Aécio apoia decisão de Renan de ignorar tentativa de anular votação do impeachment na Câmara

O senador Aécio Neves, do PSDB de Minas Gerais, apoiou nessa segunda-feira a decisão do presidente do Senado, Renan Calheiros, de dar continuidade à tramitação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff e classificou como uma manobra a tentativa do presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão, de anular a sessão que aprovou a admissibilidade do impeachment pelos deputados. O presidente do PSDB afirmou que o Brasil precisa superar o mais rápido possível essa instabilidade.

Sonora do senador Aécio Neves

“Não tem amparo no Regimento, nem da Câmara nem do Senado, porque esse processo já está como chamados aqui precluso. Ele já não está na ossada da Câmara. Ele já está no Senado e deverá tramitar no Senado dentro do organograma pré-estabelecido. Na quarta-feira, deveremos está votando aqui no plenário a admissibilidade do processo de impeachment com consequente afastamento da presidente da República, para que o Brasil saia desse impasse e possa retomar o crescimento, a geração de empregos, a melhoria dos serviços públicos. É isso que o brasileiro quer”.

Com a decisão de Renan Calheiros de dar continuidade à tramitação do processo de afastamento, se mantém a previsão da votação para acontecer na quarta. Se o Senado decidir, por maioria simples pela continuação do processo, Dilma Rousseff será afastada por até 180 dias e o vice-presidente Michel Temer assumirá a presidência da República. Nesse período, a comissão especial procederá com a investigação que poderá levar à saída definitiva da petista do cargo.
De Brasília, Shirley Loiola.

Boletim

Manutenção do processo de impeachment

“É uma decisão surpreendente que não tem amparo no Regimento já que esse processo já deixou a Câmara dos Deputados e, agora, está sendo analisado pelo Senado. Já foi aprovado na Comissão Especial e seguirá o seu rito natural. É assim que se deve fazer. Não podemos criar esta instabilidade entre as duas Casas. Se não, seria o caso de amanhã um projeto de lei aprovado em uma das Casas, quando estiver sendo votado na segunda, a primeira se arrepende de tê-lo aprovado. Não existe histórico precedente que justifique essa decisão. Por isso, a decisão do presidente Renan Calheiros é correta de desconsiderar a determinação do presidente em exercício da Câmara dos Deputados”, afirmou o senador Aécio Neves, durante entrevista coletiva a rádios do Nordeste, nesta segunda-feira (09/05), ao comentar a decisão do presidente em exercício da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão, de anular a votação do impeachment realizada no dia 17 de abril.

Aécio Neves – Entrevista sobre o processo de impeachment

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, concedeu entrevista, nesta segunda-feira (09/05), em Brasília. Aécio falou sobre a decisão do presidente em exercício da Câmara, impeachment e agenda do PSDB para o Brasil.

Leia a transcrição da entrevista do senador:

Sobre a posição do deputado Waldir Maranhão?

É uma decisão surpreendente, mas que na verdade não tem amparo no regimento já que esse processo já deixou a Câmara dos Deputados e, agora, está sendo analisado pelo Senado. Já foi aprovado na Comissão Especial e seguirá o seu rito natural. É assim que se deve fazer. Não podemos criar esta instabilidade entre as duas casas. Se não, seria o caso de amanhã um projeto de lei aprovado em uma das casas, quando estiver sendo votado na segunda, a primeira se arrepende de tê-lo aprovado. Então, não existe histórico precedente que justifique essa decisão. Por isso, a decisão do presidente Renan Calheiros é correta de desconsiderar a determinação do presidente em exercício da Câmara dos Deputados.


É uma tentativa de atrapalhar a votação da quarta-feira?

Sem dúvida nenhuma. É uma tentativa de setores do governo que perderam a capacidade de argumentar e apresentar a defesa da presidente para se manter mais alguns dias no poder. Mas eu acho que esse processo no Senado Federal, na quarta-feira, vai ter o seu desfecho.


Sobre agenda do PSDB para o Brasil.

O PSDB apresentou ao Brasil, em 2014, um conjunto de propostas realmente para mudanças do país. Infelizmente, perdemos as eleições. E vamos dar a nossa contribuição ao futuro governo Michel Temer, não em busca de cargos, mas da execução de uma agenda de propostas estruturais para o Brasil.


Há legalidade na decisão da Câmara dos Deputados?

Ela não tem amparo no regimento, nem da Câmara e nem do Senado porque este processo está como chamamos aqui, precluso. Ele já não está na alçada da Câmara. Ele já está no Senado e deverá tramitar no Senado dentro do organograma pré-estabelecido. Na quarta-feira, deveremos estar votando aqui no plenário a admissibilidade do processo de impeachment com o consequente afastamento da presidente da República, para que o Brasil saia desse impasse e possa retomar o seu crescimento, a geração de empregos, a melhoria da qualidade dos serviços públicos porque é isso que os brasileiros querem.

Sociedade não quer mais esse Fla-Flu entre partidos, diz Aécio

O senador Aécio Neves, presidente nacional do PSDB, defendeu hoje (25/04), em plenário, as indicações dos senadores Raimundo Lyra (PMDB-PB) e Antonio Anastasia (PSDB-MG) para presidência e relatoria da Comissão Especial que analisará, no Senado, o pedido de impeachment da presidente da República já aprovado na Câmara dos Deputados por crime de responsabilidade.

Aécio disse que Lyra e Anastasia têm o reconhecimento de seus colegas. Ele pediu serenidade à bancada do PT em razão de ataques que têm sido feitos a senadores da oposição nos debates iniciais para formação da comissão.


Trecho do pronunciamento do senador Aécio Neves:

“Este nível de debate não interessa ao Senado. Lembrando aqui Platão, que, há mais 2 mil anos nos ensinava algumas coisas, e uma sempre me vem à mente quando escuto este senador na tribuna. Platão dizia, e ele viveu 400 anos antes de Cristo, que as pessoas comuns falam de coisas, as pessoas brilhantes falam de ideias e as pessoas medíocres falam de pessoas.

O senador só vem à tribuna, talvez pela ausência de argumentos, para atacar pessoas. O que estamos propondo é algo que vai ser discutido na Comissão, no foro adequado, de forma democrática, sem necessidade de ofensa a quem quer que seja.

O senador Antonio Augusto Anastasia é reconhecido nesta Casa como um dos mais qualificados senadores: Professor de direito constitucional, equilibrado, ameno no trato e cumpre-se o Regimento, indicado pelo segundo maior bloco. Não é possível que, numa questão como esta, já vamos, aqui, fazer um debate pessoal, de um nível que a sociedade brasileira não quer mais.

Portanto, concordo que no âmbito da Comissão Especial será dirimida essa questão. Acho que o Senado Federal estará extremamente bem representado pelo senador Antonio Augusto Anastasia, como estará pelo senador Raimundo Lyra e pelos demais membros da comissão.

É hora de travarmos o debate em torno dos temas centrais, das acusações que são feitas à presidente da República, e tirarmos isso desse Fla-Flu, dessa discussão entre partidos, porque ela em nada atende às expectativas do Brasil, que vive o momento de uma crise extremamente aguda e profunda”.

Sociedade não quer mais esse Fla-Flu entre partidos, diz Aécio

O senador Aécio Neves, presidente nacional do PSDB, defendeu hoje (25/04), em plenário, as indicações dos senadores Raimundo Lyra (PMDB-PB) e Antonio Anastasia (PSDB-MG) para presidência e relatoria da Comissão Especial que analisará, no Senado, o pedido de impeachment da presidente da República já aprovado na Câmara dos Deputados por crime de responsabilidade.

Aécio disse que Lyra e Anastasia têm o reconhecimento de seus colegas. Ele pediu serenidade à bancada do PT em razão de ataques que têm sido feitos a senadores da oposição nos debates iniciais para formação da comissão.


Trecho do pronunciamento do senador Aécio Neves:

“Este nível de debate não interessa ao Senado. Lembrando aqui Platão, que, há mais 2 mil anos nos ensinava algumas coisas, e uma sempre me vem à mente quando escuto este senador na tribuna. Platão dizia, e ele viveu 400 anos antes de Cristo, que as pessoas comuns falam de coisas, as pessoas brilhantes falam de ideias e as pessoas medíocres falam de pessoas.

O senador só vem à tribuna, talvez pela ausência de argumentos, para atacar pessoas. O que estamos propondo é algo que vai ser discutido na Comissão, no foro adequado, de forma democrática, sem necessidade de ofensa a quem quer que seja.

O senador Antonio Augusto Anastasia é reconhecido nesta Casa como um dos mais qualificados senadores: Professor de direito constitucional, equilibrado, ameno no trato e cumpre-se o Regimento, indicado pelo segundo maior bloco. Não é possível que, numa questão como esta, já vamos, aqui, fazer um debate pessoal, de um nível que a sociedade brasileira não quer mais.

Portanto, concordo que no âmbito da Comissão Especial será dirimida essa questão. Acho que o Senado Federal estará extremamente bem representado pelo senador Antonio Augusto Anastasia, como estará pelo senador Raimundo Lyra e pelos demais membros da comissão.

É hora de travarmos o debate em torno dos temas centrais, das acusações que são feitas à presidente da República, e tirarmos isso desse Fla-Flu, dessa discussão entre partidos, porque ela em nada atende às expectativas do Brasil, que vive o momento de uma crise extremamente aguda e profunda”.

Ouça trecho do pronunciamento do senador:

Apoio do PSDB a eventual governo Temer independe de cargos, afirma Aécio Neves

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, ressaltou, nesta segunda-feira (25/04), que o apoio do partido a um eventual governo Michel Temer não se dará em torno da indicação de nomes para cargos no Executivo federal.

Em entrevista à imprensa, no Congresso, Aécio afirmou que a decisão de apoiar ou não um novo governo, se aprovado o impeachment de Dilma Rousseff, será tomada com base nos compromissos assumidos com as reformas defendidas pelo PSDB. Entre elas, a reforma política e da estrutura administrativa do Estado.

“Não condicionamos nossa participação no governo à indicação de quem quer que seja. Se o vice-presidente da República, no momento em que assumir, e esse momento ainda não chegou, buscar quadros no PSDB, obviamente terá o direito de fazer isso, mas não alterará nossa posição. O que pode alterá-la é o não compromisso com essa agenda. O que o PSDB propõe ao Brasil é uma agenda que nos tire da crise”, disse Aécio.

O senador confirmou que o partido prepara uma reunião de sua Executiva Nacional para a próxima semana com o objetivo de debater o apoio a um eventual novo governo. Ele adiantou que o PSDB defende compromissos com a preservação das investigações da Lava Jato, com a redução de ministérios e com a reforma política.

“O que queremos é um compromisso com essa agenda, uma agenda que passa pela preservação das investigações da Lava Jato, uma profunda reforma do Estado, por uma reforma política corajosa que possa restabelecer a cláusula de barreira para que não tenhamos esse conjunto excessivo de partidos políticos que, na verdade, impedem as negociações de temas mais importantes e relevantes para o país”, defendeu Aécio Neves.


Impeachment avança

Nesta segunda-feira, o plenário do Senado aprovou os membros indicados pelos blocos parlamentares para a Comissão Especial que analisará no Senado o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. A eleição da comissão foi antecipada a pedido do senador Aécio Neves. O colegiado será instalado nesta terça-feira (26/04), às 10h.

“Estamos fazendo aquilo que a população brasileira espera de nós, nos preparando para apresentar ao eventual futuro presidente Michel Temer, em confirmando o afastamento da presidente da República, um conjunto de propostas que consideramos essenciais para retirar o Brasil da crise. Não são propostas novas, muitas delas já foram debatidas intensamente durante toda campanha eleitoral, e elas, a partir da reunião da Executiva, estarão colocadas à disposição do vice-presidente da República para a eventualidade dele assumir. Essa é a nossa responsabilidade”, ressaltou Aécio.


Anastasia

O presidente do PSDB criticou a estratégia usada por senadores do PT hoje, em plenário, de dirigir ataques ao senador e ex-governador de Minas Gerais Antonio Anastasia, indicado para a relatoria do processo de impeachment na Comissão Especial no Senado.

“O senador Antonio Augusto Anastasia é reconhecido nesta Casa como um dos mais qualificados senadores: Professor de direito constitucional, equilibrado, ameno no trato e cumpre-se o Regimento, indicado pelo segundo maior bloco. Não é possível que, numa questão como esta, já vamos, aqui, fazer um debate pessoal, de um nível que a sociedade brasileira não quer mais. É hora de travarmos o debate em torno dos temas centrais, das acusações que são feitas à presidente da República, e tirarmos isso desse FLA-FLU, dessa discussão entre partidos, porque ela em nada atende às expectativas do Brasil, que vive o momento de uma crise extremamente aguda e profunda”, afirmou Aécio.