para se manter no poder. O que ela quer dizer com isso? Que novamente a estrutura do Estado vai ser utilizada, como foi durante a campanha eleitoral?”, questionou.

Aécio Neves critica as declarações da presidente Dilma Rousseff

O senador Aécio Neves comentou, em entrevista coletiva, nesta terça-feira (07/07), em Brasília, sobre as últimas declarações feitas pela presidente Dilma Rousseff. O presidente nacional do PSDB também falou sobre impeachment e partidos de oposição.

 

Leia a transcrição da entrevista do senador:

A nota do PSDB diz que golpista é o PT. O sr. poderia esclarecer?

É incrível essa tentativa do PT de, sem ter como se defender das inúmeras acusações que pairam sobre o partido e seus dirigentes, querer acusar a oposição. Acusar a oposição de golpista? O que nós estamos fazendo é defender as instituições. Quando nós dissemos que é importante que o Tribunal Superior Eleitoral investigue se houve dinheiro de propina na campanha da presidente da República, nós estamos fazendo cumprir a Constituição. Quando nós falamos que o Tribunal de Contas da União tem que votar com isenção as chamadas pedaladas fiscais, sem essa pressão que vem sofrendo do governo federal, nós estamos defendendo as instituições. Quando nós falamos que o Ministério Público e a Justiça têm que continuar a fazer o seu trabalho, assim como a Polícia Federal, sem pressões do governo, nós estamos defendendo a democracia.

O PT considera golpe tudo aquilo que vai na direção oposta e contraria os seus interesses. O que é inaceitável são declarações, como as que nós assistimos hoje, de dirigentes do PT que dizem que a Polícia Federal precisa se submeter à presidente da República porque ela que teve voto. Meu Deus! A Polícia Federal é uma instituição de Estado. Então quer dizer que alguém que ganhe a eleição e nomeie o diretor da Polícia Federal está acima de qualquer investigação, pode cometer qualquer tipo de crime? Não. É mais um desserviço que o PT, no desespero que vive hoje pela fragilidade do governo, da presidente da República, busca fazer atacando as oposições.

Imaginem se o que ocorresse no Brasil fosse o inverso? O PSDB no governo e o PT na oposição? Aí sim nós teríamos uma radicalização muito grande. A sorte do PT é que somos nós, do PSDB, hoje que estamos dirigindo o maior partido de oposição e temos tido absoluta responsabilidade na condução desse processo. Não depende da oposição. A presidente mira na oposição mas devia se preocupar, muito mais, em responder aos tribunais, que estão fazendo investigações contra ela. É algo assustador a presidente da República dizer que vai lutar com unhas e dentes para manter o seu mandato. Uma presidente que se preocupasse com o país devia lutar com unhas e dentes para diminuir o peso da inflação sobre a vida do trabalhador, para diminuir o desemprego que vem crescendo de forma avassaladora em todo o Brasil, para retomar o crescimento; não para se manter no poder. O que ela quer dizer com isso? Que novamente a estrutura do Estado vai ser utilizada, como foi durante a campanha eleitoral? Não.

 

Sobre o papel da oposição.

A oposição no Brasil, e o PSDB em especial, tem cumprido o seu papel com absoluta responsabilidade. Qualquer que seja o desfecho desse processo, seja a continuidade do seu mandato até 2018, ou por razões que não dependam de nós, até a sua interrupção, nós só aceitaremos que isso ocorra pela via constitucional. Então, um alerta à presidente da República: não é com o PSDB que ela tem que se preocupar. Mas, sim, com os tribunais que a estão investigando por crime de responsabilidade e pela utilização de dinheiro oriundo da propina da Petrobras na sua campanha eleitoral.

 

Sobre a frase dita pela presidente “venham me derrubar”. 

É algo que, da minha parte, gera até uma certa consternação ao ver o tamanho desequilíbrio da presidente da República. Nós somos um país democrático, com instituições sólidas, e o papel da oposição é defender essas instituições principalmente quando elas são atacadas, quando são constrangidas por setores da base do governo. A presidente, infelizmente, perdeu mais uma grande oportunidade para, por exemplo, pedir desculpas novamente à população brasileira pelos equívocos sucessivos feitos durante a campanha eleitoral, pelo descumprimento das regras da democracia, pela utilização da estrutura do Estado em benefício do seu projeto eleitoral, pelos equívocos crassos e que trouxeram hoje prejuízos enormes aos brasileiros, como, por exemplo, na conta de energia. Então, lamentavelmente, vemos uma presidente que continua dissociada, distante da realidade que vem acontecendo no Brasil.

 

Ela disse que não há base para impeachment. Há base para impeachment?

O curioso é que quem usa essa expressão é muito mais a presidente da República e a sua base do que a oposição. O que a oposição tem dito é o seguinte: o Brasil tem instituições sólidas que não pertencem a um governo, pertencem ao Estado Nacional, e elas farão o seu trabalho, quem sabe até absolvendo a presidente da República. Não há julgamento ainda, mas querer desacreditar essas instituições, considerá-las instituições de alguma forma permeadas por uma certa tendência política e dizer que não cai de forma alguma é, na verdade, desprezar os avanços institucionais que, ao longo das últimas décadas, o Brasil teve.

Pessoalmente, não torço para um desfecho traumático para o país. Agora, quem vem perdendo as condições de governabilidade é a presidente da República porque mentiu, porque errou e porque continua mentindo. Nós da oposição defenderemos até o limite as instituições que hoje ainda fazem os brasileiros ter alguma esperança em relação ao futuro.

 

Com relação às críticas da presidente à delação e as prisões preventivas. O que o sr. acredita?

É algo absolutamente inacreditável. A delação, quando lhe servia na campanha eleitoral como instrumento de inibição da corrupção, era utilizada fartamente. Agora que a delação chega próximo de parceiros seus, seja do próprio PT ou de empresários, passa a ser algo não recomendável ou algo desprezível. Não é.

A delação não é uma condenação por si só, é um instrumento que precisa – reitero aqui – de comprovações para que tenha efeitos. Mas é um absurdo a presidente da República zombar da inteligência dos brasileiros, criticando agora uma lei que ela própria sancionou e a utilizou do ponto de vista eleitoral. Lamentavelmente, o que vejo é uma presidente cada vez mais fragilizada e deixo aqui a ela uma sugestão: se preocupe menos com a oposição e se preocupe mais com os seus aliados.

 

O PT tem feito um golpe nessa tentativa de inibir o trabalho do TSE e do TCU?

Se há alguma tentativa de golpe, é patrocinada pelo PT e alguns dos seus dirigentes, perplexos com a quantidade de denúncias e, sobretudo, com a proximidade delas com as campanhas presidenciais do PT, não apenas a última. O que nós da oposição estamos fazendo com absoluta responsabilidade é garantir que as nossas instituições continuem funcionando. Esse é o nosso papel. O que vejo são setores do PT, de alguma forma, tentando constrangê-las, e não permitiremos que isso ocorra. Golpe, se há alguém tentando, não é a oposição, é o governo do PT.

 

Ouça a entrevista do senador: