Em Lisboa, Aécio afirma que Dilma perdeu a legitimidade para governar o país

REPÓRTER:

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, voltou a rebater nessa quinta-feira, em Lisboa, o discurso petista de que o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff por crimes de reponsabilidade fiscal se trata de um golpe. O senador, que participava de um seminário que debateu sistemas de governo na democracia, afirmou que faltam argumentos para a defesa da presidente.

SONORA SENADOR AÉCIO NEVES

“Não existe no Brasil hoje nada que se assemelhe a um golpe de Estado. Existe um rito constitucional aprovado pelo STF – e seria inédito ter um processo chamado de golpista estabelecido pelo STF -, e constituído pela Câmara dos Deputados. O que é fato hoje é que o governo atual abdica, abre mão de fazer sua defesa técnica para buscar o embate político”.

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Aécio Neves disse também que o governo de Dilma Rousseff perdeu sua legitimidade ao maquiar as contas públicas para ganhar as eleições.

SONORA SENADOR AÉCIO NEVES

“Os dados reais, aqueles que fazem com que mais de 50 milhões de brasileiros venham se manifestando nas ruas do Brasil inteiro, acima de partidos políticos, sem líderes específicos, é a demonstração cabal de que este governo – e aí vem a questão atual – perdeu as condições mínimas de retirar o Brasil da crise. Perdeu porque perdeu legitimidade no momento em que mascara e que frauda os dados de uma campanha eleitoral, não apenas com o objetivo de ganhar eleição, se fosse apenas essa consequência, menos mal, mas a consequência foi a degradação dos nossos indicadores macroeconômicos”.

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O presidente tucano salientou ainda que as chamadas pedaladas fiscais e a ilusão criada na pré-campanha quando o governo aumentou os investimentos, devastou os programas sociais. Aécio citou como exemplos o Pronatec que teve investimento de R$ 7 bilhões no ano eleitoral e no ano seguinte, apenas R$ 2 bilhões. Além do programa Minha Casa, Minha Vida, que contou com R$ 16 bilhões, e depois só com R$ 6 bilhões.

De Brasília, Shirley Loiola.

Aécio defende discussão urgente de uma nova agenda para o Brasil

REPÓRTER:

Durante seminário, nessa quinta-feira, em Lisboa, o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, defendeu que seja corrigida a lacuna constitucional que impede que governantes reeleitos respondam por ilegalidades cometidas em mandato anterior. Aécio destacou que a lacuna existe em razão da Constituição Brasileira ter sido aprovada antes de ser instituída no país a reeleição.

SONORA SENADOR AÉCIO NEVES

“É claro que o processo da reeleição significa a continuidade de um governo e não haver a responsabilização, sobretudo com a tradicional e comum utilização – e não vou falar aqui de casos de corrupção – da máquina pública para a manutenção de determinado mandato é importante que haja, sim, limites para essa ação. Isso significa garantir, pelo período pré-eleitoral de um candidato à reeleição, que ele tenha sim responsabilidades que serão cobradas se ele as transgredir em um momento futuro após a sua eventual vitória”.

REPÓRTER:

Na ocasião, Aécio afirmou que a discussão de uma nova agenda para o Brasil precisa ser feita desde já e é a maior contribuição que o PSDB tem hoje a dar ao país, mais importante inclusive, que participar de quadros do governo. O senador ainda destacou que, diferentemente do PT, o PSDB tem apresentado nos últimos 13 anos propostas de reformas profundas e importantes para o Brasil.

SONORA SENADOR AÉCIO NEVES

“Essa é a maior contribuição que o PSDB tem a dar. Mais do que participação, mais do que quadros no governo, até porque nós, diferente da atual presidente, nós, desde as candidaturas de Serra, de Geraldo e a minha própria, em 2014, apresentamos um projeto para o país”.

REPÓRTER:

O senador participou do IV Seminário Luso-Brasileiro Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. Aécio fez palestra sobre “Desafios dos Regimes Democráticos no Constitucionalismo Contemporâneo” e alertou para a importância do vigor das instituições públicas.

De Brasília, Shirley Loiola.