Recomeçar

Aécio Neves – Folha de S. Paulo – 21/03/2016

Os últimos dias viram nascer um novo Brasil. Indignado, desperto, protagonista de seu destino, esse Brasil que se mobiliza e se agiganta contra um modelo de governo que arruinou o país deve ser a maior inspiração para o futuro que começa a ser desenhado.

Não há mais espaço para o ideário rançoso, equivocado e nada republicano que, levado à exaustão nos últimos 14 anos, mergulhou o país em uma crise sem precedentes e na pior recessão das últimas décadas. O Brasil daqueles que se julgam acima das leis está a caminho do lixo da história. É hora de recomeçar.

O momento delicado da vida nacional exige sobriedade e coragem. Precisamos reagir com veemência às tentativas de obstrução da Justiça. As gravações liberadas pela Operação Lava-Jato são reveladoras do desapreço que as principais lideranças do partido governista nutrem pelas instituições públicas.

As conversas que vieram a público compõem uma peça vexatória de desprezo pelas instituições, pela democracia e por quem é visto como obstáculo ao projeto de poder do partido. E não me refiro apenas à irresponsável citação ao meu nome na assumida estratégia de “vamos ficar em cima do Aécio”.

Diante da gravidade dos acontecimentos em curso não há como recuar. A hora é de defesa intransigente do trabalho da Justiça Federal, do Ministério Público, do STF e demais instituições.

A tarefa a ser feita será enorme e deverá mobilizar toda a sociedade. Afinal, depois de herdar um país nos trilhos, com as contas em dia e políticas de governança em aprimoramento, o PT avançou sobre este patrimônio de conquistas com uma voracidade rara. O resultado é este legado de infortúnios: uma recessão profunda, com inflação crescente, milhões de desempregados, empresas e famílias endividadas, a dívida pública nas alturas e o descrédito interno e internacional.

Contra o atual estado de coisas, não há saída senão o recomeço. Os brasileiros não suportam mais este teatro de mentiras. Cabe ao Congresso ouvir a voz das ruas e dar ressonância ao que hoje é um clamor nacional. Se o impeachment é o cenário mais provável diante do agravamento da crise, já que a presidente perdeu por completo as condições de governabilidade, devemos pensar com serenidade e responsabilidade no que pode vir a seguir.

As forças de oposição têm o dever de se organizar para ajudar a construir uma agenda de transição e reconstrução. Há um conjunto de reformas estruturantes que precisa ser empreendido para que o país possa enfrentar os desafios do novo tempo. É preciso desobstruir os caminhos que nos impedem de voltar a crescer. O Brasil que sonhamos tem plenas condições de reassumir um papel proeminente no mundo. Não nos falta confiança para seguir adiante.

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Aécio Neves – Pronunciamento no Senado Federal

O senador Aécio Neves se dirigiu ao povo brasileiro em pronunciamento no Senado Federal, nesta quarta-feira (08/03), para falar da aguda crise política e econômica que o país vive.

Aécio falou sobre as investigações da Operação Lava Jato e, na tribuna, defendeu a renúncia da presidente Dilma Rousseff diante da perda da sua capacidade de governar o país.

O senador convocou o Congresso Nacional a ouvir a vontade das ruas e chamou os brasileiros a participarem dos atos de protesto marcados para o próximo domingo.

“Caminharemos unidos contra a corrupção e a mentira, em defesa da Constituição e da democracia, das liberdades sempre ancoradas na força e no valor maior das nossas instituições, que sempre defenderemos, para que a Justiça, ao final, continue cumprindo o seu papel”, afirmou.

Senado Federal – 9 de março de 2016

Ocupo a tribuna desta Casa, neste momento, movido por um sentimento de alta responsabilidade. Peço licença para hoje, excepcionalmente, me abster das advertências, críticas e cobranças que temos reiteradamente feito, aqui mesmo, dessa tribuna, mas para me dirigir aos brasileiros nos quatro cantos deste país.

Aos brasileiros, independentemente das posições partidárias, das razões políticas que defendam e das ideologias que professem. Poucas vezes vivemos dias tão difíceis e crises tão agudas neste país!

Ao gravíssimo desastre econômico em curso somam-se a dramática crise ética e o impasse político que literalmente paralisam o Brasil já há algum tempo.

O país afunda em graves dificuldades, prisioneiros das circunstâncias de um governo incapaz de tomar decisões. De um governo agora já sem qualquer credibilidade e sem inspirar a mínima confiança.

Mergulhado na era dos escândalos, o governismo agoniza e abre mão de enxergar o Brasil verdadeiro.

O Brasil do desemprego em escalada.

Da maior recessão da nossa história.

Da inflação alta, do salário curto no bolso de pais e mães.

O Brasil dos milhares de assassinatos pela violência sem fim nas grandes, médias e pequenas cidades.

O Brasil dos que agora retrocedem e retornam à pobreza extrema, perdendo conquistas alcançadas ao longo das duas últimas décadas.

O Brasil da má gestão, do desperdício de recursos públicos, das obras inacabadas, da corrupção institucionalizada e do desrespeito contumaz aos contribuintes.

O Brasil da indústria sucateada, do investimento relegado e do endividamento perigoso de suas empresas.

O Brasil da inadimplência recorde das nossas famílias.

Da ocupação partidária do Estado em níveis jamais vistos na nossa história.

O Brasil da epidemia de dengue e do zika vírus, que afeta milhares de mulheres.

O Brasil das contas desequilibradas, do aumento explosivo da dívida pública.

Dos anos perdidos e do futuro comprometido.

O que não falta hoje ao país são equívocos, erros e omissões que se sucedem. Ainda assim, apesar de haver tanto por se fazer, neste momento da vida nacional o governo parece se mobilizar apenas para defender sua própria sobrevivência.

Registra-se, agora, mais do que nunca, o perigoso recrudescimento do radicalismo e da intolerância, das ameaças e das agressões em face dos resultados das investigações da Lava Jato e suas consequências.

Esta guerra visível que prospera nas redes sociais aos poucos ganha as ruas, insuflada pela insensatez dos que não têm outra saída senão o grito. Grito contraposto pela justa e natural indignação dos cidadãos, dos que são – não podemos jamais perder isso de vista! – a grande maioria dos brasileiros, dos que querem a mudança e dos querem um país melhor.

Assim, o que vai se compondo é um cenário de gravíssimos riscos, e essa é a razão maior que me traz hoje a essa tribuna, riscos que podem desaguar em indesejáveis confrontos. Nós, o Brasil da paz, não queremos, não desejamos e não admitiremos isso.

Convoca-nos o bom senso, o espírito público e a responsabilidade dos brasileiros que prezam a democracia e a liberdade, para, cada um em seu campo, evitar a radicalização.

Nada, absolutamente nada pode ser pior para a busca de novos caminhos para esse país do que uma Nação dividida.

Neste trecho da nossa história, senhoras e senhores, volto a repetir o que tenho pregado exaustivamente ao lado de tantas outras figuras ilustres dessa casa.

Precisamos nos armar, sim, mas de apenas dois atributos fundamentais: coragem e serenidade. Coragem para caminhar decidida e definitivamente em direção à verdade. Coragem, sobretudo, para construir, na unidade, uma saída para o país. E serenidade , sempre serenidade, para rejeitar, de forma pacifica e determinada, todas as provocações artificiais que, não por acaso, estão sendo disseminadas para incendiar os ânimos e, mais uma vez e desesperadamente, tentar encobrir a verdade.

Eu digo, às senhoras e aos senhores: a fronteira comum onde todos nos brasileiros podemos nos encontrar está clara, nítida. Ela é a nossa Constituição. É ela que nos impõe limite comuns e princípios intocáveis. Este é o espírito do Estado democrático de direito, que sempre nos moveu e especialmente nos move agora.

Não podemos aceitar que, na ausência de argumentos sólidos de defesa sobre as graves suspeições existentes, nossos adversários ataquem de forma irresponsável a honra de quem lhes faz oposição.

Não posso deixar de chegar aos dias de hoje, porque hoje se repete, a partir de notícias de jornais algo que já acontecido em meses anteriores, a sempre sórdida e irresponsável tentativa de vincular nomes da oposição na operação Lava Jato, alguns que estão aqui nesse plenário já foram vítimas desse ardil, e todas, absolutamente todas as acusações foram desmontadas, porque eram absolutamente falsa e por isso não sobreviveram.

Como falsa é mais essa tentativa de vincularmos e, em meu nome em especial, nessa absoluta ação de reencontro de Brasil com seu futuro representada pela operação Lava Jato.

Não me defenderei, porque não preciso disso, atacando as nossas instituições, ao contrário, é preciso que as investigações se aprofundem em todo o campo, é ela que vai fazer prevalecer a verdade entre nós.

Quero aqui registrar e reiterar de público nosso profundo apoio a Operação Lava Jato, aos promotores, aos policiais federais, aos magistrados que estão, como eu disse, permitindo o reencontro do Brasil com um nova era.

Não vamos nos intimidar de forma alguma, ao contrário, isso só faz aumentar em mim a determinação de continuar combatendo esse governo que tanto vem infelicitando o pais, ate porque nenhum de nos esta acima da responsabilidade de dar respostas. Daremos como sempre fizemos respostas claras, a cada situação, a cada questionamento q nos sejam feito.

Mais do que isso vamos continuar defendendo o Brasil daqueles que o ocuparam em benefício de um projeto de poder.

Mas quero reiterar mais uma vez que nós vivemos um momento decisivo como pouquíssimos na nossa história, ao qual esta Casa e a nossa Casa irmã, a Câmara dos Deputados, aqui representada por inúmeros ilustres parlamentares, a quem agradeço a presença, temos o dever de nos colocar à altura deste momento, honrando o clamor da grande maioria da sociedade brasileira.

Estamos, e não há porque disfarçar isso, numa autêntica encruzilhada. Podemos, sim escolher continuar a viagem rumo ao caos em que se transformou este Governo ou podemos lutar, sempre dentro dos marcos legais e constitucionais, para que o Brasil comece definitivamente a superar as suas imensas dificuldades e recuperar a responsabilidade e a ética no trato da coisa pública.

Não podemos mais ignorar que nos tornamos uma ilha de atraso em um mundo que caminha para a prosperidade. Experimentamos, a verdade é essa, a estranha e incomum mistura de um país que não cresce e ao mesmo tempo tem a mais alta taxa de juros do planeta e um dos maiores índices de inflação, entre as economias minimamente organizadas.

E, mais grave ainda, as conquistas sociais de vários Governos, e faço aqui esse reconhecimento, estão se esvaindo, continuam servindo apenas de matéria prima para discursos demagógicos e salvacionistas.

O governo, a realidade é essa, infelizmente, parece não ter ideia da gravidade das nossas dificuldades. A sua proposta de ajuste para o enorme desequilíbrio orçamentária que vivemos hoje, pasmem, aprofunda o déficit, ao invés de combatê-lo cabalmente.

As reformas, tão necessárias ao país, não são postas na mesa e já são rechaçadas pelo próprio Partido da Presidente da República, e o seu Governo não demonstra a mínima coesão em torno das mais relevantes.

Diante de tudo isso, há um consenso hoje no país: falta a este governo o essencial, credibilidade e capacidade para ressuscitar a confiança de todos no Brasil.

É unânime a constatação da total incapacidade da Presidente em apresentar saídas para a crise que se agrava a cada dia, econômica, ética e social, em que o país foi mergulhado pelas últimas gestões do PT. A saída existe e está colocada, pelo menos algumas delas, e todas como prevê a nossa Constituição.

Caberá ao Congresso Nacional, ouvindo o clamor das ruas, manifestar-se de forma absolutamente clara, seja a favor do impeachment da Presidente da República, Se esse for o sentimento majoritário da Câmara dos Deputados, seja em apoio à cassação da chapa presidencial eleita, em razão das gravíssimas denúncias de utilização de recurso público para a sua eleição, ou, quem sabe, num gesto magnânimo, num gesto generoso para com o país, quem sabe a Presidente da República, compreendendo que perdeu as condições mínimas de governar, permita que, com a sua renúncia, o Brasil inicie uma nova etapa na sua história.

O isolamento e o descrédito desse governo avançaram de tal forma que não consegue mais ele construir os mínimos consensos, as mínimas alternativas para alinhavar soluções.

O isolamento é o pior dos caminhos para qualquer governo avançar. À revelia do governismo, temos nós, da oposição, e aqui repito mais uma vez a minha alegria com a presença de tantos ilustres parlamentares. Temos buscado, com o apoio – é preciso que se diga – da Presidência desta Casa, votar projetos que têm permitido minimamente ações que desoneram as empresas estatais, que buscam o equilíbrio orçamentário, que garantem a solvência do governo e que permitem ao setor privado voltar a investir e gerar empregos.

Portanto temos feito a nossa parte, mas as medidas estruturantes, aquelas absolutamente imprescindíveis para o Brasil virar esta página da sua história, dependem de uma maioria que as oposições não têm e que o governo não consegue mais aglutinar.

Não nos furtamos – nós, da oposição –, em momento algum, a discutir as medidas mais difíceis, mas também necessárias, desde que o Governo as coloque, e as apresente, e assegure o voto da sua base de apoio. Mas temos, a cada dia, perdido a esperança de que isso venha a acontecer.

O que nós temos ouvido em resposta, Presidente Renan Calheiros, são apenas palavras ao vento, seguidas de manifestações de que preferem aprofundar o receituário que produziu o fracasso atual do que reconhecer os seus equívocos e iniciar uma nova caminhada.

Perante este estado lamentável a que o Brasil foi levado, o que o governo oferece aos brasileiros? Nada além das velhas e surradas teses; nada além do discurso manipulador e de sua permanente atitude de tentar dividir o País.

Não fomos nós, Srª Presidente da República, que dividimos o Brasil; não fomos nós que tomamos as decisões que nos levaram à recessão, ao desgoverno, à ruína, a essa quadra vergonhosa por que passa o País. O que dividiu o País desde o começo foi a campanha da mentira, do ódio, das ofensas e das calúnias utilizadas como armas eleitorais, que se transformam agora em novas tentativas de elevar ao grau máximo o tradicional “nós e eles”, sempre enfatizado por alguns governistas.

Nossos adversários vêm insuflando – pelo menos alguns deles, para fazer aqui justiça – a radicalização desse momento. Prometem a guerra e agressão. Buscam cindir o Brasil. Tentam desviar o foco da realidade, para alguns deles não terem que prestar conta de seus atos.

Nós reagiremos sempre, buscando o entendimento, a paz, mas não aceitando mais que medidas equivocadas e irresponsáveis aprofundem o caos no qual os governos do PT mergulharam o País.

Mas é bom que fique claro que, de forma definitiva – e caminho para encerrar, palavras de ordem ensaiadas e gritadas à exaustão não irão jamais causar constrangimento e tampouco calar a consciência da Nação. A melhor resposta que daremos será, a partir de agora, do próximo domingo, estando junto nas ruas, dizendo um basta a tudo isso.

O Brasil não pode perder a raríssima oportunidade de se reencontrar consigo mesmo e com os sonhos de cada brasileiro que tanta lutaram para melhorar a sua vida e que nos trouxeram até aqui. Afinal, crises como essa dessa envergadura, como todos sabem, podem ser também oportunidades preciosas para promovermos grandes transformações.

Esse é precisamente o momento que estamos vivendo, os que têm responsabilidade nessa hora estão nos vários espectros do nosso quadro político, precisam respeitar os longos anos de sacrifício e de luta dos brasileiros para alcançar o lugar que merecemos e devemos ocupar.

Não vamos aceitar ameaças e tentativas de incendiar a Nação para que a fumaça encubra o que fizeram no Brasil.

Domingo, o povo brasileiro sairá às ruas, escrevendo uma página definitiva da nossa história, que mudará o destino do Brasil.

Somos homens e mulheres de bem, com nossos filhos, com as nossas famílias, sairemos em paz para mostrar que esse País não perdeu a sua alma e não perdeu a sua esperança. Vamos, amigos e amigas, às ruas, resgatar a decência e a integridade.

Caminharemos unidos contra a corrupção e a mentira, em defesa da Constituição e da democracia, das liberdades sempre ancoradas na força e no valor maior das nossas instituições, que sempre defenderemos, para que a Justiça, ao final, continue cumprindo o seu papel.

Muito obrigado.

NOTA DAS OPOSIÇÕES

Os partidos de oposição no Congresso Nacional, reunidos nesta sexta-feira, reafirmam seu integral apoio e confiança nas instituições nacionais e ao trabalho de investigação realizado pela Operação Lava Jato.

É hora de exigir respeito a um dos mais importantes pilares do Estado democrático de direito, que determina que nenhum brasileiro está acima das leis e da Constituição, e que todos, sem exceção, devem responder pelos seus atos perante à Justiça.

Da mesma forma é essencial à democracia que a imprensa continue a exercer seu papel com independência e coragem.

O rigor das investigações e a necessária apuração dos fatos trazidos à tona pela operação Lava Jato são imprescindíveis para estabelecer a verdade e determinar a responsabilidade de todos os envolvidos no maior escândalo de corrupção da história do país.

Os brasileiros têm o direito de conhecer a verdadeira história do país, escondida durante anos pelas mentiras, pela manipulação e pela propaganda.

Aos partidos de oposição não faltarão coragem, determinação, nem serenidade.

Coragem para defender a democracia.

Determinação para defender a Constituição.

Serenidade para não aceitar provocações daqueles que, sem argumentos, insistem em confundir a sociedade enquanto tentam fugir das suas responsabilidades.

Os partidos de oposição convocam todos os brasileiros a acompanharem atentos os acontecimentos e a rechaçarem, com vigor, as lamentáveis e reiteradas ameaças de radicalismos, que só têm como objetivo esconder a verdade e dividir o país.

Que no próximo dia 13 de março possamos, em paz, ocupar as ruas de todo o país para permitir o reencontro do Brasil com seu futuro.

Brasília, 04 de março de 2016.

Aécio Neves – Leitura da Nota das Oposições

“Aos partidos de oposição não faltarão coragem, determinação, nem serenidade. Coragem para defender a democracia. Determinação para defender a Constituição. Serenidade para não aceitar provocações daqueles que, sem argumentos, insistem em confundir a sociedade enquanto tentam fugir das suas responsabilidades”, diz presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, ao realizar a leitura da Nota das Oposições, divulgada hoje (04/03) após reunião dos presidentes e líderes do PSDB, PPS, PTB e do PSB em Brasília.

Foto: George Gianni

Foto: George Gianni

“Vamos construir um tempo novo no Brasil”, diz Aécio em São João del Rei

Uma tradição iniciada por Tancredo Neves, ex-presidente da República, tem sido mantida pelo presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, às vésperas de decisões importantes em sua vida pública: a visita a São João del Rei (MG). O tucano esteve na cidade de seu avô na manhã desta sexta-feira (13), onde iniciou caminhada que o levará à oficialização de sua candidatura à Presidência da República, neste sábado (14), na Convenção Nacional do PSDB, em São Paulo (SP).

Cercado por família, amigos, população, lideranças políticas e militantes da Juventude do PSDB e do Tucanafro, Aécio reconheceu que inicia uma longa jornada. “Vamos construir um tempo novo no Brasil, de ética, decência na vida pública e sobretudo coragem para transformarmos para melhor esse país”, disse.

“Saio a partir de hoje a caminhar pelo Brasil, mas levando Minas, seus valores e seus exemplos, sempre no local mais profundo do meu coração. Sei que dificuldades encontraremos no caminho, mas a minha coragem será sempre muito grande”, afirmou.

Iniciando sua caminhada a partir do Solar dos Neves, residência onde viveu Tancredo, Aécio percorreu as ruas do centro histórico de São João del Rei, cumprimentando moradores, e visitou a capela de Santo Antônio, construção erguida por volta de 1774. O presidente nacional do PSDB foi ainda ao Teatro Municipal, onde encontrou amigos e lideranças políticas da região, e ao cemitério da Igreja de São Francisco de Assis, onde visitou o túmulo de Tancredo.

 

Mudanças

Aécio Neves destacou que o PSDB nunca esteve tão unido e determinado, com as “forças de oposição cada vez mais fortalecidas” para expressarem um “claro e crescente” sentimento de mudança por todo o país.

“Teremos dissidências cada vez mais amplas por todo Brasil, e essas dissidências fortalecerão a oposição, porque elas representam o sentimento que é dos brasileiros hoje: sentimento de mudanças profundas. Estamos saindo hoje de São João del Rei para dar a vitória às oposições e atendermos a esse clamor que hoje tem mais de 70% da população brasileira”, salientou.

“Cabe a nós da oposição representar e expressar esse sentimento de mudança corajosa, mudança verdadeira, mudança com quadros qualificados”, afirmou Aécio.

Questionado pela imprensa, Aécio comentou ainda as manifestações contrárias à presidente da República, Dilma Rousseff, durante a abertura da Copa do Mundo, nesta quinta-feira (13), em São Paulo.

“Acho que ela colhe um pouco aquilo que plantou ao longo dos últimos anos. É alguém que governa com mau-humor permanente, com enorme arrogância, sem dialogar com a sociedade brasileira, de costas para a sociedade, achando que por ter a caneta na mão tudo pode, sem se preocupar com o que virou o governo do ponto de vista ético, com essas sucessivas denúncias de corrupção”, observou Aécio Neves.