Publicado em 15 de outubro de 2019

PEC dos municípios será debatida em seminário em Minas Gerais

Requerimento de Aécio aprovado hoje traz para Minas debate sobre proposta que prevê transferência direta de recursos a estados e municípios

A Proposta de Emenda Constitucional (PEC 48) que estabelece a transferência direta para estados e municípios de recursos de emendas ao Orçamento será debatida em Minas Gerais, no próximo dia 21 de outubro, durante seminário que reunirá prefeitos e parlamentares na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, em Belo Horizonte.

A iniciativa é do deputado federal Aécio Neves e foi aprovada pela Comissão Especial que analisa a PEC na Câmara dos Deputados. Aécio é relator da proposta que deverá ser levada para votação no plenário da Câmara até o final do ano.

“Há uma crítica fácil à emenda parlamentar e uma distorção na compreensão desse assunto pela sociedade. Por isso, é importante ampliarmos o debate. É importante esclarecer que a Constituição garante que parcela do Orçamento seja definida pelos parlamentares por meio das emendas e mais: em muitos municípios do país, essa tem sido a única forma de os recursos orçamentários chegarem até eles”, afirmou Aécio.

A transferência dos recursos de emendas – hoje obrigatoriamente repassados por intermédio dos ministérios e da Caixa Econômica Federal – foi debatida nesta quarta-feira por representantes dos Tribunais de Conta dos estados e da União e do Ministério Público de Contas, em audiência pública realizada na Câmara.

A mudança proposta na PEC foi bem avaliada pelo conjunto de representantes dos tribunais. Eles destacaram a capacidade de fiscalização e de controle do uso desses recursos nas esferas dos estados e dos municípios.

“Os Tribunais de Contas estão aptos a fiscalizar a aplicação desses recursos quaisquer que seja a modalidade de transferência. O repasse direto aos municípios não vai alterar a rotina dos tribunais, que hoje já fiscalizam a execução das obras públicas desde a publicação do edital”, afirmou o presidente da Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil (Atricon), Fábio Nogueira.

Excesso de burocracia

O atual conjunto de 184 normas existentes para execução de investimentos com recursos das emendas foi apontado como principal barreira enfrentada pelas prefeituras. O alto custo das tarifas e vistorias pagas à Caixa também foi criticado.

“A Caixa ajuda hoje a estruturação de projetos pelas prefeituras, o que é positivo, mas a um custo muito alto de cerca de 12% do total da emenda. O controle em demasiado, quando passa do ponto do ótimo, fica extremamente custoso. Acaba por impedir a eficiente aplicação dos recursos. Nas emendas de baixo valor, o controle passou do ponto do excesso de regulamentação”, afirmou o procurador do Ministério Público junto ao TCU, Júlio Marcelo de Oliveira.

Atualmente, deputados e senadores podem apresentar até 25 emendas à despesa orçamentária, em valor correspondente a 1,2% da receita corrente líquida da LDO (proposta orçamentária). Metade desses recursos precisam ser destinados para ações e serviços públicos de saúde.

A PEC 48 já foi aprovada pelo Senado e será submetida a votação em dois turnos na Câmara dos Deputados.

“Queremos levar ao plenário uma proposta final que simplifique as regras com maior autonomia dos gestores municipais e também com as necessárias garantias de controle e fiscalização. Nosso esforço será para sua aprovação até a última semana de novembro”, afirmou Aécio.

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