Aécio Neves – Eleições em Belo Horizonte

Gostaria, em nome de tantos companheiros e companheiras que aqui estão, dizer uma palavra, claro que aos cidadãos belo-horizontinos, mineiros e brasileiros, mas me permito nesse momento a você, João. Quero agradecer a você por ter colocado a sua história de vida, a sua biografia, a sua correção, a sua seriedade à disposição do povo mineiro, do povo belo-horizontino. Estamos muito orgulhosos da campanha que você fez, falando a verdade, dizendo aquilo em que acredita. Diferente do futebol, onde as vezes a gente empata, na política a gente ganha ou perde. Perdemos essa eleição. Desejo, e desejamos todos, nós ao prefeito eleito que possa atender às expectativas que hoje, certamente aqueles que nele votaram têm em relação ao seu futuro.

Continuaremos a nossa caminhada falando a verdade, acreditando que a política é o mais valioso instrumento que uma sociedade democrática tem para superar suas dificuldades. O seu partido, com seu apoio aqui em Belo Horizonte, teve a mais extraordinária vitória da sua história. Quero cumprimentar o prefeito eleito de Contagem, nosso companheiro do PSDB, Alex de Freitas. Quero cumprimentar o prefeito Bruno Siqueira que, em parceria com o PSDB, vence em Juiz de Fora. Quero cumprimentar Humberto Souto que vence em Montes Claros e a todos os peessedebistas que tiveram das 19 cidades que disputaram nesse segundo turno, a vitória em 14 apenas na cabeça de chapa e em muitas cidades participando da chapa ou das coligações. Continuaremos fieis àquilo que acreditamos, a decência, a correção e a boa política. Ao futuro prefeito, boa sorte. E a nós caberá o papel de fiscalizá-lo e de estarmos ao lado de tantos belo-horizontinos que compreenderam o seu trabalho e acreditaram em você.

Aécio Neves – Entrevista sobre as eleições 2016

Qual a repercussão da eleição do João Leite?

Chegamos hoje à fase final dessas eleições. Darei uma primeira palavra como presidente nacional do PSDB. Uma segunda onda azul está tomando conta do país como já havia acontecido no primeiro turno. O PSDB será, na história do Brasil, após a apuração dos votos, o partido político que governará o maior número de brasileiros. Isso é uma resposta clara da sociedade brasileira ao papel que o PSDB vem desempenhando ao denunciar as irregularidades e irresponsabilidades do governo petista, ao liderar uma agenda de reformas essencial para que o Brasil construa um caminho de recuperação econômica e de recuperação do emprego.

Os brasileiros estão, de Norte a Sul do país, dizendo mais uma vez que confiam no PSDB. Das 90 maiores cidades brasileiras – aquelas que estariam aptas a ter segundo turno e nem todas tiveram porque algumas tiveram eleição já resolvida em primeiro – o PSDB poderá estar governando cerca de 1/3 destas cidades, num quadro partidário de mais de 30 partidos disputando as eleições. Aqui, em Minas já havíamos tido um excepcional resultado no primeiro turno e continuaremos a ter resultados positivos no segundo turno.

Quero dizer que aqui, em Belo Horizonte, fizemos uma belíssima campanha com um candidato correto, preparado, que disse a verdade. O PSDB, portanto, se orgulha muito da campanha que foi feita por João Leite. E temos muita confiança que a resposta final do eleitor de Belo Horizonte será favorável a um governo sério, qualificado, que construa parcerias em favor da cidade.

Não posso deixar de fazer aqui também um registro em relação à grande vitória política que já tivemos sobre aquele que sempre foi, historicamente, o nosso maior adversário, o PT, que além de ter tido uma votação em Belo Horizonte muito pouco expressiva no primeiro turno, agora vive o mais alto constrangimento de apoiar por debaixo dos panos a candidatura do nosso adversário e ser renegado por ele publicamente.

Triste fim do PT em Belo Horizonte e triste destino do PT no Brasil, que nessas 90 maiores cidades estará administrando entre duas ou três, no máximo. Portanto, estou extremamente feliz com o que fizemos no Brasil, vamos aguardar o resultado das urnas. Mas estamos aqui de cabeça erguida, travamos o bom combate, tenho muita confiança de que o João Leite será vencedor ao final da apuração.

Qual o reflexo no cenário nacional da eleição em Minas?

Vejo que há uma aflição muito grande, principalmente dos jornalistas, em relação a 2018. Estamos vivendo 2016 e 2018 só vem depois de 16 e depois de 17. Querer hoje fazer uma conexão direta com 18, com os resultados destas eleições, teriam que amanhã estampar nas páginas dos jornais que o PSDB já é o vitorioso das eleições presidenciais e sabemos que não é assim. Sabemos que é preciso trabalhar, é preciso que, fechadas as urnas hoje, nos dediquemos à agenda de reformas, à agenda que vai gerar novos empregos, a agenda da estabilidade. Essa é a questão central. Histórica e cientificamente as eleições municipais têm uma relação direta com as eleições para o Parlamento e isso nós podemos constatar em todas as eleições municipais. Um partido que cresce, ele quase que automaticamente tem um crescimento também nas suas bancadas na Câmara e nas Assembleias. Isso certamente acontecerá com o PSDB em 2018. Agora é olhar para trás e dizer: travamos o bom combate, fizemos uma campanha correta, firme, programática. E tenho certeza de que teremos, em Belo Horizonte e no Brasil, uma belíssima resposta. Estou muito orgulhoso do que o PSDB fez ao longo de toda essa campanha.

Visita a Vila Velha (ES)

“A PEC que estabelece teto para aumento dos gastos públicos é essencial nesse momento para o Brasil, mas não deve vir sozinha. Ela deve vir acompanhada de outras reformas. Chegamos no fundo do poço. Ou nós resgatamos o equilíbrio das contas públicas ou vamos encontrar um alçapão lá no fundo. A PEC é essencial para isso e para reativarmos a economia com mais investimentos e empregos”, disse senador Aécio Neves, presidente nacional do PSDB, nesta sexta-feira (21/10), em Vila Velha (ES), onde participou de ato de campanha do candidato tucano à prefeitura, Max Filho.

Aécio Neves Vila Velha

Foto: George Gianni

O recado que veio das urnas

Os brasileiros falaram alto nas eleições municipais do último domingo. Com clareza e coragem, os eleitores apontaram a direção para onde desejam ver caminhando o país. Até mesmo na elevada taxa de abstenção e de votos brancos e nulos é possível identificar as vozes que clamam por um país novo. Reconhecer este país que emerge das urnas de outubro é essencial para fundamentar as escolhas a serem feitas para o futuro.

O Brasil quer mudança. A mensagem ficou mais clara na derrota do PT em todas as regiões. Depois de governar por 13 anos, o partido perdeu quase dois terços das prefeituras que ganhou em 2012. Um desempenho tão frágil que o deixou atrás de outros nove partidos. Foi uma dieta de votos radical, com o seu eleitorado municipal caindo para menos da metade.

Ao mesmo tempo em que declarou a sua insatisfação com a forma como o país vinha sendo conduzido, o eleitor brasileiro canalizou para a representação política que mais personificou a oposição ao petismo um testemunho inequívoco de confiança. O PSDB conseguiu resultados extraordinários. Nada menos que 17,6 milhões de votos para seus prefeitos e nove milhões para os vereadores.

Com isso, o PSDB se transforma no partido político que maior volume de votos recebeu em todo o país. É também o partido que elegeu proporcionalmente o maior número de prefeitos em relação à eleição de 2012. A partir de janeiro próximo, pelo menos 793 municípios brasileiros terão prefeitos tucanos – número esse que poderá se ampliar com os resultados do segundo turno. Em Minas, o PSDB já elegeu 132 prefeitos, enquanto o PT apenas 41.

A forma como o PT se apropriou do Estado para sustentar um ciclo político de continuidade, a inépcia e leniência na gestão dos recursos públicos, o desvio das bandeiras éticas e a tragédia econômica provocada por crenças equivocadas, afundando o país em uma das maiores crises de sua história, tudo isso constitui um retrato definitivo do Brasil que não queremos mais.

Em contraponto, o PSDB se apresenta como um partido que manteve a sua coerência programática, com posições claras em defesa de uma gestão responsável do ponto de vista econômico e fiscal, com uma agenda pública comprometida com a retomada do crescimento, com a eficiência administrativa, com o aperfeiçoamento dos programas sociais, com a visão de um país moderno e globalmente integrado. Só assim conseguiremos avançar, de fato.

O que as urnas também ecoam, não esqueçamos disso, é que há uma distância ainda expressiva entre a sociedade e a representação política parlamentar. Aparentemente menos interessados em política, o número de jovens eleitores entre 16 e 17 anos caiu 20% no pleito recente. Não se pode desperdiçar o vigor, a criatividade e a capacidade de mobilização desta parcela de brasileiros. A presença da juventude na vida pública é essencial para a reconstrução do país que se projeta desde o colapso do governo Dilma e que precisa ser aprofundada com a implementação de reformas estruturais.

É a hora de dar uma resposta clara a todos que votaram pela mudança. É alinhado com este sentimento de transformação que caminha o PSDB. Em direção a um país muito melhor.

Aécio comemora melhor resultado em eleições municipais da história do PSDB

REPÓRTER:

Em entrevista coletiva no Senado, nesta terça-feira, o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, voltou a ressaltar o bom resultado obtido pelos candidatos a prefeitos da legenda nas eleições municipais de 2016. Grande vencedor do primeiro turno dessas eleições, o PSDB vai governar para pelo menos 26,8 milhões de eleitores. Com este número, a legenda está perto de bater o recorde do PMDB, que alcançou 28,5 milhões de eleitores em 2008. A meta não parece distante, já que os tucanos disputarão, no fim do mês, o segundo turno em 19 cidades do país, sendo oito capitais. Aécio comemorou o melhor resultado da história do PSDB.

SONORA DO SENADOR AÉCIO NEVES

“A vitória do PSDB nas eleições, no geral e nas cidades maiores do Brasil, é algo extraordinário. Nas cidades acima de 200 mil eleitores, elegemos 14 prefeitos e disputamos outras 19 eleições, podendo, portanto, chegar a 33 vitórias ou algo próximo disso que significa que um só partido estará governando algo em torno de um terço do conjunto das cidades com mais de 200 mil eleitores no país. Então o PSDB, realmente, com humildade, mas com muita firmeza, comemora o resultado dessas eleições como o seu melhor resultado nos seus 28 anos de existência.”

REPÓRTER:

Aécio ainda destacou o mau desempenho do PT nas eleições. O PT, que antes administrava algo em torno de 17 milhões de brasileiros, passará a administrar apenas 6 milhões. A legenda teve uma perda de prefeituras de 59,4%.O tucano afirmou que o partido adversário está sendo dizimado, como consequência da má gestão dos últimos anos do país.

SONORA DO SENADOR AÉCIO NEVES

“É uma demonstração clara do fracasso, da derrocada, do falacioso discurso do golpe, do oportunista discurso da vitimização que o PT alardeou por todo o país. A grande verdade é que o PT em várias regiões do país foi simplesmente dizimando nessas últimas eleições.”

REPÓRTER:

O PSDB saltou – sem computar os cerca de 19 municípios onde disputará o segundo turno – de 686 para 791 prefeituras e de 5.146 para 5.355 vereadores.

De Brasília, Shirley Loiola.

Entrevista coletiva sobre eleições e PEC da Reforma Política

Sobre resultados do 1º turno das eleições.

Em primeiro lugar quero reiterar, mais uma vez, que esta eleição de 2016, ainda em curso com várias cidades com 2º turno para ser disputado, já apresenta dois resultados absolutamente claros. Os dois, a meu ver, dignos de registro. O primeiro deles o vertiginoso crescimento do PSDB que se transforma no partido político que mais voto recebeu historicamente, contando aqueles que certamente receberemos no 2º turno, ultrapassando inclusive uma votação que o PMDB teve em 2008. Estaremos administrando um número de 17 milhões de eleitores já apenas no primeiro turno, sendo que 11 milhões ainda em curso, em discussão.

Então, a vitória do PSDB nas eleições, no geral e nas cidades maiores do Brasil, é algo extraordinário. O PSDB poderá mesmo em uma eleição pulverizada como esta, com mais de 30 partidos disputando e vencendo pelo menos uma prefeitura, nas cidades acima de 200 mil eleitores, elegemos 14 prefeitos e disputamos outras 19 eleições, podendo, portanto, chegar a 33 vitórias ou algo próximo disso que significa que um só partido estará governando algo em torno de um terço do conjunto das cidades com mais de 200 mil eleitores no país.

Um outro dado extremamente relevante do ponto de vista pessoal, e falo como presidente do partido, para mim, um sinalizador. Tivemos vitórias muito expressivas como a de São Paulo, mas o PSDB cresceu em todas as regiões do país, sem exceção, tanto em número de prefeituras quanto em população a ser administrada pelo partido. Por outro lado, o número de vereadores do PSDB teve também um crescimento extraordinário nessas últimas eleições. Somos um dos partidos que mais cresceu. Então, esse é o primeiro dado relevante eleição, o crescimento vertiginoso do PSDB.

E o outro, não menos importante, a derrocada do PT, que deixa de administrar algo em torno de 17 milhões de eleitores para algo em torno de 6 milhões de eleitores. Tem uma perda de prefeituras, e esse é um dado que mais me chama a atenção, de 59,4%. Enquanto o PSDB salta para mais de 800 prefeituras após o segundo turno, com o crescimento acima de 16%. Isso é mais relevante porque houve um crescimento enorme no número de partidos. Manter o que tinha já era extraordinário e ter um crescimento expressivo como este é mais extraordinário ainda. E o PT teve um decréscimo no número de prefeituras em torno de 60%. Um último dado também marcante no que diz respeito às cidades com mais de 200 mil eleitores, o PT venceu apenas uma, a capital do Acre, Rio Branco. Enquanto, o PSDB, como disse, venceu 14 e disputa outras 19.

É uma demonstração clara do fracasso, da derrocada, do falacioso discurso do golpe, do oportunista discurso da vitimização que o PT alardeou por todo o país. Não fomos nós do PSDB, a população brasileira rechaçou esse discurso. O PT terá que encontrar um novo caminho para reconciliar-se minimamente com setores da sociedade que dele já tiveram próximos.

A grande verdade é que o PT em várias regiões do país foi simplesmente dizimando nessas últimas eleições. Isso é uma demonstração de que a coerência do posicionamento do PSDB, desde as eleições de 14, quando já denunciávamos tudo que vinha acontecendo no Brasil na economia, na condução das nossas empresas públicas, na perda de poder aquisitivo da população, e a coerência com que mantivemos a nossa postura ao longo de todo esse último ano e meio, inclusive a nossa posição de apoio ao impeachment, por alguns questionada num primeiro momento, mas que apoiamos com responsabilidade para com o Brasil, por respeito à Constituição, e por fim, o nosso apoio às reformas que deverão ser implementadas ao governo Temer foram compreendidas pela maioria expressiva ou pela parcela mais expressiva da população brasileira como o caminho mais correto. Então o PSDB, realmente, com humildade, mas com muita firmeza, comemora o resultado dessas eleições como o seu melhor resultado nos seus 28 anos de existência.

Sobre projeto de reforma política.

Acabei de me reunir com o presidente Renan Calheiros e definimos a data do dia 8 de novembro, a primeira semana de trabalho congressual, após o segundo turno das eleições, porque queremos aqui uma presença maciça de parlamentares para a votação da primeira etapa da reforma política. O projeto de minha autoria e do senador Ricardo Ferraço, que restabelece a cláusula de desempenho, a chamada cláusula de barreira, e acaba com as coligações proporcionais, será votada o dia 8 de novembro. Amanhã, o presidente Renan e eu estaremos nos reunindo às 11 horas no gabinete do presidente da Câmara para definir com ele a data, em aprovada essa proposta no Senado, em que ela será levada ao plenário na Câmara dos Deputados.

Nada ficou mais claro nessas eleições do que a inviabilidade de continuarmos tendo um sistema político no Brasil onde mais de 30 siglas partidas, porque a grande maioria não são partidos políticos, disputam as eleições, se apropriando indevidamente, ao meu ver, de um fundo partidário e depois negociando o seu tempo de televisão, sem que tenha a conexão mínima com qualquer setor da sociedade brasileira.

O Brasil não tem 35 linhas de pensamento político que justifique esse número abissal, esse número eu diria quase que pornográfico de partidos políticos. Portanto é o primeiro gesto concreto, corajoso, que o Congresso Nacional deve tomar a partir de experiências pretéritas, mas, em especial, dessa última eleição. Acredito que há maioria para aprovarmos no Senado e acredito que construiremos com as lideranças da Câmara a maioria para que ainda no mês de novembro, esse é o objetivo final, ainda em novembro, possamos ter restabelecidos esses critérios onde o partido político para ter funcionamento parlamentar ele tem que ter sintonia, tem que ter conexão com algum segmento, tem que representar algum segmento de pensamento na sociedade brasileira.

Depois de uma ampla discussão, optamos por criar uma alternativa até para que isso facilite a aprovação para pequenos partidos que seria federação partidária. Nossa ideia é de que ela funcione temporariamente. Nas próximas eleições, aqueles partidos que não alcancem o quociente mínimo de votos possam funcionar em aliança. Portanto, a partir de uma federação de partidos com os quais eles tenham uma afinidade programática ou mesmo ideológica. Acho que é a primeira e a maior resposta que o Senado da República e a Câmara dos Deputados darão a esse sistema político falido, carcomido, ultrapassado é votarmos a cláusula de barreira e o fim das coligações proporcionais.

Sobre a prefeitura do Rio de Janeiro, já há uma definição de quem o PSDB vai apoiar?

Conversei hoje com nossas lideranças locais, com nosso candidato Osorio, a quem quero cumprimentar pelo belíssimo desempenho que teve. Mesmo não tendo sido considerado durante boa parte da eleição pelos principais institutos de pesquisa como um candidato competitivo, ele mostrou, ao final, pelo seu resultado muito acima do previsto, como um candidato extremamente competitivo. Conversei com o presidente local do partido, deputado Luiz Paulo Correa da Rocha e, agora há pouco, com o presidente Otávio Leite e, respeitando a posição local do partido, nosso caminho será de não apoio formal, oficial a qualquer uma das duas candidaturas.

Quero inclusive cumprimentá-las por terem chegado ao segundo turno, mas o candidato Freixo representa, do ponto de vista da sua visão política, a negação daquilo que o PSDB acredita e seu próprio discurso após a eleição, onde dedica sua vitória a aqueles que consideram que houve golpe no país, e nós assistimos o Brasil viver um processo constitucional, nos afasta de forma definitiva dessa opção.

E não há identidade entre a candidatura do PSDB apresentada no Rio de Janeiro, com o candidato Marcelo Crivella. Portanto, não haverá, no Rio de Janeiro, apoio formal do PSDB a qualquer uma das duas candidaturas, e os eleitores, espero, possam tomar a melhor decisão e fazer a melhor escolha para o Rio de Janeiro.

Sobre apoio em Recife.

Em relação ao Recife, onde da mesma forma o PSDB teve um extraordinário desempenho com o deputado Daniel Coelho, que se aproximou muito do segundo colocado, também durante a campanha colocado muito à distância dele, chegou muito próximo, o que mostrou que sua candidatura era competitiva.

Quero aqui afirmar oficialmente que o PSDB apoiará a candidatura do prefeito Geraldo Júlio (PSB) porque encontra com ela, não obstante os questionamentos e críticas naturais feitos durante a campanha, uma enorme identidade. Além disso, quero aqui anunciar que o PSDB estará apoiando em Olinda o candidato Antônio Campos, do PSB, já que, também por muito pouco, por fração, não chegamos ao segundo turno, uma forma de homenagear não apenas um partido que aqui no Congresso Nacional tem tido conosco uma enorme identidade e parceria, mas nesse caso específico, é também uma homenagem ao ex-governador Eduardo Campos, apoiando seu irmão Antonio Campos, e, de alguma forma, retribuindo o importante apoio que tivemos do PSB, em Pernambuco, no segundo turno das eleições presidenciais.

O Marcelo Crivella o procurou?

Não tive ainda conversa com o senador Crivella e não tive ainda notícia de que ele tenha me procurado. Respeito pessoalmente o senador. Não tenho dúvida de que setores que votaram em Osorio poderão – já que o voto do segundo turno pode ser também o voto da exclusão, e não da opção, é natural que setores do PSDB possam apoiá-lo. Mas depois de uma discussão madura, reflexiva, optamos por não formalizar o apoio a nenhuma das duas candidaturas (no Rio). Quero dizer aqui, reiterando o respeito pessoal pelo senador Crivella.

Que avaliação o sr. faz da pesquisa do governo Temer?

Estou sabendo dessa pesquisa agora. Mas quero repetir aqui uma frase que tenho dito desde o início do nosso apoio ao presidente Temer. O presidente Temer não tem que se preocupar com curvas de popularidade. O presidente Temer tem um compromisso com a história. O seu governo é um governo de transição. É um governo que veio para fazer as reformas absolutamente necessárias, a tirar o Brasil das profundezas, do abismo, no qual os governos do PT nos mergulharam.

As reformas que estão na pauta não são mais uma opção programática, ideológica. São uma necessidade imperiosa para que o Brasil volte a inspirar a confiança, a partir dessa confiança, investimentos, e a partir deles, emprego, que é o que nós queremos. Essa pauta que está aí colocada não é mais opção. O PT fez tão mal ao Brasil do ponto de vista ético, do ponto de vista econômico, e agora social, com o desemprego de mais de 12 milhões de brasileiros, com 60 milhões de brasileiros endividados com 10 milhões de famílias retornando às classes D e E, e nós temos a obrigação de apoiar o governo Temer para retirar o Brasil das profundezas na qual o governo do PT nos mergulhou.

Por isso, se eu pudesse dar aqui uma sugestão, um conselho ao presidente, seria esse: não se preocupe com curvas de popularidade. Preocupe-se em conduzir essas reformas que o PSDB estará ao seu lado, de forma muito clara, corajosa, para defendê-las no Congresso e junto à sociedade, sabendo que lá à frente haverá compreensão, se aprovadas essas medidas, de que ele fez o que precisava ser feito.

Voto em lista e financiamento de campanha entram na PEC da reforma?

Acho que essa pode ser a segunda etapa. O que estou defendendo junto ao presidente Renan e defenderei amanhã junto ao presidente Rodrigo é que seja votada, em primeiro lugar, a primeira etapa da reforma política, que seria essa: fim da coligação proporcional e cláusula de barreira. E, na sequência, iniciaríamos o debate em relação a, por exemplo, voto distrital misto, alguns defendem voto distrital misto com metade das vagas sendo preenchidas por lista, outros já defendem a lista pura. Eu, pessoalmente, e nós, do PSDB, historicamente, defendemos o voto distrital misto no modelo alemão, mas a minha experiência no Parlamento me orienta a defender a tese de que devemos votar separadamente essas questões, para que uma eventual oposição a um tema ou uma parte da reforma não acabe por inviabilizá-la na sua complexidade, na sua totalidade.

A proposta já está na mesa do presidente do Senado, já passou pela Comissão de Constituição e Justiça, e vamos acertar com o presidente Rodrigo para que ele possa colocá-la ainda no mês de novembro em votação, sem prejuízo de outras etapas da reforma que poderão ser votadas, inclusive a questão do voto em lista ou do voto distrital misto.

A fidelidade partidária também?

Também, mas na sequência. Quero separar as coisas. Se a gente fizer uma coisa muito ampla, como no passado, não passa nada.