Aécio: relatório da oposição sobre CPMI da Petrobras corrigirá falhas de texto feito por petista
O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, confirmou nesta terça-feira (16) que os deputados e senadores da oposição apresentarão amanhã um relatório paralelo da CPMI da Petrobras. O novo texto, segundo Aécio, vai “corrigir” falhas do relatório oficial, produzido pelo deputado federal Marco Maia (PT-RS). “Parece que fala sobre outro país, outra empresa, outra realidade”, afirmou o presidente do PSDB sobre o texto produzido pelo petista.
Aécio disse também que o PSDB e outros partidos de oposição estão coletando assinaturas para a instalação de uma nova CPMI sobre a Petrobras a partir de 2015, quando se inicia uma nova legislatura no Congresso.
De acordo com Aécio, o relatório produzido pela oposição irá propor indiciamentos e mostrará que a diretoria atual da estatal, encabeçada pela presidente Graça Foster, não tem condições de permanecer no cargo: “O desgoverno do PT transformou a Petrobras, de maior orgulho nacional, em maior vergonha internacional do Brasil”.
“O relatório vai dizer de forma muito clara que essa direção não tem mais condições de permanecer. Até porque a presidente Graça Foster mentiu à CPMI, no momento em que disse que não tinha qualquer informação em relação a denúncias de corrupção e constatou-se depois que ela já havia recebido da empresa holandesa SBM um relatório confirmando o pagamento de propina a servidores. Infelizmente, essa questão não para de crescer, de nos assombrar”, disse.
Aécio definiu ainda o relatório feito pelos oposicionistas como uma “manifestação de inconformismo” em relação aos escândalos que atingem a Petrobras. “Marco Maia optou por não fazer um relatório com base em denúncias, e sim lavando as mãos em relação diante da gravidade do que ocorre”, apontou. “O relatório envergonha o Congresso Nacional”, acrescentou.
Segundo o senador, que preferiu não detalhar o conteúdo do relatório, é possível que o texto da oposição cite a presidente Dilma Rousseff.
Aécio falou sobre o tema após reunião nesta terça com vice-presidentes do PSDB e líderes no Congresso na sede do partido, em Brasília.
Nova CPMI
Para Aécio, a busca pela instalação de uma nova comissão de inquérito representa também uma tentativa de evitar a desmoralização do “instituto da CPMI, um dos mais valiosos que o Congresso tem”.
“Não é possível que o Congresso Nacional, apenas porque ali está a base do governo não esteja vendo a gravidade do que ocorre. O Congresso tem responsabilidades”, declarou.
O PSDB faz na noite dessa terça-feira uma reunião com sua bancada e os tucanos que atuarão no Congresso a partir do ano que vem e, no encontro, coletará assinaturas para nova CPMI da Petrobras.
Aécio Neves: relatório paralelo pedirá investigação de novas denúncias do escândalo da Petrobras
O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, afirmou que a oposição apresentará um relatório paralelo da CPMI da Petrobras. O novo texto, segundo Aécio, vai “corrigir” falhas do relatório oficial, produzido pelo deputado federal Marco Maia (PT-RS), pedir novos indiciamentos e mostrar que a diretoria da estatal, para o bem da Petrobras, não tem mais condições de permanecer no cargo.
Sonora de Aécio Neves
“Estaremos apresentando, na CPMI, um relatório paralelo que apresentará novos indiciamentos e abertura de inquéritos para investigar denúncias que se mostram muito próximas da verdade. Ele vai propor indiciamentos. E vai dizer de forma muito clara que essa direção não tem mais condições de permanecer. Até porque a presidente Graça Foster mentiu à CPMI, no momento em que disse que não tinha qualquer informação em relação a denúncias de corrupção e constatou-se depois que ela já havia recebido, da empresa holandesa, um relatório confirmando o pagamento de propina a servidores. Infelizmente, essa questão não para de crescer, de nos assombrar. É preciso que resgatemos, pelo menos minimamente, a capacidade da Petrobras de enfrentar uma situação de mercado também extremamente difícil.”
Boletim
Aécio Neves – Entrevista com lideranças partidárias
O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, reuniu-se, na tarde desta terça-feira (16/12), em Brasília (DF), com os vice-presidentes nacionais e líderes do partido para discutir a conjuntura política e econômica do país. Após o encontro, Aécio concedeu uma entrevista coletiva.
Leia a transcrição da entrevista do senador:
Qual o objetivo da reunião de hoje?
Reunimos os vice-presidentes do partido, conversamos com líderes de outros partidos de oposição, e amanhã estaremos apresentando, na CPMI, um relatório paralelo que apresentará novos indiciamentos e abertura de inquéritos para investigar denúncias que se mostram muito próximas da verdade. O que eu quero dizer hoje é que o desgoverno do PT ao longo desses últimos 12 anos fez com que a Petrobras, o maior orgulho nacional, se transformasse na maior vergonha internacional do Brasil. Não há mais qualquer condição de sustentação da atual diretoria da Petrobras, tamanho o nível das denúncias que recai sobre os membros dessa diretoria. E é até em defesa dos funcionários da Petrobras, e em respeito ao Brasil, é preciso que haja uma mudança radical no comando da empresa. E amanhã vamos fazer o nosso papel – que a CPMI, infelizmente, não fez, porque a base do governo preferiu, por exemplo, considerar a compra da refinaria de Pasadena um negócio razoável, quando nós compreendemos que foi um negócio lesivo aos interesses da Petrobras e criminoso do ponto de vista das propinas que foram distribuídas.
Esse relatório vai pedir o afastamento da Graça Foster, da diretoria?
Ele vai propor indiciamentos. E vai dizer de forma muito clara que essa direção não tem mais condições de permanecer. Até porque a presidente Graça Foster mentiu à CPMI, no momento em que disse que não tinha qualquer informação em relação a denúncias de corrupção e constatou-se depois que ela já havia recebido da empresa holandesa, da SBM, um relatório confirmando o pagamento de propina a servidores. Infelizmente, essa questão não para de crescer, de nos assombrar. É preciso que resgatemos, pelo menos minimamente, a capacidade da Petrobras de enfrentar uma situação de mercado também extremamente difícil. Estamos tendo uma queda grande do preço do petróleo, e além dessa questão de mercado, a Petrobras enfrenta todo tipo de denúncia. E, agora, não tem sequer condições de apresentar ao mercado o seu balanço. Isso pode ter um impacto na estrutura da empresa, na governança da empresa, na capacidade de investimento da empresa, inédito nos seus 60 anos de história.
A Petrobras divulgou hoje que, na verdade, esses emails (da ex-funcionária Venina) só chegaram a partir de novembro, que antes disso a Graça Foster não tinha recebido essas mensagens da funcionária. O senhor acha que isso é mentira?
Isso tem que ser investigado. Me refiro a um outro documento oficial que ela [Graça Foster] recebeu em abril, ou teria recebido em abril, já da empresa holandesa, confirmando o pagamento de propina a funcionários da Petrobras. Isso foi questionado, isso foi perguntado a ela durante o seu depoimento. E ela disse que não tinha nenhuma informação nessa direção. Não há mais qualquer condição, desde que nós pensemos na empresa, da continuidade dessa direção.
Para ficar claro em relação ao relatório: há o pedido de afastamento, mas há também o pedido de indiciamento?
Não vou antecipar detalhes do relatório porque ele tem que ser apresentado amanhã. Mas ele apresentará novos indiciamentos, ele corrige, na verdade, o relatório do deputado Marco Maia que, na verdade, parece que falava sobre um outro país, uma outra empresa e um outro cenário. Estamos com base, e o relatório é muito bem feito, com base em todos os depoimentos, nos documentos que chegaram à CPMI, estamos fazendo o que é correto. Não é possível que o Ministério Público e a Polícia Federal estejam vendo esses problemas na sua gravidade, já com indiciamento de inúmeros participantes dessa organização criminosa, e o Congresso Nacional, simplesmente porque ali está a maioria da base do governo, não esteja vendo a gravidade do que ocorre. O Congresso tem responsabilidades. O relatório apresentado pela CPMI envergonha o Congresso Nacional.
E vai citar a presidente Dilma, pedir responsabilização?
É possível que sim.
O deputado Marco Maia disse que a CPMI precisa terminar e que não há tempo hábil para novos requerimentos e que por isso não seria possível ouvir a Graça Foster ou fazer qualquer tipo de novo indiciamento. O que vocês esperam que aconteça a partir da entrega desse relatório paralelo?
É uma manifestação nossa de inconformismo com aquilo que foi apresentado pelo deputado Marco Maia, que optou não por fazer um relatório com base em todas as denúncias que ali chegaram, inclusive acareação de diretores, e optou por fazer um relatório lavando as mãos em relação à gravidade do que ocorreu. Já estamos coletando assinaturas para já no início da próxima legislatura, a partir dos primeiros dias de fevereiro, apresentarmos requerimento para uma nova CPMI, esperando que até lá novas denúncias ocorram, as delações serão conhecidas e acho que aí teremos ainda mais instrumentos ou mais informações para que o Congresso Nacional cumpra o seu papel. Porque se permitirmos que, a cada momento em que uma CPI se instale, a maioria faça o jogo do governo, estamos desmoralizando o instituto da CPMI, que é um dos instrumentos mais valiosos que qualquer congresso tem, em qualquer tempo, para investigar as ações do governo; Então, para que não fique desmoralizado também o instituto da CPI ou da CPMI, estamos coletando assinatura. Hoje temos uma reunião à noite com os novos parlamentares do PSDB e a bancada que foi reeleita, e iniciaremos, hoje à noite mesmo, o recolhimento de a ser de conhecimento público nessas próximas semanas. Então, a nossa intenção é não aceitar aquilo que quer a base do governo, encerrar essa investigação no Congresso. O Congresso tem o dever de fazê-las, até porque há uma expectativa de que sejam citados nomes de parlamentares ou de ex-parlamentares. Infelizmente, se isso ocorrer, mais uma razão para que o Congresso Nacional seja transparente e extremamente firme nessas investigações, independente do partido político ao qual pertençam eventuais denunciados.
Inclusive o deputado Sérgio Guerra que pode ser citado?
Independente de qual seja o partido de qualquer cidadão.
Aécio Neves: oposição recolhe assinaturas para nova CPMI que investigará irregularidades na Petrobras
O presidente do PSDB, senador Aécio Neves, afirmou que a oposição já recolhe assinaturas no Congresso Nacional para instalar uma nova CPMI da Petrobras no início de 2015. Aécio se reuniu em Belo Horizonte com parlamentares estaduais e federais do PSDB e de partidos aliados, e afirmou que a base do governo federal provocou um “vexame” político ao finalizar o relatório da atual CPMI sem indiciar os investigados na Operação Lava Jato.
Sonora de Aécio Neves
“Já estamos colhendo assinaturas para instalar uma nova CPMI já a partir do início de fevereiro, porque algo de tamanha gravidade e tamanha irresponsabilidade, uma ação tão criminosa como essa, infelizmente, a base do governo permitiu que assistíssemos um final melancólico da CPMI. O governo conseguiu blindá-la no Congresso Nacional, mas não conseguiu blindar as investigações que continuarão ocorrendo para que possamos ter, ao final, punição exemplar de todos os envolvidos no maior crime de corrupção da historia brasileira. Se existe CPMI hoje é por causa da oposição. Infelizmente, a maioria do governo é que abafou a CPMI.”
Boletim
Aécio Neves – Entrevista sobre encontro com parlamentares e nova CPMI
O presidente do PSDB, senador Aécio Neves, concedeu entrevista coletiva, nesta quinta-feira (11/12), em Belo Horizonte (MG), onde participou de encontro com parlamentares estaduais e federais do PSDB e de partidos aliados em Minas Gerais.
Leia a transcrição da entrevista do senador:
Sobre o encontro.
Em primeiro lugar é um encontro de final de ano. Uma oportunidade fazer uma confraternização entre os companheiros, não apenas do PSDB, mas de vários partidos que vêm caminhando conosco ao longo de todos esses últimos anos e, obviamente, falei de Brasil e de Minas.
Tive oportunidade de expressar aqui um sentimento que tenho hoje de que, ao longo desses anos, o Brasil caminhou na direção oposta daquilo que seria o mais adequado que seria o fortalecimento dos estados e municípios. Ao longo de 12 anos de governo do PT, o Brasil se transformou quase que em um estado unitário, onde apenas a União tudo pode, tudo tem. E estamos vendo o esfacelamento de estados e municípios no Brasil inteiro. Situações extremamente graves. Disse aos nossos companheiros, a quem agradeci pelo apoio na nossa caminhada, a importância de estarmos unidos, cumprindo o papel que as urnas determinaram que cumpríssemos. Porque em uma eleição, se ganha, é governo, se perde, se vai para oposição. E essa eleição trouxe algo diferente daquilo que vi em todas as outras eleições. O sentimento é de que aqueles que perderam, sobretudo no plano nacional, um sentimento de que fomos, do ponto de vista político, vitoriosos. Hoje, há uma expectativa muito maior em relação à nossa atuação do que se poderia imaginar. Na verdade, aqueles que ganharam no plano federal é que estão com dificuldades de ir às ruas, de defender seus pontos de vistas, porque na verdade já praticam tudo aquilo que negaram durante a campanha eleitoral. Portanto, nosso papel determinado pelas urnas é de uma oposição vigilante, atenta ao campo federal e, obviamente, aqui também no campo estadual.
A minha determinação em cumprir esse papel é a mesma que teria se tivesse vencido as eleições. Mas do ponto de vista político, fomos vitoriosos. Porque estamos vendo que aquilo que denunciamos durante a campanha eleitoral, seja do ponto de vista ético, como o escândalo da Petrobras, por exemplo, era muito maior do que se podia imaginar. E quando alertávamos para a difícil situação fiscal do Brasil, o baixo crescimento da economia e pelo descontrole da inflação, por mais que o governo tenha maquiado, como pode, os números, estamos vendo agora a realidade vindo à tona. O governo teve que cometer, a meu ver, a maior violência já cometida contra o Congresso Nacional ao anistiar a presidente da República de um crime de responsabilidade, exatamente porque aquilo que denunciávamos durante a campanha eleitoral, o rombo das contas públicas, se mostrou verdadeiro.
Essa semana, infelizmente, a base do governo permitiu que assistíssemos um final melancólico da CPMI. O governo conseguiu blindá-la no Congresso Nacional, mas não conseguiu blindar as investigações que continuarão ocorrendo, agora, inclusive, já em outros países, para que possamos ter, ao final, a punição exemplar de todos os envolvidos no maior crime de corrupção da historia brasileira.
O senhor fala que quem perde tem que ir para a oposição. Aqui na Assembleia Legislativa muitos perderam, inclusive ex-secretários do seu governo e de Alberto Pinto Coelho, estão querendo fazer um bloco independente, ou seja, votar com projetos do governo. Qual é a orientação do senhor?
Eu falo por mim e pelo meu partido. Obviamente, cada um é senhor do seu destino. Entendi claramente qual o papel que devo desempenhar. E o meu papel é o de oposição. Oposição no plano federal, oposição no plano aqui no estado. Acho que cada um deve agir com a coerência que achar mais adequada. Não cabe a mim impor a ninguém fazer aquilo que não esteja disposto a fazer. Mas estou extremamente feliz com todas as manifestações que vi aqui hoje dos companheiros que vieram, de que vão cumprir, sempre com respeito a Minas Gerais, sempre visando atender os interesses de Minas Gerais, mas vão cumprir o papel de oposição. Exercer a oposição é algo tão digno e necessário quanto ser governo. Então espero que cada um possa cumprir o caminho que a sua consciência orientar que seja o mais adequado.
Qual a avaliação que o senhor faz da Justiça Eleitoral que ontem aprovou as contas da Dilma com ressalva, mas reprovou as do governador Geraldo Alckmin por causa das mesmas incongruências?
É o que você falou, há uma incongruência aí. Não conheço detalhes da reprovação das contas do governador Geraldo Alckmin, mas pelo que fui informado são problemas que facilmente serão sanáveis. Essa nunca foi, para mim, uma questão central, reprovar as contas da presidente Dilma. O que precisamos é estabelecer um nível de oposição. Claro, firme ao desgoverno que foi, a meu ver, a principal marca dela, ao longo dos anos. Não questiono o resultado das urnas. Fui talvez o primeiro brasileiro a reconhecer a nossa derrota. Que foi uma derrota eleitoral, mas não foi uma derrota política.
Agora, vamos cobrar, e cobrar incessantemente, os compromissos assumidos pela candidata nas eleições. E quero aqui antecipar: o nosso ajuste que seria necessário que fosse feito seria muito mais, teria um custo muito menor do que esse que o governo terá que fazer, até pela ausência de credibilidade do governo, e jamais iríamos pelo caminho que me parece ser aquele que o governo sinaliza que vai percorrer: pelo aumento dos impostos e pela diminuição dos direitos trabalhistas. Me parece que essas são as duas principais, as primeiras sinalizações que a equipe econômica dá.
Em construtoras envolvidas na operação Lava Jato, diz-se que havia anotações para que o senhor pudesse abafar essas investigações. Isso procede?
É só você ver os fatos, acompanhar a cena política. Se existe CPMI hoje é por causa da ação da oposição, talvez em especial a minha liderança. Colocamos os parlamentares mais aguerridos na CPMI. Infelizmente, a maioria do governo abafou a CPMI. Não faz o menor sentido isso.
O senhor pretende retomar essa questão a partir de 2015?
É a nossa intenção. É mais uma resposta que deixa clara a nossa posição. Já estamos colhendo assinaturas para instalar uma nova CPMI já a partir do início de fevereiro, porque algo de tamanha gravidade e tamanha irresponsabilidade, uma ação tão criminosa como essa, não pode o Congresso Nacional privar-se de estar também ali, com os instrumentos que tem, com as prerrogativas que tem, avançando nessas investigações. Até porque, pelo que parece, isso vai envolver também parlamentares. É o que se anuncia. Então, o Congresso não deve continuar fora dessas investigações, e estamos defendendo já, e já colhendo assinaturas, para no início de fevereiro, na instalação da nova sessão legislativa, possamos ter uma outra CPMI e contando com a opinião pública para que ela não repita o desfecho vexatório que essa proporcionou aos brasileiros.
Senador, o senhor já disse que não adianta empurrar o senhor para a direita, que o senhor não vai. Mas a direita está querendo colar no senhor. Como o senhor vai fazer para não deixar colar?
Não tenho a menor preocupação em relação a isso. A nossa oposição, a nossa história, ela é muito clara e ela é muito coerente. A minha oposição é no campo da democracia. Vamos cobrar e vamos fazer essa oposição em favor do Brasil, em favor dos brasileiros. Se existe algum sentimento na sociedade saudosista (em relação à ditadura), obviamente, eles se manifestarão longe de nós. Não tem absolutamente nenhuma vinculação com a oposição democrática que nós fazemos no Congresso Nacional e que temos que fazer nas ruas também. Não temos que temer nos manifestarmos.
Essa eleição – e esse é o fato para mim mais claro e mais importante – despertou uma parcela muito importante da população brasileira que estava adormecida. E esse Brasil está nas ruas. A mobilização nas redes continua, a mobilização junto às nossas lideranças no Brasil inteiro continua, e nós temos que expressar esse sentimento de indignação em relação à corrupção, ao desgoverno, aos baixos indicadores na economia, ao retorno da inflação. Então, vamos fazer uma oposição vigorosa, dentro das regras democráticas. E cada um vai defender as teses que acha mais adequada. O senhor chamou as pessoas às ruas, mas não foi nessa última manifestação em São Paulo.
Mas eu nunca tinha programado ir. Eu fiz na verdade, eu atendi a um pedido e disse que as pessoas deveriam se manifestar. Mas você não viu nenhum compromisso meu de ir nessa manifestação.
Qual a disposição do Congresso para fazer reformas que são emperradas há algum tempo, como reforma política, reforma tributária?
A nossa é total. Somos minoria no Congresso, como você sabe. O PSDB talvez tenha sido o único partido, eu fui o único candidato que apresentou com clareza a proposta da reforma política, com o fim da reeleição, o voto distrital misto, ou o retorno da cláusula de desempenho ou de barreira, para ordenar minimamente o funcionamento da vida pública brasileira. Agora, não temos maioria. É preciso que a base do governo também se manifeste. Mas a presidente da República conseguiu passar a campanha inteira sem dizer absolutamente nada do que pretende em relação à reforma política.
Vamos estar discutindo uma agenda para o país, não teremos uma ação apenas crítica. Vamos discutir uma agenda propositiva, com reforma no campo tributário, a própria reforma do Estado nacional, e a reforma política. Esperamos ter apoio das bases, ou pelo menos de parte das lideranças da base do governo para essas propostas.
O senhor acha que a cassação do ex-deputado André Vargas foi um exemplo para o Congresso Nacional, e que isso deve acontecer com outros deputados?
Acho que sim. Acho que isso já é um efeito positivo do voto aberto para esse tipo de votação. Não sei se no voto secreto teríamos o mesmo resultado. Mas foi um momento importante para o Congresso Nacional, e eu espero que outros que tenham cometido o mesmo tipo de crime e outros que venham a cometer recebam o mesmo tipo de sanção.
Ouça também a entrevista do senador:
Aécio Neves defende nova CPMI para investigar irregularidades na Petrobras
A oposição já colhe assinaturas no Congresso para instalar uma nova CPMI da Petrobras no início de 2015. O anúncio foi feito pelo presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), um dia depois de o PT finalizar o relatório da atual comissão sem o indiciamento de nenhum dos investigados na operação Lava-Jato da Polícia Federal. Para Aécio Neves, a base da presidente Dilma Rousseff provocou um fim “vexatório” das investigações.
“Já estamos colhendo assinaturas para instalar uma nova CPMI já a partir do início de fevereiro, porque o Congresso Nacional não pode privar-se de avançar nas investigações diante de algo de tamanha gravidade e tamanha irresponsabilidade, uma ação tão criminosa como essa”, disse em entrevista à imprensa em Belo Horizonte nesta quinta-feira (11/12).
Aécio Neves também fez um chamado à população para pressionar o Congresso a avançar nas investigações. “Se existe CPMI hoje é por causa da oposição. Infelizmente, a base do governo foi quem abafou as investigações. Cotamos com a opinião pública para que essa nova CPMI não tenha o desfecho vexatório que essa proporcionou ao Brasil”, afirmou o presidente nacional do PSDB.
As declarações foram dadas após reunião com deputados estaduais e federais do PSDB e da base aliada em Minas Gerais, que contou com a presença do governador do Estado, Alberto Pinto Coelho.
Na reunião, o senador agradeceu o apoio dos parlamentares na eleição e ressaltou a necessidade de união da oposição. “Nosso papel é de uma oposição vigilante, atenta no campo federal e no estadual. A minha determinação em cumprir esse papel é a mesma que se tivesse vencido as eleições. Precisamos estabelecer um nível de oposição, claro e firme. Não questiono o resultado das urnas. Fui o primeiro a reconhecer isso, mas vamos cobrar, e cobrar incessantemente, os compromissos assumidos pela candidata nas eleições”, anunciou.
Aécio Neves lembrou que os vencedores das eleições no âmbito federal estão com dificuldade de sair às ruas em razão das medidas tomadas após a disputa, que revelaram um Brasil diferente do apresentado pela propaganda petista.
“Aquilo que denunciávamos sobre o rombo nas contas públicas se mostrou verdadeiro”, disse ao se referir à aprovação do projeto de lei que livrou a presidente Dilma de cumprir a meta fiscal após ter gastado além do previsto para 2014.
Manifestações democráticas
Segundo Aécio Neves, isso é um dos motivos que têm gerado os protestos contra o governo Dilma ocorridos nas últimas semanas em algumas capitais do país.
“Esta eleição despertou uma parte da população brasileira que estava adormecida. Esse Brasil está nas ruas e nas redes. Temos que expressar esse sentimento em relação à corrupção, ao desgoverno, aos baixos indicadores na economia e à volta da inflação. Faremos uma oposição dentro das regras democráticas.”
Questionado sobre a posição do partido em relação às manifestações que pedem o retorno da ditadura, Aécio Neves reprovou qualquer iniciativa que se dê fora do campo democrático.
“A nossa história é muito coerente. A minha oposição é no campo da democracia, e vamos fazer essa oposição em favor do Brasil e dos brasileiros. Se existe algum sentimento na sociedade de saudosismo (em relação à ditadura), obviamente eles se manifestarão longe de nós e não têm nenhuma vinculação com a oposição democrática que fazemos no Congresso e que temos que fazer nas ruas também”, ressaltou o presidente nacional do PSDB.
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