Ciclo Perverso

Aécio Neves – Folha de S. Paulo – 25/04/2016

A poucos dias da comemoração do Dia do Trabalho, milhões de brasileiros compartilham o mesmo sonho: voltar a trabalhar com a carteira assinada.

Apenas em março, 118 mil pessoas perderam seus empregos no mercado formal, o pior resultado em 25 anos. Em todo o Brasil já são mais de 10 milhões de trabalhadores à margem do mercado. Números que se tornam mais preocupantes quando compreendidos na dimensão familiar. A perda do emprego por um trabalhador ou trabalhadora chefe de família impacta a vida de um universo ainda maior de pessoas.

O governo de transição que, ao que tudo indica, se avizinha, tem uma enorme lista de ações emergenciais a serem implementadas na tentativa de salvar o país. É preciso reorganizar as contas públicas, tirar da inércia os setores produtivos, iniciar reformas estruturantes e adotar um pacote de medidas capazes de restabelecer a confiança do mercado e dos cidadãos.

Qualquer ação emergencial, no entanto, precisará ter como prioridade a questão do trabalho, tal a gravidade da situação. Segundo estudo do Instituto Teotônio Vilela, tomando-se como referência o ano de 2015, em um conjunto de 59 países, o Brasil foi o campeão mundial em geração de desemprego. O segundo lugar foi a Nigéria, país que sofre com o terrorismo e com a queda do preço do petróleo.

A deterioração do mercado de trabalho é o retrato cruel de uma economia paralisada. Sem crescimento, as empresas param de investir e passam a demitir, o poder de compra das famílias cai e as vendas despencam. Com a recessão instalada, o ciclo se repete. O desemprego precisa merecer a atenção do país, não apenas como estatística econômica, mas no seu aspecto social, como elemento devastador e desagregador da vida familiar. Hoje, ele atinge trabalhadores com todos os níveis de escolaridade, inclusive os profissionais com curso superior.

Tudo isso contribui para desenhar um futuro de profunda incerteza. Ao deslocar para fora do mercado um enorme contingente de profissionais experientes e qualificados, estamos colocando em risco parte substancial do esforço feito, nos últimos anos, em qualificação e formação de mão de obra. É como se, de uma hora para outra, o país ficasse com menos potencial para voltar a crescer.

A retomada da economia tão desejada pela nação terá de cumprir um duro percurso. Foram muitos os descalabros promovidos em anos de inépcia e irresponsabilidade. O país já disse que quer mudanças e o Parlamento brasileiro está alinhado com este sentimento dominante. Precisamos ter clareza não apenas da profundidade da crise na qual estamos imersos, mas, principalmente, da necessária urgência em começar a superá-la.

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Trabalhadores pagam pela irresponsabilidade do PT, afirma Aécio Neves no 1º de Maio da Força Sindical

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, afirmou, nesta sexta-feira (1º/05), que os trabalhadores brasileiros estão sendo penalizados pela irresponsabilidade do governo Dilma Rousseff na condução do País. Em evento em homenagem ao Dia do Trabalhador, organizado pela Força Sindical em São Paulo, Aécio Neves disse que a petista entrega aos brasileiros um quadro de recessão na economia, com desemprego e inflação crescentes.

“Este primeiro de maio vai ficar lembrado como o dia da vergonha. O dia em que a presidente da República se acovardou e não teve a coragem de dizer aos trabalhadores brasileiros porque eles que vão pagar o preço mais duro deste ajuste. Mas se ela não diz, eu digo: pela irresponsabilidade do governo do PT que tem a entregar como legado aos trabalhadores brasileiros inflação alta, desemprego crescendo e a economia lá em baixo”, afirmou Aécio Neves em entrevista à imprensa.

O presidente nacional do PSDB também criticou a presidente Dilma Rousseff por não discursar em rede nacional de rádio e TV neste 1º de Maio. Para Aécio, Dilma não teve coragem de olhar para os trabalhadores brasileiros e explicar os motivos que colocaram o Brasil na pior crise em mais de 20 anos, conforme apontou relatório recente do Fundo Monetário Internacional (FMI).

“Infelizmente, este é o legado que o Partido dos Trabalhadores tem a entregar aos trabalhadores brasileiros. Por isso, é que a presidente da República se esconde hoje daqueles que vêm sustentando este Brasil. Repito: a irresponsabilidade do governo do PT faz com que neste 1° de maio os trabalhadores não tenham absolutamente nada a celebrar”, afirmou o presidente nacional do PSDB.

 

Terceirização

Aécio Neves adiantou aos jornalistas que o partido deve propor mudanças no projeto sobre a terceirização das atividades trabalhistas. O projeto, aprovado na Câmara, será discutido agora no Senado.

“Vamos, no Senado Federal, discutir a terceirização com enorme responsabilidade. De um lado, vamos garantir a regulamentação para aqueles que são terceirizados. Mas vamos propor também um limite para que as empresas possam terceirizar alguma das suas atividades. Portanto, acho que o Senado Federal vai aprimorar o projeto votado na Câmara dos Deputados”, anunciou.

 

Convocação de Bendine

Durante a entrevista, o senador Aécio Neves também considerou gravíssima a revelação de que a Petrobras destruiu gravações de reuniões do Conselho de Administração que aprovou a compra da refinaria de Pasadena. Na época, Dilma Rousseff era presidente do conselho e aprovou a compra, que causou um prejuízo bilionário aos cofres da empresa.

O presidente do PSDB disse que o partido vai solicitar, na semana que vem, na CPI da Petrobras, a convocação do presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, para que ele explique os motivos e quem foram os responsáveis pela destruição das gravações.

“Isso é algo extremamente grave. A CPI solicitou à Petrobras os áudios, as gravações das reuniões do Conselho de Administração para que os brasileiros possam entender quem foram realmente os responsáveis por aquele crime cometido com a companhia em uma operação que lesou a Petrobras em mais de US$ 1 bilhão (compra da refinaria de Pasadena). Se isso se confirma, realmente teremos que proceder do ponto de vista judicial para punir aqueles que cometeram esse delito”, anunciou o presidente do PSDB.

Entrevista sobre a Lei de Terceirização

Em entrevista no Campo de Bagatelle, em São Paulo, nesta sexta-feira (01/05), o senador Aécio Neves, presidente nacional do PSDB, disse que o Senado vai discutir a Lei da Terceirização com enorme responsabilidade.

 

Entrevista no Dia do Trabalhador

O senador Aécio Neves, presidente nacional do PSDB, participou, nesta sexta-feira (01/05), das comemorações do Dia do Trabalhador em evento organizado pela Força Sindical, em São Paulo. Durante entrevista, ele afirmou que os trabalhadores brasileiros não têm nada a comemorar este ano em razão do aumento da inflação e do custo de vida, da perda do poder de compra e dos direitos trabalhistas e também pelos escândalos de corrupção promovidos pelo governo do PT.

 

Aécio Neves – Entrevista no Dia do Trabalho

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, concedeu entrevista coletiva, nesta sexta-feira (01/05), em São Paulo, onde participou das comemorações do Dia do Trabalhador, em evento organizado pela Força Sindical.

 

Sobre as comemorações do Dia do Trabalhador.

Este primeiro de maio vai ficar lembrado como o dia da vergonha. O dia em que a presidente da República se acovardou e não teve a coragem de dizer aos trabalhadores brasileiros porque eles é quem vão pagar o preço mais duro deste ajuste. Mas se ela não diz, eu digo: pela irresponsabilidade do governo do PT que tem a entregar como legado aos trabalhadores brasileiros inflação alta, desemprego crescendo e a economia lá em baixo. Infelizmente, este é o legado que o Partido dos Trabalhadores tem a entregar aos trabalhadores brasileiros. Por isso, é que a presidente da República se esconde hoje daqueles que vêm sustentando este Brasil. Repito: a irresponsabilidade do governo do PT faz com que neste 1° de maio os trabalhadores não tenham absolutamente nada a celebrar.

 

Sobre novo escândalo publicado pela Revista Época

Existem duas coisas graves. A cada dia o que assistimos é um novo escândalo, é muito grave aquilo que a revista Época hoje publica de que há uma investigação do Ministério Público em relação a tráfico de influência cometido pelo ex-presidente da República. Isso tem de ser investigado. E ontem soubemos de algo extremamente grave: que a Petrobras, esta que chamam da nova Petrobras, teria destruído provas. Isso é algo extremamente grave. A CPI solicitou à Petrobras os áudios, as gravações das reuniões do Conselho de Administração para que os brasileiros possam entender quem foram realmente os responsáveis por aquele crime cometido com a companhia em  uma operação que lesou a Petrobras em mais de R$ 1 bilhão de dólares (compra da refinaria de Pasadena). Se isso se confirma, realmente teremos que proceder do ponto de vista judicial para punir aqueles que cometeram esse delito.

 

Você acredita que o presidente Lula pode ir preso?

Eu não tenho informações para chegar a tanto. Mas o que quero dizer é o seguinte, estaremos, na próxima semana, convocando na CPI da Petrobras o presidente da empresa, o senhor Bendine, para que ele diga de forma clara se aconteceu isso, se houve realmente a inutilização de provas, e quem são os responsáveis por isso. É algo extremamente grave que acontece na Petrobras.

 

E a terceirização?

Vamos, no Senado Federal, discutir a terceirização com enorme responsabilidade. De um lado, vamos garantir a regulamentação para aqueles que são terceirizados. Mas vamos propor também um limite para que as empresas possam terceirizar alguma das suas atividades. Portanto, acho que o Senado Federal vai aprimorar o projeto votado na Câmara dos Deputados.

Dia do Trabalho

Neste primeiro de maio, estou chegando aqui ao Campo de Bagatelle, em São Paulo, para participar da grande festa dos trabalhadores brasileiros, organizado pela Força Sindical. Mas este primeiro de maio vai ficar lembrado como o “dia da vergonha”, o dia em que a presidente da República se acovardou e não teve coragem de dizer aos trabalhadores brasileiros porque é que eles vão pagar o preço mais alto desse ajuste. Mas eu digo: vão pagar porque o governo do PT foi irresponsável e deixa como legado inflação alta, desemprego crescente e crescimento minúsculo da nossa economia. Esta foi a grande obra do PT e é o que eles têm a oferecer aos trabalhadores brasileiros. – Aécio Neves