Aécio fala sobre a proposta do voto distrital misto nas eleições proporcionais

Farei breves considerações em relação a um projeto que, esse, sim, trará uma mudança substantiva no processo eleitoral e, por consequência, no processo político brasileiro.

Essa é uma questão que o nosso Partido, o PSDB, vem discutindo e defendendo, há muitas eleições, a mudança no nosso sistema eleitoral. A possibilidade de transformarmos o sistema teoricamente proporcional, mas não exclusivamente proporcional, que é o sistema atual, num sistema misto. A proposta do senador Serra, corroborada pela proposta do senador Eunício, permitem ao Congresso Nacional, depois de muitos e muitos anos, a possibilidade de algo estruturante, de uma mudança de fundo do nosso sistema eleitoral. Haverá sempre o questionamento que foi feito pelo senador Lindberg, é feito também por outros eminentes parlamentares, sobre a constitucionalidade da medida.

Na verdade, é preciso que se lembrem que o atual sistema chamado de sistema proporcional não é um sistema proporcional puro, apesar de ser essa a previsão constitucional. Por uma razão muito simples, ele estabelece limites menores e maiores, pesos e tetos para as representações parlamentares dos diversos estados brasileiros. Nenhum Estado poderá ter menos que oito representantes, mesmo que proporcionalmente a população daquele estado não justifique esses oito representantes, e tão pouco nenhum estado poderá ultrapassar o número de 70 representantes, que é o caso hoje de São Paulo. Buscou o legislador, portanto, fazer o equilíbrio entre a proporcionalidade e a possibilidade de todos os estados estarem minimamente representados no parlamento.

E essa proposta não difere muito desse sistema proporcional. Porque ela garante a eleição a partir da proporcionalidade dos votos obtidos por cada candidato nos distritos ou por cada partido fora deles. O que nós teremos é um mix, uma simbiose entre parlamentares com identidades, com as suas diversas regiões, portanto que se comuniquem permanentemente com as suas regiões e delas ouçam as suas demandas, não apenas por obras, mas demandas políticas, por posicionamentos em relação aos mais variados temas, sem que se iniba o espaço para aqueles que a partir da sua inclusão na lista partidária possam representar segmentos de pensamentos mais variados de uma sociedade tão estratificada como a nossa.

Portanto, o voto distrital misto possibilita, em primeiro lugar, uma aproximação maior do eleitor com o seu candidato, com o eleito. E a perspectiva de aquelas figuras notórias, de amplo conhecimento pela sociedade, que se dedicam a debater temas específicos, seja em relação por exemplo à questão sindical, à questão federativa e tantos outros temas, esses candidatos poderão ter espaço nas listas partidárias. E esses candidatos terão a possibilidade de participar da campanha dos diversos outros candidatos majoritários dentro dos distritos.

Esses candidatos poderão ter espaço nas listas partidárias e esses candidatos terão a possibilidade de participar da campanha dos diversos outros candidatos majoritários dentro dos distritos. Portanto, esta proposta a meu ver, na sua essência, fortalece os partidos políticos porque possibilita que na lista partidária, aqueles candidatos que não tenham densidade geográfica, que não tenham base eleitoral constituída, possam participar do pleito sem que a população deixe de votar em candidatos com os quais se identifiquem do ponto de vista pessoal.

Repito, como toda mudança, e aqui foi dito pelo ilustre relator, senador Valdir Raupp, como toda mudança estruturante, obviamente, ela traz impactos, mas essa seria uma iniciativa corajosa do Congresso Nacional: transformar o já deficiente sistema proporcional com todos os seus vícios e incorreções num sistema a meu ver muito mais avançado, que não é uma jabuticaba, que está longe de ser uma invenção do parlamento brasileiro, ao contrário, inspira-se no modelo alemão, com outras derivações por vários outros países evoluídos do mundo. E, certamente, possibilitará uma requalificação da nossa representação parlamentar.

E, ao final, relembro que a proposta do senador Serra limita o início da implantação desse sistema aos municípios com mais de 200 mil habitantes. Portanto, isso servirá como um laboratório para que a proposta possa, obviamente, avançar e tomar conta, no futuro, de todo o país. É a posição do nosso partido, o PSDB, de apoio, compreendendo que se trata de uma inovação na direção correta do aprimoramento das nossas instituições e, em especial, do nosso sistema eleitoral.

Mudanças eleitorais são importante avanço, diz Aécio

O senador Aécio Neves destacou hoje a aprovação pela Câmara dos Deputados do fim das coligações nas eleições proporcionais e da cláusula de desempenho que as legendas precisarão ter nas urnas.

Ambas as mudanças, aprovadas em votação na noite de ontem, integram a PEC 36/2016 de autoria dos senadores Aécio Neves e Ricardo Ferraço, aprovada pelo Senado ano passado.

“O fim das coligações partidárias acabará com a carona de partidos que praticamente não existem, têm apenas um ou outro candidato, que na verdade trocam seu tempo de televisão, muitas vezes, para que este candidato pegue uma carona nos partidos maiores, o chamado aqui efeito Tiririca, onde o candidato com mais de um milhão de votos traz junto candidatos que voto algum tiveram e qualquer compromisso com as propostas do primeiro também tem. Não é o ideal, não é ainda a solução definitiva para os males do nosso sistema político, mas é um avanço importante na direção correta. Diminuição do número de partidos políticos e o fim das legendas de aluguel”, afirmou o senador Aécio Neves.
O fim das coligações nas eleições para deputado e vereador passam a valer a partir de 2020. Já a cláusula de desempenho deverá ser alcançada pelos partidos a partir do ano que vem.

Câmara aprova mudanças da reforma política proposta por Aécio e Ferraço

O plenário da Câmara dos Deputados aprovou, ontem à noite, o fim das coligações partidárias nas eleições para deputado e vereador e o cumprimento de uma cláusula de desempenho para partidos políticos.

Ambas as mudanças foram propostas no texto original da PEC 36/2016, de autoria dos senadores Aécio Neves (PSDB-MG) e Ricardo Ferraço (PSDB-ES), aprovada ano passado pelo Senado.

O substitutivo aprovado, da relatora da PEC na Câmara, deputada Shéridan (PSDB-RR), será agora votado em segundo turno e retornará ao Senado.

A proposta prevê o fim das coligações proporcionais a partir das eleições de 2020. Já a cláusula de desempenho terá validade a partir das eleições do ano que vem.

A cláusula estabelece que os partidos devem alcançar 1,5% dos votos válidos em ao menos 9 estados, nas eleições de 2018, para terem acesso a recursos do Fundo Partidário e a tempo de rádio e TV para propaganda, inclusive na campanha eleitoral.

As mudanças não impedirão a atuação das pequenas legendas, que poderão atuar nas Casas Legislativas por meio do sistema de Federação. Poderão compor uma federação partidos com a mesma identidade política e de programas.

A melhor chance

Folha de São Paulo – 15/05/2017

Foi aprovada, na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara da semana passada, uma PEC de minha autoria e do senador Ricardo Ferraço que estabelece novas regras para funcionamento dos partidos políticos e veda a possibilidade de coligações partidárias nas eleições proporcionais. Buscar maior legitimidade da representação político-partidária é um dos passos fundamentais para resgatarmos, aos olhos de muitos brasileiros, a importância da atividade política como pilar de defesa da democracia.

Falo sobre isso em meu artigo de hoje para a Folha de S.Paulo.

Encontro nacional de prefeitos do PSDB

“Não fosse a coragem do PSDB no Congresso Nacional não teria ajuste das contas no Brasil. Esse é o nosso papel. Na ponta, no município, administrem com seriedade, com criatividade, fazendo aquilo que aqui já foi dito por vários companheiros muito experientes, organizando com planejamento, com quadros qualificados, cada uma das suas gestões”, conclamou o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, aos prefeitos eleitos do PSDB, durante encontro realizado nesta sexta-feira (25/11), em Brasília, com a presença do presidente de honra do PSDB, ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, governadores, ministros, parlamentares e lideranças tucanas.

Aécio Neves  Encontro Prefeitos

Foto: George Gianni

Encontro de Prefeitos

“É um belo momento para que o PSDB mostre ao Brasil que a saída dessa crise na qual o PT nos mergulhou começa pelos municípios, com gestões eficientes e inovadoras”, afirmou o senador Aécio Neves, presidente nacional do PSDB, na abertura do encontro de prefeitos eleitos pelo partido, realizado nesta sexta-feira (25/11).

Em coletiva à imprensa, Aécio disse que o partido terá enorme responsabilidade ao assumir, em janeiro, a administração de 7 capitais e de um terço dos 90 maiores municípios brasileiros. O PSDB obteve a maior votação no país entre todas as legendas, elegendo 803 prefeitos.

“O PSDB administrará a maior parcela da população e o maior número de capitais brasileiras. Tudo isso traz a todos nós uma enorme responsabilidade”, afirmou.

A reunião de hoje em Brasília reúne prefeitos eleitos, governadores e dirigentes tucanos para debater desafios e projetos das gestões municipais.