Aécio Neves – Entrevista sobre a reunião da Executiva do PSDB

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, concedeu entrevista coletiva, nesta quarta-feira (08/04), em Brasília (DF), onde participou da reunião da Executiva Nacional do partido. Aécio falou sobre a reunião, campanha de filiação do PSDB, IPCA, manifestações do dia 12, abertura do capital da CEF e concessões na Petrobras.

 

Leia a transcrição da entrevista do senador:

Sobre reunião da Executiva do PSDB.

Fizemos uma reunião da Executiva com uma pauta pré-definida e tomamos aqui algumas decisões. No dia 5 de maio o PSDB estará lançando nas redes, também de forma presencial, em cada um dos estados uma ampla campanha de filiação, para que em um sentimento crescente que percebemos hoje e a aproximação de setores importantes da sociedade com o PSDB possa ter como consequência a militância dessas pessoas no PSDB. Compreendemos que esse é um momento importante para o partido de reafirmação das suas propostas, de contraponto ao governo que aí está, cada vez mais fragilizado.

Então, vamos fazer uma campanha com uma linguagem visual única focada principalmente em dois segmentos da sociedade: os jovens, e as últimas pesquisas nacionais já mostram que o PSDB é o partido preferido pelos jovens entre 16 e 24 anos, algo que não acontecia anteriormente, e nas mulheres. Há também uma movimentação grande do segmento feminino do PSDB e uma presença, quase que uma demanda muito grande de mulheres de todas as regiões do Brasil para participarem da vida partidária. O que temos é que mostrar que essa insatisfação, essa indignação precisa ser canalizada para uma agenda positiva para o país. E isso se faz, em parte, através da atuação dos partidos políticos.

Portanto, vamos fazer uma ampla campanha que permita que novos filiados tenham uma relação ativa com o partido, trazendo informações, demandas, sugestões e obviamente recebendo do partido também sobre os nossos vários posicionamentos. Estou muito otimista de que com isso vamos fazer uma grande renovada no partido, vamos ter um foco especial já nas universidades, já há uma presença crescente de lideranças com afinidade com o PSDB, disputando diretórios acadêmicos, diretórios estudantis de inúmeras faculdades públicas e privadas do país e queremos canalizar esse sentimento, esse despertar de uma parcela grande da sociedade brasileira para a militância partidária.

Tomamos uma decisão por unanimidade da Executiva Nacional do partido que vai possibilitar uma renovação também das nossas bases. Todos os diretórios ou comissões provisórias que nas últimas eleições parlamentares não obtiveram ou para deputado federal ou para deputado estadual a marca de 6% dos votos, que é a metade da média do desempenho do partido em todo o Brasil, não estarão autorizados a fazer as convenções municipais. E os estados em que não se alcançou o número mínimo de municípios com diretórios que estatutariamente define aqueles que estarão aptos a fazer essas convenções também não farão as convenções estaduais.

 

O sr. tem um mapa disso?

Vamos divulgar esse mapa hoje ainda. Queremos com isso estimular que haja um vínculo cada vez maior das bases partidárias com as lideranças do partido. O que percebemos é que em determinados diretórios não houve qualquer empenho, qualquer vínculo maior com as candidaturas colocadas pelo partido.

Não fiz esse casamento com as eleições majoritárias porque elas têm uma dinâmica própria, mas eu acho que é fundamental que os diretórios municipais do partido, se nós queremos ter um partido cada vez mais nacional, cada vez mais fortalecido, é preciso que haja um compromisso das bases do partido, das lideranças municipais, com as candidaturas do partido.

É algo absolutamente novo, mas eu ressalto que foi aprovado por unanimidade. Isso significa que cerca de 30% dos diretórios e comissões provisórias do PSDB não realizarão as convenções marcadas para maio. Poderemos ter uma segunda chamada, vamos chamar assim, em setembro, prazo final para a filiação daqueles que vão disputar as eleições municipais, onde esses municípios eventualmente estarão realizando as suas convenções, ou com o mesmo grupo, ou com outras filiações que poderão vir.

Por isso nosso empenho em antecipar esse processo de filiação porque muitos desses municípios e em outros onde o PSDB sequer estava organizado nós achamos que poderemos reorganizá-lo com novas lideranças. O partido vai se oxigenar, vai rejuvenescer, tanto na sua militância, quanto nos seus dirigentes municipais.

 

Nesses locais, como vai funcionar?

Simplesmente a comissão provisória. O diretório vai ser extinto a partir do cumprimento do prazo de validade daquela direção, que é agora o mês de maio porque foram prorrogados até maio. Em junho, assumirão novas direções estaduais, e caberá a essas novas direções estaduais reativar que essa comissão provisória onde ela se justifique, haja expectativa de que ela possa crescer, ou no lugar daquela que foi extinta atrair outros grupos políticos. O que nós queremos é acabar com os cartórios que existem hoje no PSDB. Diretórios que não demonstraram ao longo do tempo qualquer compromisso com o partido. Então, nesses municípios, haverá uma estratégia nova de atração de novas lideranças. E, a partir das eleições municipais, ou das eleições desses diretórios, serão estabelecidos também critérios de desempenho para as eleições municipais, que vão ser ainda estabelecidos e para as próximas eleições parlamentares. O que nós queremos é conectar as nossas bases com os nossos representantes, seja na Câmara de Vereadores, no caso das municipais, seja no Congresso Nacional e nas assembleias legislativas.

 

O que o sr. diz sobre auditoria do governo Pimentel em Minas?

Acho que é um atestado de fracasso de um governo que não começou. Eu costumo dizer que quem dirige olhando pelo retrovisor, corre o risco de bater, bater forte. E no caso do PT de ter perda total. Então acho que é uma grande encenação.

 

O sr. contesta os números?

Isso será contestado em Minas Gerais por quem está avaliando. Uma encenação de um governo que ainda não começou. Desejo que o governador eleito de Minas Gerais esteja à altura do cargo de governador e possa atender a todas as promessas e compromissos que assumiu com a população.

Quero fazer apenas um comentário em relação a essas últimas movimentações do governo, e acho que a presidente Dilma Rousseff introduziu algo novo na vida política do Brasil: a renúncia branca. Há, hoje um interventor na economia, que pratica tudo aquilo que ela combateu ao longo de todo o seu primeiro mandato, e agora ela delega a coordenação política ao vice-presidente da República a quem ela desprezou durante todo o seu primeiro mandato. Já é hoje refém das presidências da Câmara e do Senado na condução da agenda legislativa. E a grande pergunta que resta é: que papel desempenha hoje a presidente da República? Acredito que praticamente nenhum mais.

 

O sr. vai às ruas dia 12?

Estou avaliando. Hoje houve aqui uma discussão muito amistosa em relação a isso e vou avaliar até o último momento, mas eu quero aqui dizer que esse movimento é absolutamente legítimo. Os nossos companheiros devem estar nas ruas e estarão nas ruas demonstrando mais uma vez a sua indignação.

Há hoje apostas de reação ao governo de que o movimento será menor. Não importa o tamanho do movimento, porque a indignação da população brasileira é cada vez maior. O PSDB, que não é dono desse movimento e nem deve ser, é absolutamente solidário a todas essas manifestações. E o que eu vejo é uma presença cada vez maior da nossa militância, dos nossos companheiros, dos nossos líderes, dos nossos dirigentes nesse movimento. Eu vou avaliar domingo se estarei presente.

 

E o que o sr. achou do IPCA divulgado hoje? Em 12 meses está acima de 8%, bem acima do teto da meta.

É o pior março de toda essa série, o que demonstra que aquilo que nós dizíamos durante a campanha eleitoral se confirma a cada dia. Inflação está sem controle, a inflação de alimentos já está acima de dois dígitos há muito tempo. Então, na verdade, os governos que têm esse viés populista, que se utilizam das massas ou da divisão de classes para se manter no poder acabam por prejudicar em primeiro lugar aqueles mesmos que eles dizem defender, porque os que sofrem de forma mais imediata os efeitos dessa crise que se agrava a cada dia são exatamente os que menos têm, que veem sua renda corroída pela inflação, que veem o desemprego aumentando no Brasil com perspectiva de crescimento negativo neste ano.

Aquilo que traz a meu ver maior indignação à sociedade brasileira, além da corrupção deslavada, casada com esta gravíssima crise econômica, é a sensação de engodo. Os brasileiros têm a sensação de que foram enganados pela presidente da República e esta é a razão maior da sua fragilização permanente. Repito, o que assistimos a partir desta decisão da presidente de ontem é uma renúncia branca. Hoje, quem governa o Brasil não é mais a presidente Dilma.

 

Dois dogmas do PT estão caindo num dia só: o sistema de partilha e a abertura do capital da caixa.

O PT se transforma na maior fraude da história política recente do Brasil. Nada que se disse durante a campanha eleitoral se sustenta agora. Em relação à questão das concessões ou o de partilha eu alertei durante a campanha por inúmeras vezes. As perdas que o Brasil vinha tendo. Ficamos cinco anos sem leiloar nenhuma área no Brasil no momento em que mais de US$ 300 bilhões da indústria petroleira foram investidos no mundo. Exatamente porque prevaleceu a visão ideológica. Hoje, a Petrobras, sucateada e assaltada, não tem condições de manter a sua participação de 30% em cada um dos blocos que deveria estar sendo explorado. Isso significa os prejuízos que a inoperância deste governo, a irresponsabilidade deste governo causou ao país, ela não se limita apenas aos prejuízos da Petrobras, de Pasadena, de outros maus negócios ou da corrupção, se estende por toda a cadeia econômica. Nós, infelizmente, tivemos uma extraordinária descoberta que foi o Pré-sal, mas o atual governo inviabilizou a Petrobras para ser a principal exploradora desse tesouro encontrado.

Acho que a discussão do retorno do modelo de concessões é uma discussão que já propúnhamos lá atrás. Mais uma vez o que se percebe que o governo do PT é um na campanha eleitoral e outro contra o governo. No meu governo, por exemplo, não haveria a privatização da Caixa Econômica Federal. Não haveria partidarização do Banco do Brasil e não haveria a ocupação criminosa da Petrobras. Esta é a grande diferença entre nós e o governo que está aí. Repito, temos hoje no Brasil um governo refém de setores da sua base, com uma agenda econômica que não é a sua. Realmente não sei até onde isso vai.

 

O pessoal do Movimento Brasil Livre está chamando a oposição de molenga que não está participando das manifestações.

Acho que a oposição está fazendo o seu papel com absoluta responsabilidade. É obviamente a opinião de alguém que não acompanha o embate diário no Parlamento.

 

Eles querem que o sr. vá à marcha.

É um convite? Estou avaliando a minha presença com muita serenidade. Tenho dito sempre que este movimento não é o movimento do PSDB. É um movimento dos brasileiros. E quanto mais da sociedade ele for, mas legítimo ele será. Isso não impede que eu resolva ir. Não vou fazer nenhum anúncio prévio, nem tomar nenhuma decisão agora, porque aí sim, daria margem a todo tipo de especulação, de um certo aproveitamento do movimento que, repito, quanto mais da sociedade for, quanto mais espontâneo for, como está sendo, mais legítimo e maiores consequências ele terá. Quem sabe como cidadão eu resolva aparecer?

 

Aécio Neves anuncia apoio do PSDB às manifestações do dia 15

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, afirmou, nesta quarta-feira (11/03), que o partido apoia as manifestações marcadas para o próximo dia 15 contra o governo Dilma Rousseff, mas não terá uma atuação institucional nos protestos. A Executiva do partido decidiu em reunião, nesta manhã, prestar apoio informal aos movimentos organizados em todo país por entender que as manifestações são uma iniciativa espontânea da população e não devem ter natureza partidária.

“Divulgamos o irrestrito apoio às manifestações pacíficas e democráticas que estão sendo organizadas de forma apartidária por vários setores da sociedade brasileira. O PSDB estará ao lado de milhares de brasileiros, em todas as regiões do país, com seus militantes, simpatizantes e várias de suas lideranças nessas manifestações, que expressam um grande sentimento de indignação da sociedade brasileira em relação à degradação moral e os gravíssimos problemas econômicos e sociais criados pelo governo da presidente Dilma”, destacou em entrevista.

O PSDB publicou uma nota sobre o tema, assinada, pelo presidente nacional, pelo líder do partido na Câmara dos Deputados, Carlos Sampaio (SP), e no Senado, Cássio Cunha Lima (PB).

 

3º. Turno das eleições

Aécio Neves contestou as declarações dadas pela presidente Dilma e por ministros do governo que classificaram os protestos populares como um 3º. Turno das eleições presidenciais.

“Não podemos aceitar que queiram dizer ao país o que se pode ou não protestar. O Brasil vive no pleno estado de direito. O que combatemos é o estelionato eleitoral. É o governo que agora toma medidas no campo oposto àquelas que defendia durante a época da campanha eleitoral. Um governo que não tem sequer respeito à população brasileira para dizer que errou e errou muito ao longo dos últimos anos”, disse.

O presidente do partido voltou a esclarecer que a agenda atual do PSDB não inclui a discussão sobre pedido de impeachment da presidente da República por crime de responsabilidade.

“Não proibimos e nem estamos proibidos de dizer a palavra impeachment. Ela apenas não está na agenda do PSDB. Desconhecer setores da sociedade que defendem essa tese é desconhecer a realidade. Mas essa não é a agenda neste momento do PSDB”, afirmou.

 

Panelaços

Aécio Neves também ironizou as declarações de petistas que responsabilizaram o PSDB pelos panelaços ocorridos no domingo passado em pelo menos 12 cidades brasileiras, durante o pronunciamento da presidente em cadeia nacional de rádio e TV.

“É o cúmulo do ridículo dizer que o panelaço foi patrocinado pelas oposições. Nem que nós tivéssemos um crédito ilimitado nas Casas Bahia ou no Ricardo Eletro nós conseguiríamos comprar tanta panela para os brasileiros”, ironizou.

 Sobre o pronunciamento de Dilma Rousseff, Aécio afirmou que ela deveria ter usado a cadeia de rádio e TV para pedir desculpas aos brasileiros pelo aumento da inflação, pela corrupção na Petrobras e pelos erros cometidos na condução da economia do país.

“Enquanto a presidente da República não vier a público pedir desculpas à população brasileira pelo descalabro moral do seu governo, pelos gravíssimos equívocos na condução das políticas na área de energia e no conjunto da economia, certamente, ela estará se distanciando cada vez mais do sentimento da população brasileira”, concluiu Aécio.

Aécio Neves – Entrevista sobre as manifestações do dia 15

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, concedeu entrevista coletiva, nesta quarta-feira (11/03), em Brasília. Aécio falou sobre o apoio do partido às manifestações do dia 15, impeachment, panelaços e campanha de filiação do PSDB.

 

Leia a transcrição da entrevista do senador:

Sobre o apoio às manifestações.

O PSDB está divulgando hoje uma nota da direção nacional do partido de irrestrito apoio às manifestações pacíficas e democráticas que estão sendo organizadas de forma apartidária, mais até que de forma suprapartidária, por vários setores da sociedade brasileira.

Não podemos aceitar que alguns setores da vida nacional apenas por interesses partidários queiram dizer sobre o que se pode ou não protestar. O Brasil vive no pleno estado de direito e o PSDB estará ao lado de milhares de brasileiros em todas as regiões do país, com seus militantes, simpatizantes e várias das suas lideranças participando dessa manifestação que, na verdade, expressa um grande sentimento de indignação da sociedade brasileira em relação à degradação moral e os gravíssimos problemas econômicos e sociais criados pelo governo da presidente Dilma Rousseff.

Portanto, é a posição clara do PSDB de apoio a essas manifestações, das quais ele não participa na sua organização, mas com a representatividade que têm os nossos militantes, os nossos companheiros estarão nas ruas do Brasil inteiro mostrando esse sentimento amplo e crescente de indignação.

 

O sr vai à passeata?

É uma avaliação que nós fizemos, e eu já tinha essa avaliação pessoal, eu optei por não ir. Exatamente para não dar força a esse discurso de que nós estamos vivendo o terceiro turno no Brasil.

O fato de eu ter disputado as eleições com a presidente Dilma Rousseff pode fortalecer esse discurso, que não é verdadeiro. Estamos estimulando que nossos companheiros estejam participando da forma que acharem mais adequada. Tenho certeza que vai ser um movimento extremamente expressivo, mas para não caracterizarmos esse movimento como algo partidário, até porque quanto menos partidário ele for mais expressivo e mais consistente ele será, o PSDB estará nas ruas através dos seus militantes, mas sem o apoio institucional do seu presidente.

 

Pode ser entendido como um apoio ao impeachment da presidente?

Não. Na verdade não proibimos e nem estamos proibidos de dizer a palavra impeachment. Ela apenas não está na agenda do PSDB. Agora, desconhecer setores da sociedade que defendem essa tese é desconhecer a realidade, mas essa não é a agenda neste momento do PSDB.

O que combatemos é o estelionato eleitoral, é o governo que agora toma medidas no campo oposto àquelas que defendia durante a época da campanha eleitoral. Um governo que não tem sequer respeito à população brasileira para fazer a mea culpa e dizer que errou e errou muito ao longo dos últimos anos.

A presidente da República vir à televisão depois dessa eleição e dizer que a gravidade da crise econômica porque passa o país é fruto do agravamento da crise internacional que, ao contrário, se dissipa, e da grave seca que tomou conta de regiões do país, é na verdade desprezar a inteligência dos brasileiros.

Enquanto a presidente da República não vier a público fazer a sua mea culpa, pedir desculpas à população brasileira pelo descalabro moral do seu governo, pelos gravíssimos equívocos na condução das políticas na área de energia e no conjunto da economia, certamente, ela estará se distanciando cada vez mais do sentimento da população brasileira.

 

A manifestação prevista para sexta-feira, em tese é crítica à presidente, mas será promovida pela CUT, MST e Une. O sr acredita realmente que a manifestação vai ser crítica ou será chapa branca?

Estamos vendo algo inédito no Brasil contemporâneo. Porque manifestações geralmente são organizadas e estimuladas pelas oposições. Estamos vendo um governo tão perdido que setores dele próprio articulam manifestações que, ao final, serão todas contra o governo. Não há como centrais sindicais, por mais aparelhadas que algumas delas sejam, por mais dóceis ao PT que muitas delas tenham demonstrado ser ao longo da história, não podem estar defendendo algo hoje que venha na oposição, que venha de encontro no viés contrário aos interesses dos trabalhadores.

A presidente da República disse na campanha eleitoral que não mexeria no direito dos trabalhadores, está mexendo. Disse na campanha eleitoral que o Brasil não tinha problema com inflação. Estamos tendo a maior inflação da última década. A presidente disse que não haveria aumento na conta de energia, ao contrário, ela seria reduzida. Apenas este ano de 2015, isso é algo extremamente grave, teremos no segmento da economia brasileira, o segmento da energia, um aumento de cerca acima de 50%. Isso não existia desde o Plano Real.

Portanto, este descontrole, este descalabro, e a incapacidade do governo de fazer a mea culpa, acho que agravam os problemas que, na verdade, já se agravaram porque o governo não tomou as medidas que deveria ter tomado por conta da campanha eleitoral. Porque este diagnóstico eles já tinham e cada dia fica mais claro que várias dessas medidas já estavam sendo discutidas em setores do governo. Mas o governo optou por dar prioridade ao processo eleitoral mesmo sabendo que isso prejudicaria a vida dos mais pobres. O governo da presidente Dilma Rousseff se distancia da vida dos trabalhadores, daqueles que precisam da estabilidade da moeda, daqueles que precisam de empregos, de segurança e de esperança. Infelizmente, é um governo que terminou antes de começar.

 

A ideia de fazer o blinda Dilma na sexta-feira vira mais um tiro no pé. A tendência é esta do próprio governo?

É algo no mínimo extremamente arriscado. Não conheço na história da democracia brasileira momentos em que o governo convoca a população para ir às ruas. Com uma exceção apenas, vocês se lembraram, quando o ex-presidente Collor fez isso e nós assistimos ao resultado.

 

A campanha de filiação do PSDB vai aproveitar este momento de mobilização nacional para crescer.

O que está havendo é uma demanda enorme, acho que inédita na história do PSDB, por setores organizados da sociedade, jovens, principalmente universitários, que estão disputando espaços nos diretórios acadêmicos, grêmios estudantis, buscando, a partir do PSDB, ter um espaço institucionalizado para expressar as suas posições.

O PSDB tem uma nova reunião da executiva marcada para o dia oito, onde estaremos lançando uma ampla campanha de filiação, com um redesenho do programa partidário, com a sua atualização, usando a Web como um instrumento importante para facilitar essas filiações, mantendo uma conexão maior entre as posições do partido e das suas lideranças e os filiados. Não tenho dúvidas que o PSDB se apresentará rapidamente, já vem acontecendo, mas mais claramente ainda, como o mais moderno dos partidos brasileiros. Vamos fazer uma ampla campanha a partir do dia 08 de abril, em todo o país, que culminará com a convenção nacional do partido, que ocorrerá no dia 5 de julho para a renovação da sua direção nacional.

 

Sangrar ou afastar? O que é mais conveniente?

Acho que é mostrar a nossa indignação. Não há palavra proibida em uma sociedade democrática como a nossa. Rejeitamos vigorosamente essa patrulha de setores do PT que chegam ao cúmulo do ridículo de dizer que o panelaço havido no último domingo foi patrocinado pelas oposições. Nem que tivéssemos um crédito ilimitado nas casas Bahia ou no Ricardo Eletro não conseguiríamos comprar tantas panelas para atender a tantos brasileiros.