Aécio Neves – Dilma tenta criar um estado golpismo no Brasil

Os partidos de oposição decidiram convocar ao Congresso Nacional o ministro das Relações Exteriores para explicar o envio de telegramas e mensagens oficiais às embaixadas brasileiras no exterior, contendo um alerta para um falso golpe de Estado no Brasil.

Em entrevista coletiva, nesta quarta-feira (23), o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, considerou inaceitável o uso de embaixadores e diplomatas brasileiros com objetivos políticos e destacou que a oposição quer explicações sobre quem deu a ordem ao Itamaraty. O envio de mensagens às embaixadas do Brasil foi denunciado hoje pelo jornal O Globo.

Aécio Neves criticou também o discurso feito ontem pela presidente Dilma Rousseff, em solenidade oficial, no Palácio do Planalto, sobre um falso golpe em curso no país.

“É inaceitável a forma como a presidente da República tem usado os instrumentos de Estado para se manter no poder. Na verdade, ao não ter mais argumentos para se defender das acusações que lhe são imputadas, a presidente busca ela própria criar quase que um estado golpista no país”, afirmou Aécio.

Aécio Neves – O governo do PT que deu um golpe nos brasileiros

“O Brasil não está prestes a sofrer um golpe. Na verdade, o Brasil está mais uma vez cumprindo a Constituição”, afirmou o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, ao rebater as declarações dadas pelo presidente Dilma Rousseff, que classificou como golpe político o processo de impeachment a que ela responde no Congresso Nacional.

Aécio destacou que o Congresso Nacional cumpre um dever constitucional ao examinar as graves acusações feitas contra a presidente da República, Entre elas, a de crime de responsabilidade apontado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) em razão de manobras feitas pelo governo para maquiar as contas públicas durante a campanha eleitoral de 2014.

O líder tucano destacou que com as declarações feitas ontem, no Palácio do Planalto, Dilma Rousseff atacou os milhões de brasileiros que apoiam o processo de impeachment já validado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

“Vejo uma presidente nas cordas. Uma presidente que não se esforça para apresentar justificativas e respostas às acusações que lhe são imputadas na peça de impeachment. Essa seria a forma adequada. Essa seria a forma responsável com que se espera aja um presidente da República. Há acusações, responde-se as acusações. A presidente inverte o jogo. Acusa a todos nós e ao país, aos milhões e milhões de brasileiros que foram às ruas indignados com tudo o que vem acontecendo a tramar um golpe. Não, o golpe quem deu aos brasileiros foi a presidente da República ao mentir durante a campanha eleitoral, ao deixar de tomar medidas absolutamente necessárias para o Brasil retomar a rota do crescimento. Infelizmente, a presidente da República perdeu as condições de governar o Brasil. Vamos aguardar, que respeitado o amplo direito de defesa, com serenidade, mas respeitando as regras democráticas que, na Câmara dos Deputados e depois no Senado, ela possa se defender. E a voz da maioria é que deve prevalecer. O Brasil não está prestes a sofrer um golpe. Na verdade, o Brasil está mais uma vez cumprindo a Constituição”, afirmou Aécio Neves.

Aécio Neves – Entrevista coletiva

Brasília

Trechos da entrevista:

Que avaliação o senhor faz da troca de telegramas entre embaixadas com alerta de golpe?

É inaceitável a forma como a presidente da República tem usado os instrumentos de estado para se manter no poder. O que nós assistimos essa semana, com embaixadores sendo convidados a irem ao Palácio do Planalto ouvir um discurso alarmista e absolutamente distante da realidade como se o Brasil estivesse prestes a sofrer um golpe de estado. As manifestações de membros do corpo diplomático, que não aconteceria num país onde a hierarquia fosse respeitada, a não ser que houvesse a complacência de seus superiores hierárquicos espalhando mundo afora esse discurso defensivo da presidente da República

Na verdade, ao não ter mais argumentos para se defender das acusações que lhe são imputadas a presidente busca ela própria criar quase que um estado golpista no país. Isso é absolutamente inaceitável, o processo de impeachment que está em curso na Câmara dos Deputados é aprovado pelo Supremo Tribunal Federal, o rito foi submetido a mais alta corte do país. A própria bancada do PT e dos partidos aliados votou pela constituição da comissão do impeachment, seria o único caso na história da humanidade em que um golpe de estado seria patrocinado pelo Supremo Tribunal Federal. Não, o que se faz aqui é cumprir a Constituição. Deveria a presidente da República agir de forma mais republicana, respeitando as instituições de Estado, não buscando interferir nas suas ações ao mesmo tempo preparando-se para sua defesa na Câmara dos Deputados.

Essa questão não vai ser resolvida com ameaças. Não vai ser resolvida dessa forma extremamente antirrepublicana como temos assistido o governo fazer. Vamos estar aqui vigilantes na defesa das nossas instituições e o nosso ministro das Relações Exteriores estará sendo convocado ao Congresso Nacional para dar ciência ao país, através dos congressistas, de onde partiu a ordem e quais os objetivos daqueles que buscam contaminar o mundo com uma versão falsa daquilo que acontece no Brasil.

Sobre lista de doações de executivos da Odebrecht.

São contribuições de campanha. Basta apenas olhar as declarações de campanha de todos os candidatos, não apenas do PSDB, mas de todos os partidos. É preciso que haja muita serenidade para que se diferencie o joio do trigo. O que eu vi hoje, na verdade, confirma aquilo que está nas prestações de campanha do PSDB.

Desde ontem, em discurso ou entrevista, a presidente Dilma tem criticado o que chama de golpe, criticado o vazamento das gravações, segundo ela ilegais. Tem razão a presidente nessas declarações?

Vejo uma presidente nas cordas. Uma presidente que não se esforça para apresentar justificativas e respostas às acusações que lhe são imputadas na peça de impeachment. Essa seria a forma adequada. Essa seria a forma responsável com que se espera aja um presidente da República. Há acusações, responde-se as acusações. A presidente inverte o jogo. Acusa a todos nós e ao país, aos milhões e milhões de brasileiros que foram às ruas indignados com tudo o que vem acontecendo a tramar um golpe. Não, o golpe quem deu aos brasileiros foi a presidente da República ao mentir durante a campanha eleitoral, ao deixar de tomar medidas absolutamente necessárias para o Brasil retomar a rota do crescimento. Infelizmente, a presidente da República perdeu as condições de governar o Brasil. Vamos aguardar, que respeitado o amplo direito de defesa, com serenidade, mas respeitando as regras democráticas que, na Câmara dos Deputados e depois no Senado, ela possa se defender. E a voz da maioria é que deve prevalecer. O Brasil não está prestes a sofrer um golpe. Na verdade, o Brasil está mais uma vez cumprindo a Constituição.

Semana que vem tem sessão do Congresso e entre os vetos está aquele da repatriação que destina recursos para estados. O sr. avalia que há clima para se derrubar este veto ou manter?

Na verdade, o governo não tem mais agenda. Esta questão será aqui discutida. Há possibilidade real de se derrubar o veto. Mas o governo tem apenas uma agenda: sobreviver no cargo. E isso fazendo coisas inimagináveis. É o salve-se quem puder. Enquanto não tivermos um novo governo com uma agenda emergencial para o Brasil, que fale em reformas estruturais que este governo não fez, infelizmente, a crise só vai se agravar. Temos de estar cuidando dentro do que determina a Constituição em apressar o processo de impeachment, ao mesmo tempo, acompanhando o processo no TSE e ao mesmo tempo ainda, pensando no dia seguinte. Qual a agenda que o Brasil precisa implementar para sairmos desse abismo no qual o governo do PT e a presidente da República nos mergulhou.

Aécio Neves – Impeachment de Dilma não é golpe

“Vamos permitir que o Congresso Nacional – a Câmara e depois o Senado – analise as provas, analise a defesa da presidente da República e soberanamente se manifeste”, afirmou o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, ao defender hoje, em Brasília, que o Parlamento cumpra seu papel de analisar e votar o processo de impeachment da presidente da República por crime de responsabilidade, como estabelece a Constituição.

Aécio Neves disse que a estratégia da presidente Dilma de chamar de golpe o processo de impeachment que tramita no Congresso, com o aval do STF, é apenas uma tentativa da presidente de se passar por vítima das oposições.

“O processo está absolutamente dentro daquilo que prevê a Constituição. E não somos nós da oposição que dissemos. O Supremo Tribunal Federal ao definir o rito para o processo de impeachment, na verdade, constitucionaliza de forma absolutamente clara este processo. A própria base da presidente e o seu partido – ao votar pela criação da comissão, ao aprovar a criação da comissão do impeachment – dá o respaldo parlamentar à sua tramitação. O que eu vejo é uma oscilação. A presidente da República deixa de lado, pelo menos em parte, a arrogância com que veio agindo ao longo desses últimos anos, chegando ao ponto de transferir à oposição responsabilidades que são delas, e está agora numa posição de vitimização”, afirmou o senador.

Entrevista coletiva em Brasília

“A própria presidente Dilma abdica agora de forma definitiva dos poucos poderes e iniciativas que lhe restavam. Mesmo com as sucessivas denúncias de irregularidades na campanha, a presidente havia tido a maioria dos votos. Ela abdica, portanto, desse mandato em favor do presidente Lula”, declarou o presidente do PSDB, senador Aécio Neves sobre a nomeação anunciada hoje do ex-presidente Lula para o Ministério da Casa Civil. Em coletiva à imprensa, Aécio considerou o ato de nomeação de Lula como um equívoco e destacou as graves denúncias que fundamentam o pedido de prisão do ex-presidente em análise pelo juiz Sérgio Moro, na operação Lava Jato. O presidente nacional do PSDB reagiu também com indignação às acusações feitas pelo delator Delcídio Amaral envolvendo a mãe do senador em denúncia de natureza política. “Responderei a todos com indignação, mas com a serenidade daqueles que não têm o que temer”, disse Aécio.

Aécio: Dilma se esconde atrás de plateia e cria fantasias

Em resposta a presidente Dilma Rousseff, que ao lado do ex-presidente Lula em discurso ontem em encontro da CUT, acusou a oposição de estar articulando um “golpismo escancarado”, o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), disse que ela usa eventos patrocinados com dinheiro público para proferir mentiras e atacar os 70% da população que querem seu afastamento.

Aécio disse que Dilma cria fantasias e não teve coragem de olhar de frente os trabalhadores e reconhecer que é o seu governo que está tirando empregos de milhares de pais e mães de família em todo país. E que é governo dela o responsável pelo crescimento da inflação, que está tirando a comida das mesas dos trabalhadores.

— Em uma plateia controlada, onde o público foi escolhido a dedo entre militantes do PT e entidades que recebem milhões do poder público, a presidente se sentiu à vontade para, mais uma vez, manipular informações e criar fantasias — rebateu Aécio Neves
Ao GLOBO, Aécio disse que o discurso de Dilma, que questionou também a “moralidade” da oposição para atacar sua honra, é mais uma tentativa de manipular a realidade.

— Em claro desrespeito à plateia, a presidente chegou a apresentar mais uma vez o Pronatec como exemplo do seu compromisso com o país. Mas a presidente se esqueceu de dizer que a oferta de novas vagas no Pronatec nesse ano caiu 57% . A dotação para o Pronatec no OGU caiu 27% neste ano, depois de ter sido elevada em 41% no ano eleitoral de 2014. A presidente parece não ter entendido o sentimento da grande maioria dos brasileiros: Ninguém aguenta mais tantas mentiras — contra-atacou Aécio.

Líderes da oposição divulgaram nota nesta quarta-feira para também rechaçar as declarações de Dilma. Os líderes Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), Carlos Sampaio (PSDB-SP), Ronaldo Caiado (DEM-GO) e Mendonça Filho (DEM-PE) disseram, na nota, que não reconhecem autoridade moral na presidente da República que quebrou o país para vencer as eleições e retirou mais de um milhão de empregos das famílias brasileiras e que assistiu passivamente a nossa maior empresa pública ser assaltada em benefício do seu projeto de poder. Dizem também não reconhecer autoridade moral na presidente que” leiloou” a gestão da saúde dos brasileiros em troca de “um punhado de votos” em benefício próprio.

“Faria melhor a presidente se pelo menos uma vez demonstrasse sincera humildade para reconhecer que o desemprego e a carestia que castigam milhões de brasileiros é consequência dos equívocos e irresponsabilidades de seu governo. Não reconhecemos autoridade moral na presidente que mentiu para vencer as eleições e continua mentindo para se manter no poder”, diz a nota da oposição.

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