Aécio Neves quer criar o superministério da Agricultura

O candidato à presidência da República, Aécio Neves, afirmou que em seu governo o Ministério da Agricultura vai ganhar mais força. Na proposta de Aécio, a pasta vai reunir além de setores da pecuária e abastecimento, o atual Ministério da Pesca. Aécio se encontrou esta semana com empresários e produtores rurais durante sabatina promovida pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, CNA.

 

Sonora de Aécio

“Teremos um superministério da agricultura, da pecuária, da pesca, do abastecimento. E discutirei, oportunamente, até mesmo, a possibilidade de outras atividades virem para essa área. Falo superministério, porque será um ministério que sentará em todas as câmaras relevantes, do ponto de vista da formulação de política econômica, do ponto de vista dos investimentos, da discussão tributária, em especial, e da discussão orçamentária, na hora de definirmos planejamento. Será o ministério, assim como todos os cargos afins a ele vinculados, ocupados pela meritrocacia.”

 

Aécio afirmou que, eleito, vai reforçar e ampliar a estrutura da Embrapa nos estados, ampliando o acesso à tecnologia desenvolvida pela empresa para a agricultura de pequeno e médio portes.

 

Boletim

“Brasil precisa cada vez mais ser parceiro do agronegócio”, diz Aécio Neves em Uberaba (MG)

Em visita a Uberaba (MG), nesta sexta-feira (02/05), o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, destacou a importância do agronegócio para o desenvolvimento do mercado brasileiro e o aumento da competitividade do setor. Aécio debateu propostas e ouviu demandas durante encontro com cerca de 200 produtores e pecuaristas na Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), durante a 80ª Expozebu, uma das maiores feiras de agronegócio do país.

“O Brasil precisa cada vez mais ser parceiro do agronegócio, parceiro de quem trabalha no campo. Eu venho de uma família de pequenos produtores rurais, pequenos produtores de café, e isso está na minha essência. Não é algo que aprendi ao longo da vida. A grande verdade é que essa importância do agronegócio, ao longo do tempo, vem aumentando”, afirmou.

Aécio Neves destacou os prejuízos que a falta de infraestrutura vêm trazendo ao setor, que esbanja produtividade em sua produção.

“Não fosse o agronegócio, não teríamos os resultados – ainda pífios – que a economia brasileira vem apresentando. Eles seriam nulos. Ninguém é mais produtivo que o brasileiro da porteira para dentro. O problema começa da porteira para fora, quando faltam ferrovias, hidrovias, rodovias, portos, planejamento. Tudo isso, obviamente, tira a competitividade de quem produz no Brasil”.

Aécio Neves cobrou do governo federal mais atenção ao setor, e sugeriu foco a questões como segurança jurídica, incentivo ao crédito e uma política de expansão de mercado que traga abertura às relações comerciais dentro e fora do país.

“Todos queremos um país sustentável, que cresça e se desenvolva respeitando o meio ambiente. Isso é plenamente possível”, apontou. “Infelizmente, o planejamento está ausente no Brasil em absolutamente todas as áreas. Falta apoio permanente do governo, compreensão de que o agronegócio é um setor que apresenta potencial de desenvolvimento extraordinário”, disse Aécio.

 

Carga tributária

Acompanhado do presidente do Instituto Teotônio Vilela de Minas Gerais (ITV-MG), Pimenta da Veiga, do governador do estado, Alberto Pinto Coelho, e de lideranças do PSDB e de outros partidos, Aécio Neves voltou a defender a simplificação do sistema tributário brasileiro, em benefício ao Brasil que produz.

“Temos uma carga tributária escorchante, de 38% do Produto Interno Bruto (PIB), que nos tira a competitividade e inibe atividades em várias áreas, não apenas no agronegócio. Nos últimos dez anos, desde que esse governo assumiu, a carga tributária de responsabilidade da União cresceu 5%. Isso é uma demonstração clara da concentração perversa de receita nas mãos da União”, afirmou o ex-governador de Minas.

Segundo Aécio Neves, o projeto, focado no “emaranhado de impostos indiretos que temos hoje”, será o primeiro passo para a abertura do espaço fiscal brasileiro, que incluirá os gastos correntes do governo, que atualmente crescem vertiginosamente.

“A desoneração deve ser horizontal, e não pontual. Um Estado mais eficiente é o que depende menos de carga tributária. A partir de uma desoneração gradual poderemos reduzir essa carga tributária de quase 38% e, paulatinamente, garantir a competitividade a quem produz no Brasil”.

 

Homenagem

Ao término da reunião com produtores, o senador recebeu uma carta aberta assinada pelo diretor presidente da Associação Nacional dos Profissionais da Embrapa, Julio Maria Porcaro Puga. No documento, a associação manifestava preocupação com os rumos da pesquisa no Brasil, por conta do aparelhamento “silencioso e contínuo” a que a máquina pública federal é submetida e defende o fortalecimento da Embrapa.

Aécio Neves ainda foi homenageado com uma medalha pela ABCZ por serviços prestados à agropecuária nacional. O senador participou da comemoração pelos 80 anos da entidade e visitou as instalações da Expozebu, cumprimentando os trabalhadores. A feira será inaugurada oficialmente neste sábado (03/05).

Gol de mão

O intolerável grau de aparelhamento do Estado brasileiro pelo PT chegou às instituições de pesquisa, guardiãs do conhecimento e da informação que serve ao desenvolvimento do país. O Brasil corre o risco de entrar na mesma rota que levou a Argentina a perder credibilidade quanto às suas estatísticas oficiais.

O episódio recente em torno do IBGE passou a muitos a impressão de que o instituto estaria dando um perigoso passo na direção dos problemas que minaram o Instituto Nacional de Estadística y Censos (Indec), do nosso vizinho, cujos dados sobre inflação e PIB são considerados tão corretos quanto o célebre gol de mão feito por Maradona contra a Inglaterra.

 

Leia mais: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/aecioneves/2014/04/1440214-gol-de-mao.shtml.

É preciso evitar a destruição da Embrapa

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) é reconhecida, no setor estatal do país, pela seriedade, qualidade e relevância de seu trabalho. É um órgão de ponta, considerado um dos grandes responsáveis pelo salto da produção agropecuária devido ao pioneirismo das pesquisas para aumento da produtividade e adaptação de espécies a diferentes regiões brasileiras. Além dos trabalhos com pesquisas na área da genética, responsáveis pelo primeiro clone brasileiro.

É uma empresa estatal diferenciada em que, num universo de 9.870 empregados, apenas dez são comissionados sem integrar o quadro efetivo. Um quarto dos servidores é de pesquisadores, dos quais 74% têm doutorado e 7%, pós-doutorado. Há uma tradição de nomear funcionários de carreira que se destacam para os cargos de direção, uma forma de manter livres de influências políticas externas, tanto quanto possível, as metas traçadas.

Surgem, todavia, nuvens carregadas no horizonte da Embrapa. Há indícios de aparelhamento e apadrinhamento partidário em setores estratégicos da empresa, de afrouxamento de critérios para escolha de diretores, com predominância do critério de indicação política. Esses indícios são uma ameaça ao padrão de qualidade e relevância mantidos pela Embrapa, mas não chegam a surpreender, pois tem sido rotina governamental em relação ao setor estatal brasileiro.

Neste momento, em que espoucam escândalos envolvendo a direção da maior e mais importante estatal — a Petrobras— durante os governos do PT, é desanimadora a perspectiva de a Embrapa — a “joia da coroa”, como uma vez a chamou o ex-presidente Lula — ser afetada no que tem de mais valioso: os critérios do mérito profissional na indicação de seus principais dirigentes.

A atual diretoria foi escolhida, em abril de 2011, dentro dos critérios que prevaleciam na empresa — processo de seleção interno, com análise de currículos e classificação das melhores posições, para posterior indicação dos nomes pelo Conselho de Administração e Ministério da Agricultura. Mas os mandatos terminam este mês e, na nova composição, deve ganhar força a indicação política. Lamentável.

Maurício Antônio Lopes, atual presidente e pesquisador de carreira, chegou à função, em outubro de 2012, por nomeação do Planalto, sem seleção interna. Em entrevista ao GLOBO, negou que haja aparelhamento da Embrapa por partidos políticos, admitindo apenas “preferência política” por parte de alguns diretores e chefes de área.

A Embrapa não precisa de politicagem, mas de profissionalismo, orçamento seguro e parcerias privadas para ter condições de manter sua atuação de ponta num setor tão estratégico para o Brasil somo a agropecuária. É preciso evitar a sua destruição.

 

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