Aécio Neves – Entrevista coletiva em Presidente Prudente

O senador Aécio Neves, em entrevista coletiva concedida, hoje (26/10), em Presidente Prudente (SP), falou com os jornalistas sobre o trabalho do PSDB na construção de uma agenda para o Brasil, a sua presença no estado de São Paulo, as eleições de 2014 e o leilão de Libra.

Leia a transcrição da entrevista abaixo:

 

Sobre a visita a Presidente Prudente 


É com muita alegria que venho hoje a Presidente Prudente com o deputado Mauro Bragato, o presidente do PSDB em São Paulo, Duarte Nogueira, e o líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes, e de várias ouras lideranças do PSDB. Como presidente nacional do partido, eu me propus a conversar com os brasileiros, andar pelo Brasil falando o que nós pensamos, mas também ouvindo muito para a construção de uma nova agenda para o Brasil.

A percepção clara que eu tenho, e as pesquisas todas em regra mostram isso, é que mais de 60% da população brasileira querem mudança, não querem a continuidade do governo do PT. E nós, do PSDB, o principal partido de oposição no Brasil, temos a responsabilidade de apresentar uma proposta alternativa a essa. Uma proposta que passe pelo fortalecimento dos municípios e dos estados, já que a federação foi destroçada ao longo dos últimos anos e garanta maior generosidade no financiamento da saúde pública, da segurança e da educação, onde as pessoas qualificadas ocupem os postos de governo, onde haja uma parceria transparente com o setor privado ao alavancar obras de infraestrutura, onde haja uma reinserção do Brasil nas cadeias globais de produção. O Brasil hoje foi alijado dessas cadeias de produção, nós perdemos espaço no comércio exterior (queremos também um projeto)  onde  tenhamos políticas que não apenas a administração da pobreza, como parece querer  o PT.   Nós queremos a superação efetiva da pobreza.

 

Nova agenda do PSDB para o Brasil

O PSDB está construindo uma nova agenda. Até o final do ano, pretendemos lançar aquilo que eu vou chamar de agenda para o futuro, com os novos desafios para o Brasil na nova década, até porque e eu acho bom registrar,  a agenda que está hoje em curso no Brasil foi a agenda proposta pelo PSDB lá atrás, a agenda da estabilidade monetária, da lei de responsabilidade fiscal, dos programas de transferência de renda, da modernização da nossa economia, com a privatização de determinados setores. O PT não inovou, não trouxe uma nova agenda. Na verdade, enquanto acompanhou a agenda do PSDB, veio bem. Depois que a abandonou, sobretudo do ponto de vista macroeconômico, as coisas começaram a piorar.

Nós pretendemos lançar essa agenda, não um programa de governo, porque esse programa será debatida durante a campanha eleitoral, mas as linhas gerais dessa agenda, pretendo fazê-lo ainda este ano, provavelmente na primeira quinzena de dezembro.  Vamos fazê-la a partir dessas conversas, a partir desses contatos, dessas contribuições que nós estamos recebendo, seja no setor agropecuário, seja daqueles ligados às questões da mobilidade. Seja das figuras ligadas às áreas sociais, que é uma preocupação permanente nossa. Tenho certeza que o PSDB, no momento da eleição, vai estar muito vigoroso. Vai estar fortalecido para terminar esse ciclo do PT e iniciar um outro ciclo para o Brasil, onde a eficiência e a ética possam caminhar juntas.

 

Candidatura do PSDB

O PSDB no momento certo vai apresentar essa proposta ao país e aí vai definir aquele que irá empunhar essa bandeira. Não adianta o PSDB ter uma candidatura, se não tiver propostas claras, se as pessoas olharem para o partido e não identificarem nele uma alternativa melhor do que esta que está aí. Posso dizer que eu me sinto extremamente animado por onde eu ando. Ontem em Rio Preto foi dessa forma, em Olímpia foi da mesma forma. O entusiasmo das pessoas, sobretudo das lideranças municipais, que estão vendo aí a fragilização de seus municípios. O governo trabalha para que o Brasil se transforme quase que em um estado unitário, nenhuma das grandes questões da agenda da federação foram enfrentadas pelo atual governo, seja o aumento do percentual do fundo de participação, seja o impedimento de desonerações que afetem as receitas dos estados e municípios ou o fim da tributação do Pasep, por exemplo.

 

Sobre agenda de viagens em São Paulo

Venho aqui na busca da construção dessa agenda, aonde é o berço do PSDB, aonde é o coração do PSDB e agradeço muita a receptividade que estou tendo hoje.

Eu sou hoje o presidente do partido de oposição ao governo federal e nós estamos construindo a agenda para o Brasil, estamos discutindo com as várias regiões do país quais são os principais investimentos necessários, de que forma nós vamos financiar melhor as ações sociais do governo, que novos saltos nós vamos dar para garantir a geração de empregos de melhor qualidade, portanto eu venho aqui para discutir isso com os nossos companheiros e com uma alegria muito grande, de estar na terra do meu companheiro Bragato, de estar no estado governado pelo meu companheiro Geraldo Alckmin. São Paulo é o berço do PSDB. Estando forte em São Paulo, nós estaremos fortes em todo o Brasil Por isso a minha agenda estará dedica em grande parte a São Paulo.

 

Pesquisas eleitorais

Não questiono pesquisas. Eu só faço as considerações que qualquer um que as leia pode fazer. Se você coloca pessoas que têm 100% de conhecimento com metade, obviamente o resultado traz algumas distorções. O que todas as pesquisas mostram nesse momento é mais de 60% da população não quer dar um segundo mandato para a presidente da Republica. Que ela sim, tem 100% de conhecimento, uma visibilidade diária na mídia, uma campanha institucional de governo bilionária com vocações sucessivas e abusivas de cadeia de rádio e televisão.

O momento do embate não chegou ainda. Hoje é quase um monólogo que nós estamos assistindo. A presidente e os ministros falam o que querem, sem qualquer tipo de contestação, sobretudo nos espaços maiores de comunicação. Nós estamos construindo nossa proposta e no momento oportuno nos vamos chegar bem. Eu acho muito bom, e para mim é muito confortador, ver a presidente a um ano das eleições liderando as pesquisas. Nós vamos ganhar a pesquisa que vale a pena, que é a da eleição no ano que vem.

 

Retomada do crescimento

O Brasil, na era petista, apostou no crescimento da economia via consumo. A partir da oferta de crédito farto, e isso foi importante em determinado momento, principalmente no momento da crise em 2008. Mas era previsível que o crescimento por esse caminho, exclusivamente, teria um limite. Hoje mais de 60% das famílias estão endividadas. Era preciso que o Brasil criasse um ambiente favorável a que os investimentos pudessem vir e alavancar o crescimento. O que aconteceu foi o inverso, com o excesso de intervencionismo do governo, casado com uma condução extremamente flexível da política macroeconômica, com meta de inflação, câmbio flutuante, superávit primário. Tudo isso foi flexibilizado no governo do PT. E o que ocorreu? Um ambiente de hostilidade do investimento privado.

Estive há poucas semanas em Nova Iorque, fazendo uma palestra para mais de 800 investidores de todo o mundo. A visão que se tem do Brasil é extremamente pessimista. Eles não têm confiança para fazer investimentos aqui porque as regras mudam. Porque a intervenção do governo é permanente, como aconteceu recentemente no setor elétrico. O que nós temos é que criar um ambiente favorável para que esses investimentos venham para o Brasil, até porque outras regiões do mundo competem conosco em termos de investimentos, para que não repitamos o que vai acontecer esse ano. O Brasil vai crescer apenas mais que a Venezuela na América do Sul. No ano passado nós crescemos apenas mais que o Paraguai. A média do crescimento do PIB da economia brasileira na era Dilma será algo em torno de 2,5%. A América do Sul crescerá nesse mesmo período 5.1%. Não é justo. Não é adequado. Não é razoável que o Brasil esteja no final da fila.

O Brasil precisa de um governo que tenha responsabilidade e competência na condução da política econômica, que trate e inflação com tolerância zero, já que a inflação que ronda hoje os 6% é extremamente alta para países do nosso padrão, países em desenvolvimento. E está nesse patamar porque existe uma parcela dela de preços controlados: energia, gasolina, tarifas de transporte são alguns dos itens controlados pelo governo a inflação está em torno de 1%. Nos preços livres já ultrapassou 9%. Quando a tampa dessa panela de pressão for aberta a inflação vai subir, e essa é exatamente aquela que penaliza os mais pobres. Está na hora, em benefício do Brasil, de nós encerrarmos esse ciclo de desgoverno do PT e iniciarmos um outro de eficiência e responsabilidade para com todas as conquistas que nós obtivemos até aqui. A grande verdade é que a herança bendita do governo do PSDB está se exaurindo. É preciso novamente um governo do PSDB.

 

Sobre eleições 2014

Eu sou de uma terra, Minas Gerais, onde se diz que não se deve colocar o carro na frente dos bois. Aprendi muito cedo, na minha casa, com o governador Tancredo Neves, que a maior das artes da política é administrar o tempo. Uma decisão correta, no tempo errado não traz o resultado adequado. Você não deve antecipar decisões sem necessidades, mas obviamente  não pode se permitir ser engolido pelo tempo. Sempre achei que o inicio do próximo ano, e eu dizia há alguns meses, o amanhecer de 2014 é o momento para que, com extrema naturalidade, o PSDB definir aquele que vai empunhar essas bandeiras. A preocupação que tenho agora, que é a minha responsabilidade.

Na política, você não pode botar prazo, porque as coisas não se movem dessa forma, mas eu acho que no início do ano, talvez até o mês de março, devemos ter uma decisão tomada com absoluta naturalidade. Não precisa ser antes.

Acho extremamente positivo, antes que me perguntem, e digo isso com absoluta sinceridade,  que o companheiro José Serra é um quadro extremamente qualificado do PSDB. É um privilégio para o PSDB tê-lo nos quadros. Por isso, fiz um esforço pessoal para que abandonasse, se é que ele teve, a ideia de deixar o partido. Onde ele estiver e quanto mais ele andar, mais estará contestando o governo, mais estará nos ajudando, ajudando o campo oposicionista.

É dessa forma que vejo também, neste momento, a presença do Eduardo (Campos) e da Marina (Silva) na disputa. Não vamos esquecer que nós falamos aí de dois ex-ministros do presidente Lula, que se estivessem do lá, estariam fortalecendo o campo governista. Mas estão no campo oposicionista. Então, tem que ser saudado também, tem que apresentar suas propostas.

Confio profundamente que é o PSDB, pela estrutura que tem, pela história que tem, pelos quadros que tem e pela ousadia que vai demonstrar ao lançar suas propostas, e ao discuti-las com os brasileiros, é quem tem as melhores condições de ir para o segundo turno e de vencer as eleições pelo bem do Brasil.

 

Leilão de Libra

O Brasil é o único país do mundo que consegue, com seu o ufanismo tradicional e a propaganda oficial, comemorar como um enorme sucesso um leilão onde se apresenta apenas um consórcio e onde o bem leiloado é adquirido sem qualquer ágio.

Aécio Neves inicia encontros do PSDB pelo país

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, iniciou a série de encontros que fará pelo país este ano para debater  com o partido demandas da sociedade.

Nesta sexta-feira (23/08), ele esteve em Ribeirão Preto (SP), onde participou de encontro político no qual foi recepcionado com cerca de 200 lideranças da região, entre prefeitos e vices, vereadores e dirigentes de diretórios municipais. O senador estava acompanhado do presidente do PSDB-SP, deputado federal Duarte Nogueira.

Aécio Neves destacou a importância de o PSDB buscar uma aliança com a sociedade. Para isso, serão realizadas reuniões por todas as regiões do Brasil, que contribuirão para a elaboração de uma nova agenda a ser apresentada pelo PSDB à população ano que vem.

“Essas visitas permitirão ao PSDB apresentar ao país a sua nova agenda, já que a que está hoje em curso no Brasil foi a formulada pelo PSDB, ainda no período do presidente Fernando Henrique. A nossa prioridade, nesse momento, não é buscar apoio de partidos políticos. Estamos buscando o apoio da sociedade. Queremos o apoio daqueles que não concordam com o absurdo peso da máquina pública com seus 39 ministérios, com o baixíssimo investimento em mobilidade nos grandes centros ou com a ausência de investimentos para o escoamento da nossa produção. Com a ausência de investimentos em ferrovias e rodovias. Queremos o apoio da sociedade que quer uma educação de melhor qualidade, uma participação mais solidária do governo federal no enfrentamento da criminalidade, uma gestão transparente e eficiente. Quero uma aliança com a sociedade brasileira”, afirmou Aécio.


Força política unida 
 
O presidente do Diretório do PSDB de São Paulo, deputado federal Duarte Nogueira, afirmou estar confiante no poder de união do PSDB. Para ele, as viagens pelo país irão incentivar a mobilização de todos os setores do partido.

“A ideia das viagens do senador é incentivar a participação dos vários setores do PSDB. Aécio faz política aglutinando, contagiando, motivando. Força política unida do PSDB vai preparar o partido para eleger o futuro candidato. Aécio, você é nosso líder”, disse Nogueira.

O prefeito de Franca (SP), Alexandre Ferreira, destacou que a capacidade de diálogo é uma das razões do sucesso do PSDB no estado de São Paulo, governado por tucanos há quase duas décadas.

“O PSDB é forte aqui porque sabemos ouvir a população e buscar atender suas demandas. O partido está unido, coeso, forte”, disse o prefeito, que falou em nome dos gestores municipais presentes ao encontro.

O deputado estadual Welson Gasparini lembrou a importância de pontuar as diferenças de eventuais governos do PSDB, que buscam o combate à corrupção e lutam pelo desenvolvimento pleno da população.

“Temos muito orgulho de ser comandados por você, Aécio. Temos grande esperança no seu comando no partido para nos levar a mudar esse país, onde não há saneamento, saúde ou educação. Temos grandes esperanças que podemos mostrar que o PSDB é diferente no combate à corrupção e para fazer com que o desenvolvimento não seja só econômico, mas também social”, afirmou Gasparini.

Aécio Neves dá início a agenda nacional de reuniões e encontros do PSDB

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, dá início por São Paulo a uma agenda de reuniões e encontros regionais do partido em todo país. Aécio Neves disse que debaterá os problemas vividos pelos brasileiros.

 

Fala do senador Aécio Neves:

“Tenho a responsabilidade, como presidente do PSDB, o maior partido de oposição, de ajudar a construir um projeto alternativo a esse que está aí. E São Paulo é o berço do PSDB, é o estado que conduz o Brasil, não apenas do ponto de vista econômico, mas também cultural. Não apenas a primeira visita será em São Paulo. A maioria das visitas ocorrerão em São Paulo. Para que possamos, in loco, discutir questões afeitas a políticas regionais, à economia local. Vou a uma região onde a citricultura é muito forte, o setor sucroalcooleiro, a pecuária. E todos eles carentes de algo que deveria ser responsabilidade do Estado, que é infraestrutura para escoamento dessa produção que vem crescendo. Então, vamos discutir com representantes dessas atividades, vamos discutir com os políticos locais alternativas para o Brasil e para o Estado de São Paulo, no que diz respeito à ação do governo federal. A nossa ideia é que, a partir de dezembro, possamos estar já apresentando ao Brasil as linhas gerais do que seria um governo do PSDB, tanto do ponto de vista de valores, um governo ético, transparente, quanto também um governo eficiente e com prioridades muito claras. Essas visitas têm  portanto esse objetivo. Estabelecer quais são essa prioridades e quais seriam as principais ações de um futuro governo do PSDB.”

 

Boletim

 

Sonora

Aécio Neves – Entrevista coletiva sobre as prévias do PSDB e a visita da presidente a Minas

 

Leia a transcrição da entrevista:

 

Sobre prévias no PSDB.

O Merval Pereira me telefonou, me perguntou sobre isso. A minha posição em relação a prévias é a que sempre tive. Não tenho motivos para mudar de posição. Em 2009, propus ao partido as prévias, continuo achando que são um instrumento importante, basta que após o prazo de filiação, após outubro, haja no partido mais de um postulante e essa postulação seja submetida à Executiva do partido, como prevê o estatuto do partido. Até saúdo, cumprimento aqueles que evoluíram de posição. Prévia é uma previsão estatutária, continua sendo prevista. E se for proposta à Executiva, mas para isso é preciso que depois do prazo de filiação haja mais de um postulante, posso adiantar que meu voto será favorável.

Em que momento vai ser colocado?

Não depende de mim. A prévia para ocorrer basta que ocorra a postulação de mais de um candidato.

O candidato tem que ser apresentado até quando?

Não tem uma data prevista. Esse não é um assunto que tem demandado discussões internas no partido. Tivemos uma grande reunião, esse assunto não foi suscitado, mas é legítimo que quem esteja no partido possa pleitear. O que estou dizendo, em caráter pessoal, é que minha posição é a mesma que tinha em 2009. Caberá à Executiva, no momento certo, definir ou aprovar as prévias. Mas é algo que vejo com muita naturalidade, é minha posição pessoal. O que posso adiantar, não conversei com ninguém do partido, é minha posição pessoal. Sempre foi favorável e continua sendo.

Para o sr. o ideal seria março?

Não conversei sobre isso. Só estou externando, como isso foi me perguntando ontem, e houve essa repercussão hoje, reitero o que disse. A minha posição pessoal é a mesma. Esse assunto não foi ainda discutido dentro do partido, tivemos uma reunião onde o assunto não foi proposto por nenhum dos diretórios, mas é legítimo que, em havendo outros postulantes, obviamente dentro do prazo legal de filiação, após outubro, e havendo essa solicitação à Executiva, que ela examine. Estou antecipando o meu voto porque não conversei com absolutamente ninguém sobre isso.

O sr. fala depois de outubro, depois do prazo de filiação partidária, significa que candidaturas não serão discutidas antes do fim do prazo de filiação partidária.

Acho que candidaturas só podem ser discutidas lá na frente. Estou agindo hoje como presidente do partido. Acho que o PSDB deve definir sua candidatura à Presidência da República no ano de 2014, no início de 2014. Foi o que sempre defendi e continuo defendendo. O que quero reiterar é que vejo como muito natural, legítima, a postulação de qualquer membro do partido por uma prévia. Cabe à Executiva, conforme prevê o estatuto, isso não é nenhuma novidade, fiz questão de manter, solicitar a sua realização à Executiva, que vai definir, como ela seria, em que prazos. Isso não é uma decisão minha. É minha posição pessoal é a mesma que eu tinha em 2009. E se isso for, em algum momento, submetido à Executiva do partido, meu voto será favorável.

Quem quiser mudar de partido não vai ter prévias antes.

Isso é você quem está dizendo.

Se fala, inclusive, no ex-governador Serra, que poderia sair. É uma forma de tentar segurá-lo no partido?

Tenho enorme respeito pelo companheiro Serra. Reitero isso sempre que posso. Ele é parte da história do PSDB. Todos nós gostaríamos que ele ficasse no partido, na mesma trincheira que nós estamos. Agora, a questão da mudança de partido é sempre uma decisão muito pessoal, que, obviamente, o PSDB saberá repeitar. Mas, eu, pessoalmente, e acho que todos os companheiros gostariam de tê-lo, com a qualidade que tem, com o espírito público que tem demonstrado, dentro do partido, nos ajudando no enfrentamento daquele que é o nosso real adversário. Que é o desgoverno, o autoritarismo, o intervencionismo, o aparelhamento da máquina pública, a incompetência. Tudo isso representado pelo governo do PT. Esse é o nosso adversário. Hoje, me movimento exclusivamente como presidente nacional do PSDB. Estamos dando capilaridade ao partido, estamos reunindo os nossos diretórios regionais. Estamos fazendo um projeto de comunicação ousado. Como presidente do partido, inicio essa semana um roteiro de viagens pelo Brasil, acompanhado de outros dirigentes do partido. Essa é a minha agenda para esse ano, 2013. No ano de 2014, aí sim o PSDB definirá quem vai conduzir as suas bandeiras. Mas é preciso que essas bandeiras fiquem claras, e esse é o nosso desafio, sempre foi, para esse ano.

O Serra é um bom candidato a senador?

Serra sempre será um ótimo candidato a qualquer cargo.

O sr. está disposto a disputar as prévias?

Não sou candidato. Sou presidente do PSDB. Da minha parte, não existe nenhuma postulação à candidatura presencial. Sou presidente do PSDB. 2014 é 2014. Sou presidente do partido, toda minha movimentação é movimentação responsável hoje, que pensa na construção dos palanques regionais, em garantir capilaridade para que tenhamos uma ampla bancada na Câmara Federal e nas assembléias legislativas, para que possamos enfrentar o governo que está aí. Toda a minha ação hoje – e aqueles que me acompanham de perto percebem isso – é no sentido de agregar. A minha atuação política é uma demonstração clara de que meu esforço é para construir pontes, e para agregar forças. Acho que nossa disputa será uma disputa difícil, mas viável. Quanto mais próximos nós estivermos, quanto mais nós pudermos colocar os interesses do país acima dos nossos próprios interesses, melhor para todos nós. É isso que faremos ao final. Então vejo como legítimas quaisquer postulações, e apenas reitero uma posição que já tive lá atrás, favorável à consulta às bases do partido.

Sobre as viagens.

Este final de semana vou a Ribeirão Preto e vou a Barretos no encontro com cerca de 70 municípios da região. Vamos fazer, a cada dez dias, uma incursão em regiões do estado de São Paulo. Está sendo coordenado pelo diretório estadual do partido, por partidos do PSDB de São Paulo. Intercaladamente já definimos os grandes encontros regionais do PSDB. O primeiro dele vai ser dia 13 de setembro, reunindo toda região Sul do Brasil. Rio Grande do Sul, Santa Catarina e o Paraná, em Curitiba, em um grande evento com parlamentares federais, estaduais, vereadores, vice-prefeitos, prefeitos e militantes do partido, buscando a construção de uma agenda regional.
Esse será o primeiro dos encontros regionais, depois teremos o encontro do Nordeste, será o próximo, será em Maceió, cidade e estado administrados pelo PSDB. Nos reuniremos no Nordeste já construindo uma agenda programática para a região. Em seguida faremos em Manaus o encontro da região Norte e depois, a cada 15 dias, até, se não me engano, final do mês de outubro, concluiremos com um encontro no Centro-Oeste, em Goiânia. Sem prejuízo de algumas outras viagens, pontuais que vou. Mas esses serão momentos de reunião do partido com as principais figuras nacionais de outras regiões indo encontrar com as nossas lideranças locais, municipais. E, com isso, vamos estar construindo, debatendo regionalmente, e construindo nosso discurso.
O PSDB tem hoje, pelo menos um conforto. Nós somos oposição. Sem adjetivação. Nós somos oposição a isso que está aí. E cada vez, acredito, vai ficar mais claro, aqueles que não concordam com que está acontecendo no Brasil e querem o Estado eficiente, querem um política externa mais pragmática, em favor dos interesses do Brasil. Que querem um Estado menos intervencionista, sabem que avanços consistentes na área social, e não apenas a pura administração da pobreza como objetivo de governo, encontraram, no PSDB, estrutura, encontraram, no PSDB, propostas e gente qualificada para executar essas propostas. Então estou muito sereno e tranquilo com o momento que estamos vivendo. O PSDB se organiza para enfrentar o governo que está aí e o enfrentará de forma muito competitiva, na hora certa.

Sobre anúncio da presidente Dilma para o PAC Cidades Históricas.

É absolutamente surpreendente o que ocorreu hoje em Minas Gerais. A presidente da República esteve hoje em São João del Rei, e ela sabe que os mineiros são conhecidos pela sua hospitalidade, ela será sempre muito bem recebida, mas ela lançou hoje pela quinta vez o mesmo programa anunciado pela primeira vez em 2009, quando eu era governador do Estado e o presidente Lula, presidente da República, em Ouro Preto, chamado PAC das Cidades Históricas.
Por quatro vezes, em quatro momentos distintos, temos aqui as datas, ela esteve, desde o início do seu mandato em Minas, para anunciar as mesmas propostas. Acho que um Estado que tem demandas tão graves e tão sérias, mais uma vez, assistir a esta encenação, é um desrespeito. Eu gostaria que, pelo menos, a presidente Dilma pudesse ter pelos mineiros o respeito que demonstrou ter pelo ET de Varginha.