O senador Aécio Neves afirmou, em Brasília, que a sessão que resultou na cassação do mandato do senador Demóstenes Torres garantiu a credibilidade do Senado Federal junto à sociedade. Aécio disse que ocorreu uma quebra de confiança por parte do ex-senador junto a seus colegas de Parlamento.
Aécio Neves – Entrevista – Cassação de Demóstenes Torres
Local: Brasília – DF
Assunto: cassação do mandato do senador Demóstenes Torres
Senador, o que sr. achou da sessão de hoje?
Hoje foi um dia extremamente triste para o Senado. O resultado foi aquele que se esperava. Houve uma quebra de confiança do senador Demóstenes para com os seus pares, mas é um dia muito triste. Não gostaríamos de estar aqui fazendo o que tivemos que fazer. Mas cabe a nós, senadores, garantirmos a respeitabilidade da instituição, as suas prerrogativas. Nesse momento era natural que fosse esse o resultado, por mais que nenhum de nós, hoje, comemore absolutamente nada.
O senhor considera que as provas eram fortes, do envolvimento dele com o contraventor? Não é uma decisão só política do Senado?
Não. Ela se baseou fortemente também em tudo que aqui chegou. E o próprio estereótipo que ele representava aqui gerou uma decepção muito grande em boa parte dos senadores. O sentimento que a gente colhe é esse, um sentimento de decepção muito grande de alguém que se proclamava arauto da moralidade. Ninguém gosta disso aqui, ninguém está feliz hoje. É um clima de velório absoluto. Ninguém comemora nada. Mas nós temos a nossa responsabilidade. Eu acho que o senado votou pela preservação da instituição.
Mais pela preservação da instituição do que pela culpa do senador?
Mas exatamente pelos indícios fortes de uma ligação incorreta com o contraventor, obviamente nós votamos para preservar a instituição, mas a partir das vinculações dele.
O senhor pode abrir seu voto?
Meu voto foi o mesmo da Comissão de Constituição e Justiça.
Aécio Neves – Entrevista – Sessão de cassação de Demóstenes Torres
Local: Brasília – DF
Assunto: sessão que votará a cassação do mandato do senador Demóstenes Torres
Senador, um momento difícil para a Casa.
É. Certamente, nenhum de nós gostaria de estar aqui, hoje, cumprindo este papel, mas cabe a nós, senadores, zelarmos pela autoridade e respeitabilidade do Congresso, e, em especial, do Senado da República. O que eu percebo, hoje, é que há um sentimento majoritário na Casa, de que houve por parte do senador Demóstenes a quebra de confiança, tanto nas relações entre seus pares, quanto nas suas relações com a sociedade. O senador deve ter postura que seja referência e não questionada como foi a do senador Demóstenes. Portanto, estamos iniciando, agora, a discussão. Vai ter oportunidade a defesa de falar, aqueles que vão acusá-lo também falarão, os demais senadores poderão se manifestar, mas o que eu posso adiantar para os ouvintes da Itatiaia, para meus amigos de Belo Horizonte e de toda Minas Gerais, é que o sentimento majoritário da Casa, hoje, é pela cassação do senador Demóstenes.
Sem corporativismo?
É, até porque, o preço a ser pago pela Casa numa decisão contrária a essa seria extremamente alto.
Aécio Neves vota pelo prosseguimento do processo de cassação de Demóstenes
O senador Aécio Neves (PSDB/MG) votou, na manhã desta quarta-feira (04/07), pelo prosseguimento do processo de cassação do senador Demóstenes Torres, em votação na Comissão da Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.
Os senadores aprovaram por unanimidade relatório do senador Pedro Taques pela admissibilidade do parecer do Conselho de Ética, estabelecendo, assim, que o processo foi conduzido de forma constitucional, respeitando as normas legais previstas.
A cassação do senador Demóstenes, instância final do processo, será votada nos próximos dias. São necessários 41 votos entre os 80 senadores votantes para que o mandato seja cassado.
Aécio Neves: Relatório sobre Demóstenes Torres
O senador Aécio Neves votou, em Brasília, pelo prosseguimento do processo de cassação do senador Demóstenes Torres. Aécio e os demais senadores da Comissão de Ética, aprovaram por unanimidade o relatório do senador Pedro Taques.