Aécio: presidente Dilma acusa de golpistas aqueles que defendem a Constituição

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, rebateu, nesta quinta-feira (17/09), as declarações da presidente Dilma Rousseff, feitas ontem contra seus adversários e as oposições que têm cobrado mudanças urgentes no país para a retomada da governabilidade e da confiança econômica.

Em discurso no seminário “Caminhos para o Brasil”, realizado pelo Instituto Teotônio Vilela (ITV) no Senado, Aécio disse que a presidente Dilma precisa ter serenidade para enfrentar os questionamentos feitos ao seu governo e precisa aceitar que a legitimidade de seu mandato depende do julgamento do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre as manobras fiscais (pedaladas) praticadas para obter vantagens na disputa eleitoral do ano passado e das investigações da Justiça sobre o uso de recursos de corrupção na campanha do PT.

“Temos uma presidente da República obcecada com o próprio fim do seu governo. Ontem, por duas vezes e sem ser instada, falou em golpismo. Falou em atalhos para se chegar ao poder. Concordo, e olha que não é fácil concordar com a presidente da República em alguma coisa, eu concordo com uma frase que ela diz de que a legitimidade do voto é a base da democracia. Isso é correto, desde que esse voto tenha sido obtido de forma legal e é isso que as instituições hoje no Brasil estão apurando”, afirmou Aécio.

E acrescentou: “O Tribunal de Contas avalia se a presidente descumpriu a Lei de Responsabilidade Fiscal com as pedaladas ou assinando crédito sem autorização congressual para se beneficiar eleitoralmente. Por outro lado, o Tribunal Superior Eleitoral investiga se dinheiro da propina da Petrobras foi utilizado na campanha eleitoral da presidente da República. Se comprovados esses crimes, seu mandato perde a legitimidade. Se em um determinado momento, através das instituições que temos hoje, chega-se à conclusão de que aquele mandato ou aquele voto foi obtido de forma ilegal, ou mesmo criminosa, perde-se essa legitimidade. É preciso que tenhamos todos, inclusive a presidente da República, serenidade para aguardar esse julgamento”, concluiu Aécio Neves.

O presidente nacional do PSDB fez questão de ressaltar que caberá à Justiça Eleitoral e ao TCU dar a palavra final sobre as acusações que hoje pesam contra o PT e o governo.

“Não faço e nem cabe a mim fazer pré-julgamentos, mas é exatamente a legitimidade do seu mandato que está sendo discutida. A lei não serve apenas para ela, serve para qualquer governante ou para qualquer eleito”, afirmou.

“A presidente acusou de golpistas aqueles que defendem a Constituição. E se ampara naquilo – e eu tenho que concordar com ela – que ela chama de legitimidade de voto como a face mais importante da democracia. Isso é verdade. Desde que esse voto tenha sido obtido de forma legal. Felizmente temos no Brasil instituições que funcionam”, disse Aécio Neves.


Crise de confiança

Durante o seminário, que reuniu alguns dos principais economistas do país, como ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga, e o ex-secretário-adjunto de política econômica do Ministério da Fazenda, o economista Gustavo Franco, o senador Aécio Neves afirmou que um dos principais desafios do governo Dilma é superar a crise de confiança e de credibilidade, agravada pelas promessas feitas pela candidata na campanha presidencial e não cumpridas pela presidente eleita.

“O Brasil só colocará de novo a cabeça de fora, só vai gerar confiança, perspectivas de recuperação na sua economia, e mesmo de alguns avanços sociais que hoje estão em risco, quando tiver um governo legitimado, que tenha coragem de colocar em prática muito daquilo que ouvimos aqui. Infelizmente, no ano passado, a presidente da República na sua arrogância e descompromisso com a verdade interditou o debate sobre questões que deveriam ter acontecido já há algum tempo para minimizar o efeito dessa crise para os trabalhadores brasileiros, para as famílias brasileiras”, afirmou o senador Aécio.

Aécio: Seminário do ITV reforça papel do PSDB como oposição responsável

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, comandou hoje, ao lado do presidente do ITV, deputado federal José Aníbal, o Seminário Caminhos para o Brasil, que reuniu lideranças dos partidos de oposição e economistas brasileiros para debater a crise econômica e a ausência de um plano de recuperação do país por parte do governo federal.

No seminário – realizado pelo Instituto Teotônio Vilela (ITV), no Senado Federal, com alguns dos principais economistas do país – Aécio afirmou que o PSDB cumpre seu papel como partido de oposição ao cobrar do governo saídas para a grave recessão econômica que atinge os brasileiros, e cujas causas são justamente o fracasso nos últimos anos do modelo petista de governo.

“Hoje o PSDB, através do Instituto Teotônio Vilela (ITV), presidido pelo ex-deputado José Aníbal, busca com a presença de alguns dos mais renomados e respeitados economistas brasileiros colocar um pouco de luz sobre esse cenário tenebroso da economia brasileira, no qual o PT e seus governos mergulharam o Brasil. É preciso ressaltar que numa democracia cabe sempre aos que foram eleitos apontar caminhos e construir saídas em momentos de crise como esse. Nós, da oposição, estamos cumprindo nosso papel de apontar os equívocos do governo, cobrar coerência entre o discurso da campanha e a ação prática do partido no governo, o que não vem acontecendo”, afirmou.

O debate reuniu o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga; o ex-secretário-adjunto de política econômica do Ministério da Fazenda; o economista Gustavo Franco; o doutor em economia e pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da FGV, Samuel Pessôa; e o economista e técnico de Planejamento e Pesquisa do IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada, Mansueto Almeida.

O presidente do PSDB destacou que o atual momento da vida nacional exige dos ocupantes de cargos públicos a apresentação de propostas que possam amenizar os efeitos da crise sobre a população, sobretudo os mais pobres.

“O preço dessa crise vem sendo pago principalmente pelos que menos têm. O PSDB vai continuar fazendo encontros como esse. Esse ano faremos um focado em políticas sociais. É importante que a partir desses debates nós possamos dar a nossa contribuição para que o país possa superar essa gravíssima crise na qual estamos mergulhados”, afirmou Aécio.

Além dos economistas, o debate contou com as presenças do governador de Goiás, Marconi Perillo, e das principais lideranças da oposição no Congresso, como o presidente do DEM, senador José Agripino; o líder do Democratas na Câmara, deputado Mendonça Filho; o presidente do Solidariedade, Paulinho da Força; o líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima; os senadores tucanos Tasso Jereissati, José Serra, Antonio Anastasia, Flexa Ribeiro, Ataídes de Oliveira e Dalírio Beber; o líder do PSDB na Câmara, deputado federal Carlos Sampaio, e de dezenas de deputados federais.

Entrevista sobre os comentários da presidente

“Vimos uma presidente da República obcecada com o próprio fim do seu governo”, disse o senador Aécio Neves, sobre as declarações da presidente Dilma Rousseff, ontem, contra adversários e as oposições.

Na abertura do seminário “Caminhos para o Brasil”, realizado esta manhã pelo PSDB e pelo Instituto Teotônio Vilela (ITV) para debater a crise econômica, Aécio disse que a presidente da República precisa ter tranquilidade e serenidade para aguardar o julgamento do TCU sobre as manobras fiscais (pedaladas) feitas pelo seu governo.

“Se em um determinado momento, através das instituições que temos hoje, chega-se à conclusão de que aquele mandato ou aquele voto foi obtido de forma ilegal, ou mesmo criminosa, obviamente, perde-se a legitimidade. Portanto, é preciso que tenhamos todos, inclusive a presidente da República, tranquilidade, serenidade, para aguardar esse julgamento”, afirmou o presidente nacional do PSDB.

Captura de Tela 2015-09-17 às 16.04.38

Entrevista sobre os comentários da presidente

“Vimos uma presidente da República obcecada com o próprio fim do seu governo”, disse o senador Aécio Neves, sobre as declarações da presidente Dilma Rousseff, ontem, contra adversários e as oposições.

Na abertura do seminário “Caminhos para o Brasil”, realizado esta manhã pelo PSDB e pelo Instituto Teotônio Vilela (ITV) para debater a crise econômica, Aécio disse que a presidente da República precisa ter tranquilidade e serenidade para aguardar o julgamento do TCU sobre as manobras fiscais (pedaladas) feitas pelo seu governo.

“Se em um determinado momento, através das instituições que temos hoje, chega-se à conclusão de que aquele mandato ou aquele voto foi obtido de forma ilegal, ou mesmo criminosa, obviamente, perde-se a legitimidade. Portanto, é preciso que tenhamos todos, inclusive a presidente da República, tranquilidade, serenidade, para aguardar esse julgamento”, afirmou o presidente nacional do PSDB.

Aécio Neves – Entrevista sobre o encontro com economistas e as declarações da presidente

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, concedeu entrevista coletiva, nesta quinta-feira (17/09), em Brasília. Aécio falou sobre o encontro com economistas do PSDB, crise econômica, declarações da presidente Dilma e julgamento do TCU.

Leia a transcrição da entrevista do senador:
Hoje o PSDB, através do Instituto Teotônio Vilela (ITV), presidido pelo ex-deputado José Aníbal, busca com a presença de alguns dos mais renomados e respeitados economistas brasileiros colocar um pouco de luz sobre esse cenário tenebroso da economia brasileira no qual o PT e seus governos mergulharam o Brasil.

É preciso ressaltar que numa democracia cabe sempre aos que foram eleitos apontar caminhos e construir saídas em momentos de crise como esse. Nós, da oposição, estamos cumprindo nosso papel ao apontar os equívocos do governo, cobrar coerência entre o discurso da campanha e a ação prática do partido no governo que não vem acontecendo, mas obviamente também até pela qualidade dos quadros que nós temos nós vamos aqui hoje discutir alguns dos temas que dizem respeito à vida dos brasileiros. O preço dessa crise vem sendo pago principalmente pelos que menos têm.

Portanto, hoje é um dia importante. O PSDB vai continuar fazendo encontros como esse. Esse ano ainda faremos um focado em políticas sociais. É importante que a partir desses debates nós possamos dar a nossa contribuição para que o país possa superar essa gravíssima crise na qual estamos mergulhados.


Sobre discurso do golpe.

Antes de franquear a vocês as perguntas que poderão ser dirigidas inclusive aos nosso convidados, Mansueto (Almeida), Samuel Pessoa, ex-presidente do Banco Central Gustavo Franco e Armínio Fraga, coordenador do programa econômico da nossa campanha, quero dizer aqui uma palavra do ponto de vista político. Nós, hoje, quando abrimos os jornais, vimos uma presidente da República obcecada com o próprio fim do seu governo.

A presidente, ontem, por duas vezes e sem ser instada, falou em golpismo. Falou em atalhos para se chegar ao poder. Concordo, e olha que não é fácil concordar com a presidente da República em alguma coisa, eu concordo com uma frase que ela diz de que a legitimidade do voto é a base da democracia. Isso é correto, desde que esse voto tenha sido obtido de forma legal e é isso, que, felizmente, as instituições hoje no Brasil estão apurando. O Tribunal de Contas avalia se a presidente descumpriu a Lei de Responsabilidade Fiscal com as pedaladas (fiscais) ou assinando crédito sem autorização congressual para se beneficiar eleitoralmente.

Dentro de poucos dias, o Congresso avaliará a decisão do Tribunal de Contas. Por outro lado, o Tribunal Superior Eleitoral investiga se dinheiro da propina da Petrobras foi utilizado na campanha eleitoral da presidente da República. Se comprovados esses crimes, seu mandato perde a legitimidade.

Como disse de forma muito correta o ministro João Noronha na semana passada, a presidente tem hoje a presunção da legitimidade. Isso não serve apenas para ela, serve para qualquer governante ou para qualquer eleito. Se em um determinado momento, através das instituições que temos hoje chega-se à conclusão de que aquele mandato, ou aquele voto foi obtido de forma ilegal, ou mesmo criminosa, obviamente, perde-se essa legitimidade. Portanto, é preciso que tenhamos todos, inclusive a presidente da República, tranquilidade, serenidade, para aguardar esse julgamento.

Da mesma forma que lá atrás, quando apontávamos a corrupção endêmica na Petrobras, a necessidade de um reequilíbrio fiscal do país, quando apontávamos o descalabro das medidas que desorganizaram o setor elétrico, éramos acusados de pessimistas, vocês acompanharam isso durante todo o ano passado.

Agora mudou-se o termo. Aqueles que criticam o governo, aqueles que atestam o que o Brasil inteiro comprova no dia a dia, a perda da capacidade de governança da presidente da República, são acusados de golpistas. Golpe e atalho para se chegar no poder é se utilizar do dinheiro do crime ou de irresponsabilidade fiscal para obter votos. Não faço aqui pré-julgamentos, mas temos de garantir que as nossas instituições estejam blindadas.

O Tribunal de Contas, dentro de poucos dias, vai definir e apresentar ao Congresso seu parecer e o TSE, esperamos, o retorno da votação, e esperamos rapidamente, a ministra Luciana Lóssio devolva o processo, com o seu voto, qualquer que seja ele e ela tem o direito de externa-lo, para que possa ser aberta essa investigação e, obviamente, sabemos aquele velho adágio: quem não deve não teme. Vamos aguardar, portanto, que a presidente seja julgada e, aí sim, poderemos falar em legitimidade do voto.

O golpe do golpe

Aécio Neves – Folha de S. Paulo – 13/07/2015

 

A velha cantilena usada de forma estridente pelo governo petista sempre que se sente acuado já não surte efeito. Mais uma vez, o grito de guerra de um hipotético complô contra o partido está em curso. A estratégia tem uso recorrente. Em momentos distintos, já foi usada para atacar a mídia, as elites intelectuais, os protestos de rua e por aí afora.

Nesse raciocínio, tudo o que contraria os interesses do PT é golpe. No atual contexto, a imprensa divulga os escândalos do petrolão? Trata-se da imprensa golpista. O TCU analisa as contas do governo Dilma? Para o PT é golpe. O TSE investiga se houve recursos de propina na campanha da presidente? Golpe de inconformados, dizem os petistas. A Polícia Federal e o Ministério Público cumprem com independência suas funções? Golpe, dizem eles. Milhões de pessoas ocupam as ruas com críticas ao governo? Trata-se de golpistas de direita, analisa o partido. Ninguém escapa, somos todos golpistas –menos os iluminados do PT.

Para eles, os outros são sempre os culpados de todos os males. Os outros tramam dia e noite para tirar o PT do poder. Não cola mais. Os brasileiros não aceitam mais o engodo.

A quem serve o factoide do golpe criado na semana passada? Claramente uma estratégia do marketing petista, a ideia de propagar com insistência uma mesma mentira, repetidamente, em coro orquestrado, serve para tentar dar unidade e amplitude ao discurso do seu fragilizado campo político. É uma velha receita seguida de novo por todos os níveis do PT, do mais alto escalão ao militante pago para insuflar as redes sociais. Entre lidar com a verdade ou se esconder na mentira, o partido escolheu, de novo, evitar a realidade.

Sabemos todos –inclusive o PT– que, felizmente, não existe espaço para nenhum retrocesso no sistema democrático brasileiro. O que o partido teme, na verdade, é o funcionamento dos instrumentos da nossa sociedade democrática.

Existe, sim, um grande golpe em curso –mas ele vem do andar de cima. Um golpe contra os brasileiros que deram ao governo um voto de confiança e que, em troca, receberam um bilhete de entrada para um país em queda livre, com desemprego nas alturas, redução de benefícios trabalhistas, inflação beirando a casa de dois dígitos em algumas capitais, tarifas públicas em aumento crescente.

O mais grave neste cenário é a incapacidade do governo de governar de fato. No lugar do trabalho sério, a bravata. O governo e o PT fariam um enorme bem aos brasileiros se imprimissem à gestão do país o mesmo vigor que despendem ao incorporar roteiros mirabolantes ditados, mais uma vez, pelo marketing da mentira e da conveniência.

Leia também aqui.