Aécio Neves destaca preocupações com rumos da economia do Brasil

Durante entrevista coletiva, após encontro com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, para discutir os atuais problemas da economia brasileira, o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, afirmou que os problemas nas áreas da saúde e da segurança pública do país acontecem por falta de planejamento e atenção do governo federal. Aécio e Alckmin também mostraram preocupação com os últimos indicadores econômicos que apontam alta da inflação, baixo crescimento, alta de juros e perda de competitividade das empresas nacionais.

 

Fala do senador Aécio Neves:

“Fizemos uma análise sobre preocupações que não são apenas nossas, são de muitos brasileiros, com a situação da economia no Brasil, com o recrudescimento da inflação, com perda da credibilidade da economia brasileira que afeta investimentos que seriam extremamente importantes para que pudéssemos ter empregos no Brasil cada vez de melhor qualidade.”

 

Fechamento

Aécio e Alckmin também conversaram sobre alianças. O presidente do partido e o governador disseram que o PSDB está atento a essa questão, mas que esse ainda não é o momento de definir com quais partidos os tucanos caminharão na eleição deste ano. De Brasília, Shirley Loiola.

 

Boletim

Aécio e Alckmin se reúnem em São Paulo e demonstram preocupação com cenário econômico

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, reuniram-se, nesta quinta-feira (16/01), na capital paulista, para discutir os atuais problemas da economia brasileira.

Aécio e Alckmin mostraram preocupação com os últimos indicadores econômicos que apontam alta da inflação, baixo crescimento, alta de juros e perda de competitividade das empresas nacionais.

“Fizemos uma análise sobre preocupações que não são apenas nossas, mas de muitos brasileiros, com a situação da economia no Brasil, com o recrudescimento da inflação, da perda da credibilidade da economia brasileira que afeta investimentos que seriam extremamente importantes para que pudéssemos ter empregos no Brasil cada vez de melhor qualidade”, disse Aécio em entrevista coletiva após o encontro.

Alckmin agradeceu a visita de Aécio e também demonstrou preocupação com a situação econômica. “É um prazer receber o Aécio Neves aqui em São Paulo. Tivemos uma boa conversa sobre as preocupações com a política econômica, com a sustentabilidade do emprego e da renda no Brasil e da necessidade de investimentos. Foi uma conversa muito positiva”, ressaltou Geraldo Alckmin.

 

Eleições

Aécio e Alckmin também conversaram sobre alianças. O presidente do partido e o governador disseram que o PSDB está atento a essa questão, mas que esse ainda não é o momento de definir com quais partidos os tucanos caminharão na eleição deste ano.

“O que eu posso adiantar a vocês é que estaremos competitivos em praticamente todos os estados. Teremos candidaturas a governador em maior número do que qualquer outro partido, e estaremos disputando, ou com candidatos próprios, ou coligados, em mais de 20 estados brasileiros”, disse Aécio Neves.

Aécio Neves – Entrevista sobre o encontro com o governador Geraldo Alckmin

O senador Aécio Neves concedeu entrevista coletiva, nesta quinta-feira (16/01), em São Paulo, e falou sobre o encontro que teve com o governador Geraldo Alckmin. Aécio Neves ressaltou que apresentou ao governador as possíveis alianças que o PSDB poderá fazer em todos os estados.

 

Leia a transcrição da entrevista do senador:

Sobre o encontro.

O governador Alckmin não é apenas o governador de São Paulo, é uma das lideranças, se não a maior liderança do PSDB no país. Fizemos uma análise sobre preocupações que não são apenas nossas, são de muitos brasileiros, com a situação da economia no Brasil, com o recrudescimento da inflação, com perda da credibilidade da economia brasileira que afeta investimentos que seriam extremamente importantes para que pudéssemos ter empregos no Brasil cada vez de melhor qualidade.

Ouvi muito do governador e trouxe a ele aqui uma radiografia das alianças e dos entendimentos que o PSDB vem buscando fazer em todos os estados. Ouvi o governador sobre muitos deles, todas essas decisões passarão sempre por essa consulta, pela experiência que ele tem como governador de São Paulo, como ex-candidato do partido à Presidência da República, selando aquilo que na minha avaliação é o essencial para que nos possamos vencer as eleições, a unidade do PSDB.

O que eu posso estar adiantando é que nós estaremos competitivos em praticamente todos os estados. Teremos candidaturas a governador em maior número do que qualquer outro partido, e estaremos disputando, ou com candidatos próprios, ou coligados, em mais de 20 estados brasileiros.

Portanto, o quadro hoje é um quadro mais favorável do ponto de vista dessas alianças do que em outros momentos e onde haver alguns impasses a palavra do governador Alckmin e as orientações do governador Alckmin será sempre extremamente importante.

 

Sobre declaração do vice-presidente do PSB, Roberto Amaral.

Eu conheço muito pouco o senhor Roberto Amaral. A minha interlocução com o PSB é feita prioritariamente com o presidente do partido.

 

Sobre a relação com o PSB.

Extremamente positiva.  A relação que tenho com o governador Eduardo é uma relação antiga, ela precede candidaturas, e por isso é uma relação extremamente natural. Vou repetir aqui o que disse recentemente. Acredito nas coisas naturais da política. O PT introduziu na política brasileira algo extremamente perverso no momento em que começa a tratar adversários como se fossem inimigos. Não acho que alguém, simplesmente por estar no outro campo político, só tenha defeitos. E tampouco acho que alguém, apenas por ser meu aliado, só tenha virtudes.

Então, respeito a candidatura do governador Eduardo Campos. Ela é saudável para o processo político nacional. Quem tentou inibir outras candidaturas foi exatamente o PT quando buscou cercar a candidatura do governador Eduardo, criando dificuldades, para que ela se inviabilizasse, ou quando tentou, do ponto de vista congressual, inibir ou inviabilizar a candidatura da ex-ministra Marina.

Queremos um debate plural. Quem acredita no Brasil, quem quer construir algo novo para o Brasil não pode temer outros concorrentes. Portanto, a minha relação com o governador existe antes de eventuais candidaturas nossas. No que depender de mim, continuará a existir essa boa relação durante a disputa eleitoral, e no futuro, independente de qual seja o resultado.

 

A campanha se intensifica após a Copa?

Acho que sim.  Acho que, como disse o governador, não temos candidaturas colocadas formalmente ainda. Esse é o momento da discussão de programas, de projetos, de nós, cada vez mais – falo como presidente do PSDB – nos comunicarmos melhor com a população. Mostramos de forma muito clara como vamos enfrentar a questão da segurança pública para superar a absoluta e irresponsável omissão do governo federal nessa gravíssima questão.

Apenas para citar um exemplo, poderia citar inúmeros outros, apenas 10,5% do fundo penitenciário nos últimos três anos, daquilo que foi aprovado pelo Congresso, foram executados.  87% de tudo que se gasta em segurança pública no Brasil vêm dos estados e municípios, apenas 13% da União. Temos que dizer como daremos garantia ao aumento do financiamento da saúde, como ele será feito. Vamos falar de gestão. Essa é a nossa preocupação. Temos que, cada vez mais, mostrar que o PSDB tem uma proposta alternativa de mudança de verdade no Brasil em relação àquilo que está aí.

E aí as alianças e os entendimentos, a formação de chapa, tudo isso virá com naturalidade, no tempo certo. Mas campanha, pra valer, no Brasil, só depois da Copa do Mundo.

 

Sobre saúde, segurança pública e “rolezinhos”.

Temos no Brasil historicamente um governo federal que reage. Um governo federal que não planeja, não percebe aquilo que vem acontecendo no Brasil. Seja em relação à saúde, por exemplo, onde houve uma mudança radical no perfil do brasileiro, uma mudança demográfica onde os brasileiros hoje envelhecem mais, se tem uma população envelhecida muito maior do que tinha há 20 anos. O governo não se precaveu para essa nova formatação demográfica.

Na área da segurança pública é um improviso permanente, o governo lava as mãos como se vivesse em um outro país. Acho saudável que pelo menos eles percebam aquilo que está acontecendo no Brasil. Esse é o governo que lava as mãos. Que coloca sobre os ombros dos estados, principalmente, a responsabilidade total sobre a questão da segurança pública. Tráfico de drogas, controle das nossas fronteiras, todos esses são crimes federais e a União, repito, não agiu de forma planejada até hoje. No Fundo Nacional de Segurança, não há uma transferência planejada para estados e municípios. Ninguém sabe com quanto vai contar ao longo do ano.

E existe esse fenômeno novo, dos “rolezinhos”. Acho que o diálogo sempre é extremamente importante. Agora, infelizmente, o governo federal, seja nessa questão, ou em outras em relação especificamente à segurança pública, o governo federal até hoje não atuou no sentido de apoiar os estados com recursos, mas, sobretudo com inteligência e planejamento.

Aécio Neves – Entrevista sobre as alianças do PSDB nos estados

O senador Aécio Neves falou, em entrevista, hoje (14/01), em Brasília, sobre as possíveis alianças do PSDB nos estados, nas eleições deste ano. Aécio Neves comentou sobre possível aliança entre o PSDB e o PSB em São Paulo e afirmou que nas próximas semanas haverá conversas sobre onde é possível os dois partidos estarem juntos.

 

Leia a transcrição da entrevista do senador:

Sobre possível aliança entre PSDB e PSB em São Paulo

Do meu ponto de vista pessoal, é uma negociação que será feita diretamente pelo governador Geraldo Alckmin com o governador Eduardo Campos. É muito natural a continuidade dessa aliança. Mas qualquer que seja a decisão do PSB, temos que respeitar. Vamos, ao longo dessas próximas quatro ou cinco semanas, avançar em conversas sobre onde é possível PSDB e PSB estarem juntos. Tivemos algumas conversas no final do ano, e em Minas, mais uma vez, da mesma forma é absolutamente natural que o PSB esteja ao lado do PSDB. Ele vem estando ao lado do PSDB desde a minha primeira eleição, em 2003. É algo que não se justifica – o PSB participa do governo, tem Secretarias de Estado, toda a base do PSB foi estruturada em parceria com o PSDB. O PSB tem hoje o prefeito da capital do estado, numa eleição apoiada pelo PSDB contra o PT. Portanto, as pessoas não entenderão um distanciamento entre nós. E, portanto, mais uma vez, e o Eduardo concorda comigo, temos, nas nossas conversas, falado muito sobre isso. Há um nível de naturalidade nas questões locais que precisa ser respeitado.

Obviamente, se a decisão for contrária ao interesse nacional do partido, se intervém de alguma forma, se discute politicamente. Mas eu tendo sempre a respeitar as movimentações locais, a lógica da política local. Mas obviamente preservando o interesse nacional. Por isso vou fazer aqui uma reunião na primeira semana de fevereiro, aprovando uma proposta de que todas as coligações estaduais do PSDB, que serão discutidas regionalmente, para serem homologadas precisarão do aval da Executiva Nacional do partido. O PSDB é um partido que tem um projeto nacional para o Brasil, e obviamente precisa ter os estados participando desse projeto.

 

Quais outros palanques em que podem estar juntos PSDB e PSB?  

A grande maioria deles. Porque nas últimas avaliações que fizemos, em pelo menos 15 estados há uma, já havia naturalmente um entendimento, uma aliança. Se  empurrarmos um pouquinho, isso chega a 20.

 

O veto da Marina Silva, que está vetando as alianças do PSB com o PSDB, pode mudar o cenário?  

Se houver veto, certamente altera o quadro. Mas acredito que em prejuízo maior do próprio PSB. Porque seria uma coisa antinatural. Mas temos que respeitar. O governador Eduardo é um político experiente, saberá conduzir isso. A própria ex-ministra Marina também tem seus companheiros que ela quer prestigiar. Isso não me aflige. O que posso garantir a vocês é que o PSDB estará competitivo na grande maioria dos estados brasileiros. Seja com candidaturas próprias nos principais estados, seja em coligação com outros parceiros, em outros estados. O PSDB certamente estará em condições de disputar com o PT as eleições de governo, de Senado, as eleições majoritárias na maioria dos estados brasileiros, e em condições de vencer.

 

Existe interesse do PSDB em ter palanque duplo em São Paulo?

Para mim seria um prazer estar ao lado do governador Eduardo também em São Paulo. Eu acredito muito nas coisas naturais da política. O PSB vem apoiando o PSDB ao longo de todos os últimos anos. Vem construindo um projeto de governança em São Paulo amplamente aprovado pela população. No que depender da minha modesta opinião, essa aliança deve continuar. Agora, é uma decisão que o PSB e o governador Geraldo Alckmin terão que discutir.

Tenho estimulado, na maioria dos estados brasileiros, que nós possamos respeitar as decisões locais, onde nós estamos juntos. Porque toda decisão a fórceps na política, toda decisão artificial, imposta, não traz bons resultados. Portanto, no que depender de mim, o Eduardo continua na coligação com o governador Alckmin. E vai acontecer o que acontecerá em outros estados onde nós estaremos juntos: os membros do PSDB, os candidatos do PSDB farão campanha para o candidato nacional do PSDB; e os candidatos do PSB, farão campanha para o candidato do PSB. Não se trata de dividir o apoio de um governador, ou de um vice-governador. Os membros de um partido apoiarão seu candidato, até porque é o que a lei determina; e na coligação, se houver deputados, ou mesmo um membro da chapa majoritária que apoiar o outro nome para Presidente da República, ele terá o direito de fazê-lo com absoluta liberdade.

 

O PSDB oferecerá a vice ao PSB em São Paulo?  

Essa é uma negociação que São Paulo, com sua autoridade, conduzirá, em especial o governador Geraldo Alckmin.

 

Uma possível aliança PSDB-PSB em São Paulo afetaria a candidatura do partido?

Sinceramente, não afeta. O PSDB vai estar com candidaturas muito sólidas nos principais estados brasileiros. Nos três estados, a minha expectativa é que nós tenhamos candidaturas extremamente competitivas, nos três maiores estados: São Paulo, Minas e Rio de Janeiro. E obviamente, vamos ter em outros também.

 

Em São Paulo vocês não dão como descartada a possibilidade?

Vou almoçar com o governador na quinta-feira, depois de amanhã. Com o Geraldo. Eu começo o ano com os correligionários. Quem sabe termino com os aliados.

 

E o PMDB?

Toda aliança muito ampla e que não é muito homogênea, no final sobra para alguém. Meu velho avô Tancredo dizia: “Não se faz política sem vítimas”. E o PMDB está sendo, em boa parte, vítima dessa obsessão do PT por espaços de governo. O tempo é que vai dizer. Agora dissidências ocorrerão em todos os estados, porque não é fácil acomodar um latifúndio tão grande como esse em uma só chapa. Os interesses regionais acabam sendo conflitantes, e o PT ainda nos ajuda ao querer tudo. O PT quer o poder federal, quer o poder nos estados, quer o Senado, quer maioria na Câmara, e talvez acabe ficando sem nenhuma dessas coisas.

 

O sr. acha que é mais natural uma aliança PSDB-PSB do que PSB-Rede, tendo em vista que vocês só estavam afinados em alguns estados?

Acho que a Rede é um partido em construção. A aliança do PSB-Rede tem que ser respeitada. O que eu me refiro é que existe já uma parceria. Como a Rede ainda não era um partido político, isso não existia em relação à Rede até agora. Eles estão buscando construir isso. Tem que ser soldada uma aliança com base em programas, em objetivos claros. O PSDB tem uma aliança com o PSB natural em inúmeros estados brasileiros. Falamos aqui de São Paulo, que não é uma coisa construída hoje, é construída há dez, doze anos. É em Minas Gerais, no Paraná, para citar apenas alguns estados onde nós governamos. Então, essa aliança é muito natural. Desfazê-la agora pode vir em prejuízo de quem saia dessa aliança, de quem não está com a posição de maior força nessa aliança. Portanto, ao contrário do que alguns imaginam, eu saúdo a presença do Eduardo nesses palanques. Haverá espaço para ele. O eleitor vai decidir.

Quem quer disputar, como o PSDB quer, e vencer as eleições presidenciais não pode temer ninguém. Não tememos ninguém. Ao contrário, eu às vezes trabalho para que, no futuro, no segundo turno, as oposições estejam unidas. Por isso, todos os gestos que pudermos fazer no sentido de facilitar a campanha dos candidatos de outros partidos aliados, em especial o PSB, que é nosso aliado histórico, vamos fazer, sem qualquer preocupação. Temos que confiar na capacidade do nosso discurso, no papel de oposição clara que nós desempenhamos e, principalmente, na capacidade de propor algo novo para o Brasil. É a isso que estamos nos dedicando agora e eu estou extremamente otimista com as nossas reais possibilidades de ir para o segundo turno e de vencer as eleições.

 

Entrevista sobre as eleições de 2014 e as alianças regionais

O senador Aécio Neves falou, nesta quinta-feira (09/01), com jornalistas, em Belo Horizonte, após reunião com o governador Antonio Anastasia. Na entrevista coletiva, Aécio tratou da possibilidade de o governador deixar o comando do Estado em março, da candidatura do PSDB à Presidência da República e das alianças regionais do partido.

Aécio Neves – Entrevista Coletiva em Campinas

O presidente do PSDB, senador Aécio Neves, conversou com jornalistas, hoje, em Campinas (SP), sobre a sua visita à região para encontros com a militância, com lideranças política e  empresários, sobre as propostas do PSDB para o Brasil e sobre a relação do partido com o agronegócio.


Sobre a visita à região

Estamos construindo um projeto alternativo para o Brasil a esse que está aí. Um projeto que possa ao mesmo tempo ser ético e eficiente. O PSDB não tem a possibilidade ou a opção de apresentar um projeto e uma candidatura alternativa à do PT. Tem a obrigação de fazer isso. E essa construção se faz não no gabinete em Brasília, ou no Congresso Nacional. Se faz aqui conversando, e agora vamos nos reunir com alguns empresários da região, que vivem certamente o drama da desindustrialização por que passa o Brasil, do pífio crescimento que passa a economia, com inflação alta. A grande verdade é que as principais conquistas que nos trouxeram até aqui, e que vieram, as mais importantes delas, do governo do presidente Fernando Henrique, estão hoje colocadas em risco.

O Brasil precisa de um novo modelo de gestão da economia. De gestão do próprio Estado, com parcerias efetivas com o setor privado a partir de um planejamento que possa levar as obras a serem concluídas e não ficarem, a maioria, no meio do caminho como estão hoje. Políticas de inserção social que não se contentem com a simples administração diária da pobreza, que parece ser a prioridade do PT, mas nos possibilite a sua superação.

Vamos apresentar ainda esse ano, provavelmente no próximo dia 17, um conjunto de ideias que eu chamo de ideias para mudar o Brasil. Essas ideias serão a base do nosso programa. Elas serão colocadas para discussão com nossos companheiros, com a sociedade brasileira, para que no início do processo eleitoral, a partir de junho do ano que vem, possamos, já com algum nível de detalhamento, apresentar ao Brasil a nossa visão. Que passa pela refundação da Federação, com estados e municípios investindo mais do que investem hoje, que passa por uma visão de mundo mais moderna do que essa equivocada visão ideológica que tem conduzido a nossa política externa, e, por último, que permita ao Brasil retomar a confiança perdida e voltar a crescer em níveis razoáveis.

Sobre uma possível aliança do PSDB com o PSB em São Paulo

Não tenho condições nem autoridade para definir o que vai acontecer em São Paulo. O que posso dizer é que em várias regiões do país, em muitos estados, PSDB e PSB já caminham juntos. Nos meus dois governos em Minas Gerais e no atual do governo, do governador Anastasia, o PSB é um dos mais importantes parceiros. Aqui mesmo, em Campinas, fizemos uma bela e vitoriosa dobrada. Acredito muito nas coisas naturais na política. Tenho certeza que, seja no plano estadual, seja no plano nacional, a aproximação PSB e PSDB será algo que ocorrerá com enorme naturalidade, mesmo que não seja em um primeiro momento. Porque ambos estamos percebendo o que acabei de dizer, o mal que o governo do PT vem fazendo ao Brasil. Queremos interromper esse ciclo do PT a nível nacional para iniciar um outro, e obviamente não queremos que nada parecido com isso que acontece no Brasil venha a acontecer em São Paulo.

Uma possível aliança gera palanque duplo para o governador Geraldo Alckmin?

Acho que não. É muito natural que as realidades regionais, que existem durante o período de mandato, sobrevivam durante as eleições. Se tivermos, por exemplo, uma aliança do PSDB com o PSB e vários outros partidos em Minas, os membros de cada partido farão campanha para os seus candidatos nacionalmente. Você não pode destruir uma aliança que vem ajudando São Paulo a governar, no caso com a participação do PSB e de vários outros partidos, em função da questão nacional. Algumas pessoas, acho, subestimam a capacidade do eleitor de compreender a realidade. As alianças são importantes, desde que sejam em torno de um determinado projeto de governo, são necessárias até para a governabilidade. Tenho conversado permanentemente com o governador Eduardo Campos, já fazia isso antes até de sermos possíveis, ou pré-candidatos, como vocês nos chamam, porque sabemos que, lá na frente, independente de quem vença as eleições, e acredito que as oposições vão vencer as eleições, espero que sejamos nós, vamos ter que estar juntos para governar o Brasil.

Sobre a relação do PSDB com o agronegócio

A nossa conversa, o nosso diálogo com o agronegócio é muito fácil. É como tenho dito, papo reto. Porque reconheço que é o agronegócio quem tem segurado e sustentado o crescimento da economia brasileira. Não fosse o agronegócio, esse crescimento, que é irrisório, seria negativo. O que temos é que reconhecer o esforço que a agropecuária vem fazendo no Brasil, inclusive o investindo em inovação, inclusive com preocupações do ponto de vista da sustentabilidade, da preservação ambiental.

O Brasil, da porteira para dentro, é o país mais produtivo do mundo. O problema do Brasil é da porteira para fora, onde falta estrada, falta ferrovia, falta hidrovia, faltam portos. Enfim, o que precisamos é de um governo que planeje em sintonia, que fortaleça, por exemplo, o Ministério da Agricultura, que hoje é um instrumento de negociação política. O Ministério da Agricultura é igual hoje ao Ministério da Pesca, com mais meia dúzia de ministérios, que servem para garantir alguns segundos a mais de propaganda eleitoral à presidente da República.

Sobre prisões de dirigentes do PT

Desde o início deste processo sempre dissemos: o Supremo Tribunal Federal tem de ser respeitado. Fez um julgamento com base nos autos, inocentou aqueles sobre quem achava que não recaiam provas contundentes e condenou aqueles sobre os quais as provas eram irrefutáveis na visão do Supremo Tribunal Federal. Eu como presidente nacional do PSDB não tenho alegria no coração de ver pessoas presas. Penso sempre nas famílias, no sofrimento que eles têm. Mas o fato concreto é que este processo precisa ser encerrado para que o Brasil não continue vivendo naquela sensação da impunidade eterna para os poderosos.

Portanto, o Supremo Tribunal Federal fez o que tinha de fazer. Felizmente, digo isso em nome de todos nós que lutamos pela democracia no Brasil, não temos mais presos políticos no Brasil. Temos sim políticos presos. E, amanhã, se houve a comprovação de um ato ilícito de qualquer cidadão e se for filiado ao PSDB, vamos ter a mesma postura. Vamos respeitar o julgamento do Supremo Tribunal Federal. Vamos aguardar, portanto, que a Justiça se manifeste. Não vamos fazer como faz o PT, querer transformar em uma punição ou uma condenação política algo que foi simplesmente um crime comum, dinheiro público utilizado para manutenção de um projeto de poder. Então, ao fazer isso, o PT faz um mal enorme à democracia, mas acredito que faz um mal pior ainda e ele próprio.