Aécio Neves volta a criticar incapacidade da presidente Dilma para tirar o país da crise

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, voltou a criticar, em viagem a Recife (PE), a incapacidade do governo Dilma Rousseff para tirar o Brasil da crise econômica e social que se encontra. O tucano desembarcou, na manhã desta sexta-feira (27/11), na capital pernambucana para participar do seminário “Caminhos para o Nordeste – Mobilidade Urbana”, promovido pelo PSDB e Instituto Teotônio Vilela. O encontro, que faz parte da comemoração de 20 anos do ITV, tem percorrido várias capitais do país.

“A presidente da República, mesmo tendo terceirizado o governo, distribuído ministérios como se distribui bananas vencidas em uma feira livre, ela não consegue ter a liderança do Congresso Nacional necessária a impor para valer uma agenda que permita ao Brasil acreditar ou caminhar para a retomada do crescimento”, apontou Aécio, ressaltando que o apoio da base governista pela distribuição abusiva e irresponsável de cargos públicos desqualifica a gestão pública no país.

Durante a coletiva, o senador cobrou novamente um pronunciamento oficial da presidente Dilma pela prisão do líder do seu governo no Senado, o senador Delcídio Amaral, do PT, e de subordinados ao Planalto. “Não é esperável que uma presidente da República que respeite aqueles que ela governa não vá para a televisão, ou convoque uma coletiva, ela que gostava tanto de cadeia de rádio e televisão, para dizer o que vem acontecendo. Qual é a posição da presidente Dilma em relação ao que está acontecendo?”, questionou Aécio.

Ao comentar o encontro que teve anteriormente ao evento com o ex-governador de Pernambuco, o deputado federal Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), o presidente do PSDB disse que o sentimento de ambos é que a presidente Dilma Rousseff perdeu as condições de governar o Brasil.

“No momento de grave crise como este, no momento em que o líder do seu governo e do seu partido é preso, quem aqui ouviu uma palavra da presidente da República? Nenhuma palavra. Como se ela não tivesse qualquer responsabilidade, por exemplo, com a nomeação desses ex-diretores da Petrobras que estão hoje presos, condenados. Como se não tivesse sido ela a retirar esse senhor (Nestor) Cerveró de uma diretoria da Petrobras, por boas razões não deve ter sido, mas o colocou em uma outra diretoria de uma subsidiária extremamente importante”.


Crime de responsabilidade

Ainda na coletiva, Aécio destacou um novo embate no Congresso. Segundo o tucano, a presidente da República cometeu novamente crime de responsabilidade por não ter alcançado as metas de superávit previstas no Orçamento aprovado.

“Isso é obrigação do governante. O que faz o governo? Mobiliza suas bancadas, nomeia um aqui, nomeia outro ali, para que possa ser alterada essa meta. Para que ela não incorra novamente em crime de responsabilidade”, afirmou.

O senador disse que, pela primeira vez na história do país, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) abriu uma investigação em relação à campanha presidencial por indícios de que houve utilização de dinheiro de propina no pleito.

“É possível que no desdobramento dessas investigações, outras denúncias nessa direção ocorram, e isso pode fazer com que, além do crime de responsabilidade que a presidente cometeu, segundo o Tribunal de Contas, aquilo que se estabeleceu chamar de ‘pedaladas fiscais’, pedaladas feitas pela presidente da República, pode ser que agora, no campo eleitoral, daqui a pouco, o TSE se depare com a comprovação de crimes cometidos pela presidente da República”, ressaltou o tucano, defendendo que apenas com o fortalecimento das instituições, o país sairá da crise moral, social e econômica.


Nordeste

Ainda em Recife, o senador Aécio Neves disse que Pernambuco poderá se tornar a nova porta de entrada do PSDB para o Nordeste e ressaltou a importância de discutir os principais problemas da região. “Temos que ter a preocupação clara de falar para essa região, para os problemas que essa região vem vivendo e mostrar que esse modelo que está não se sustenta mais. Somos o caminho mais seguro para a recuperação econômica e social também no Nordeste brasileiro”.

Questionado sobre as eleições no próximo ano, o senador afirmou que o PSDB dará uma atenção especial a Pernambuco e está aberto ao diálogo. “Cada um tem a sua forma de fazer e de ver a política. Política para mim é a arte do diálogo. O que eu posso garantir para vocês é que as definições em relação a candidaturas, seja do Recife, seja de outras cidades do Estado, serão tomadas pelo PSDB”.

Após a entrevista, o Aécio fez uma rápida visita ao prefeito de Recife, Geraldo Júlio (PSB), onde conversou sobre ações implantadas pelo município para combater a epidemia de microcefalia que atinge a cidade, além do future do país.

No encontro, o prefeito anunciou ao tucano que fará uma homenagem ao seu avô, o presidente Tancredo Neves, e o ex-governador pernambucano Miguel Arraes ao nomear duas creches que serão inauguradas em março do próximo ano. Antes de embarcar para Brasília, Aécio almoçou em um restaurante no Marco Zero, no Centro Antigo de Recife, acompanhado do presidente estadual do PSDB-PE, deputado estadual Antônio Moraes; os deputados federais Betinho Gomes, Bruno Araújo, Daniel Coelho (PE) e Raimundo Gomes de Matos (CE); o vereador de Recife, André Régis; e lideranças políticas pernambucanas.

Entrevista no Recife (PE)

“O que há hoje é um sentimento de indignação crescente na sociedade brasileira e nós, homens públicos, temos de ser os intérpretes desses sentimentos”, afirmou o senador Aécio Neves, ao anunciar, hoje (27/11), em Recife (PE), uma ação conjunta das oposições no Congresso em torno de propostas para superação da crise política que o país vive.

O presidente do PSDB voltou a criticar a incapacidade política e o silêncio da presidente Dilma Rousseff diante dos graves fatos ocorridos essa semana e que levaram a prisão do líder do governo no Senado, senador Delcídio Amaral, denunciado por prejudicar as investigações sobre o esquema de corrupção na Petrobras. Aécio disse que a presidente da República deve explicações sobre a organização criminosa que agiu na Petrobras, integrada por diretores nomeados pelo governo e por dirigentes do PT e de aliados.

“O nosso sentimento é que a presidente Dilma Rousseff perdeu as condições de governar o Brasil. No momento de grave crise como este. No momento em que o líder do seu governo e do seu partido é preso, quem aqui ouviu uma palavra da presidente da República? Nenhuma palavra. Como se ela não tivesse qualquer responsabilidade, por exemplo, com a nomeação desses ex-diretores da Petrobras que estão hoje presos e condenados”, afirmou Aécio Neves, em coletiva após participar do Seminário “Caminhos para o Nordeste – Mobilidade Urbana”.

Aécio Neves destaca impopularidade do PT e responsabiliza o governo por crise social instalada no país

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, destacou em evento nesta sexta-feira, em Recife, que o governo do PT enfrenta forte impopularidade em decorrência da crise instalada pelo partido nos últimos anos. Aécio demonstrou preocupação com a crise social vivida pelos brasileiros hoje e disse que Dilma não tem condições de tirar o país da crise.

Sonora do senador Aécio Neves
Desemprego em níveis alarmantes, inflação levando à carestia. Hoje existem no Brasil 60 milhões de pessoas que estão com pelo menos uma prestação atrasada por pelo menos 90 dias. Esse é o Brasil real. A presidente Dilma Rousseff perdeu as condições de continuar governando o Brasil.

Para o presidente tucano, os números são claros e indicam que a população quer mudanças na gestão do país.

Sonora do senador Aécio Neves
Daqueles brasileiros que no 2º turno votaram na presidente da república, 67% não votariam mais. Oitenta e sete por cento acham que a presidente mentiu para vencer as eleições e 65% querem o afastamento da presidente.

O presidente participou do seminário “Caminhos para o Nordeste” realizado na capital pernambucana, onde políticos e convidados discutiram sobre mobilidade urbana e desafios enfrentados pelo país. Direto de Recife, Jéssica Vasconcelos.

Boletim

Elas

Aécio Neves – Folha de S. Paulo – 09/11/2015

A defesa dos direitos das mulheres mobilizou o país nas últimas semanas. A grave crise econômica e política perdeu espaço para discussões imperativas e para campanhas que denunciam o assédio e condenam machistas, racistas e retrocessos que envergonham a sociedade.

Embora estejam cada vez mais integradas ao mercado de trabalho e ao comando de instituições, as mulheres que devem ser centro das políticas públicas ainda são as principais vítimas de preconceitos, discriminadas até mesmo na remuneração inferior a dos homens. Estão sub-representadas na política e na sociedade, o que precisa ser superado.

Neste momento de defesa e valorização das mulheres, e em meio a uma grave crise social da qual elas são grandes vítimas, é oportuno resgatarmos o legado da professora e antropóloga Ruth Cardoso.

Ela personificou um tipo de ação fundamental no país em que vivemos. Buscava o fortalecimento da iniciativa e da responsabilidade individual e coletiva. Contribuiu para a defesa das minorias e o fortalecimento dos movimentos sociais.

Com o Comunidade Solidária, ouviu a sociedade, os mais pobres. Defendia a autonomia, não a dependência. A superação, não a administração diária da pobreza. Por isso, priorizava a educação, a capacitação e a participação social.

Com uma equipe comprometida, Ruth Cardoso trabalhou movida pela convicção de que os pobres têm o direito fundamental de fazer a travessia a uma inclusão social verdadeira e permanente. Sustentável.

Acima de tudo foi uma entusiasta da parceria entre sociedade e Estado. Suas ideias nunca foram tão atuais em um tempo em que o estatismo social do PT submete as políticas sociais à perversidade da lógica e do calendário políticos.

Essencial na consolidação do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher, criado em 1985, com seu humanismo, ela estaria hoje condenando com veemência as tentativas de coerção, abuso e violência contra cada brasileira.

Felizmente a sociedade avança pela força e mobilização das mulheres. Assistimos ao Outubro Rosa deste ano se espalhar com delicadeza e firmeza por todo país. A defesa de direitos que antes se traduzia em manifestações segmentadas, hoje une profissionais de todas as áreas e estratos sociais, mães, estudantes, negras, idosas e vítimas generalizadas de preconceitos ainda enraizados em nossa cultura.

Os desafios são enormes, mas os movimentos das últimas semanas em defesa da dignidade nos mostram que as vozes a favor dos direitos das mulheres não devem ter gênero. Precisam ser de toda a sociedade.

É importante estar e lutar ao lado delas. Sem a força, inteligência e sensibiidade femininas não há mundo que resista. Nem que valha a pena.

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