Aécio Neves – Entrevista do candidato da coligação Muda Brasil à Presidência da República

O candidato do PSDB à Presidência da República, senador Aécio Neves, concedeu entrevista, nesta segunda-feira (07/07), em São Paulo (SP), onde participou de reunião com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e coordenadores da campanha. Aécio Neves falou sobre eleições 2014, a participação do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso na campanha e Copa do Mundo.

 

Leia a transcrição da entrevista do senador:

Sobre reunião em São Paulo.

É uma primeira reunião de organização efetiva da campanha, definindo funções, coordenações. A campanha nacional funcionará aqui, nessa casa,e funcionará  também a coordenação regional, de São Paulo, para que haja também uma proximidade grande entre ambas as campanhas, para que elas possam caminhar juntas. Tenho uma alegria de ter pessoas tão experientes, tão qualificadas e honradas a nos ajudar nessa tarefa. Foi uma primeira reunião administrativo, definimos um pouco o start das nossas ações, que começaram exatamente por São Paulo, definindo a questão de agenda, definindo as coordenadorias setoriais, e hoje ainda o senador Agripino poderá definir alguma dessas coordenadorias, os coordenadores regionais, em cada estado teremos coordenador político, coordenador operacional da campanha. Não será do PSDB, será do conjunto da coligação.

A presença do senador Agripino, coordenador geral, é uma sinalização de que nós, partidos aliados, somos a partir de agora um só conjunto de forças. Cada partido terá um representante na coordenadoria gera da campanha, no comitê gestor da campanha, para que possamos estar também próximos dos candidatos desses partidos em cada um dos estados. Candidatos a deputados, candidatos a governadores. A nossa largada é muito adequada, seja do ponto de vista estrutural, pelos palanques que foram viabilizados em apoio à nossa candidatura, seja pela questão, para mim mais relevante, programática, de conteúdo, das propostas que estamos apresentando a partir das nossas diretrizes, que serão detalhadas e discutidas com a sociedade ao longo da campanha.

Agora é campanha. Da nossa parte, será uma campanha propositiva. Vamos debater ideias, um novo modelo de gestão, uma nova visão de mundo, uma nova concepção em relação à questão econômica. Vamos construir uma agenda que permita ao Brasil voltar a crescer, controlar a inflação, resgatando a credibilidade para que os investimentos voltem a vir para o Brasil, e aumentando a qualidade dos nossos investimentos na área social. É um enorme desafio que temos pela frente, mas não poderia estar iniciando essa caminhada em melhor companhia.

 

Sobre propostas para setores específicos.

Não há uma definição específica em relação a atrair esse ou aquele setor. Temos que ter propostas claras para cada um desses setores. Na saúde, que envolve médicos, seja nas conversas ou parcerias com manifestações religiosas, com as religiões, não apenas as evangélicas, mas todas elas. Até porque o Estado é laico e assim deve permanecer sendo. Agora, vamos ampliar a nossa interlocução com toda a sociedade. As diretrizes do nosso programa de governo apresentam sinalização clara na busca dessa interlocução com os jovens, interlocução com os idosos, interlocução como trabalhador rural, com o produtor rural, com aqueles que vivem nas cidades, as agruras do transporte de péssima qualidade, insegurança, saúde dramática. Não vamos escolher um setor. Vamos apresentar uma proposta que, de alguma forma, interprete o sentimento da sociedade brasileira em todas as suas estratificações, que são múltiplas. Por isso, pretendo fazer uma campanha itinerante. Será uma campanha de pé no chão, bota no pé, andando pelo país. Pelo Brasil urbano, mas pelo Brasil rural. Pelas grandes e pelas pequenas comunidades.

 

Sobre participação do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso na campanha.

Nisso me considero um privilegiado. Ter a companhia, o espírito público de um estadista como o presidente Fernando Henrique, que veio aqui em um gesto muito simbólico, para mim até de surpresa, prestar a sua solidariedade, dizer do seu empenho nessa caminhada, é um privilégio que, esse, realmente, só eu que tenho. Ele vai estar sempre ao meu lado como conselheiro que é, com a experiência de um presidente que, por duas eleições consecutivas derrotou o PT em primeiro turno, fez a mais importante e estruturante reforma feita no nosso Brasil contemporâneo, que foi a reforma monetária, com a criação do Plano Real. Então, para mim, é um privilégio ter o aconselhamento de alguém que não quer mais nada da vida pública se não o bem do Brasil.

 

A campanha se intensifica após a Copa? 

Concordo que, após a Copa do Mundo, as pessoas vão estar mais conectadas com a eleição. A eleição entra na agenda de boa parte da população brasileira que ainda está alheia a ela hoje. Mas o nosso trabalho já começou, e não é de hoje, já começou há muito tempo. Começou com as discussões das nossas propostas, inicialmente com a discussão da candidatura quando assumi a Presidência do partido. Para nós isso já começou há muito tempo. Mas concordo que na semana seguinte ao final da Copa do Mundo é que vamos ter, efetivamente, as pessoas acompanhando mais as propostas dos candidatos. E é isso que queremos.

O que quero é que as pessoas votem, quero que as pessoas façam de acordo com aquilo que o TSE divulgou e propôs ao Brasil. Vamos à urna. Quanto mais pessoas forem às urnas, mais certo estou de que a nossa chance de vitória se amplia e aumenta. Repito: não vamos ter uma agenda concentrada em uma região, concentrada em um determinado setor da sociedade. A nossa agenda será uma agenda itinerante pelos vários Brasis que compõem a nossa nacionalidade, só que com desafios múltiplos, diferentes.

Quero poder, no início de agosto, andar pelo Nordeste lançando o grande e audacioso projeto de desenvolvimento do Nordeste, com um choque de infraestrutura na região, com a qualificação dos programas sociais, com mais investimentos e, ao mesmo tempo, quero estar discutindo a questão da mobilidade urbana nos grandes centros, discutindo os grandes gargalos que impedem aqueles que produzem no Centro-Oeste e no Sul do Brasil de terem mais competitividade e avançarem em novos mercados. Quero discutir política externa.

Estou absolutamente pronto para o debate em qualquer campo e com qualquer um dos concorrentes à eleição presidencial. Desejo a todos eles, sem exceção, sorte nessa caminhada. A democracia brasileira amadureceu muito e o que os brasileiros esperam de nós é uma campanha altiva, uma campanha propositiva e uma campanha que respeite os cidadãos.

 

Sobre a presidente Dilma entregar a taça na final da Copa do Mundo.

Acho algo natural. Apenas fiz um comentário, e continuo achando, que as pessoas não vão se iludir em relação a um resultado, seja positivo ou negativo. Não acho que nenhum deles influencia no resultado eleitoral. São coisas absolutamente distintas. É o que disse ontem e repito hoje.

Se alguém achar que vencer é bom ou que o Brasil perder é bom para os seus objetivos eleitorais se frustrará. Copa é uma coisa, vamos torcer muito para que o Brasil chegue lá. Os brasileiros merecem essa vitória. Acho que o Neymar, acima de tudo, merece essa homenagem, mas todos os brasileiros merecem.

Vamos torcer para que o Brasil vença a Copa do Mundo e para que em cinco de outubro o Brasil vença de novo, permitindo um novo governo e um ciclo de desenvolvimento muito mais vigoroso que nós temos tendo e com o resgate da ética e decência.

Aécio Neves – Entrevista no Festival do Japão

O presidente nacional do PSDB e candidato do partido à Presidência da República, senador Aécio Neves, concedeu entrevista, neste domingo (06/07), em São Paulo (SP), onde participou do 17º Festival do Japão – o maior evento da comunidade japonesa no país.

 

Leia a transcrição da entrevista do senador:

Sobre o governo desejado pela Coligação Muda Brasil
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Um governo honrado e decente, que melhore a qualidade da saúde pública, da educação e da segurança, principalmente que dê mais esperança para as pessoas. Quero construir isso ao lado do senador Aloysio Nunes, do governador Geraldo Alckmin e do senador José Serra. Espero daqui a três meses estar pintando outro olho (referindo-se ao boneco da sorte).

 

Sobre o risco de baixo nível na campanha.

Campanha para mim não é uma guerra. Campanha é a oportunidade de defender as ideias nas quais você acredita. Vamos fazer uma campanha decente, propositiva e de alto nível, acreditando na capacidade das pessoas discernirem aquilo que é correto e aquilo que não é. A nossa melhor companhia durante essa campanha é a verdade. A verdade e a coragem para fazer o que precisa ser feito. Estou extremamente honrado com essa oportunidade e, principalmente, com os companheiros que estão ao nosso lado nessa empreitada. Iniciando a nossa campanha eleitoral, oficialmente, ao lado do governador Geraldo Alckmin, do senador José Serra, ex-governador do estado (de São Paulo), (senador) Aloysio Nunes, e de tantos companheiros é a demonstração que temos um projeto coletivo a ser implementado no Brasil. Não vai nos faltar a coragem e a disposição de debater todos os temas com quem quer que seja. Acreditando que o Brasil merece um governo melhor do que está tendo, mais eficiente, mais ético e, sobretudo, mais corajoso para fazer aquilo que, infelizmente, não foi feito nos últimos onze anos.

 

Sobre a importância do Festival do Japão
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São Paulo já é conhecida como a maior cidade japonesa fora do Japão. A cultura japonesa está enraizada na nossa. São seis gerações de japoneses e descendentes, que vem ajudando o Brasil a ser o que é hoje, seja no agronegócio, na indústria e nos seus valores.

 

Sobre seleção e Neymar
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Estou me organizando para ver o jogo terça-feira em Belo Horizonte. Agora é raça, não é? É o coração na ponta da chuteira. Todos nós lamentamos profundamente a perda do Neymar e a não punição do atleta que fez aquela entrada quase criminosa no maior atleta brasileiro. Mas o Brasil será capaz de se superar. Agora, cada jogo é um grande desafio. Estava dizendo ontem, é uma pedreira que cada um de nós terá pela frente, mas a torcida vai fazer a diferença. Acho que o Brasil vai vencer a Copa do Mundo e vai vencer em cinco de outubro, iniciando um novo ciclo de desenvolvimento e de decência na vida pública brasileira.

 

Sobre eleições 2014 e Copa do Mundo
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O vamos mostrar no nosso tempo de propaganda é o sentimento dos brasileiros, que estão cansados de tudo isso que está aí. Alguns acham que podem confundir Copa do Mundo com eleição. Não. O brasileiro está suficientemente maduro e consciente para perceber que são coisas absolutamente diferentes. Vejo uma tentativa de uma certa apropriação desses eventos para o campo político. Vamos debater em qualquer campo todas as nossas propostas. A campanha eleitoral para mim não é uma guerra, é uma oportunidade de nós apresentarmos as nossas propostas. Vamos fazer isso com transparência.

Terei como maior aliado e como minha mais importante companhia, em toda essa caminhada que hoje se inicia, a verdade. A verdade e a coragem para fazer aquilo que não foi feito até aqui. E inicio essa campanha muito feliz. Com as companhias que estão ao meu lado, Geraldo Alckmin, governador e agora futuro senador José Serra, senador Aloysio Nunes. Isso é uma demonstração da qualidade dos quadros que nós temos para disputar a eleição e nos ajudar nessa obra de governo. Estou extremamente honrado de poder apresentar ao Brasil uma proposta que reúna decência e eficiência na administração pública.

 

Sobre a agenda em SP e as eleições 2014
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Estamos na maior cidade japonesa fora do Japão e com as companhias com as quais vou fazer essa grande e bela travessia para chegarmos a um Brasil mais justo, mais solidário, que cresça sem o fantasma da inflação que aí está. Não considero eleição uma guerra. Da minha parte, jamais permitirei que queiram dividir o Brasil entre nós e eles.

Campanha é oportunidade de debatermos propostas, apresentarmos as nossas ideias para que a população brasileira possa fazer, no momento certo, a melhor escolha. Vamos fazer uma campanha olhando para o futuro, não olhando para o passado. Vamos fazer uma campanha em alto-astral, não com ataques pessoais e vis a quem quer que seja.

O Brasil, que vem amadurecendo a sua democracia ao longo dos últimos anos, merece uma campanha à altura dos desafios que temos pela frente. Estou pronto para o debate sobre qualquer tema, em qualquer campo, com quem quer que seja, desde que seja um debate que atenda aos interesses e às expectativas da população brasileira.

Começamos aqui com o pé direito, ao longo do grande governador Geraldo Alckmin, que vai governar São Paulo por mais quatro anos. Ao lado do companheiro José Serra, ao lado do companheiro Aloysio Nunes, o meu companheiro de chapa. Isso é uma demonstração da qualidade dos quadros que temos espalhados por todo o Brasil e que vão ser essenciais não apenas para vencermos, para vencermos também, mas principalmente para governarmos o Brasil.

O Brasil merece rapidamente inaugurar um novo ciclo, onde haja decência e onde haja eficiência na administração pública. Estou pronto para conduzir o nosso campo político nesse grande debate que se inicia.