Aécio recebe apoio do PMDB do Rio em encontro com mais de 1,6 mil lideranças do Estado

Em encontro com mais de 1,6 mil lideranças e militantes partidários no Rio de Janeiro, o presidente nacional do PSDB e pré-candidato a presidente da República, senador Aécio Neves (MG), recebeu nesta quinta-feira (05/06) um importante apoio regional para a corrida presidencial de outubro. Durante lançamento do movimento suprapartidário, Aécio foi recebido por 60 dos 92 prefeitos fluminenses, 35 deputados estaduais e mais de 500 vereadores de todo o estado do Rio de Janeiro.

“Fui surpreendido pela dimensão que tomou esse evento. A política brasileira recebe hoje uma lição dos homens públicos do Rio de Janeiro. Se eu tinha alguma dúvida da capacidade que temos de enfrentar essa avassaladora máquina pública, usada sem limites por aqueles que se apropriaram do Estado nacional, essa dúvida está dissipada. Hoje o Rio diz sim a um tempo novo para o Brasil”, afirmou Aécio Neves, em seu discurso.

O movimento conta com o apoio formalizado de nove partidos, mas tem a participação de lideranças de mais oito legendas. Além do PSDB e do PMDB, formalizaram a aliança o PP, PSD, PSL, PTC, PEN, PMN e o Solidariedade.

O presidente do PMDB do Rio de Janeiro, Jorge Picciani, um dos principais articuladores do movimento, destacou a trajetória política de Aécio Neves e ressaltou que o Brasil precisa de mudanças.

“É hora de alternância de poder. O Aécio tem história e histórico. Tem conhecimento do Legislativo e do Executivo. Sua trajetória na vida pública lhe credencia a conduzir a vida nacional e a fazer o Brasil avançar mais”, afirmou o líder do PMDB no Rio.

O ato político também atraiu lideranças regionais do PPS, do PSB e do PDT e contou com a presença do presidente nacional do Solidariedade, Paulinho da Força, do presidente regional do PSDB, Luiz Paulo Correa da Rocha, e do presidente do PSD no Rio, Índio da Costa. Também participaram os deputados federais do PSDB Otávio Leite, Andrea Zito e César Colnago e o senador Francisco Dornelles (PP).
UPPs
O presidente nacional do PSDB aproveitou o evento para apontar falhas do governo federal na segurança pública, lembrando que a União é responsável por apenas 13% de todos os investimentos feitos no país no combate à criminalidade.

Aécio elogiou as UPPs, criadas no governo do PMDB no Rio e defendeu a expansão e o aprimoramento do programa.

“O esforço do governador Sérgio Cabral na luta contra a criminalidade merece nosso reconhecimento. Quero afirmar que as UPPs serão exemplos a ser levadas para todas as regiões metropolitanas do Brasil. Vamos aprimorá-las. Além do policiamento, vamos levar desenvolvimento econômico e social às comunidades, porque é ele que levará a paz definitiva”, ressaltou o presidenciável.

Aécio também voltou a criticar o governo da presidente Dilma pelas falhas na economia e na gestão de obras de infraestrutura.

“A herança que o atual governo nos deixará é a pior do ponto de vista econômico das últimas décadas, com crescimento pífio, inflação alta e perda da credibilidade do país. Do ponto de vista da gestão, o Brasil se transformou num grande cemitério de obras inacabadas, com sobrepreço para todos os lados”, criticou o pré-candidato do PSDB.

Aécio Neves – Entrevista sobre o Ato Político no Rio de Janeiro

O presidente nacional do PSDB e pré-candidato à Presidência da República, senador Aécio Neves, concedeu entrevista, nesta quinta-feira (05/06), no Rio de Janeiro (RJ). Aécio Neves comentou sobre o ato político, que participou, de apoio à sua pré-candidatura à Presidência da República, promovido por vários partidos no Rio de Janeiro.

 

Leia a transcrição da entrevista do senador:

Sobre ato político no Rio de Janeiro.

Quero dizer que estou imensamente feliz de ter participado hoje do maior evento que o Rio de Janeiro fez nessa pré-campanha eleitoral. Aqui hoje estão se encontrando forças políticas de várias matizes, de várias regiões do estado, se unindo em torno, em primeiro lugar, do fortalecimento econômico e do desenvolvimento social do Rio de Janeiro e, acima de tudo, de um novo ciclo de governo no Brasil, onde ética e eficiência possam caminhar juntas. Recebo essa manifestação como uma das mais eloqüentes manifestações de mudança que tenho visto por todo o Brasil. O Rio de Janeiro, com qual tenho enorme familiaridade, vivi muitos anos da minha vida no Rio de Janeiro, minha filha nasceu no Rio de Janeiro… Isso para mim, portanto, tem um significado do ponto de vista pessoal também muito grande.

Mas o que vejo é que várias forças políticas compreenderam que, se pudermos ter um belo resultado no Rio de Janeiro, podemos botar fim a esse ciclo de governo que está colocando em risco as principais conquistas que nos trouxeram até aqui ao longo desses últimos anos, como a estabilidade da moeda, a credibilidade internacional do Brasil e, mais do que tudo, os avanços sociais que viemos conquistando ao longo dos anos. tudo isso está sendo colocado em risco por um governo que, para se manter no poder, abandonou um projeto de país.

Hoje, os caminhos que se apresentam são muito claros. O da continuidade fará muito, mas muito mal mesmo ao Brasil. E o da mudança, que espero poder encarnar, é do início de um novo e virtuoso ciclo de desenvolvimento no Brasil.Quero dizer que estamos prestes a comemorar, nós, brasileiros, de todos os partidos ou sem partidos, duas grandes vitórias: vamos torcer para que o Brasil vença a Copa do Mundo e vamos trabalhar para que o Brasil vença também, derrotando o PT nas próximas eleições e elegendo um governo honrado, digno e, sobretudo eficiente.

 

É praticamente um lançamento de pré-campanha aqui?

Acho que sim. Mais do que isso. Acho que é uma demonstração de apoio e solidez à nossa pré-candidatura que se transforma, a partir de agora, em uma candidatura suprapartidária. A minha candidatura será a candidatura do Rio de Janeiro. A candidatura dos melhores valores do Rio, do desenvolvimento econômico do Rio, dos avanços sociais do Rio de Janeiro. Minha candidatura não tem a marca do partido A ou B, tem a marca dos brasileiros, cariocas e fluminenses honrados, que estão indignados com tudo isso que está acontecendo no Brasil. Fico muito honrado de poder estar recebendo hoje apoios tão importantes, tão expressivos e de regiões tão diversas do estado, o que me dá uma grande confiança de que poderemos vencer as eleições no Rio de Janeiro. Isso facilitará e muito a nossa vitória no Brasil.

 

Sobre apoio formal do PSDB ao pré-candidato Pezão. 

O meu partido está discutindo isso e dirá nos próximos com o Democratas, com o PPS, com os quais temos aliança proporcional já fixada. E vamos definir de que forma o PSDB formalmente participará da campanha. Eu, pessoalmente, estou extremamente honrado de ser candidato dos melhores sentimentos dos fluminenses, dos cariocas, dos melhores sentimentos do Rio de Janeiro. E no Rio de Janeiro vamos vencer. Vencendo no Rio, vamos vencer no Brasil.

 

Sobre o governador do Rio.

Pezão é meu amigo de muitos anos. Pezão é um governador honrado e tem todas as condições de vencer as eleições. Estar ao seu lado recebendo o apoio de forças políticas que o apoiam para mim é uma honra.

 

Sobre ações do governo federal em segurança pública já que é uma atribuição estadual.

Você acha que o governo federal não pode participar da política nacional de segurança? Ao contrário. O que falta ao Brasil hoje é uma política nacional de segurança. O governo federal gasta apenas 13% de tudo que se investe em segurança pública no Brasil, 87% são dos municípios. Queremos uma política nacional de segurança, onde o Fundo Penitenciário e o Fundo Nacional de Segurança Pública sejam impedidos de ser contingenciados, para que possamos fazer um planejamento com estados e municípios.

Fui governador por oito anos e senti quanta falta faz ao país uma política nacional de segurança, uma garantia para os estados e municípios de transferências mensais de recursos. Grande parte dos recursos de segurança pública tem sido contingenciados ao longo desses últimos anos. Para citar um exemplo, apenas o Fundo Penitenciário, do que foi aprovado ao longo dos últimos três anos no governo da presidente Dilma, apenas 10,5% foram executados. Do Fundo Nacional de Segurança Pública, apenas 35%.

No momento em que formos aplicar, implementar com inteligência, com planejamento, todos os recursos aprovados no orçamento da União, vai haver espaço para parcerias com estados e municípios para levarmos sim experiências vitoriosas, como essa do Rio de Janeiro, (as UPPS) que, obviamente, precisará e terá sempre aprimoramentos, a outras regiões metropolitanas de todo o Brasil.

 

Jorge Picciani é pé quente? 

Pé quente e foi o grande responsável por essa organização aqui.

Aécio Neves – Entrevista em Porto Alegre (RS)

O presidente nacional do PSDB e pré-candidato à Presidência da República, senador Aécio Neves, concedeu entrevista, neste sábado (24/05), em Porto Alegre (RS), onde participou do ato de lançamento da pré-candidatura da senadora Ana Amélia ao governo do Rio Grande do Sul.

“A insegurança cresce no país. Convivemos hoje com a nefasta epidemia do crack, já vitimando centenas de milhares de famílias pelo Brasil, tudo isso sob o olhar complacente e a omissão irresponsável do governo federal”, diz Aécio Neves em resposta ao ministro da Justiça.

 

Leia trecho da entrevista do senador Aécio Neves: 

“A insegurança cresce no país. Convivemos hoje com a nefasta epidemia do crack, já vitimando centenas de milhares de famílias pelo Brasil, tudo isso sob o olhar complacente e a omissão irresponsável do governo federal. Há alguns dias, dei uma entrevista falando de propostas para a área de segurança e, infelizmente, o ministro da Justiça, agindo muito mais como militante partidário do que como ministro da Justiça de todos os brasileiros, apequenou o debate.

Quero voltar a esse tema, reiterando: o Brasil não tem uma política nacional de segurança. No ano passado, foram 52 mil assassinatos no Brasil. Apenas no ano passado. E nesses últimos três anos de governo o orçamento da segurança pública foi contingenciado em 65%. Apenas 35% foram executados. Enquanto as mortes estão acontecendo e as pessoas não têm para onde serem levadas, do que foi aprovado no orçamento da União para o Fundo Penitenciário apenas 10% foram executados, 10,5% foram executados por esse governo. Isso é uma demonstração clara de que quem faz marketing com segurança é o governo, que se apresenta no momento das crises estaduais e aponta o dedo, tendo algo que poderia fazer e jamais fez. O Brasil precisa de uma política nacional de segurança.

Tenho um projeto tramitando no Senado, que, infelizmente, a base governista não permite que seja aprovado, que, em primeiro lugar, impede o contingenciamento dos recursos de segurança pública. Eles terão o mesmo tratamento dos recursos da educação, dada a gravidade dessa questão. Fundo Nacional de Segurança Pública, Fundo Penitenciário, o que for aprovado no orçamento é repassado por duodécimos, portanto, mensalmente, para que os estados possam se planejar. Essa é uma das medidas importantes. Disse que o Ministério da Justiça se transformará em Ministério da Justiça e da Segurança Pública, com a proibição do contingenciamento dessas receitas e coordenará uma profunda e urgente modernização do nosso código penal e do nosso código de processo penal, que também o governo, com a sua enorme maioria, não fez com que andasse até aqui.

Planejamento, solidariedade da União para com estados e municípios. Hoje, 87% de tudo que se gasta em segurança pública no Brasil vêm dos estados e municípios, principalmente dos estados. Apenas 13% da União, que hoje concentra mais de 60% do conjunto da arrecadação. Enquanto o governo federal utilizar os recursos da segurança pública apara fazer superávit primário, o governo federal não tem autoridade para cobrar de quem quer que seja propostas. Mas as nossas propostas estão no Congresso Nacional. Cerca de 50 delas encaminhadas em nosso nome pelo líder Aloysio Nunes, muitas delas paradas na mesa do ministro da Justiça.”

Aécio Neves reforça compromisso do PSDB de promover política nacional no setor de segurança

Em entrevista coletiva, em Maceió, nesta sexta-feira, o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, reclamou que hoje o governo federal se apropria de quase 70% de todos os impostos arrecadados no Brasil e não investe em setores essenciais a população como saúde, educação e segurança pública. Na ocasião, o tucano ressaltou que os índices violência têm crescido em todo o país e que a segurança da população será uma das prioridades para o PSDB. Ele também defendeu uma política nacional de segurança pública.

 

Sonora de Aécio Neves

“Hoje 87% de tudo que se gasta em segurança pública no Brasil vêm dos estados e dos municípios. Vejo o esforço do governador Teotônio Vilela, do meu companheiro, espero, futuro governador, Eduardo Tavares, na área de segurança, mas é impossível com os recursos que nos temos hoje, sem que haja uma política nacional de segurança, com os recursos dos fundos, seja fundo de segurança, seja fundo penitenciário, permanentemente contingenciado, não há como estabelecer uma política de segurança de longo prazo. Alagoas já vem, com todo esforço, melhorando alguns indicadores, mas sabemos que esse é um desafio que solitariamente os estados não poderão enfrentar. O nosso compromisso é esse, tanto no ponto de vista do financiamento, quanto de uma profunda reforma no código penal e no código de processo penal.”

 

Boletim

Aécio Neves – Entrevista em São Luís (MA)

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, concedeu entrevista, nesta sexta-feira (09/05), em São Luís (MA), onde participou de encontro com lideranças políticas. Aécio Neves falou sobre a viagem ao Maranhão, pesquisa Datafolha, eleições 2014 e Bolsa Família.

 

Leia a transcrição da entrevista do senador:

Sobre a viagem ao Maranhão.

Quero dizer da minha alegria em estar hoje, mais uma vez, em São Luís. E para um momento político de extrema importância para o futuro de todo o Maranhão. Estamos hoje aqui de forma clara, transparente, com o conjunto do PSDB, trazendo o nosso apoio à candidatura de Flávio Dino ao governo do Estado e incorporando nesse esforço o companheiro Brandão, que estará ao lado de Flávio Dino, como seu candidato a vice-governador.

As realidades locais se sobrepõem muitas vezes à construção nacional. Temos hoje um quadro pluripartidário no Brasil e há que se respeitar as circunstâncias de cada Estado. Para mim, até como pré-candidato à Presidência da República, uma questão é inegociável e fundamental: o perfil dos candidatos que apoiamos. É com alegria enorme que estou aqui trazendo o apoio formal, oficial, como presidente do PSDB, a um homem íntegro, preparado, talvez um dos mais qualificados candidatos a governo que teremos nessa eleição em todo o país. O Maranhão merece uma aliança em favor do seu futuro, em favor da diminuição das desigualdades, em favor da ética na vida pública, em favor de avanços sociais.

 

Sobre a candidatura ao Senado na chapa de Flávio Dino e Carlos Brandão. 

O que estamos fazendo aqui hoje é consagrando o entendimento para que o PSDB participe com a candidatura a vice-governador da chapa de Flávio Dino. Essa é a decisão tomada pelo partido até agora. Não há nenhuma outra discussão. Se ela houver será tratada no tempo oportuno. Mas o que hoje estamos consagrando aqui é a aliança do PSDB com a candidatura de Flávio Dino e a nossa participação na chapa, até porque isso é fruto de uma negociação, de um entendimento feito em altíssimo nível, buscando respeitar até pontos de vista diferentes que possamos ter sobre essa ou aquela questão, mas tendo como ponto de convergência o interesse do Maranhão. Essa é a decisão do partido e é essa a decisão que venho anunciar aqui hoje.

 

Sobre o ex-presidente e senador José Sarney.

Tenho uma relação pessoal com o presidente Sarney que vem desde o momento em que ele, um momento dramático da história brasileira, substituiu o meu avô Tancredo Neves na Presidência da República. E eu sei exatamente separar as relações pessoais das relações políticas. Hoje, o PSDB e Aécio Neves são, no Maranhão, Flávio Dino da cabeça aos pés.

 

Sobre o sentimento de mudança apontado em pesquisas de opinião. 

Vou repetir o próprio diretor do instituto Datafolha. O que existe de consistente hoje, e encontramos isso em todas as pesquisas eleitorais, e isso para mim também é muito mais expressivo do que tendência ou intenção de voto, é que há um desgaste crescente do governo.

Há um sentimento crescente por mudança no Brasil. Mais de 70%, 74% nessa pesquisa Datafolha de hoje, querem mudanças, e mudanças profundas. E há um dado nela que começa a identificar a nossa candidatura como aquela que tem as melhores condições de fazer as mudanças que o Brasil busca. Esse dado para mim é mais expressivo hoje do que a intenção de voto. Porque quando você busca comparar a intenção de voto de uma candidatura que tem 100% de conhecimento com outras que têm o nível de conhecimento que sequer chegam à metade desse, obviamente vão haver distorções. A avaliação de intenção de voto começa a ter algum sentido depois do início da propaganda eleitoral, que ocorrerá apenas em agosto.

O que é consistente hoje e deve estar preocupando o governo é que há um sentimento grande de mudança. E cabe a nós, esse é o meu papel e esse é o esforço que temos feito por onde tenho andado, estou chegando agora de Maceió, vou estar em Salvador na segunda-feira, e em São Paulo, é mostrarmos que somos a mudança segura que o Brasil almeja e que o Brasil necessita. Mudança no que diz respeito à compreensão do papel do Estado, mudança na busca da eficiência do setor público, mudança naquilo que para mim é essencial da vida publica: os valores éticos e morais. É isso que o PSDB representa.

 

Sobre propostas na segurança pública e saúde.

O Brasil está se transformando hoje quase em um Estado unitário. E temos que compreender, em primeiro lugar, que é preciso que haja uma política nacional de segurança que o Brasil não tem. E sei que no Maranhão como um todo, em São Luís, em especial, os problemas de criminalidade são muito graves. Mas não é hoje uma questão específica do Maranhão. É de todo o Brasil. Termos um Plano Nacional de Segurança, a proibição do contingenciamento dos recursos do Fundo Nacional de Segurança e do Fundo Penitenciário. Uma reforma profunda no Código Penal, para que ele não estimule a impunidade como acontece em alguns crimes é essencial.

Uma solidariedade maior da União, por exemplo, no financiamento da saúde que é uma outra tragédia nacional e aqui também extremamente grave. Quando o PT assumiu o governo, 54% de tudo o que se gastava em saúde pública vinham da União. Passaram-se 11 anos, apenas 45% desses investimentos vêm da União. Isso significa que os prefeitos pagam a maior parte dessa conta. E uma outra questão que me preocupa no nível nacional e tem efeitos no Maranhão é a incapacidade do atual governo de conduzir os investimentos de forma adequada. São obras com sobrepreço espalhadas pelo Brasil inteiro. O Brasil virou um grande cemitério de obras inacabadas.

O que posso garantir é que investimentos estruturantes como, por exemplo, a Norte-Sul serão concluídos no governo do PSDB. Um governo que tem a marca da eficiência a marca do planejamento. Então, investimentos em parceria na segurança, na saúde, na infraestrutura. Investimentos planejados, que comecem com um preço e sejam concluídos com aquele preço, é uma marca que, tenho certeza, faremos chegar também aqui no Maranhão.

 

Sobre possibilidade de o ex-presidente Lula ser o candidato do PT.

Já disse há algum tempo que para mim não importa quem seja o candidato. Tratarei todos com enorme respeito, sou adversário é deste modelo que está aí. O modelo da ineficiência, do aparelhamento absurdo da máquina pública, da ausência de resultados, da fragilização da economia que inibe o nosso crescimento. Esse modelo que permitiu o recrudescimento da inflação, que traz tanto sofrimento e preocupação a tantos brasileiros e tantas brasileiras. Tenho convicção de que o PSDB é a alternativa mais viável a esse modelo. Quanto ao candidato, esse é um problema que deixo para o PT resolver.

 

Sobre o apoio de prefeitos do PSDB do Maranhão, como Sebastião Madeira, a Flávio Dino.

A conversa sempre se manteve em um altíssimo nível. Tive a oportunidade de receber em minha residência em Brasília, por mais de uma vez, o amigo Flávio Dino, que veio pelas mãos de vários companheiros do partido, em especial o companheiro Brandão, o deputado Pinto. E desde o início dessas conversas estamos envolvendo todo o partido. Estou muito feliz de estar aqui ao lado do meu amigo João Castelo. Em outras vezes estivemos juntos aqui em São Luís. O prefeito Sebastião Madeira, aqui ao nosso lado, também será uma força importante nessa caminhada. Estamos juntos. Estamos juntos em um projeto que é muito mais do que a busca da vitória desse ou daquele partido, ou a derrota desse ou daquele grupo. Queremos construir um tempo novo, um governo novo, ousado e eficiente no Maranhão. E estou muito feliz de poder dizer aqui, que o PSDB está unido e ao lado de Flávio Dino para termos uma grande vitória.

 

Sobre o Bolsa Família.

Quero ao final, para encerrar, até porque eu tenho uma trajetória política de quase 30 anos consecutivos de mandado e só compreendo a política de uma forma: falando a verdade, é apenas essa que justifica estarmos aqui, trabalhando, disputando eleições. Quero reafirmar aquilo que tenho dito no Congresso Nacional: tenho críticas importantes a várias ações do governo, mas tenho reconhecimento para que conquistas, que são conquistas da sociedade, sejam mantidas.

Apresentei, já há alguns meses no Congresso Nacional, no Senado da República, uma proposta que transforma o programa Bolsa Família, que teve origem no PSDB, no governo do presidente Fernando Henrique, com o Bolsa Escola e o Bolsa Alimentação, depois corretamente unificados pelo presidente Lula, se transformaram no Bolsa Família, mas eu apresentei uma proposta que o transforma em política de Estado. Incorpora o Bolsa Família à LOAS, a Lei Orgânica de Assistência Social, onde está o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), onde está a prestação de beneficio continuado para idosos e deficientes de baixa renda, para que haja tranquilidade em relação aos beneficiários. Para que não haja a utilização absolutamente irresponsável de um programa tão importante e definitivo como esse em campanhas eleitorais.

Quero convocar e convidar todos os senadores da República para que, na próxima quarta-feira, na Comissão de Assuntos Sociais do Senado Federal, possa aprovar a nossa proposta, que, repito, transforma o Bolsa Família definitivamente em política de Estado. E aí, independentemente de qual seja o governo, o cidadão que dele precisa e que o recebe saberá que poderá continuar contando com o programa.

Aécio Neves – Entrevista Coletiva em Belo Horizonte

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, concedeu entrevista coletiva, nesta sexta-feira (14/02), em Belo Horizonte (MG). Questionado sobre a crise energética nacional, Aécio Neves afirmou que o intervencionismo do governo federal tem desestruturado o setor. O senador também comentou sobre política econômica, segurança pública, eleições 2014, Copa do Mundo, entre outros assuntos.

 

Leia a transcrição da entrevista do senador:

Sobre o risco de apagões que está acontecendo e a energia mais cara, como o Sr. vê isso?  

O que houve foi que desestruturaram o setor de energia, com um intervencionismo absurdo que foi feito nos últimos anos. Alertávamos para isso: um viés populista com o discurso de queda de tarifas. Agora, estamos vendo o setor sem capacidade de investimentos e, ao mesmo tempo, com o governo sendo obrigado – com recursos do Tesouro – a socorrer as empresas, seja de geração ou de distribuição. Todos defendemos a diminuição da conta de luz. Mas isso deveria ter sido feito com a redução dos tributos federais. Portanto, o que ocorreu com essa intervenção: os investidores foram embora. A Cemig, que é uma empresa gerida profissionalmente, perdeu R$ 10 bilhões de seu valor de mercado em dois dias, e aconteceu isso também com a Eletrobras, que hoje é uma empresa deficitária.

Então, um setor que estava razoavelmente organizado, um setor que estava planejando investimentos relevantes, não faz mais investimentos. O que tem salvado o governo, infelizmente, é que paramos de crescer. A indústria parou de crescer, sobretudo a indústria intensiva. Tivemos uma participação da indústria no PIB do ano passado de 13% de nossa matriz econômica, o que é muito pouco, já foi de 20%. Então, acho que a irresponsável intromissão do governo federal na área de energia nos coloca hoje –  obviamente agravado pelas questões climáticas, pela ausência de chuvas – no limite da capacidade, sobretudo, de transmissão do sistema. Além de mais uma demonstração da ausência de planejamento desse governo.

Existem hoje mais de 30 usinas eólicas prontas no Brasil. Prontas, com as torres implementadas, sem linhas de transmissão. Não foram feitas as linhas de transmissão que ligam os parques eólicos ao sistema. E aí estamos com as nossas térmicas – que construímos no governo Fernando Henrique para as situações emergenciais – trabalhando “full”, no limite, a um custo muito grande. Vou repetir, para encerrar: já está havendo racionamento, através de quê? Através do aumento do preço da energia, que mais que dobrou na última semana. É uma forma de você inibir o consumo. É uma forma lateral de estabelecer, na verdade, o racionamento de energia no Brasil.

 

O Sr. acha que o governo está mascarando resultados, em função das eleições? Como é a perspectiva do senhor para a economia nesse ano? 

Muito ruins. Todas as agências já estão revendo pra baixo os indicadores de crescimento. Já ouvi falar de expectativa de 1,5% para esse ano, em função da incapacidade de o Brasil crescer – seja pela ausência de energia, seja pela enorme desconfiança, pela falta de credibilidade que é principal a marca da economia brasileira. Infelizmente, será um ano difícil, e 2015 será um ano mais difícil ainda.

 

Sobre a segurança pública, o Sr. poderia falar o que defende à segurança?

A questão da segurança hoje é o que há de mais urgente a ser enfrentado, e não foi, nesses 11 anos de governo do PT. É preciso que a gente lembre que apenas 13% de tudo o que se investe em segurança vem do governo federal, e 87% dos estados e municípios. Não é justo – o governo federal tem mais de 60% do que se arrecada, e vem virando as costas. Não libera os recursos do Fundo Penitenciário, e do Fundo Nacional de Segurança, aprovados no orçamento. Eu próprio, Aécio, tenho um projeto, que tramita desde 2011, que impede esse contingenciamento. Contingenciamento significa o governo não liberar; represa, segura esses recursos. Eu defendo que tudo o que é aprovado para a segurança seja distribuído para os 27 estados a partir de um parâmetro que se crie – população e indicadores de criminalidade, por exemplo.

O governo federal guarda esse recurso até o fim do ano e distribui um pedaço dele para os amigos e o outro pedaço vai fazer o superávit. Isso nós queremos proibir. Queremos aumentar a participação do governo e que esses 13% possam vir para 16% ou 17%. Ajudaria os estados a ter mais efetivos, mais policiais, mais viaturas na rua, mais investimentos e equipamentos e a inteligência.

Por outro lado, existe uma questão que é afeita o Congresso Nacional, mas a base de apoio do governo que é amplamente majoritária não deixou avançar até hoje. Por exemplo, estamos assistindo menores, adolescentes cometerem cada vez mais crimes e não há punição para eles porque eles só podem ficar até três anos, ficam nessas casas-lares ou em instituições desse tipo nos estados e depois saem com a ficha limpa.

O que estamos propondo é que um jovem que cometeu um crime hediondo, que é reincidente, e existem exemplos pelo Brasil afora que o próprio juiz na hora de julgá-lo possa puni-lo com base no Código Penal. Então, ele não cumprirá três, cumprirá pelo menos, por exemplo, oito anos. Cumpre os três primeiros nesse estabelecimento e cumpre os outros cinco anos, por exemplo, em um estabelecimento intermediário. Temos que tirar do jovem essa sensação de impunidade, de que pode fazer e fica por isso mesmo.

Tenho um projeto que caminha junto com esse que triplica em alguns casos a pena para os bandos, para as quadrilhas que utilizam os menores de idade para cometimento de crimes. O que acontece hoje? O crime, o roubo, o assalto a uma casa, a um banco. Aí, eventualmente, não deu certo, alguém morre, o menor de idade é que assume o crime mais grave porque os outros são ali penalizados pelo crime menor. Então, queremos impedir ou pelo menos inibir a utilização desses jovens já feita de forma quase que estrutural pelas principais quadrilhas brasileiras.

 

O Sr. acha que tende a aumentar a violência até a Copa devido a esses últimos acontecimentos?

Eu espero que não porque eu não coloco essa coisa no âmbito político. Não interessa a ninguém do Brasil que a violência ocorra ou que ela se agrave. Tanto que eu acho que esses Black Blocs, essa violência que tomou conta das ruas, impede as manifestações pacíficas que são legítimas e devem até existir desde que respeitando o patrimônio público, desde que respeitando a vida das pessoas e também o ir e vir da cidade. Você não pode pegar 50 pessoas e paralisar uma cidade. Isso não é adequado, isso não é sequer democrático. Portanto, apoio uma proposta que o secretário Beltrame apresentou no Congresso esta semana que, na verdade, permite a polícia, que deixa mais claro o que a polícia pode fazer. Se alguém está mascarado portando, por exemplo, um pau e uma pedra em uma determinada manifestação, pode ser apreendido para averiguação. O policial tem o dever de fazer isso. Porque ele não está ali para reivindicar melhor escola, menos corrupção ou mais saúde.

 

O país está preparado para a Copa?

Não está há muito tempo porque tudo aquilo que o governo federal previu em relação a investimentos não foi feito. 25% no máximo das obras de mobilidade estarão prontas. O que está pronto para a Copa são os estádios, que não foram conduzidos, que as obras não foram feitas pelo governo federal, foram feitas pelos estados com a parcela de financiamento do BNDES que será paga. Se dependesse do governo federal conduzir, tocar as obras dos estádios, teríamos que jogar na várzea ou na praia porque aquilo que dependeu do governo federal que é mobilidade, melhorias dos nossos hospitais, nossos aeroportos, nada aconteceu.

Aqui em Belo Horizonte é o mesmo. Não vai ficar pronto aquilo que foi prometido. Em 2010, acompanhei a assinatura do documento de compromisso para as obras da Copa. Falava-se em ampliação da pista, falava-se em ampliação do pátio para que pudéssemos ter aqui volume maior de tráfego aéreo. Isso desapareceu. Nada disso foi feito. Isso vai ficar para o concessionário se quiser e quando quiser fazer. A omissão do governo federal casada com a ineficiência e com a incapacidade de gestão do governo vai custar muito caro ao país.

 

Nós vamos pagar muito vexame? O Sr. acha que os europeus vão vir?

Acho que há uma certa perplexidade em relação às imagens do Brasil que estão sendo transmitidas lá fora, mas espero que eles possam vir e espero que até lá, minimamente, a segurança deles possa ser garantida.

  

A impunidade dos criminosos é uma das principais reclamações dos policiais. E isso passa pelo Congresso. O que o Sr. pensa sobre isso?

Estamos com uma comissão instalada há três anos, discutindo reforma no Código Penal e no Código de Processo Penal onde estão as ticanas, os recursos intermináveis que levam quase sempre à prescrição dos crimes. E quem lidera inclusive este trabalho é o senador Aloysio Nunes que é o líder do PSDB e foi ministro da Justiça de Fernando Henrique. Mas é preciso que as pessoas compreendam o seguinte: a maioria do governo parece não querer votar esta matéria. Eles quem têm maioria. Somos cerca de 20% do Congresso Nacional. A oposição, infelizmente, não consegue colocar em votação que não seja em acordo com o governo. Quem sabe agora, a partir do caos que está se tornando a questão da segurança pública, que eles possam se mexer. Até agora, não se mexeram.

Inclusive, esta proposta do Beltrame à qual me referi, que as pessoas não podem se manifestar com violência ou sem se identificar, está na mesa do ministro da Justiça desde o ano passado, muito antes da morte deste cinegrafista que não houve qualquer ação do governo federal. Mas este é um governo reativo. É um governo que só age depois que os problemas ocorrem seja na questão ética, seja na questão da infraestrutura e, agora também, na área de segurança.

 

Sobre encontro com empresários em Minas.

Minas é minha casa. Estar em Minas é algo corriqueiro pra mim. Apesar de trabalhar em Brasília como senador, e estar com essa agenda nacional, viajando como presidente do PSDB no Brasil inteiro, quando eu chego em Minas eu não estou “indo”, eu estou “vindo”, estou chegando. E hoje, tendo a oportunidade de, ao lado do governador Antonio Anastasia, conversar com empresários mineiros que, estão todos com o mesmo sentimento que estamos: de preocupação em relação ao futuro do Brasil. Não somos uma ilha. Por mais avanços que tenhamos tido, e tivemos avanços extremamente consistentes ao longo desses 12 anos – na economia, com o aumento dos investimentos do estado, na área social, com indicadores como, na área da educação, que nos coloca em primeiro lugar no Brasil – nós dependemos também das ações do governo federal.

Minas  depende do crescimento da economia nacional para que nós possamos aqui estar gerando empregos de melhor qualidade. E, infelizmente, o que assistimos hoje no Brasil é uma equação perversa: de crescimento baixo, inflação alta, e tudo isso emoldurado por uma crise de credibilidade que afasta investimentos que seriam nesse momento extremamente relevantes para o país. Vamos aqui trocar ideias, vamos falar um pouco dessas nossas parcerias que trouxeram Minas, nesses últimos 12 anos, a ser hoje uma referência de gestão pública eficiente no Brasil, mas eu quero também falar, aos meus companheiros, na minha terra, à minha gente, o que penso em relação ao que precisa ocorrer no Brasil para superarmos essa quadra de muita incerteza.

 

O Sr. acha que pode conseguir o apoio expressivo do empresariado em sua campanha? 

Busco, hoje, conduzir uma proposta. Não sou candidato oficializado pelo meu partido. Sou presidente do partido. E o PSDB, como o maior partido de oposição, não tem a opção de apresentar uma proposta. Tem a obrigação. É nossa responsabilidade, como maior referência da oposição, até mesmo pela importantíssima parcela de contribuição que demos na construção desse Brasil de hoje, com a estabilidade da moeda, com a modernização da economia, com a Lei de Responsabilidade Fiscal, é responsabilidade nossa, por um lado, alertar o Brasil para o risco de essas conquistas tão fundamentais para que o Brasil crescesse ao longo desses últimos anos, e que hoje estão em risco, portanto, alertar o Brasil para a necessidade de retomarmos e fortalecermos essas conquistas, como dizermos quais os próximos passos, as próximas etapas que o Brasil precisa viver.

O Brasil não deve se contentar, pelo menos na minha avaliação, em ser o país do pleno emprego de dois salários mínimos. Não podemos continuar no final da fila. O Brasil cresceu no ano passado – apenas para ficar no nosso ambiente sul-americano – apenas mais do que a Venezuela. No ano anterior, em 2012, havia crescido apenas mais que o Paraguai. Nenhuma propaganda oficial, por mais bilionária que seja, e nenhuma ação do governo, por mais truculenta que seja, mascara a realidade. E a realidade é que estamos colocando em risco os pilares fundamentais da macroeconomia que nos trouxeram até aqui – de metas de inflação confiáveis, de superávit fiscal com credibilidade, sem maquiagem dos números. Portanto, é muito importante que resgatemos essas conquistas, e possamos imprimir no Brasil um governo em que o aparelhamento da máquina pública seja substituído pela meritocracia e pela eficiência.

 

O ex-ministro Fernando Pimentel deixou o governo e hoje vai ser uma espécie de pré-lançamento da candidatura dele, com a presença do Lula. Vai haver uma tentativa muito forte de entrar em Minas Gerais, por parte do ex-presidente Lula? 

Sempre houve, em todas as últimas eleições. Tivemos aqui a presença maciça, muitas vezes até radicalizada, do ex-presidente da República, da própria presidente da República, e os resultados vocês conhecem. Podem até querer fazer o mineiro de bobo, mas o mineiro não é bobo. O mineiro sabe que os avanços mais relevantes que tivemos ao longo desses anos se devem ao esforço do governo do Estado.

Vejo o ex-presidente da República, meu amigo ex-presidente Lula, infelizmente mal informado pelos seus aliados no Estado. E com uma visão que não me parece republicana. Li hoje uma entrevista onde usou-se a expressão: “todo o dinheiro era do governo federal”, como se fosse quase que um gesto de bondade do governo federal fazer parceria com os estados. Isso é uma grande bobagem. Não existe dinheiro federal, dinheiro estadual, dinheiro municipal; existe dinheiro público. Dinheiro vindo dos nossos impostos. Do trabalhador, do povo mineiro. E as parcerias que o governo federal deveria fazer com Minas Gerais, nas questões essenciais, não foram feitas.

Infelizmente, nisso, o ex-presidente está mal informado. Ao contrário: programas estruturantes com o Luz para Todos tem mais de 70% de seus recursos de responsabilidade do Estado, e não da União, e as grandes questões essenciais para o Estado como o metrô de Belo Horizonte, como a BR-381 e o próprio Anel Rodoviário não foram iniciadas até agora. E questões que seriam extremamente relevantes para o desenvolvimento do Estado como uma nova unidade da Fiat ou mesmo o pólo acrílico da Petrobras, vocês sabem bem o que aconteceu. Por uma ação pessoal e pontual do governo do PT, acabaram indo para outras regiões do Brasil.

 

O fato de a presidente Dilma não ter conseguido um empresário para o lugar de Fernando Pimentel pode ser um recado dos empresários de que eles não foram ouvidos e estão preocupados com a política econômica adotada pelo PT?

Tenho andado por todo o Brasil e, obviamente aqui por Minas Gerais, e há um sentimento claro de muita insegurança em relação ao que está por vir. É uma segurança que nasce em solo brasileiro, mas ecoa pelo mundo. Tivemos o constrangimento de ver a presidente do Fed, do Banco Central americano, há poucos dias falar da vulnerabilidade da economia brasileira. Por quê? Porque no momento em que tínhamos as melhores condições, no próprio governo do presidente Lula, com a economia crescendo de forma extremamente significativa, com um presidente com altíssima popularidade, com uma base de apoio no Congresso Nacional jamais antes alcançada na história do Brasil, não se fez absolutamente nenhuma reforma estruturante. E hoje o Brasil é carente destas reformas.

 

Como o Sr. vê a possibilidade de o deputado Eduardo Azeredo renunciar ou pedir licença para não atingir o PSDB com as denúncias contra ele e não atingir a campanha?

Esta é uma decisão de foro íntimo que ele terá de tomar. Como eu disse já há algum tempo e repito aqui em Minas Gerais, Eduardo Azeredo é conhecido e reconhecido como um homem de bem e terá a oportunidade de se defender junto ao Supremo Tribunal Federal. E, obviamente, diferente do PT, teremos de acatar e respeitar a decisão do Supremo. Esperamos que ele possa se defender de forma adequada.

 

Candidatura do PSDB no RJ

Falo sempre que a política é a arte de administrar o tempo. O PSDB tem a intenção em ter uma candidatura que fale para o Rio de Janeiro, menos preocupada com uma estrutura partidária, mas mais preocupada em falar o que fazer para o futuro do Rio de Janeiro, como manter e ampliar a relação com outros níveis de governo, sobretudo como o governo federal. Temos tido conversas atores importantes da vida carioca e o que posso dizer a vocês é que o mês de março, para nós, é o mês das definições. O PSDB e sua aliança é caminho para ter candidatura própria.

 

Sobre uma possível candidatura do técnico de vôlei Bernardinho.

É um nome sempre lembrado, que pessoalmente não escondo, vejo como uma cara nova para o Rio de Janeiro. Vamos aguardar a evolução das conversas. Como disse, não queremos antecipar esse processo, mas não vamos também retardá-lo indefinidamente. Até o final do mês de março, acredito, logo depois do Carnaval, teremos uma definição sobre o palanque do PSDB no Rio de Janeiro.

 

Sobre ex-governador José Serra

Qualquer que seja o caminho que o ex-governador José Serra buscar, ele terá no plano nacional uma participação de extremo relevo pela sua qualidade e importância política e, sobretudo, pelo cabedal eleitoral que ele carrega consigo.

 

Sobre as manifestações nas ruas

Elas estão acontecendo e é natural prever que voltem a acontecer. Quero aqui deixar uma palavra muito clara em relação a um projeto que tramita no Congresso Nacional, proposta apresentada pelo secretário de Segurança do Rio, José Maria Beltrame, que eu acredito que possa ajudar a permitir que as manifestações pacíficas continuem a acontecer. Porque nada mais perverso nessa ação dos chamados Black Blocs, além das depredações e agora da morte de um jornalista, do que a inibição das manifestações pacíficas porque eles afugentam das ruas aqueles que querem lutar por um transporte de melhor qualidade, por mais ética na vida pública, esse é o efeito colateral da ação dos Black Blocs.

Tenho absoluta simpatia por uma proposta que proíbe que, nas manifestações, as pessoas não se identifiquem e que portem qualquer instrumento que possa atentar contra a vida ou contra o patrimônio seja público ou privado. Também em relação ao Código Penal eu defendo que haja um agravamento dos crimes que advenham dessas manifestações, portanto, crimes cometidos em meio a manifestações utilizando-se as multidões devem ter sua pena agravadas. Essa é uma proposta que já está tramitando no Congresso Nacional e pretendo discutir para que o PSDB possa apoiar.

Externo aqui a minha posição pessoal e que devemos coibir com absoluta firmeza as ações desses Black Blocs. E de alguma forma respeitar e preparar nossas forças de segurança nossa polícias para conviver pacificamente com as manifestações que sejam pacíficas.